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A 19ª edição do Festival Internacional de Dança do Recife (FIDR) começou nesta quinta-feira (16) no Teatro de Santa Isabel. A abertura do evento teve o brilho e o talento do Bacnaré, grupo de dança afro que há décadas realiza um trabalho de resgate e militância artística. O Festival vai até 26 de setembro, com 30 apresentações, sendo 24 de grupos nacionais.
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“Procuramos fazer um evento diversificado e que proporciona descobertas ao público pernambucano”, afirmou Romildo Moreira, coordenador do festival e gerente de Artes Cênicas da Prefeitura do Recife. Segundo Romildo, 26 curadores do Palco Giratório (Festival de Artes Cênicas do SESC) participarão do evento para conhecer os espetáculos incluídos nele, o que reafirma o caráter de vitrine do festival.
Mesmo com o clima de festa da abertura, em frente do teatro grupos de quadrilhas juninas protestavam contra o atraso do pagamento de cachês do Circulo Junino, de responsabilidade da Prefeitura do Recife. Mesmo assim, o festival transcorreu normalmente, com Leda Alves, Secretária de Cultura, abrindo o evento e homenageando o Bacnaré, grupo que se apresentou em seguida.
O Balé de Cultura Negra do Recife - Bacnaré chegou mostrando a força e a garra de quem respira a cultura, roubando a atenção de todos os presentes no Santa Isabel, que aplaudia a cada coreografia ou etapa nova do espetáculo. O grupo mostrou o trabalho Nações Africanas, o primeiro inédito desde a morte do fundador, Ubiracy Ferreira, no ano passado. A apresentação é resultado de dez viagens internacionais feitas ao longo de toda a história do grupo, conhecendo tribos africanas de países como Senegal, Ruanda, Camarões e África do Sul.
No espetáculo, a cultura negra se desenvolve aos olhos do público, com detalhes da vida das tribos, suas danças, costumes e religião. Musicalmente composto por instrumentos de percussão e cantado em dialeto africano, com toda a sua força característica. Tudo isso com um grupo preparado e que já possui mais de 150 prêmios em todo o mundo.
Bacnaré: tesouro cultural afro-brasileiro clama por ajuda
Ao final do espetáculo, Antônia Batista, viúva de Ubiracy e atual diretora do grupo, emocionou o público ao contar a trajetória do Bacnaré e também ao reafirmar sua luta pelo bem estar social através da arte. “O que os jovens precisam hoje é cultura. Se entenderem que através dela podemos tirar crianças e adultos da rua, tudo fica melhor”, disse Antôniqa no palco do Teatro de Santa Isabel.
Estar no palco na abertura do FIDR foi uma surpresa para o grupo. Segundo Antônia, o Bacnaré vem passando mais dificuldades desde a morte do fundador e quase ficou de fora de diversos eventos. “Acharam que o Bacnaré tinha acabado, mas estamos aqui para dar continuidade ao trabalho que Ubiracy realizou por décadas. Ele não será abandonado”, contou ao LeiaJá.
Amanhã o Bacnaré se apresenta mais uma vez no Teatro de Santa Isabel, com o mesmo espetáculo.