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"Você não vai apanhar mais, não. Você vai morrer!" A frase proferida durante as investigações que levaram à prisão o goleiro Bruno Fernandes projetou nacionalmente o delegado Edson Moreira, da Polícia Civil mineira, e repercutiu nas urnas de Belo Horizonte. Depois de ganhar destaque ao coordenar a apuração do desaparecimento da ex-amante do atleta, Eliza Samudio, de 24 anos, levando o jogador e outros dois acusados a julgamento por júri popular pelo assassinato da jovem, o policial conseguiu se eleger vereador na capital pelo PTN como o terceiro parlamentar mais bem votado.

Com 10.532 votos, Moreira ficou atrás apenas do Bispo Fernando Luiz (PSB), escolhido por 11.950 eleitores, e do atual vereador Arnaldo Godoy (PT), reeleito com 11.538 votos. O delegado admite que a projeção com o caso Bruno ajudou na eleição, mas ele atribui a expressiva votação à insegurança das grandes cidades brasileiras. "Lógico que o trabalho ajudou. Mas a população de Belo Horizonte, assim como do resto do País, está carente de segurança pública", disse o policial, que atuou em outros casos de destaque ao longo dos 15 anos como delegado de homicídios e 5 de antissequestro.

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O delegado integra o grupo de 21 parlamentares que vão estrear na Câmara a partir do ano quem. O número representa uma renovação de 51% nas 41 cadeiras do Legislativo da capital, que terá hegemonia do PSB do prefeito reeleito Marcio Lacerda e do PT do candidato derrotado à prefeitura Patrus Ananias, que elegeram seis vereadores cada. Em seguida, aparecem PSDB, PTN e PTdoB, que terão três cadeiras; PSDC, PPS, PTC, PCdoB, PRB e PV, com duas vagas; e PMDB, PHS, PDT, PRP, PSC, PL, DEM e PTB, com um vereador cada.

Segundo turno

Das sete cidades de Minas Gerais com mais de 200 mil eleitores, quatro vão ter seus prefeitos definidos apenas em 28 de outubro, sendo que três têm candidatos do PT nas corridas municipais, mesmo número de candidatos do PMDB. O segundo turno será disputado por Carlin Moura (PCdoB) e Durval Ângelo (PT) em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte; Bruno Siqueira (PDMB) e Margarida Salomão (PT) em Juiz de Fora; Paulo Piau (PMDB) e Lerin (PSB) em Uberaba; e Paulo Guedes (PT) e Ruy Muniz (PRB) em Montes Claros.

Nas outras três cidades em que havia possibilidade de segundo turno o pleito foi decidido já no domingo: Belo Horizonte, onde o prefeito Marcio Lacerda (PSB) foi reeleito; Betim, com Carlaile Pedrosa (PSDB); e Uberlândia, com a vitória de Gilmar Machado (PT).

O julgamento do goleiro Bruno Fernandes, preso em 2010 sob a acusação de matar a ex-amante Eliza Samúdio, foi marcado para o dia 19 de novembro, no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O atleta e mais quatro acusados de envolvimento no desaparecimento de Eliza irão à júri popular nesta data, às 9h, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).

Além de Bruno, serão julgados no mês que vem Luiz Henrique Romão, o Macarrão (amigo e secretário de Bruno); Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (ex-PM); Dayanne Souza (ex-mulher do goleiro) e Fernanda Castro (ex-namorada do goleiro).

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Bruno e Macarrão são acusados de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver; Bola, de homicídio e ocultação de cadáver; Dayanne e Fernanda, de sequestro e cárcere privado.

Outros dois réus, Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza, desmembrados do processo principal, irão a júri em outra data, ainda não marcada, de acordo com o TJ-MG. A Justiça inocentou Flávio Caetano de Araújo, motorista de Bruno na época do crime.

Bruno está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG).

A Polícia Civil de Minas Gerais encerrou as investigações em torno da morte de Sérgio Rosa Sales, de 24 anos, primo do goleiro Bruno Fernandes, após um casal, que já está preso, se apresentar e assumir a culpa pela morte do rapaz, que teria motivação passional. Sales foi responsável por fornecer algumas das principais informações na apuração do desaparecimento da ex-amante do jogador, Eliza Samudio, também de 24 anos, e era o único acusado de participar do sequestro e assassinato da jovem que aguardava julgamento em liberdade.

Ele foi morto perto de sua casa, no bairro Minaslândia, na região norte de Belo Horizonte, no dia 22 de agosto. Sales levou seis tiros e a polícia chegou a investigar a possibilidade de o crime estar relacionado com a morte de Eliza. Além de Sérgio, são acusados da morte o próprio Bruno, seu ex-braço direito Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

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Segundo a assessoria da polícia, porém, na segunda-feira, Denilza Cesário da Silva, de 30, e Alexandre Ângelo de Oliveira, de 28, que também moram no Minaslândia, se apresentaram na corregedoria da instituição, que assumiu as investigações. Apesar de ser casada e ter quatro filhos, Denilza assumiu que é amante de Alexandre e contou que, no dia anterior à morte, Sales mexeu com ela quando a mulher seguia para o trabalho.

De acordo com os depoimentos, ela contou para o amante, que resolveu conferir. No dia do crime, Denilza mais uma vez seguiu a pé em direção ao trabalho, enquanto Alexandre a seguia à distância em sua moto. Sales estava no portão de casa e mais uma vez teria cantado a mulher, além de tentar tocá-la. Ainda segundo os depoimentos, Alexandre, que já havia passado da residência, viu a cantada pelo retrovisor e voltou. Sérgio percebeu, começou a correr e tentou pular um muro, mas foi baleado nas mãos.

Alexandre alegou que a vítima se escondeu atrás de uma árvore e gritou que também estaria armado. O suspeito afirmou que, diante da ameaça, escondeu-se atrás de um carro, recarregou sua arma e a descarregou em direção à vítima. O casal alegou ainda que, após o crime, Denilza deixou o marido e foi morar com o amante e, na segunda-feira, resolveram se apresentar, acompanhados de advogados.

Segundo a polícia, com a apresentação as investigações em torno do assassinato foram encerradas. Os dois tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça. Alexandre foi encaminhado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão e Denilza, para uma prisão feminina.

O Corpo de Bombeiros encerrou sem sucesso mais uma busca nesta terça-feira pelos restos mortais de Eliza Samudio, de 24 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes e desaparecida desde junho de 2010. As buscas foram realizadas no sítio em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, que pertencia ao atleta. O imóvel, vendido há alguns meses, foi o último local onde Eliza foi vista com vida, mas já havia sido palco de várias outras buscas no período de investigação.

Bombeiros, policiais civis e peritos voltaram ao local por causa de uma denúncia anônima recebida no fim da noite de segunda-feira informando que a ossada da vítima estaria enterrada entre duas palmeiras. Integrantes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local no início da madrugada de ontem, mas não tinham mandado de busca e apreensão e os trabalhos tiveram início apenas à tarde, após o novo proprietário do sítio autorizar a entrada. Uma retroescavadeira chegou a ser levada ao local, mas não foi autorizada a entrar por causa dos danos que poderia causar ao pomar do imóvel.

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Segundo a Polícia Civil, não há previsão de retomada dos trabalhos. Um dos responsáveis pelas investigações em torno do desaparecimento da jovem, o chefe do Departamento de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DIHPP), delegado Wagner Pinto, afirmou inclusive que considera "bastante remota a probabilidade de encontrar os restos de Eliza nessa localidade". "Mas não podemos descartar nada. Trabalhamos com informações e temos que checar todas", ressaltou.

Em entrevista, o policial também descartou haver uma tentativa de queima de arquivo em sequência dos envolvidos nas investigações em torno do desaparecimento e morte de Eliza. A suspeita surgiu porque, menos de uma semana após o assassinato de Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno que também seria julgado pelo sequestro e morte de Eliza, um ex-motorista do goleiro, Cleiton Gonçalves, de 24, sofreu duas tentativas de homicídio.

A primeira foi no domingo (26), em um bar em Contagem, na região metropolitana da capital, quando o rapaz levou um tiro de raspão nas costas. No dia seguinte, ele estava com a namorada em um carro e o veículo foi alvejado, mas ninguém ficou ferido. Segundo Wagner Pinto, o próprio Cleiton, ouvido nesta terça-feira, confirmou que os atentados estariam relacionados a um assassinato ocorrido em uma churrascaria de Contagem em março. O rapaz era suspeito de envolvimento e chegou a ser investigado, mas não foi denunciado.

"Ouvimos ele, já identificamos quem atirou e quais motivos. Não há qualquer ligação entre o caso de Eliza Samudio e a tentativa de homicídio contra o Cleiton", disse o delegado. Com relação à morte de Sales, Wagner Pinto afirmou não ter mais informações sobre o caso, já que o inquérito, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), foi transferido para a Corregedoria da Polícia Civil.

O goleiro Bruno admitiu nesta segunda-feira aos advogados de defesa que escreveu a carta na qual diz a Luiz Henrique Romão, o Macarrão, para usar o plano B. O goleiro, no entanto, teria dito que foi mal interpretado e o que o plano B seria encerrar a relação de amizade entre os dois e não pedir a ele que assumisse a autoria da morte de Eliza Samudio.

O defensor Francisco Sinim disse que Bruno negou ter qualquer relacionamento amoroso com Macarrão, como chegou a dizer o outro advogado do atleta, Rui Pimenta. Para Pimenta, a carta publicada pela Revista Veja desta semana deixava claro "o caso de amor" entre os dois. "O Pimenta se baseou na tatuagem que o Macarrão tem, mas o Bruno deixou claro que a carta queria por fim à amizade entre os dois", afirmou Sinim, no início da noite desta segunda-feira. A tatuagem diz: "Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro".

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De acordo com Sinim, o texto apenas reforça a conversa que o goleiro teve com policiais quando era trazido do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, de avião, em julho de 2010, na qual ele afirmava que, "se Macarrão tivesse mesmo feito isso (matado Eliza), ele estaria traindo uma amizade sincera". "Por isso ele quis encerrar essa amizade e escreveu a carta há cerca de um ano", acrescentou o criminalista. No entanto, em entrevista a uma rede de televisão, o advogado Rui Pimenta voltou a afirmar nesta segunda-feira que Bruno e Macarrão tinham um relacionamento amoroso.

Na reportagem, ele afirma também que Bruno seria "o parceiro ativo, que gostava de introduzir". Disse ainda que Eliza Samudio participava de orgia com os dois. A reportagem ligou durante todo o dia para o celular de Pimenta, mas ele não atendeu nem retornou aos recados deixados em sua caixa postal.

Na carta publicada pela revista, Bruno diz ao amigo que, depois de conversar muito com os advogados, eles chegaram à conclusão de que "a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B". De acordo com a Veja, o plano A seria negar o crime e o B, Macarrão assumir a culpa para livrar o goleiro da cadeia. Em nota divulgada na noite desta segunda-feira, a Secretaria de Estado de Defesa Social informou que, "nos registros de correspondências enviadas e recebidas por detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Nova Contagem, não consta a carta escrita pelo preso Bruno Fernandes de Souza ao preso Luiz Henrique Ferreira Romão, que foi publicada pela revista Veja".

A nota diz ainda que, "em oitiva nesta segunda-feira, o próprio Bruno disse ter entregado a carta a outro detento da unidade, para que ela chegasse até Luiz Henrique Ferreira Romão. Dessa forma, a correspondência não passou pelos procedimentos formais de envio de cartas". A Secretaria afirma que vai continuar apurando como a carta saiu da unidade prisional. O goleiro Bruno, o primo dele, Sérgio Rosa Sales e o amigo Macarrão, foram pronunciados por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver e aguardam a marcação do julgamento.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é acusado de ser o executor de Eliza - para a polícia, mesmo sem o corpo ter aparecido, não há dúvidas de que a modelo foi assassinada. Os advogados de defesa já mudaram de versão várias vezes. Primeiro, negaram que Eliza estivesse morta. Depois, admitiram que isso era fato. Recentemente, ganhou força na defesa a estratégia de culpar Macarrão pelo crime, que teria sido cometido "por amor". No domingo, o próprio Rui Pimenta disse que "esse era um caso claro de amor".

Em junho deste ano, o goleiro recebeu da Justiça de Contagem o direito à liberdade condicional referente ao processo em que foi condenado, no Rio de Janeiro, por sequestro e agressão de Eliza. Porém, não foi solto por conta do mandado de prisão em vigor relativo ao inquérito da morte da modelo. A situação de Bruno se complicou após o Ministério Público Federal enviar, também em junho deste ano, um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual afirma que o atleta é perigoso e pode influenciar os outros suspeitos do crime.

O atraso na chegada de documentos de Bruninho impediu que o goleiro Bruno Fernandes reconhecesse nesta terça-feira, em cartório, a paternidade do filho que teve com Elisa Samúdio, desaparecida desde junho de 2010. Segundo o advogado Rui Caldas Pimenta, Sônia Fátima Moura, mãe de Elisa, que mora em Campo Grande (MS) e é responsável pela guarda da criança - hoje com dois anos -, precisa enviar documentos necessários ao registro legal.

Um teste de DNA realizado em 2010 já havia comprovado que o atleta é o pai da criança. Para a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual mineiros, a recusa em reconhecer o filho foi o que teria levado Bruno e outras três pessoas a matarem Elisa. O atleta já tem duas filhas com a ex-mulher Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, que chegou a ser presa pela morte da ex-amante do atleta e ainda responde processo em liberdade por sequestro e cárcere privado de Elisa.

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O reconhecimento legal da paternidade da criança seria feito em um cartório do centro de Belo Horizonte, por meio de procuração, já que o goleiro está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana da capital. Com o registro do menino, Bruno destinará parte de todos os rendimentos que vier a ter à criança, inclusive os cerca de R$ 500 que recebe por trabalhos prestados no presídio.

O atleta aguarda julgamento por júri popular pelo crime junto com Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Sérgio Rosa Sales. Este último foi o único que teve a liberdade concedida pela Justiça.

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