Tópicos | Avião Solar Impulse

O avião Solar Impulse 2 pousou às 04h05 locais de terça-feira em Abu Dabi (21h05 de segunda-feira, hora de Brasília), concluindo a última etapa de sua inédita viagem de volta ao mundo, de mais de 42.000 km, usando o sol como única fonte de energia.

A aeronave tinha decolado no domingo do Cairo, no Egito, e no último trecho de seu voo histórico foi pilotada, durante 49 horas, pelo suíço Bertrand Piccard, reportou um jornalista da AFP no local.

"Lancei o projeto @solarimpulse em 2003 para transmitir a mensagem de que as tecnologias limpas podem conseguir o impossível", disse Piccard em uma publicação no Twitter.

O outro piloto, o também suíço André Borschberg, destacou no Twitter que o Solar Impulse 2 "é ao mesmo tempo o primeiro avião com resistência ilimitada e a única aeronave experimental autorizada a sobrevoar as cidades".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou sua "profunda admiração" por esta iniciativa. "É um dia histórico não só para vocês, mas também para a humanidade", acrescentou Ban em uma conversa com Piccard transmitida ao vivo.

No domingo, entre aplausos e gritos de apoio da equipe de terra, o avião decolou do aeroporto do Cairo com destino a Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, de onde partiu no dia 9 de março de 2015 para iniciar a volta ao mundo.

"É um projeto para a energia e para um mundo melhor", afirmou Piccard, de 58 anos, antes da decolagem, acrescentando que a viagem seria "difícil". "É uma região muito, muito quente (...). O voo será esgotante", advertiu.

Com um peso de uma tonelada e meia, tão largo quanto um Boeing 747, o Solar Impulse 2 voa graças a baterias que armazenam a energia solar captada por 17.000 células fotovoltaicas em suas asas. Em geral, o avião voa a um velocidade de cerca de 50 km/h, que pode ser duplicada quando está plenamente exposto ao sol.

O Solar Impulse 2 devia ter saído do Egito na semana passada, mas a decolagem foi adiada pelos fortes ventos e por uma doença do piloto. O avião solar chegou ao Cairo em 13 de julho, depois de decolar de Sevilha (sul da Espanha), trajeto de 3.745 km, concluído em 48 horas e 50 minutos.

Piccard realizou o primeiro voo transatlântico em um aeroplano capaz de voar sem combustível. Voou durante 71 horas e 8 minutos ininterruptos para percorrer os 6.765 km que separam Nova York, nos Estados Unidos, da cidade espanhola.

Temperaturas altas

Durante toda a aventura, André Borschberg e Bertrand Piccard se revezaram para pilotar o avião. "Estávamos um pouco ansiosos com a questão das condições meteorológicas, principalmente as temperaturas nesta região do mundo, próximas aos limites que estabelecemos para o avião", explicou Borschberg desde o centro de controle do Solar Impulse 2, em Mônaco.

"Mas estamos bastante confiantes, as coisas devem sair bem", acrescentou. Piccard atravessou duas vezes o Atlântico em um balão, e seu pai o fez em um submarino.

O piloto pertence a uma família de cientistas e inventores. Seu avô Auguste Piccard inspirou o desenhista belga Hergé a criar o personagem do professor Girassol na série de histórias em quadrinhos Aventuras de Tintim.

Depois de decolar de Abu Dhabi, o Solar Impulse 2 fez escalas em Mascate (Omã), Ahmedabad e Varanasi (Índia), Mandalay (Mianmar), Chongqing e Nanjing (China), e depois Nagoya (Japão).

Após cruzar o Pacífico e fazer uma escala técnica imprevista de vários meses no Havaí, a aeronave continuou o seu voo pelos Estados Unidos, passando por San Francisco, Phoenix, Tulsa, Dayton, Lehigh Valley e Nova York.

A travessia do Pacífico, em duas etapas, era a parte mais perigosa da volta ao mundo, devido à grande distância entre os pontos de aterrizagem em caso de problemas.

Na primeira parte desta grande travessia oceânica, entre Nagoya e Havaí, Borschberg percorreu 8.924 km durante cinco dias e cinco noites.

O avião Solar Impulse 2 aterrissou na China na madrugada desta terça-feira (horário local), completando a quinta etapa da primeira volta ao mundo de um avião alimentado apenas por energia solar.

Com o piloto Bertrand Piccard no comando, o avião de apenas um lugar pousou no aeroporto de Chongqing à 01h35 local de terça (14h35 de segunda-feira, horário de Brasília), após um voo de 22 horas e meia a partir de Mianmar.

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Originalmente, o Solar Impulse deveria fazer apenas uma breve escala nesta cidade e continuar o voo para Nanquim -- cerca de 270 km de Xangai -- mas a parada foi prolongada devido ao mau tempo. Por isso, o piloto deve aguardar até que o tempo melhore para retomar a viagem.

Piccard, um dos dois pilotos suíços do Solar Impulse 2, teve que enfrentar um frio extremo, com temperaturas abaixo de 20 graus no cockpit, assim como os altos picos das províncias de Yunnan e Sichuan na China.

Ele também sobrevoou uma área isolada da região na fronteira entre Mianmar e China, onde são registados violentos combates entre os rebeldes chineses da maioria étnica Kokang e o exército birmanês.

O SI2, que saiu de Abu Dhabi em 9 de março, tem a intenção de viajar 35.000 quilômetros ao total movido apenas por energia solar. Esta volta ao mundo deve levar cinco meses, dos quais 25 dias são de voo efetivo, antes de retornar ao local de saída no final de junho ou início de julho.

Prevista para ser completada em 12 etapas, a volta ao redor do mundo é o resultado de 12 anos de pesquisa realizada por André Borschberg e Bertrand Piccard que, além da parte científica, tentam transmitir uma mensagem política.

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