Tópicos | Antecipação de defesa

O Conselho de Ética instaurou, nesta quarta-feira (11), um processo por suposta quebra de decoro parlamentar contra o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ). A representação é de autoria do presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira (SP). Segundo a denúncia, Alencar teria cometido irregularidade através de doações de funcionários do gabinete durante a campanha eleitoral e no uso de notas frias, de empresa falida, para comprovar gastos que teriam sido pagos com verba indenizatória de sua cota parlamentar.

Antes mesmo dos procedimentos de escolha do relator do caso, Alencar antecipou sua defesa por escrito. O deputado disse ter detectado, na representação do SD, “25 mentiras, falsidades, afirmações enganosas e impropriedades”. Ele afirmou ter orgulho da colaboração de sete servidores de seu gabinete, que fizeram doações voluntárias, dentro dos limites permitidos pela Justiça Eleitoral. Quanto às supostas notas frias, Chico Alencar encaminhou detalhes do arquivamento de investigação do Ministério Público sobre o caso.

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O líder do PSOL lembrou que Paulo Pereira é aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que responde a processo de cassação movido pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade por denúncias de supostas contas secretas na Suíça e delações no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “É uma medida intimidatória e com ânimo vingativo”, disse Alencar.

O deputado rebateu os argumentos de Alencar. Segundo ele, o líder do PSOL “gosta de questionar a ética” dos demais parlamentares no Plenário da Câmara, mas também precisa explicar acusações que, na opinião de Pereira, são graves. “Será uma oportunidade para Chico Alencar se explicar e esclarecer os fatos”, argumentou.

Pereira lembrou ter respondido a um processo no Conselho de Ética, há oito anos, movido por Alencar. “Entendo a indignação dele”, acrescentou. Paulo Pereira também negou haver intimidação ou retaliação. “A minha posição em relação a Cunha já é conhecida”, completou.

Sorteio do relator - O relator do caso será escolhido pelo presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), a partir de uma lista tríplice sorteada há pouco entre os membros do colegiado. Nela, estão os deputados Sérgio Brito (PSD-BA), Zé Geraldo (PT-PA) e Sandro Alex (PPS-PR). Araújo deve definir o nome do relator na quinta-feira, após conversar com os três sorteados.

*Com informações da Agência Câmara

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