A bancada de oposição da Câmara Municipal do Recife repercutiu nesta segunda-feira (27) na Tribuna da Casa de José Mariano as denúncias de superfaturamento na compra de fardamento e material escolar do programa Aluno nos Trinques, da Prefeitura da cidade. A líder da oposição, vereadora Aline Mariano (PSDB), chamou a atenção para o fato de que os oposicionistas já vinham denunciando contratos suspeitos desde o início do ano, mas ainda assim o Governo Municipal não se posicionou a respeito da revisão desses contratos. O prazo que o prefeito determinou para um posicionamento foi abril de 2013, mas até o momento nada foi definido.
“Há mais ou menos um mês, tivemos uma denúncia na imprensa acerca do superfaturamento dos materiais de limpeza, agora temos o superfaturamento do material que compõe os kits Aluno nos Trinques”, relembrou a tucana. “Eu me pergunto: o que foi feito durante o período de transição?”, questiona a vereadora, já que se passaram quase seis meses do novo governo, tempo suficiente para revisar contratos e promover novas licitações. Além dos problemas com relação aos preços, os kits foram entregues incompletos, prejudicando os estudantes.
Nenhum governista se manifestou para defender a lentidão da Prefeitura em resolver tais questões. “O prefeito Geraldo Júlio foi vendido como um técnico eficiente, com uma equipe preparada e escolhida com base na meritocracia e não no apadrinhamento político”, pontuou Aline. “A secretária executiva de Administração e Finanças, Dra. Taciana Mota, confirmou ter observado falhas no quantitativo de produtos em relação ao número de alunos, além de baixa aceitação do material entre os estudantes, ainda assim, a gestão não tomou as providências com relação ao referido contrato”, destacou.
“O que está faltando para fazer uma nova licitação?”, questionou a líder da oposição. “Por que estão com dificuldades? O atual governo está sendo conivente tentando proteger o governo passado? Então, infelizmente, o atual governo vai ter que pagar pelo ônus”, concluiu a vereadora. Os oposicionistas Priscila Krause (DEM) e Raul Jungmann (PPS) reforçaram as críticas e prometeram uma articulação para agilizar os encaminhamentos a fim de solucionar o problemas.
Na denúncia da imprensa, alguns itens da lista de material chegavam a ter mais de 450% de diferença em relação aos preços vigentes no mercado. E o rombo causado pelo superfaturamento poderia ter sido maior. As operações de empenho poderiam ter chegado a quase R$ 91 milhões se uma investigação do TCE iniciada em 2011 não tivesse resultado na suspensão, este mês, dos R$ 21,7 milhões que se encontravam pendentes.