Tópicos | Central de Transplantes de Pernambuco

Celebrando o Setembro Verde, o LeiaJá publica, nesta quarta-feira (27), a primeira de duas reportagens sobre o mês da conscientização e incentivo à doação de órgãos. Contando as histórias de duas adolescentes da Região Metropolitana do Recife (RMR), através dos relatos de suas mães, buscamos entender como o trabalho da equipe médica e o apoio familiar foram importantes durante o tratamento clínico até o tão sonhado dia da cirurgia de transplante de órgãos das garotas. 

Momentos difíceis 

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Entre idas e vindas ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), hospital localizado na área central do Recife, a adolescente Rebeca Albuquerque, de 12 anos, enfrentou, por 1 ano e 9 meses, uma rotina cansativa de sessões de hemodiálise. O tratamento foi acompanhado de perto pela sua mãe, a autônoma Rafaela Cristina, 31 anos. 

“No início percebia ela pálida, com sono frequentemente. Ela também ficava ofegante e não conseguia respirar. Logo a levei para o Imip, e através dos exames, veio a informação de que ela teria que ficar internada. A descoberta foi de insuficiência renal crônica, e com isso, os médicos tiveram apurações que poderia ser um problema hereditário”, relatou Rafaela.

  Em entrevista, a mãe disse que foi difícil ver a garota precisando adotar uma rotina cansativa para conseguir melhorias em seu estado de saúde. “Foi muito triste ver uma criança que corria, comia bem, bebia bastante água, e que de repente começou a ter que acordar às 3h30 da madrugada para esperar a condução da prefeitura pra ir até o hospital”, rememorou.

A família que reside no bairro de Sucupira, no município de Jaboatão dos Guararapes, não desanimou, mesmo diante dos vários problemas de saúde que eram comunicados pela equipe médica. As dificuldades, assim como os processos dolorosos ocasionados pelo tratamento, não foram capazes de parar uma garota cheia de sonhos e movida pela vontade de ingressar, futuramente, no “curso de medicina, se tornar doutora e exercer a profissão na Coreia”.

O otimismo de Rebeca sempre esteve presente nos dias em que entrava no setor de hemodiálise infantil do hospital. Alegria que contagiava seus acompanhantes, a equipe de enfermagem e outros pacientes da sala. 

A grande notícia 

A família ainda aguardava, ansiosamente, por uma resposta da unidade hospitalar. E, finalmente, no mês passado, após mais de 630 dias de tratamento, foi comunicada com a mais aguardada notícia: “um órgão compatível tinha chegado para a adolescente e o procedimento cirúrgico já poderia ser realizado”. 

A cirurgia foi considerada como um presente para a menina e para a mãe que fazem aniversário, respectivamente, nos dias 9 e 11 de agosto.

Foto: Arquivo pessoal

“Ao saber que ela seria transplantada, respirei aliviada por saber que ela iria se livrar de uma máquina onde passava quatro horas. Soube que ela iria viver como antes, sem restrição, vivendo uma vida normal”, afirmou Rafaela, que comemora a vida da sua filha. "Temos que ter fé. Confiar em Deus. Não foi fácil, mas a vitória chega no tempo certo e hoje minha filha está bem", completou.

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De mãe para filha

Separadas por apenas 13 quilômetros, a história de Rebeca é bem semelhante à da jovem Lívia Matias, de 16 anos, que reside com a sua família no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.

Dias após do nascimento da filha de Nina Flávia Matias e Waldir Matias, em fevereiro de 2007, exames médicos começaram a assustar parentes que acompanharam a tão sonhada gestação. Após exames médicos, foi identificado um quadro de icterícia (coloração amarelada da pele, olhos e mucosa). A equipe médica, a princípio, não desconfiou de nenhuma doença mais preocupante, e orientou a mãe a dar banho de sol na menina. No entanto, o quadro não evoluía e nem apresentava melhoras.

Diante disso, foi solicitados alguns exames laboratoriais e o resultado apresentou alterações. Sendo assim, a paciente foi encaminhada para um médico especialista em doenças raras. Nos exames, o doutor suspeitou de Atresia das Vias Biliares, que é uma doença que faz a bile se acumular no fígado, podendo causar lesões hepáticas irreversíveis.

Com apenas dois meses de vida, Lívia foi submetida a uma operação, ficando bem durante um ano. Mas, os problemas voltaram e aos 2 anos e 7 meses, e os médicos comunicaram a família que seria necessário o transplante de fígado. A intervenção que foi realizada em São Paulo, teve um gesto de amor e cuidado: Flávia, mãe da pequena Lívia, foi a doadora do órgão.

“Quando a gente soube que Lívia iria se submeter ao transplante ficamos muito apreensivos, principalmente porque ela só tinha 2 anos e pouco meses de idade. Tivemos medo de perdê-la. Mas era preciso, caso contrário não sobreviveria. Era o último recurso”, pontuou Flávia, ao afirmar que a decisão de ser a doadora “surgiu quando a médica disse que poderia ser feito o transplante com o doador vivo”.

Foto: Arquivo pessoal

O transplante, encaminhado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi um sucesso e hoje com 16 anos de idade, Lívia tem uma vida sem restrições. A jovem já praticou vários esportes, e atualmente, faz academia e atletismo.

“Eu fiz um transplante de fígado aos 2 anos de idade, logo a vida que eu conheço é a vida de uma pessoa transplantada. Cresci com um laço inexplicável com a minha mãe, minha doadora, e uma vontade enorme de retribuir o que há muito tempo os médicos me deram, esperança de uma vida melhor”, explicou Lívia.

Foto: Arquivo pessoal

Em entrevista, a mãe da jovem fez questão de transmitir uma mensagem para as famílias que ainda aguardam na fila de transplante. “O recado que deixo para essas famílias é que se puderem doar em vida doem, é um ato de amor. E o transplante com doador vivo pelo que já li, é muito mais fácil de dar certo. Deixando claro que não são todos os órgãos que podem ser doados com o doador vivo”.

Atualmente, 2.911 pacientes aguardam por um órgão ou tecido, desses 149 esperam por um fígado, Segundo dados da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE).

Na segunda reportagem: quais são os procedimentos necessários para se tornar um doador? É possível deixar isso documentado? Depende exclusivamente da autorização da família?

Pernambuco é o segundo colocado no número de transplantes de coração e medula óssea do Brasil no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). O Estado também ficou na primeira posição do Norte e Nordeste nos procedimentos de rim e pâncreas.

No período de janeiro a junho, foram realizados 108 transplantes de medula óssea em Pernambuco, ficando atrás apenas de São Paulo, com 537 procedimentos. Já no caso dos transplantes de coração, Pernambuco contabilizou 19 registros, ficando empatado com Brasília e novamente atrás de São Paulo. Apesar do bom posicionamento nos transplantes de coração, o Estado sofreu uma queda nas doações do órgão em relação ao mesmo período do ano passado.

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Nos transplantes de rim e pâncreas, Pernambuco também se destacou, com 134 e 5 procedimentos, respectivamente. Os números deram aos pernambucanos o primeiro lugar entre os Estados do Norte e Nordeste. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a maior fila de espera é por rim. 

Apesar dos resultados positivos do levantamento da ABTO, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) alerta que houve uma queda de 17,51% no número de transplantes de órgãos sólidos em relação ao mesmo período em 2015. De acordo com a central, a queda foi motivada pela diminuição nos transplantes de coração, fígado e rim. Quando somados todos os tipos de transplantes há um crescimento de 12%.

Segundo a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes, mitos impossibilitam a doação de muitos órgãos. “Mais da metade das famílias entrevistadas negam a doação, alegando, por exemplo, medo que o corpo fique mutilado para as celebrações fúnebres, o que não é verdade”, explica. 

Dados – De janeiro a junho de 2016, Pernambuco realizou 710 transplantes de órgãos e tecidos. O quantitativo significa um aumento de 12,7% em relação a 2015, que contabilizou 630 transplantes. Já com relação apenas aos órgãos sólidos, foram 212 transplantes em 2016 contra 257 em 2015, uma redução de 17,51%.

Fila de espera – Atualmente, mais de 1,2 mil pacientes aguardam em fila de espera por um órgão. A maior demanda é a de rim, com mais de 800 pessoas.

Doadores – A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos registra a recuperação na taxa de doadores efetivos, que passou de 13,1 pmp (doadores por milhão de população) para 14 pmp. O número ainda é distante do previsto para este ano, de 16 pmp. 

Com informações da assessoria

A Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) realiza, nesta quarta-feira (25), o 3° Simpósio Pernambucano de Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos, com o tema “Reflexões sobre comunicação de má notícia e entrevista familiar para a doação de órgãos”. Em Pernambuco, a fila de espera ultrapassa 1,2 mil pessoas.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, nos primeiros quatro meses de 2015, a CT-PE registrou 4445 doações de órgãos e tecidos. O valor representa um aumento de 21,25% em relação ao mesmo período em 2015. O maior responsável pela melhora foi a doação de córnea, que subiu 71%. Apesar dessa melhora, 45% das potenciais doações não são realizadas por causa da recusa dos familiares.

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Para a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes, entre os motivos da negativa familiar está o desconhecimento da população sobre a morte encefálica e sobre a integridade do corpo após a doação. “Precisamos informar que o diagnóstico de morte encefálica segue um rígido protocoloco na sua confirmação e que a família receberá o corpo do ente querido íntegro para realizar todas as cerimônias de despedida. Como a doação só ocorre com a autorização de um familiar de até segundo grau, de acordo com a legislação brasileira, precisamos difundir esse tema”, conclui Gomes.

Dados – De janeiro a abril, foram realizados 445 transplantes em Pernambuco, sendo três de válvula cardíaca, três de rim/pâncreas, 10 de coração, 35 fígado, 68 medula óssea, 88 rim, 238 córnea.

Em 2015, foram realizados 1.348 transplantes de órgãos e tecidos. O quantitativo foi 4,13% menor que em 2014, com 1.404 procedimentos.

Atualmente, a fila de espera por órgãos e tecidos no Estado computa 1.229 pessoas. Desse total, três aguardam por rim/pâncreas, 12 por coração, 25 medula por medula óssea, 57 por fígado, 307 por córnea e 825 por rim. 

Serviço –

3° Simpósio Pernambucano de Doação e Transplantes de Órgãos e Tecidos

Horário de início: 8h30

Local: auditório do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) 

Com informações da assessoria

Em meio à Semana Nacional de Doação de Órgãos, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) registra um número recorde de doações múltiplas de órgãos em um único mês. Em setembro de 2014, até o momento, foram 19 doações múltiplas, quantidade 72% maior que a média mensal registrada pelo órgão.

Segundo a Secretária de Saúde do Estado, os pacientes foram contemplados com 34 córneas, 31 rins, oito fígados, dois corações e um pâncreas. De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Noemy Gomes, 376 mortes encefálicas foram registradas em Pernambuco, só em 2014. “A fila de espera por um órgão no Estado e no Brasil ainda é grande e é preciso continuar a divulgar e informar sobre o tema, para que as pessoas percam o medo, tirem suas dúvidas e, em vida, informem a seus familiares o desejo de ser um doador”, alerta. 

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Das 376 mortes encefálicas, apenas 87 resultaram em doação de órgãos. Entre janeiro e agosto deste ano, ao total, foram 909 transplantes realizados no Estado. Porém, atualmente, 1.298 pessoas estão na fila de espera por um órgão, sendo a maioria para transplante de rim. 

Em comemoração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, Pernambuco realizou uma campanha esta semana para incentivar o número de transplantes no Estado. A ação, que encerra nesta sexta-feira (27), já registrou seis doações, gerando um aumento de 200% em relação ao número médio – que atualmente é de apenas duas por semana. Isto proporcionou a realização de pelo menos 26 transplantes - sendo 10 de rim, 10 de córnea, três de fígado e três de coração.

No Estado, 1.712 pessoas esperam por um órgão ou tecido para sair da lista de espera da Central de Transplantes (CTPE). Destas, 1.426 estão aguardando por um transplante de rim; 143 por um fígado; 44 medula óssea; 13 de coração e três que necessitam de transplante simultâneo de rim e pâncreas. De acordo com os registros da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e Tecidos, a fila de espera por um rim em Pernambuco é a 6ª maior do país. Entretanto, a lista para cirurgia para transplante de córnea no estado foi zerada. 

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Uma das beneficiadas com as doações de córnea foi à aposentada Ana Gertrudes Andrade, 75 anos. Ela conta que o transplante foi realizado de uma forma muito rápida. "Um dia o médico me alertou que eu iria precisar de uma nova córnea, em uma semana eu já estava com a vista nova", diz. A aposentada também já passou por um transplante de fígado há oito anos e comenta da importância da doação. "Por duas vezes ganhei uma nova vida. Só tenho a agradecer à família dessas pessoas que doaram os órgãos. Hoje eu estou bem. Me proporcionaram outra qualidade de vida, e eu só tenho a agradecer a Deus e mostrar o quanto a doação pode transformar histórias”, destaca.   

Brasil

O mesmo balanço da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e Tecidos afirma que nos últimos quatro anos, houve uma redução de 35% na lista de espera para todos transplantes. Em 2012, eram 43.089 pacientes na fila e este ano, são 38.759. Também aumentou o número de transplantes de órgãos sólidos como, pulmão, coração, pâncreas, rim e fígado. No primeiro semestre de 2013, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) registrou um total de 3.842 cirurgias realizadas, o que representa aumento de 3,8% de crescimento em relação ao mesmo período de 2012 (3.703). 

Os transplantes de medula óssea também cresceram 13% na comparação do último ano. Foram 974 no primeiro semestre de 2013 contra 862 (primeiro semestre de 2012). No total, o Brasil realizou 11.569 até junho de 2013.  Em termos percentuais, o transplante de pulmão teve aumento de 113%, chegando a 64 atendimentos no primeiro semestre de 2013 contra 30 cirurgias realizadas no mesmo período de 2012. 

Em segundo lugar, ficou o transplante conjugado de pâncreas e rim, que totalizou 65 neste ano, no período avaliado, correspondendo a 18% a mais do que em 2012. Logo depois, vem o transplante de coração, que fechou o primeiro semestre de 2013 com 124 atendimentos, contra 108 realizados em 2012, um incremento de 14,8%. Quanto aos transplantes de fígado, o Brasil realizou 860 cirurgias, crescimento de 7% os primeiros seis meses de 2013, contra 801 no mesmo período de 2012.

A partir desta segunda-feira (20) até a próxima sexta (24), uma campanha da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) é promovida para incentivar a doação de órgãos. A ação é realizada no Hospital Pelópidas Silveira, localizado no km 06 da BR-232, no Curado, na Zona Oeste do Recife.

“Os profissionais de saúde têm um papel muito importante para a realização das doações. Portanto, é fundamental que todos saibam a melhor forma de abordar as famílias e, também, como agir da forma mais rápida e eficiente caso um familiar autorize a doação”, afirma Noemy Gomes, coordenadora da CT-PE.

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Para os estudantes de enfermagem, será realizado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nesta terça-feira (21), um curso sobre o tema, promovido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), das 8h até as 17h, no Auditório de Enfermagem. Já a noite, a coordenadora Noemy Gomes fará uma palestra sobre Morte Encefálica e Transplantes de Órgãos na Plenária do Conselho Regional de Medicina (Cremepe).

Outras pessoas também poderão acompanhar palestras, a partir das 14h na tarde da quarta-feira (22), com o Simpósio Estudantil sobre Doação de Órgãos, na Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS). E, por fim, na quinta (23) e sexta-feira (24), profissionais sociais e técnicos da CT-PE estarão no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e no Ginásio Pernambucano, às 14h, para orientar o público e distribuir panfletos informativos.

No interior do Estado, mais precisamente no Sertão e no Agreste, a Campanha já começou nesta segunda-feira (20), com profissionais de saúde dos Hospitais Dom Malan e de Trauma, em Petrolina; Regional do Agreste, Unimed e Casa de Saúde Santa Efigênia, em Caruaru, além do Hospital Jesus Pequenino, em Bezerros. As atividades também serão feitas até sexta (24) no interior.

4º lugar - De acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes, Pernambuco ocupa a quarta posição de procedimentos no País, ficando atrás de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Quem quiser doar, pode, desde que não tenha tido doenças que possam ter contaminado ou que prejudiquem o funcionamento do órgão. Já para o paciente que tenha morte cerebral, a família deve autorizar a doação. Outras dúvidas podem ser tiradas através do telefone 0800-281-2185.

Com informações da assessoria

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