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Cerca de 110.000 cambojanos fugiram da Tailândia na última semana por medo da política hostil aos imigrantes clandestinos da nova junta militar no poder, indicaram neste domingo (15) as autoridades do Camboja.

Os trabalhadores cambojanos, e também os de Mianmar e Laos, têm um papel chave em alguns setores da economia tailandesa, como a pesca, a agricultura e a construção, mas muitos não possuem visto de trabalho.

"Estão voltando em massa, como um dique que se rompe", declarou Kor Sam Saroeut, governador da província de Banteay Meanchey, situada no nordeste do país na fronteira entre Camboja e Tailândia. Em uma semana 110.000 cambojanos voltaram ao seu país e muitos deles foram levados à força até a fronteira, indicou o governador.

"Dizem que têm medo de ser detidos ou mortos se fugirem durante a inspeção de suas casas por parte das autoridades tailandesas. A maioria deles estava na Tailândia sem visto de trabalho", explicou.

Já o ministério tailandês das Relações Exteriores confirmou neste domingo estar realizando uma "política sobre a mão de obra estrangeira" que consiste em reforçar os controles, embora tenha desmentindo os rumores de repressão.

A saída em massa de cambojanos coincide com o anúncio na quarta-feira da porta-voz do exército, Sirichan Ngathong, de que "todos os trabalhadores ilegais encontrados na Tailândia serão detidos ou expulsos".

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), muitos imigrantes, entre eles mulheres e crianças, estão bloqueados na fronteira entre os dois países sem dinheiro para pagar sua viagem de volta.

Durante anos as autoridades tailandesas fecharam os olhos para a imigração ilegal, necessária para o desenvolvimento econômico do país. Mas a queda do PIB, que baixou 2,1% no primeiro trimestre de 2014, mudou a situação.

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