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Segundo a Sociedade Internacional de Cefaleia, atualmente existem entre 150 a 200 tipos diferentes de dor de cabeça. Geralmente não fazemos essa associação mas, essas dores que atrapalham a rotina, podem ter relação com a saúde bucal.

Isso pode acontecer pois a estrutura de nervos, músculos e articulações da face é uma só. Esse conjunto de estruturas bucais compõem um sistema (estomatognático), e qualquer tensão ou problema nos músculos pode acarretar dores musculares na região de bochecha, ouvido, cabeça, testa, pescoço e também nos ombros.

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“Algumas doenças bucais, que causam dor de cabeça, podem estar relacionadas com pulpite, a famosa ‘dor de dente’, ou patologias crônicas, como ulcerações, tumores odontogênicos, etc. Porém, é mais frequente encontrar na clínica odontológica os distúrbios relacionados à disfunção temporomandibular”, afirma a odontóloga, professora da FPS e facilitadora da Odonto FPS, Andreia Moreira.

DTM e Bruxismo

A disfunção temporomandibular ou DTM é uma situação onde há algum transtorno na articulação móvel do crânio, que liga o maxilar à mandíbula.

“Isso pode ocorrer devido a alterações na mordida, hábitos involuntários que podem trazer prejuízos à saúde bucal, estresse, ansiedade ou anormalidades no disco intra-articular, resultando em inflamações articulares, dores musculares ou espasmo”, explica Andreia.

Os sintomas mais frequentes da DTM são, além das dores de cabeça, ruídos articulares, dores no ouvido, dores na face e cervical, cansaço muscular, desvio da trajetória da mandíbula durante o movimento e limitação na abertura da boca.

Foto: Pixabay

Além da DTM, outro distúrbio que pode acarretar a cefaléia é o bruxismo.

“Caracteriza-se como uma atividade repetitiva dos músculos mastigatórios, resultando em apertamento ou ranger dos dentes. É normal que o paciente perceba que está realizando esses movimentos em momentos de ansiedade e estresse”, orienta a odontóloga da Odonto FPS.

Inflamações nos músculos, dores na mandíbula, perda dentária também podem ser causas de dores de cabeça. No entanto, é necessário um diagnóstico através de um neurologista e também de um cirurgião-dentista, se os sinais indicarem relação com problemas bucais. “É difícil associar dores de cabeça a problemas bucais, por isso é tão importante informar e reforçar a ida ao dentista de forma periódica”, afirma Andreia.

Tratamento

O tratamento vai depender da causa. Se estiver relacionado à DTM, existem tratamentos que buscam melhorar o cognitivo-comportamental, como também uso de medicamentos, exercícios fisioterápicos, massagens e dispositivos intra-auriculares. 

Segundo a odontóloga da Odonto FPS, a ortodontia pode auxiliar no ajuste da oclusão, bem como a reabilitação protética. A utilização da toxina botulínica e a laserterapia (foto abaixo) também são formas de tratamento.

Foto: Matheus Oliveira/ Saúde-DF

 

Com informações de assessoria

Um tipo de cefaleia desconhecida pela população, mas cada vez mais frequente nos consultórios médicos, é a dor de cabeça provocada por uso excessivo de analgésicos. O caso foi apresentado nesta semana no Congresso Brasileiro e Panamericano de Neurologia, na capital paulista.

Segundo Márcio Nattan Portes Souza, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, o paciente que sofre constantemente com dores de cabeça e passa a abusar da medicação pode desenvolver ainda mais cefaleia. “A gente observa que o paciente sabe disso, que começa a diminuir o efeito do analgésico. Então, antes [a dor de cabeça] melhorava completamente, agora não melhora tanto. Antes, ele [o paciente] ficava três dias sem dor depois que tomava um analgésico, agora ele fica meio dia e a dor volta”, disse o médico.

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O especialista lembra que, por ser um desconforto comum entre a população, poucas pessoas procuram ajuda médica, o que só piora o problema. “A Sociedade Brasileira de Neurologia recomenda que em casos de mais de três dias com dor de cabeça por mês ou de mais de três meses de dores de cabeça frequentes, é preciso procurar a ajuda de um neurologista”.

Tratamento

Além da conscientização do paciente para eliminar os abusos, existe o tratamento contínuo que evita o surgimento das dores. “Quando você está fazendo o tratamento profilático, você toma uma medicação todos os dias. Em quatro semanas, começa a diminuir a frequência da dor de cabeça. Sem esse tratamento, principalmente para quem tem dor muito frequente, não há como melhorar”, esclarece o médico.

Ele recomenda também uma reflexão sobre os hábitos. Nattan sugere que o paciente invista em atividade física, na redução do peso (para obesos), melhora do sono, no combate ao estresse e tratamento dos sintomas de depressão e ansiedade. A meditação também pode ser uma boa aliada.

Enxaqueca

O especialista explica que a enxaqueca tem influência genética e que o gatilho nem sempre é a causa do problema. Gatilhos são fatores desencadeadores das dores, sendo os mais comuns a ingestão de chocolate, alimentos embutidos, enlatados e bebidas alcóolicas, especialmente o vinho tinto com alto teor de tanino. A cafeina (presente no café, refrigerante de cola e energético) é contraditória, pois pode tanto auxiliar no tratamento, quanto servir como gatilho na piora da dor.

Quando a cefaleia dura mais de 15 dias (com oito dias de características típicas da doença), em um mês já pode ser considerada crônica. Essa forma mais grave de cefaleia afeta 15% da população mundial e é responsável por 20% dos dias perdidos no trabalho nos Estados Unidos. Entre os que sofrem de enxaqueca, o abuso de analgésicos também é presente - de 25% a 50% dos pacientes fazem uso excessivo desses medicamentos.

Sinais de perigo

Dor de cabeça pode ser sintoma de uma doença mais grave. “A dor de cabeça ser forte, em si, não significa sinal de alarme. Mas quando a dor de cabeça começa subitamente e, em poucos segundo já está extremamente intensa, é chamada de trovoada. Parece que está explodindo a cabeça. A pessoa não deve marcar consulta e sim ir para o Pronto-Socorro”, alerta o médico.

Outros sinais citados por Nattan são desmaio, dor de cabeça diferente do habitual e associada a febre. Além disso, pessoas com mais de 50 anos, sem histórico de dores, devem se preocupar se apresentar os sintomas. Pacientes transplantados ou com doenças imunodepressoras também devem ficar atentos.

O 19 de maio é o Dia Nacional de Combate à Cefaleia. “A cefaleia é um termo técnico que a gente usa para falar das dores de cabeça de modo geral”, afirma o neurologista José Claudio Rodrigues. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, 13 milhões de brasileiros apresentam dores de cabeça diariamente; cerca de 60% dos homens e 75% das mulheres por pelo menos uma vez por mês. 

Esse sintoma é muito comum na população e pode ser causado por fatores que vão dos mais comuns, como a tensional e a enxaqueca, até os incomuns, como doenças neurológicas de que a maioria das pessoas nunca ouviu falar. A cefaleia pode ser indicadora de várias doenças, como a enxaqueca, causas emocionais, genética, distúrbios alimentares ou doenças mais sérias como tumores e aneurisma, explicou José Claudio. Apesar do enorme impacto que a cefaleia tem sobre a vida da população, apenas uma minoria é diagnosticada corretamente e recebe tratamento apropriado.

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Segundo a Sociedade Internacional de Cefaleia, existem mais de 150 diferentes tipos de dor de cabeça e, segundo estudo feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as dores de cabeça afetam até 75% de adultos nas faixas etárias entre 18 e 65 anos. Thomas Rodrigues, de 21 anos, diz que sente dor de cabeça frequentemente e que já procurou ajuda médica. “Eles sempre recomendam evitar ficar exposto ao sol, forçar a vista, porque pode ser um problema ocular. Se cuidar bastante, porque Belém é uma cidade de clima quente que chove e pode ocasionar um choque térmico”, disse. “Às vezes isso atrapalha meu desenvolvimento, em momentos de aula dá vontade de desistir e ir embora”, continuou.

Pesquisa realizada pelo neurologista Luiz Paulo Queiroz revelou que os Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste registram a maioria dos casos de cefaleia. Foram entrevistadas 3.848 pessoas de todo o País.

A aluna de arquitetura Janaína Andrade disse que como trabalha na frente do computador, sente dores de cabeça e acaba tendo o seu rendimento comprometido. “Eu não gosto muito de tomar remédio. Aguento a dor durante 4 ou 5 horas. Geralmente sinto no final do meu dia, mas não é sempre”, afirmou.

O neurologista José Claudio conta que a cefaleia está entre as maiores queixas de pacientes que chegam ao seu consultório e que é uma causa frequente, do ponto de vista social, de tirar pessoas do trabalho. “Quando você tem uma cefaleia abrupta, aquela que nunca teve antes e, de repente, aparece, pode ser sinal de uma doença grave como aneurisma ou, até mesmo, um derrame. Então, nesses casos de dores muito fortes, deve-se procurar um médico para saber. Existem também as cefaleias crônicas, que se tem com frequência. Você tem que se analisar.”

Pelo exame clínico é possível ver se a dor reflete um problema simples ou doença grave. Segundo o médico, existem pacientes que sentem dores de cabeça diárias e isso causa transtornos severos, como a perda de emprego e até divórcio. Porém, com o tratamento, as dores podem diminuir para apenas uma vez por mês ou a cada dois meses. “Isso já é um alívio para esse paciente que sofre. As enxaquecas não têm cura, mas tratamento”, concluiu o neurologista.

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