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Alguns membros do conselho de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) disseram, na reunião de 21 e 22 de janeiro, que a compra de títulos de longo prazo do governo japonês poderia ser considerada uma tentativa de fortalecer os esforços de flexibilização monetária do banco central para combater a deflação.

"Por exemplo, ampliar o vencimento dos JGBs (Japanese Government Bond) que o BoJ compra para cerca de cinco anos é uma opção", informa a ata da reunião divulgada há pouco pelo banco central japonês. Atualmente, em seu programa de compra de ativos, o BoJ compra JGBs com vencimentos de até três anos.

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Na reunião de janeiro, o BoJ concordou com a posição do governo de buscar conjuntamente uma meta de inflação de 2% o mais cedo possível para colocar fim à deflação. Contudo, dois membros do conselho, Takahide Kiuchi e Takehiro Sato, votaram contra a decisão de elevar a meta de inflação de 1% para 2%.

Kiuchi e Sato advertiram que a fixação de uma meta de inflação de 2% pode comprometer a credibilidade da política monetária do banco central e interromper a comunicação com o mercado, devido à elevada incerteza de alcançar o objetivo.

Para atingir a meta inflacionária de 2%, o banco central decidiu introduzir um compromisso "open-ended" de continuar com as compras de ativos financeiros a partir de 2014, além de manter a política de juros virtualmente zero, desde que considerado necessário.

A partir de 2014, o BoJ vai comprar cerca de 12 trilhões de ienes da dívida pública - principalmente títulos de curto prazo do Tesouro - a cada mês. No entanto, com a quantidade de dívidas vencidas durante o período, o aumento total será de apenas 10 trilhões de ienes para o ano inteiro, ante um total planejado de 101 trilhões de ienes até o final deste ano. As informações são da Dow Jones.

Passado 2012 inteiro sem alterações nas projeções para os preços da gasolina, o Banco Central voltou, nesta quinta-feira (24), a mexer em seu prognóstico para o combustível. De acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o litro do produto deve subir cerca de 5% este ano. A última vez que o documento trouxe alguma menção de variação desse preço foi na reunião de 29 e 30 de novembro de 2011, quando a estimativa de alta era de 6,7%. A variação já era prevista no encontro realizado em outubro daquele mesmo ano.

Um aumento dos preços da gasolina já está na conta dos analistas do mercado financeiro, uma vez que, nos bastidores, o governo já admite que aplicará um reajuste. A elevação também é uma demanda recorrente da Petrobras, que vê os preços internos cada vez mais descolados dos comercializados no mercado internacional. A expectativa é a de que a alta do preço da gasolina venha acompanhada, pelo menos da sinalização, do aumento da mistura do etanol no combustível.

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Atualmente, o mix pode chegar a até 20%, mas o teto deve subir para 25%. Uma fatia maior de álcool na gasolina é uma forma que o governo encontrou de baratear o preço final ao consumidor. Para que isso aconteça, porém, é preciso que haja oferta abundante de biocombustível, o que tiraria a pressão dos preços. O auge da safra de cana é historicamente em junho, mas se as condições climáticas permitirem, um aumento significativo de oferta, a ponto de baixar os preços, pode ser visto a partir de abril.

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, cita que a inflação de serviços ainda segue em níveis elevados e que são decrescentes as pressões localizadas no segmento de alimentos e bebidas. A avaliação se refere aos dados até outubro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Em relação aos Índices Gerais de Preços (IGPs), o Copom avalia que os efeitos do comportamento dos preços no atacado sobre a inflação para os consumidores dependerão das condições atuais e prospectivas da demanda e das expectativas dos formadores de preços em relação à trajetória futura da inflação. Ao comentar os dados do emprego, a ata diz que os dados disponíveis indicam um mercado de trabalho aquecido, embora com alguns sinais de moderação na margem.

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Sobre os números do comércio, a avaliação é de que, nos próximos meses, a trajetória continuará a ser influenciada pelas transferências governamentais, pelo ritmo de crescimento da massa salarial real e pela expansão moderada do crédito.

Reajuste da Gasolina

O Copom, segundo a ata, não alterou sua projeção de manutenção dos preços da gasolina em 2012, mas elevou a estimativa de reajuste do preço do gás de cozinha para o acumulado em 2012 de 0%, vista até a reunião de outubro, para 3,5%. A previsão de aumento de 1,4% dos preços na tarifa de eletricidade para o acumulado de 2012, apresentada em outubro, também foi mantida.

Já a projeção de reajuste da tarifa de telefonia fixa foi reduzida, de -1,3% para -1,6% em 2012. Assim, a estimativa para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados para o acumulado de 2012 foi reduzida para 3,4% ante estimativa anterior de 3,6%. Para 2013, foi mantida a previsão de reajuste para os preços administrados em 2,4%. Para 2014, a projeção é de 4,5%.

As taxas futuras de juros iniciaram o dia em queda, em reação à divulgação, nesta quinta-feira, da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O documento reforçou as expectativas de manutenção da Selic em 7,25% ao ano ao longo de 2013, podendo permanecer neste nível também em 2014, com potencial de flexibilização para baixo.

Por volta das 9h55, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 6,98%, de 7,10% no ajuste de quarta-feira (05); o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 7,48%, de 7,59% na véspera; e o DI para janeiro de 2016 marcava 8,07%, de 8,15% na quarta-feira (05). Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 8,43%, de 8,51% e o DI para janeiro de 2021 apontava 9,14%, de 9,24% no ajuste da véspera.

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Mais cedo, o Copom repetiu na ata o comunicado que se seguiu à decisão de manter a Selic em 7,25% ao ano na reunião dos dias 27 e 28 de novembro. Segundo o texto, os diretores entendem que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear. A avaliação foi feita considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade do ambiente internacional.

Para o economista-chefe da Planner, Eduardo Velho, a ata da reunião de novembro é "parecida" em termos de projeção de inflação com a divulgada após a reunião de outubro. "Me parece que segue a ideia de probabilidade zero de o Banco Central aumentar os juros em 2013 e em 2014. Caso ocorra um desvio forte da inflação, me parece que usará outros instrumentos".

Velho cita uma informação sobre a utilização da capacidade instalada para justificar sua avaliação. No parágrafo 25, o Copom informa observar que "que o nível de utilização da capacidade instalada se encontra abaixo da tendência de longo prazo, ou seja, está contribuindo para a abertura do hiato do produto e para conter pressões de preços".

Por outro lado, o economista da Planner acrescenta que a ata é mais "realista" ao admitir ajustes em relação à política fiscal. "Considera-se geração de superávit primário em torno de 3,10% do PIB em 2012, com ajustes. Além disso, admite-se como hipótese de trabalho a geração de superávit primário de quase 3,10% do PIB, sem ajustes, em 2013", informa o documento. A ata salientou que o balanço do setor público tem se deslocado de uma posição neutra para expansionista.

Mas, nota Velho, as projeções de inflação se mantiveram estáveis. Em 2013, nos dois cenários (de referência e de mercado), a estimativa ficou estável e acima de 4,50%. Em 2014, em torno de 4,50% (centro da meta de inflação). Segundo Velho, portanto, "não há pressões inflacionárias que preocupam o BC".

Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do ABC Brasil, chama a atenção para a retirada da ênfase sobre os impactos da crise internacional sobre a atividade brasileira. "A avaliação do BC antes da divulgação do PIB do terceiro trimestre (na última sexta-feira, 30/11) era de que o cenário externo estava entre os principais responsáveis pelo fraco desempenho da economia brasileira. E agora ele tira três parágrafos sobre o setor externo", observou Souza Leal, em entrevista à Agência Estado. Para ele, o BC pode ter avaliado que os problemas enfrentados pela economia brasileira, como o baixo crescimento, podem estar mais relacionados a fatores internos que externos. "O documento de janeiro terá mais informações", conclui.

Vale lembrar que na quarta-feira (05), na sessão estendida, as taxas futuras reagiram em queda ao anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de extensão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para 2013 e da redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 5,50% para 5%, em janeiro do próximo ano. As medidas foram interpretadas por profissionais do mercado como indicação de que o governo prioriza o crescimento, anulando chances de alta da Selic no próximo ano.

Na agenda doméstica, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro voltou a mostrar inflação, ao subir 0,25%, após a queda de 0,31% de outubro. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que ia de 0,10% a 0,40% e acima da mediana, de 0,20%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,16% e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), +0,45%.

Às 11 horas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informa o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) em outubro, que deve ter ficado entre 81% e 81,60%, com mediana de 81,10%, de acordo com as estimativas do mercado financeiro. No mesmo horário, o governo federal anuncia o pacote "Portos - Programa de Investimentos em Logística", que deve estimular os investimentos públicos e privados de até R$ 60 bilhões entre 2013 e 2030, sendo que cerca de R$ 35 bilhões devem ser investidos até 2015, com participação da presidente Dilma Rousseff.

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, repetiu o comunicado que se seguiu à decisão de manter a Selic em 7,25% ao ano na reunião dos dias 27 e 28 de novembro.

De acordo com o documento, os diretores entendem que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear.

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A avaliação foi feita levando-se em consideração o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a "complexidade" do ambiente internacional.

Na ata, o BC salienta também que o balanço do setor público tem se deslocado de uma posição neutra para expansionista. No documento, os diretores citam que o "frágil cenário internacional" é um importante fator de contenção da demanda agregada.

O Copom considerou que os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, em particular os derivados do processo de desalavancagem que ocorre nos principais blocos econômicos. "Nesse contexto, apesar de identificar recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo", disseram os diretores.

De modo geral, a avaliação do Comitê é a de que as perspectivas de atividade global moderada mantiveram-se inalteradas. O colegiado considerou que, nas economias maduras, o espaço para utilização de política monetária parece "limitado". Além disso, prevalece um cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. "Já em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade tem se intensificado, amparado pela resiliência da demanda doméstica", apontaram os diretores.

O Comitê destacou, ainda, que as evidências de moderação de pressões localizadas de preços no segmento de commodities agrícolas decorreram de um choque desfavorável de oferta. Essas pressões haviam surgido entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano.

Superávit

O Copom manteve a expectativa de geração de superávit primário em torno de 3,10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. A mudança, dessa vez, foi o acréscimo da expressão "com ajustes". O adendo foi acrescido após o governo anunciar que levará em conta os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para atingir sua meta.

A primeira vez que o governo admitiu que fará o abatimento foi em uma entrevista do ministro da Fazenda, Guido Mantega, concedida à Agência Estado. Além disso, o colegiado informou que trabalha com a hipótese de cumprimento do superávit de cerca de 3,10% do PIB sem ajustes para o próximo ano e também em 2014, conforme os parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC), mostra claramente que chegou ao fim o ciclo de queda da taxa básica de juros, a Selic, na economia brasileira. Ao destacar os votos dos diretores, o texto explicita que os cinco membros que votaram pela queda da taxa em 0,25pp, para 7,25% ao ano, enxergaram espaço para "um último ajuste nas condições monetárias".

Os outros três diretores, naquele momento, já avaliaram que o cenário prospectivo para a inflação não permitia mais continuar a trajetória de queda da Selic. A decisão de baixar os juros na semana passada não foi unânime. Na ocasião, cinco diretores votaram pela redução da taxa, enquanto outros três integrantes - Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques - votaram pela manutenção.

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O Banco Central também admitiu na ata a possibilidade de o governo fazer um superávit fiscal este ano abatendo os gastos com investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa Minha Vida. A ata tira a expressão "sem ajustes" ao se referir a política fiscal deste ano.

"Considera-se geração de superávit primário em torno de 3,10% do PIB em 2012". Mas mantém a expressão ao se referir ao cenário do próximo ano. "Além disso, admite-se, como hipótese de trabalho, a geração de superávit primário de quase 3,10% do PIB, sem ajustes, em 2013, conforme parâmetros constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - 2013".

O Ministério da Fazenda tem encontrado dificuldades para fechar as contas deste ano, em função da baixa arrecadação. Por isso, já cogita a possibilidade de usar o abatimento dos investimentos para cumprir a meta deste ano.

Outra mudança na ata divulgada nesta quinta-feira, em relação ao documento divulgado em setembro, é a avaliação de que iniciativas recentes apontam o balanço do setor público se deslocando de uma posição de neutralidade para expansionista. Na ata anterior, a avaliação do Copom era de que havia uma neutralidade do balanço do setor público.

O Copom ainda incluiu um parágrafo sobre indicadores de condições de crédito, construídos pelo Banco Central com base em consulta trimestral realizada com instituições representativas de cada segmento do mercado de crédito. Segundo a ata, os indicadores evidenciam, em geral, condições mais flexíveis para concessão de crédito no quarto trimestre de 2012 em comparação ao trimestre anterior.

A análise sugere cenário moderadamente mais flexível no que se refere à aprovação de novas linhas de crédito para empresas. Em relação ao crédito voltado ao consumo, a expectativa para o quarto trimestre indica leve recuperação no porcentual de aprovação de crédito. Para o crédito habitacional, apesar da demanda em níveis superiores aos observados de julho a setembro de 2012, a expectativa de aprovação de novas linhas tende a ser similar à verificada no trimestre anterior.

A ata traz ainda a expectativa do Copom de não haver reajuste no preço da gasolina, para o acumulado em 2012, apesar das pressões da Petrobras. A presidente da estatal, Graça Foster, afirmou recentemente que o aumento dos preços "certamente virá", mas não falou em data.

Para 2013, a projeção de reajuste para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados reduziu-se para 2,4% ante 4,5% considerados na reunião do Copom de agosto. "Cabe destacar que, em grande parte, o recuo na projeção para 2013 se deve à redução estimada nas tarifas de energia elétrica", afirma a ata. Esta expectativa de reajustes menores dos preços administrados já constava no último Relatório Trimestral de Inflação.

A projeção do Banco Central para a inflação, pelo cenário de referência e de mercado, manteve-se estável para 2012, mas acima do centro da meta de 4,5% estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A avaliação está na ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, e sua comparação é com o documento publicado após a reunião de agosto. O sistema de metas de inflação usa como referência o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O cenário de referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,05 e da taxa Selic em 7,50% ao ano em todo o horizonte avaliado. O cenário de mercado considera as trajetórias de câmbio e de juros coletadas com analistas de mercado antes da reunião do Copom.

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Para 2013, a projeção de inflação reduziu-se em ambos os cenários, mas ainda se posiciona, nos dois casos, acima do valor central da meta. Para o terceiro trimestre de 2014, segundo o documento, a projeção encontra-se acima do valor central da meta em ambos os cenários.

Recuperação econômica

Na ata desta quinta-feira foi retirada a "gradual" para definir a recuperação da economia doméstica. A expressão constava no documento da reunião anterior. Naquela ata, os diretores salientaram que "o Copom avalia que a recuperação da atividade econômica doméstica tem se materializado de forma gradual".

Agora, o grupo destacou apenas que o cenário central contempla um ritmo de atividade doméstica mais intenso neste semestre e no próximo ano. O colegiado identificou também agora um recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais.

Ao mesmo tempo ponderou que o ambiente externo permanece complexo, devido à ausência de solução definitiva para a crise financeira europeia e aos riscos associados ao processo de desalavancagem - de bancos, de famílias e de governos - que estão em curso nos principais blocos econômicos.

O Copom nota ainda que o cenário para importantes economias emergentes se apresenta "mais desafiador do que se antecipava". O cenário prospectivo para a inflação, segundo os diretores, embora tenha sido negativamente impactado por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, para o curto prazo manteve sinais favoráveis em prazos mais longos. "Dessa forma, o Copom ressalta que, no cenário central com que trabalha, a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória de metas."

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ponderou, de acordo com a ata da reunião da semana passada - quando cortou a Selic para 7,25% ao ano, que as iniciativas recentes apontam o balanço do setor público se deslocando de uma posição de "neutralidade para expansionista".

"Por outro lado, o Comitê nota que se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada o frágil cenário internacional", trouxe o documento divulgado nesta quinta-feira pelo BC. De acordo com a ata, esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas. Isso, conforme o documento, tem como objetivo assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas.

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O Copom avaliou também que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias. Na opinião do colegiado, isso deve ocorrer, em grande parte, devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

"Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos." Para o Comitê, esses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança dos empresários criam boas perspectivas para o investimento neste e nos próximos semestres.

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, salientou que o colegiado entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta.

O documento faz a mesma observação vista no comunicado que se seguiu à decisão de corte da Selic de 0,25 ponto porcentual, para 7,25% ao ano: de que o movimento de convergência pode ocorrer ainda que de forma não linear.

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Para chegar a essa avaliação o grupo considerou o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional.

Ajuste

Os cinco membros do Comitê de Política Monetária (Copom) que votaram pela redução da Selic para 7,25% ao ano avaliam que o cenário prospectivo para a inflação ainda comportava um último ajuste nas condições monetárias, segundo a ata divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central. Para esses cinco membros, restavam incertezas quanto à velocidade de recuperação da atividade.

Em grande parte, conforme o documento, essas dúvidas existiam em decorrência das perspectivas de que o período de fragilidade da economia global seja mais prolongado do que se antecipava, com repercussões desinflacionárias sobre a economia doméstica. Os cinco que fazem parte desse grupo são o presidente Alexandre Antonio Tombini e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim.

Além disso, o grupo destacou que as recentes pressões de preços decorrem, principalmente, de choques de oferta, internos e externos, que tendem a reverter no médio prazo.

Os diretores do Banco Central ressaltaram em ata do Copom divulgada nesta quinta-feira que a inflação de serviços ainda segue em níveis elevados e há pressões localizadas no segmento de alimentos e bebidas. Eles registraram que a inflação medida pela variação mensal do IPCA avançou para 0,43% em julho (de 0,08% em junho). Dessa forma, a inflação acumulada em doze meses alcançou 5,20%, ante 6,87% em julho de 2011.

Os preços livres variaram 5,77% em doze meses até julho (7,38% em julho de 2011), e os preços administrados, 3,67% (5,67% em julho de 2011). Entre os preços livres, os dos bens comercializáveis aumentaram 3,08% em doze meses até julho (6,44% em julho de 2011).

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Já os preços dos bens não comercializáveis, inflação de serviços, registraram alta de 8,24% no período (8,18% em julho de 2011). "O grupo de alimentos e bebidas, sensibilizado por fatores climáticos, externos e domésticos, apresentou alta de 0,91% nos preços em julho (-0,34% em julho de 2011) e atingiu variação de 8,68% em doze meses." Os preços dos serviços aumentaram 0,79% em julho (0,52% em junho) e 7,90% em doze meses (8,82% em julho de 2011).

Estoques de empresas

Os diretores do Banco Central salientaram também que aumentou a proporção de empresas que reportaram estoques em níveis normais desde a reunião anterior do comitê, em julho. Citando dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o colegiado ressaltou que a utilização da capacidade se intensificou no setor de bens de consumo e também mostrou recuperação no setor de bens de capital.

"Ainda de acordo com a FGV, o Índice de Confiança da Indústria continuou em trajetória de recuperação gradual, atingindo o maior valor desde julho de 2011 na série dessazonalizada, em razão de melhoras nas percepções tanto da situação atual quanto das expectativas", pontuaram.

O BC também enfatizou que o volume de vendas do comércio cresceu 12,3% em junho, em relação a junho de 2011, amparado, em parte, por estímulos fiscais. "Desde outubro de 2011, a FGV, em parceria com o Banco Central, vem divulgando o Índice de Confiança do Comércio (Icom). Esse indicador fornece informação adicional importante, à medida que retrata o estado atual e sinaliza a evolução da atividade comercial de forma mais tempestiva." Em julho, o índice recuou, após ter permanecido estável em junho.

Pela avaliação do BC contida na ata do Copom de agosto, nos próximos meses, a trajetória do comércio continuará a ser influenciada pelas transferências governamentais, pelo ritmo de crescimento da massa salarial real, pela redução nos custos de empréstimos e pela expansão moderada do crédito. No documento de julho, o colegiado também havia citado quatro itens, mas um deles era o "elevado nível de confiança dos consumidores", que deu lugar agora à "redução nos custos de empréstimos".

O Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou, por meio da ata da reunião realizada na semana passada, na qual o Banco Central (BC) reduziu a Selic para 7,50% ao ano, que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias. Isso se dará, diz o documento, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

"Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos", trouxe o documento. O colegiado ressaltou que, além desses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança criam boas perspectivas para o investimento neste e nos próximos semestres.

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Na ata, os diretores do BC ponderaram que iniciativas recentes apontam um "cenário de neutralidade" do balanço do setor público. Ao mesmo tempo, o comitê avaliou que o "frágil cenário internacional" se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada. "Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas."

O Copom salientou também que o recuo das taxas de juros em geral e, em particular, da taxa neutra foi determinado por "mudanças estruturais significativas" na economia brasileira. "Apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais", enumerou.

Além disso, o processo de redução dos juros foi favorecido, conforme o colegiado, por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito e pela geração de superávits primários "consistentes" com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB).

Para o comitê, todas essas transformações caracterizam-se por elevado grau de perenidade e contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez, ainda que reversões pontuais e temporárias possam ocorrer em virtude dos próprios ciclos econômicos.

O documento também explica que o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação têm contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra. O aumento da oferta de poupança e a redução do custo são em grande parte, na avaliação do comitê, desenvolvimentos de caráter permanente.

Cenário externo

O cenário internacional possui um viés inflacionário no curto prazo, mas se mostra desinflacionário no médio prazo, segundo avaliação dos diretores do BC, expressa na ata. "Desde a última reunião, surgiram evidências de pressões localizadas de preços, decorrentes de um choque desfavorável de oferta no segmento de commodities agrícolas", pontuaram. A análise do BC é a de que esse choque tende a ser menos intenso e menos duradouro do que o ocorrido em 2010/2011, bem como tende a se reverter no médio prazo.

O colegiado também considerou que, desde a reunião anterior, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados. Em particular, os diretores do BC citaram os riscos decorrentes do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos. "O Comitê entende que, de modo geral, mantiveram-se inalteradas as perspectivas de atividade global moderada, e pouco se alteraram as restrições às quais estavam expostas diversas economias maduras."

O diretores ressaltaram também que, nessas economias, o espaço para utilização de política monetária parece limitado e prevalece um cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. "Além disso, em importantes economias emergentes, apesar da resiliência da demanda doméstica, o ritmo de atividade permaneceu moderado", consideraram.

 

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC), repetiu a expressão "máxima parcimônia" em relação à possível continuidade da queda dos juros básico já usada no comunicado que se seguiu à decisão, da semana passada, de reduzir a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 7,50% ao ano.

"Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia", trouxe o documento.

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A previsão oficial do Banco Central para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 caiu em relação a maio e segue em torno de 4,5% no cenário de referência. "A projeção para a inflação de 2012 reduziu-se em relação ao valor considerado na reunião do Copom de maio e se encontra em torno do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)", cita a ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom).

No cenário de referência, o BC projeta a inflação com a hipótese de manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,00 e da taxa Selic em 8,5% ao ano em todo o horizonte da previsão. Nesse mesmo cenário, para 2013, a estimativa para a inflação oficial caiu na comparação com maio, mas segue "acima do valor central de meta".

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Já no cenário de mercado, que leva em conta a trajetória de câmbio e de juros prevista pelos analistas de mercado na pesquisa semanal Focus realizada pelo BC, a previsão para o IPCA em 2012 manteve-se estável "em torno do valor central da meta para a inflação". Para 2013, a projeção para a inflação no cenário de mercado caiu, mas está "acima do valor central da meta".

Cenário externo

O cenário externo teve piora desde maio, o que contribui para maior aversão ao risco entre investidores e piores estimativas para o desempenho da economia, avaliam os diretores do Copom na ata. "A economia mundial enfrenta período de incerteza acima da usual, com elevada aversão ao risco e perspectivas de baixo crescimento, as quais se intensificaram desde a última reunião", cita o documento no trecho 12. No parágrafo equivalente da ata de maio - o 11 - não havia menção à intensificação desse comportamento.

Entre os argumentos do BC, os diretores afirmam que dados "sugerem certo arrefecimento da atividade nos Estados Unidos, em ambiente de riscos associados ao quadro fiscal e ao recrudescimento da crise europeia". "Persistem riscos elevados para a estabilidade financeira global, devido ao nível ainda elevado de incerteza política e às dificuldades de implementação de medidas recentemente anunciadas", completam os diretores do BC.

Além de destacar o desempenho fraco da economia, o Copom nota que há pouca margem para reação. "Altas taxas de desemprego por longo período, aliadas a necessidades de ajustes fiscais, ao limitado espaço para ações de política anticíclicas e à incerteza política, traduzem-se em projeções de baixo crescimento em economias maduras", cita.

Entre os argumentos, os diretores do BC notam que indicador antecedente divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), referente a junho, "aponta atividade abaixo da tendência na zona do euro e nas principais economias emergentes, além de moderação na atividade no Japão e Estados Unidos". Em igual trajetória, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) "sugere moderação na atividade global, principalmente na atividade manufatureira" em junho.

Sobre a política monetária, o BC brasileiro nota que economias avançadas "persistem com posturas fortemente acomodatícias, sendo que o Banco Central Europeu reduziu a taxa básica de juros ao menor nível histórico, e o Banco da Inglaterra retomou medidas de estímulo quantitativo".

Nos emergentes, a estratégia é semelhante. "Nas economias emergentes, de modo geral, o viés da política monetária se apresenta expansionista, o que se conjuga, em alguns casos, com políticas anticíclicas adicionais", cita o documento. Entre os aspectos destacados, o BC nota que a China "promoveu, em junho e julho, dois cortes consecutivos nas taxas de juros de referência para depósitos e empréstimos".

Demanda doméstica

O Copom repetiu a avaliação de que a demanda doméstica tende a permanecer "robusta", "especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito", cita o trecho 32 da ata.

Para os diretores do BC, o quadro de demanda interna robusta "tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos".

Outro aspecto destacado sobre a demanda interna está no setor público. Até maio, os diretores do BC afirmavam que existiam iniciativas que reforçavam "cenário de contenção das despesas do setor público". Agora, o tom mudou e mostra reflexo do aumento das despesas do governo. Mesmo assim, a influência não chega a ser "inflacionária", é "neutra". "O Comitê pondera que iniciativas recentes apontam cenário de neutralidade do balanço do setor público".

"O Comitê nota que se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada o ainda frágil cenário internacional. Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", completa o trecho 32 do documento.

O Copom manteve a leitura de que os riscos para a inflação parecem ser "limitados", conforme diz o parágrafo 30 da ata. Nesse mesmo trecho, os diretores observam que "o Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionaria". A percepção é idêntica à divulgada em maio.

O Banco Central manteve a avaliação de que a recuperação do ritmo de crescimento da economia brasileira tem ocorrido de maneira "bastante gradual". "O Copom avalia que a recuperação da atividade econômica doméstica tem se materializado de forma bastante gradual", cita o parágrafo 29 da ata.

Apesar de reconhecer que a economia avança lentamente, os diretores do BC destacam que a velocidade deve ser maior no 2º semestre de 2012. "Por outro lado, menciona que o cenário central contempla ritmo de atividade mais intenso neste semestre".

Nesse trecho do documento, os diretores do BC afirmam que o grupo "identifica recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais".

Apesar disso, o BC "pondera que desenvolvimentos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia, e que continuam elevados os riscos associados ao processo de desalavancagem - de bancos, de famílias e de governos - ora em curso nos principais blocos econômicos".

Ainda indefinido, o cenário compõe "um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza muito acima do usual". "Para o Comitê, o cenário prospectivo para a inflação, desde sua última reunião, manteve sinais favoráveis". O parágrafo termina com a observação de que "no cenário central com que trabalha, a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012".

Commodities

O BC manteve a avaliação de que o atual quadro internacional sugere trajetória de queda para os preços das commodities. "É plausível afirmar que a redução nas metas de crescimento da China, aliada à fragilidade da economia mundial, tende a gerar pressões baixistas sobre os preços de commodities", cita a ata no trecho 13.

"O preço do barril de petróleo do tipo Brent tem oscilado em torno de US$ 100 desde a última reunião. Cabe ressaltar que a complexidade geopolítica que envolve o setor do petróleo tende a acentuar o comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da baixa previsibilidade de alguns componentes da demanda global e do fato de o crescimento da oferta depender de projetos de investimentos de longa maturação e de elevado risco", cita o documento do BC.

A ata lembra ainda que a alta volatilidade recente dos preços das commodities "foi influenciada pela ampla liquidez global, em contexto no qual os mercados financeiros se ajustam às novas expectativas de crescimento e à volatilidade nos mercados de câmbio".

Salários

O Banco Central alterou o termo usado para falar sobre os riscos em relação ao aumento de salário em ritmo superior à alta da produtividade. No parágrafo 28 da ata, os diretores do BC afirmam que "um risco significativo reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a dinâmica da inflação".

Em maio, os diretores do BC diziam que tal descompasso gerava "um risco importante". Nesse trecho, a ata da reunião do Copom cita que são "decrescentes os riscos derivados da persistência do descompasso, em segmentos específicos, entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda". O documento chama atenção, porém, que há "estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho, apesar dos sinais de moderação nesse mercado".

Ainda sobre os fatores da economia, o BC nota que, por outro lado, "o nível de utilização da capacidade instalada tem se estabilizado e se encontra abaixo da tendência de longo prazo, ou seja, está contribuindo para a abertura do hiato do produto e para conter pressões de preços".

Crédito

O Banco Central manteve a avaliação de que o mercado de crédito segue com crescimento "moderado". Nesta ata, os diretores afirmam no parágrafo 27 que "o cenário central também contempla expansão moderada do crédito". Ainda sobre o mercado de empréstimos, os diretores repetem a avaliação de que são "oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito".

O Banco Central (BC) manteve a previsão de que a gasolina e o gás de botijão não sofrerão reajuste este ano, ao contrário do que vem sendo defendido pelo mercado e pela presidente da Petrobras, Graça Foster. A previsão do BC consta na ata da reunião do Comitê de Política Monetária, que usa a manutenção dos preços dos combustíveis, itens com forte peso na inflação, como uma das justificativas para a redução em maio da taxa básica de juros no País.

Desde que assumiu o cargo, em fevereiro, Graça vem defendendo, embora sem data ou porcentuais, uma eventual correção da defasagem entre o preço do petróleo no mercado internacional e o vendido pelas refinarias da companhia a distribuidoras. Analistas chegam a calcular uma defasagem de cerca de 30% como desvantagem para a empresa.

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No mês passado, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu que houvesse um reajuste quando o preço do barril de petróleo no mercado internacional batesse US$ 130. Hoje, o barril do Brent está em US$ 101. Na divulgação do resultado financeiro do segundo trimestre, o diretor Financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, afirmou desconhecer o patamar estipulado pelo ministro. O governo é controlador da Petrobrás, que tem como presidente de seu conselho de administração o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O último reajuste de preços (10% para a gasolina e 2% para o diesel) ocorreu em novembro, mas foi compensado pela redução da Cide pelo governo, de forma a não haver impacto de preços nas bombas. A redução da Cide, no entanto, se encerra no fim deste mês. Sem renovação, a Petrobrás pode amargar prejuízos ainda maiores a partir de julho, caso a previsão do BC se confirme.

Sem reajuste nas refinarias, uma das saídas para compensar parte das perdas da Petrobrás poderia vir da elevação da mistura de etanol anidro à gasolina. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) diz que já há condições no mercado para retomar a proporção de 25% de etanol na mistura, contra os 20% atuais. A entidade diz já existir produção suficiente para sustentar a alta. Também conta a favor desta solução o fato de a produção de etanol anidro estar mais vantajosa em termos de preço do que a produção de açúcar, cujas cotações caíram no mercado internacional.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) tem como principal destaque o que não está narrado no documento. O Banco Central (BC) suprimiu a frase que estimava que a deterioração do cenário internacional causaria um impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do observado na crise internacional de 2008/2009. Com a retirada dessa referência, o BC estaria sugerindo que a influência pode ser maior, segundo duas fontes, e as taxas futuras de juros assumem a rota de queda, empurradas ainda pela decisão da China de reduzir suas taxas de juro, por comentários do presidente do Fed, Ben Bernanke, e pelo corte de ratings da Espanha pela Fitch.

"Eu acho que a mensagem (da ata) é que, no mínimo, a Selic vai para 8%", comentou a economista-chefe do Bank of New York Mellon ARX Investimentos, Solange Srour, para quem a taxa básica pode ser reduzida até chegar ao patamar de 7%. "O cenário externo tem uma descrição pior", considerou a economista, que destacou a ausência do impacto de um quarto da crise externa dentro do documento. A ata, observa Solange, tem uma descrição de uma recuperação bastante gradual da economia doméstica e projeções de inflação mais baixas, a despeito do cambio mais depreciado.

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"O Copom tirou o impacto de 1/4 da crise, dando a entender que o impacto vai ser maior", comentou o chefe de Tesouraria de um banco com sede no Rio de Janeiro, projetando para hoje queda nas taxas futuras de juros. "Parcimônia ratifica continuidade da queda dos juros em 0,5 ponto porcentual nas próximas reuniões de política monetária", comentou o economista da Prosper, Eduardo Velho, repetindo sua expectativa de que a Selic seguirá em baixa até que atinja o patamar de 7,5%.

No documento divulgado nesta sexta-feira, o Copom destaca que a projeção para a inflação em 2013 se manteve estável no cenário de referência, que contempla um câmbio de R$ 2,05, e recuou no de mercado. Mas o texto observa que nos dois casos (cenário de referência e de mercado) estão acima do valor central da meta. Na ata do encontro anterior do Copom de abril, porém, o cenário de referência citado era de aumento da projeção de inflação e de estabilidade no de mercado.

O Copom identificou ainda que um canal importante de transmissão dos efeitos da crise é a repercussão da crise sobre a confiança dos empresários. Essa citação contrasta com a da ata anterior, quando o Copom listava os níveis elevados de confiança do empresariado. Outro destaque da ata é que o cenário do Copom não contempla aumento dos combustíveis, o que reprisa considerações citados em documentos anteriores do colegiado.

O Banco Central chinês anunciou ontem um corte de 0,25 ponto porcentual da taxa de empréstimo e depósitos, que chegaram a 6,31% e 3,25%, respectivamente. "Por mais que fosse esperado este movimento, a redução anunciada surpreendeu e dá alguns sinais. Primeiramente, podemos esperar que os dados de maio venham fracos, especialmente o crédito", ponderam economistas do Bradesco.

"Além disso, ao permitir maior flexibilidade (já que agora os bancos podem oferecer até 110% da taxa para depósito e de até 80% para empréstimos, sendo que antes essas taxas eram de 100% e 90%, respectivamente), o mercado deverá ser mais competitivo na oferta de crédito e a demanda deverá ser estimulada", completou o grupo econômico do Bradesco, que julga precipitado apostar em um crescimento do PIB neste ano abaixo de 8% para a China.

Mas os mercados não abandonaram o pessimismo, o que se traduz em queda de cerca de 3% no petróleo, recuo nas bolsas europeias e nos futuros de Nova York. Ontem, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmar ontem que o BC norte-americano tem armas para proteger os bancos e a economia dos Estados Unidos, mas que este ainda não é o momento de descarregar munição adicional. E a Fitch Ratings rebaixo o rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local da Espanha para BBB, de A.

O Banco Central (BC) avalia que qualquer movimento de flexibilização monetária adicional ao que foi feito até agora ainda deve ser conduzido com parcimônia. A análise consta da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da última reunião, que levou a Selic a 8,50% ao ano, a menor taxa da história, e que deu início ao gatilho das novas regras da poupança. O documento foi divulgado nesta sexta-feira pela autoridade monetária.

Assim como na ata anterior, o BC salientou que, mesmo considerando que a recuperação da atividade venha ocorrendo de forma mais lenta do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de políticas implementadas até o momento, qualquer nova ação requer parcimônia.

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A ata do Copom salientou que o colegiado ponderou, em sua decisão de levar a Selic a 8,50% ao ano, que a oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação têm contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra. A oferta de poupança e a redução em seu custo, na avaliação do Copom, são, em grande parte, "desenvolvimentos de caráter permanente". "O Copom entende que ocorreram mudanças estruturais significativas na economia brasileira, as quais determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na taxa neutra", trouxe a ata.

De acordo com o colegiado, apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais. "Além disso, o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB."

Para o Comitê, todas essas transformações caracterizam-se por um elevado grau de perenidade, embora, em virtude dos próprios ciclos econômicos, reversões pontuais e temporárias possam ocorrer. Elas também contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez.

Demanda doméstica

O Copom avalia que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

Assim como na ata da reunião anterior, o Comitê acredita que esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de políticas recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos. O colegiado ponderou também que iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público.

Os diretores comentaram que o ainda frágil cenário internacional se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada. "Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", trouxe o documento.

O Banco Central (BC) manteve a expectativa de que a gasolina e o gás de cozinha devem terminar o ano com preços estáveis. De acordo com a ata da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado nesta quinta-feira pelo BC, a estimativa de elevação do preço do combustível seguiu em 0% em 2012 no caso dos dois derivados de petróleo, exatamente como estimado na ata divulgada em março.

Já a expectativa de reajuste do preço da eletricidade neste ano caiu de 2,3% previstos em março para 1,3% em abril. Quanto às tarifas de telefonia fixa em 2012, o BC manteve a aposta de que o preço deve ter alta de 1,5%, exatamente como em março.

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Para o conjunto de tarifas públicas, os chamados preços administrados, o BC manteve a expectativa de que aumento acumulado em 2012 de 4%, mesmo cenário previsto em março.

Taxa neutra

O Copom repete na ata que ocorreram mudanças estruturais significativas na economia brasileira. Essas mudanças determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na taxa neutra.

"Apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais", diz a ata divulgada nesta manhã.

Além disso, diz o documento, o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito e pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB.

Para o Copom, todas essas transformações caracterizam-se por um elevado grau de perenidade - embora, em virtude dos próprios ciclos econômicos, reversões pontuais e temporárias possam ocorrer - e contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez.

A ata também repete avaliação do Copom de que tem contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra, o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação. Na avaliação do Comitê, essa mudanças são de caráter permanente.

Crédito

A ata revela que o BC trabalha com a hipótese de que o mercado de crédito deve apresentar expansão "moderada". Os membros do Copom afirmam que "o cenário central também contempla expansão moderada do crédito". Ainda sobre esse tema, o BC classificou como "oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito".

Em março, o estoque das operações de crédito aumentou 1,7% na comparação com fevereiro e atingiu R$ 2,069 trilhões. Em 12 meses, houve expansão acumulada de 18%. Ontem, o BC repetiu a perspectiva de que a carteira deve ter crescimento de 15% no acumulado de 2012. Ou seja, o crédito deve moderar nos próximos meses.

A ata do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), realizado na semana passada e divulgada nesta quinta-feira, sacramentou a extensão da queda dos juros básicos da economia e retirou o compromisso em manter o tabelamento da Selic ligeiramente acima do mínimo histórico. A taxa está hoje em 9% ao ano. Mas os cortes virão com parcimônia, potencialmente com recuos de 0,25 ponto porcentual, embora existam divergências quanto à dosagem. Essa é a interpretação de três fontes - um economista, um operador e um executivo do mercado financeiro que já acompanhou de perto as decisões do colegiado em gestões anteriores.

O Banco Central avisou na ata que uma queda adicional da taxa básica de juros (Selic) deve ser conduzida com "parcimônia". No encontro da semana passada, o Comitê reduziu a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 9,75% para 9%. "Mesmo considerando que a recuperação da atividade vem ocorrendo mais lentamente do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com parcimônia", diz o documento.

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"Parcimônia quer dizer 0,25 ponto porcentual (pp). Moderado é 0,50 pp", comentou a fonte que já esteve próxima das decisões do Copom em uma gestão anterior à do atual presidente do BC, Alexandre Tombini. Essa fonte vê uma sequência de 0,25 pp de cortes da Selic.

"O Bacen sacramentou a extensão da queda dos juros. Mas mantemos nosso cenário de corte de 0,50 ponto porcentual para o encontro de maio", disse o economista-chefe da Prosper, Eduardo Velho, por meio do sistema de mensagem eletrônica AE Chat, da plataforma de notícias AE BroadCast.

"Análise crua indica movimentos de 0,25 ponto porcentual. Entre zero e dois cortes, dependendo dos dados", comentou um operador de uma grande seguradora estrangeira que atua no segmento de DIs na BM&FBovespa.

Riscos

Na ata, o Banco Central alertou que continuam elevados os riscos associados ao processo de "desalavancagem" dos bancos, das famílias e dos governos nos principais blocos econômicos. De acordo com o documento, o Copom avalia que a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre do ano passado foi maior do que se antecipava e que eventos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia. "Esses e outros elementos, portanto, compõem um ambiente econômico em que prevalece o nível de incerteza muito acima do usual", diz a ata.

Na avaliação dos integrantes do Copom, o cenário prospectivo para a inflação, desde sua última reunião, manteve sinais favoráveis. O Comitê ressalta também que, no cenário central com que trabalha, a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012, de 4,5%.

Na ata da reunião do mês de março, divulgada hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) amenizou a avaliação de que o cenário externo afeta o sentimento dos consumidores e empresários no Brasil. De acordo com o texto, "a transmissão dos desenvolvimentos externos para a economia brasileira" acontece por vários canais, entre eles, a "redução da corrente de comércio, moderação do fluxo de investimentos e condições de crédito mais restritivas".

No documento anterior, os diretores do BC afirmavam que o cenário internacional também gerava a "piora no sentimento de consumidores e de empresários".

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Nesse trecho do documento, os diretores do BC dizem que a autoridade monetária "entende que os efeitos da complexidade que cerca o ambiente internacional se somam aos da moderação da atividade doméstica". Esse quadro gera, segundo a ata, "recuo das projeções para o crescimento da economia brasileira neste e no próximo ano".

Pela primeira vez, o Banco Central (BC) incluiu na ata a avaliação que estão ocorrendo agora mudanças no padrão de crescimento em casos específicos de países emergentes. Para o BC, esse é um desenvolvimento que "tende a ser permanente".

A ata não explicita quais seriam esses casos específicos, mas autoridades do governo brasileiro, entre elas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, têm ressaltado nos últimos dias a preocupação com relação à desaceleração do ritmo de crescimento da China e o impacto desse cenário para a economia global.

O BC entender que os riscos para a estabilidade financeira global se mantiveram elevados desde janeiro. Como exemplo aponta os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos. Na avaliação do Copom, permanecem elevadas as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado.

Segundo o BC, nas economias maduras parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal "neste e nos próximos anos". Além disso, em importantes economias emergentes, apesar da resiliência da demanda doméstica, o ritmo de atividade tem moderado, em parte, consequência de ações de política e do enfraquecimento da demanda externa, via canal do comércio exterior.

O Banco Central continua projetando que a inflação acumulada em 12 meses seguirá em declínio, depois de começar a recuar no último trimestre. Para o BC, a inflação medida pelo IPCA está se deslocando na direção da trajetória de metas. "Por si só a inversão na tendência da inflação contribuirá para melhorar as expectativas dos agentes econômicos, em especial dos formadores de preços, sobre a dinâmica da inflação nos próximos trimestres", diz a ata da última reunião do Copom divulgada hoje.

Para o BC, essa melhora no sentimento será potencializada pelo processo, ora em curso, de reavaliação do ritmo da atividade, doméstica e externa, neste e nos próximos semestres.

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Embora considere que a expansão da demanda doméstica seja moderada, o BC avalia que são favoráveis as perspectivas para a atividade econômica, frente a sinais de que a expansão da oferta de crédito, embora mostre algum arrefecimento, tende a persistir tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.

O BC também afirma que a confiança de consumidores está em níveis elevados. "O Comitê entende, adicionalmente, que a atividade doméstica continuará a ser favorecida pelas transferências públicas, bem como pelo vigor do mercado de trabalho, que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários, apesar de certa acomodação na margem".

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