O salão de alta tecnologia CeBIT de Hannover, que ocorre na cidade alemã até esta sexta-feira (20), apresentou as impressoras 3D como a solução para problemas que vão da cópia de uma aliança de casamento a uma peça de reposição da máquina de lavar roupas.
O encontro dedicado às inovações trouxe robôs conectados a impressoras 3D capazes de transformar casas e escolas em laboratórios de engenheiros ou em "mini-fábricas".
##RECOMENDA##Entre os diversos projetos expostos, o "Robochop" é, sem dúvida, um dos mais impressionantes: grandes braços articulados modelam, com a ajuda de um fio metálico quente, grandes blocos de espuma, formando móveis ou esculturas.
O projeto, a meio caminho entre o espetáculo de alta tecnologia e arte, oferece aos usuários da internet criar seus próprios desenhos e enviá-los para os robôs, que são responsáveis por fabricá-los.
As 2.000 "esculturas" mais interessantes serão enviadas gratuitamente aos criadores, em qualquer lugar do mundo, garantem os inventores do Robochop, Clemens Weisshaar e Reed Kram.
"Estes robôs são mini-fábricas que não estão conectadas ao proprietário da fábrica, mas ao mundo inteiro", explicou Weisshaar à AFP. "Isso é o que vai mudar totalmente nos próximos anos: o programa permitirá que os usuários controlem a máquina sem o conhecimento que você precisaria ter caso comprasse o robô", garante ele.
Na verdade, a impressora 3D tem sido uma valiosa ferramenta para desenvolvedores, engenheiros, arquitetos e pesquisadores que a utilizam para criar modelos ou protótipos.
Dentaduras e naves espaciais
"Na verdade, a tecnologia remonta a mais de 25 anos, mas ela estava cheia de patentes", explicou Sara Bonomi, da empresa Formlabs, que fabrica impressoras 3D de alta resolução para escritórios, capazes de modelar com muita precisão objetos resina, de joias a dentaduras, inclusive espaçonaves que apareceram no filme Interstellar. "A indústria (de impressão 3D) está sendo desenvolvida agora porque as patentes expiraram e, portanto, a tecnologia está disponível para todos", afirma Bonomi.
Agora que o preço tornou-se mais acessível, esta tecnologia deve entrar nas residências e mudar a vida das pessoas, previu a empresária. "No futuro, seremos capazes de personalizar anéis e sapatos e imprimi-los em nossas casas", explica ela, reconhecendo que isso vai representar um aumento da falsificação e apresentará problemas com direitos de autor.
"Em 10 anos, o mundo será muito mais fácil", avalia Vitezslav Musilek, da empresa checa be3D . "Se você precisa de uma peça de reposição ou um novo produto, você pode baixá-lo a partir de um site, ou fazer o seu próprio layout para imprimir em sua impressora 3D", explica.
Mas caso essa revolução em 3D aconteça, não vai trazer consigo uma nova montanha de resíduos para um mundo que já sofre sérios problemas de poluição?
Não tem por que, considera Musilek. Sua empresa criou uma impressora 3D chamada DeeGreen. Um aparelho apresentado como ecológico, que utiliza materiais termoplásticos compostos 80% de amido de milho biodegradável e que não libera nenhum componente tóxico.
"Quando forem para o lixo, com a ajuda de boa temperatura, umidade e bactérias, o objeto 3D irá se dissolver completamente. Ela não produz qualquer tipo de poluição", promete Musilek.