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No Recife, uma modalidade esportiva ainda pouco conhecida está começando a criar adeptos e admiradores. O BikePolo é um jogo de bola com bicicleta e seus praticantes já organizaram até um grupo local, o BikePolo PE. Agora, um desses atletas, Arion Santos, está fazendo uma campanha de financiamento coletivo na internet para representar sua cidade no 5º Torneo Latinoamericano de Bicipolo, em Bogotá, na Colômbia, em outubro.

Arion é um dos responsáveis por incentivar a prática do BikePolo na capital pernambucana. Ele é estudante de Educação Física, cicloativista, atleta da modalidade, e passou a reunir amigos e entusiastas do esporte desde meados de 2017. No site que está arrecadando doações para sua viagem, ele explica a motivação para participar do torneio internacional: "Esta missão tem o principal objetivo de trazer-me de volta para Recife com super novas ideias, conhecimentos e contatos para fazer este esporte se difundir mais nesta cidade que tem tudo para ter vários adeptos e várias adeptas deste incrível esporte". A meta da campanha é arrecadar R$ 2 mil.

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O Bikepolo é jogado com uma bicicleta, sem a necessidade de acessórios a não ser os de segurança pessoal, tacos e uma bola. Os jogadores são divididos em dois times e o objetivo é fazer gols no adversário. No Recife, os praticantes do esporte se encontram semanalmente para treinar, no período da noite, no bairro de Casa Forte.

 

Um jogo de bola no qual todo gol é de bicicleta pode parecer sonho para alguns, mas é uma realidade para os praticantes de bike polo. A modalidade, que coloca as bicicletas no lugar dos cavalos, tem atraído pessoas de todas as idades, em todo o mundo, e um grupo no Recife tem se reunido semanalmente para jogar e promover o esporte.

O bike polo surgiu na Irlanda em 1898, quando as 'magrelas' passaram a ser usadas para substituir os animais nos treinos de polo, para preservá-los. A partir daí, o esporte se espalhou e em 2000 ganhou uma versão urbana em Seattle (EUA), o Hard Court Bike Polo. O esporte chegou ao Brasil em 2009 e, atualmente, já conta com praticantes em 11 estados. Aqui no Recife, um pequeno grupo tentou implementar a prática entre os pernambucanos em 2012 e, desde julho de 2017, o Bike Polo Recife retomou a ideia e tem promovido partidas todas as quartas na quadra da Vila Vintém, no bairro de Casa Forte.

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Arion Santos, mecânico, ciclo mensageiro e designer de produtos para bike, é um dos responsáveis pela volta do esporte à cidade: "Em 2012 o pessoal jogava de forma mais recreativa, agora começou a surgir uma galera com um interesse mais esportivo na atividade", diz. Contando com o apoio do amigo André Couto, eles reuniram os interessados e deram início aos treinos. André, que também é ciclo mensageiro, conta que o pessoal acredita se tratar de um esporte "de rico", a princípio, mas ele esclarece: "Basta ter uma bike com freio para vir jogar".

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O grupo já conta com cerca de 15 integrantes que se encontram semanalmente para treinar. O administrador e atleta, Rafael Lucena é um deles. Apaixonado por tudo que envolve bicicleta, ele foi levado à quadra pela curiosidade e rapidamente se encantou com a atividade. Para ele, a melhor parte é treinar as arrancadas: "É uma coisa que eu treino bastante no ciclismo para as competições que eu participo", diz. A livreira Tayssa de Alencar se juntou à equipe há poucas semanas. Iniciante, ela garante que o jogo não é tão complicado quanto pode parecer: "Eu achei que seria mais difícil mas quando você entra de fato e joga, você vê que não é".

Além de gostar de pedalar, para praticar o bike polo é preciso estar preparado para cair. O contato entre os jogadores dentro de quadra é constante e as quedas são inevitáveis, mas, Arion garante que ninguém chega a se machucar com gravidade: "O bike polo é um pouco incisivo. Mas, como você termina caindo muito, você aprende a cair e vai aprender a se safar de situações na rua além de perder o medo." André Couto endossa o amigo e, sobre as quedas, ele confessa: "O que dói mesmo é a dignidade". Para compensar, basta listar os benefícios da atividade como ganho na resistência física, fortalecimento da musculatura das pernas e braços, flexibilidade, equilíbrio e aumento do reflexo.

Como se joga

Para jogar basta ter uma bike com freios. "Qualquer bicicleta dá pra brincar, de preferência que tenha menos coisa possível", explica Arion. Também é importante usar equipamentos de proteção como o capacete, luvas, cotoveleiras e joelheiras. Os tacos são fabricados pelo grupo, pois na cidade não há comercialização desse material ainda. A bola é própria para o esporte e foi comprada por alguns dos integrantes.

O jogo começa com a 'justa', o 'chute' inicial. São formados dois times, de três jogadores cada, que começam a partida encostados nas paredes laterais da quadra. A partida dura 10 minutos ou até que um dos lados marque cinco gols. Não há posições definidas e a regra absoluta é não botar o pé do chão, é permitido, apenas, apoiar-se no próprio taco. Também é proibido encostar no adversário com qualquer coisa que não seja a bicicleta, isso é considerado falta e o jogador tem que se retirar de quadra e bater num sino posicionado em sua lateral.

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Treinos

O Bike Polo Recife se encontra todas as quartas, às 20h, na quadra da Vila Vintém, localizada ao lado do museu Murilo La Greca, em Casa Forte. Os treinos são abertos para quem quiser participar e não há custo algum para fazer parte da brincadeira. É importante apenas ir com a própria bicicleta, e de preferência, com capacete. Os tacos são disponibilizados pelo grupo.

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