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Um dos mais prestigiados chefs franceses, Joël Robuchon, que contava com o maior número de estrelas Michelin no mundo, morreu nesta segunda-feira (6), aos 73 anos - informou o porta-voz do governo francês hoje no Twitter.

"Joël Robuchon, chef visionário e o mais estrelado do mundo, nos deixa hoje. De Paris a Xangai, seu 'savoir-faire' constituído em arte irradiou a gastronomia francesa e continuará a inspirar a jovem geração de chefs", tuitou o porta-voz Benjamin Griveaux.

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Quando, em 2014, virou chef do restaurante parisiense Plaza Athénée, do famoso Alain Ducasse, a crítica denegriu sua cozinha natural, que tirava do menu um produto tradicionalmente inevitável, a carne. Agora, com três estrelas Michelin, Romain Meder lamenta a febre de dar pontuação a tudo.

"Hoje, classificamos o motorista do Uber e o Uber qualifica seu cliente. Recebemos tantas notas que já não significam mais nada", afirma à AFP o chef executivo deste restaurante da alta gastronomia da capital francesa.

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A gastronomia - tão dependente de cada paladar - não escapa deste mundo de pontuação.

Ao guia Michelin, que continua a ser a "Bíblia" no assunto, somou-se em 2002 a lista britânica "50 best" e 13 anos depois sua concorrente francesa "La liste".

Em maio, uma nova premiação internacional, "World Restaurant Awards", será lançada com pompa em Paris.

"Como é possível que um restaurante apareça em 'La liste' e não no '50 best'? No que se ​​baseiam os votos?", questiona Meder, cujo estabelecimento figura, respectivamente, nas 3º e 13º posições em 2017.

Meder assumiu as rédeas do restaurante Plaza Athénée, um hotel de luxo centenário, quando este foi reinaugurado em 2014, após vários meses de reformas.

- Comentário demolidor -

O influente chef e empresário Alain Ducasse, que possui vinte estabelecimentos de alta gastronomia no mundo, decidiu aproveitar esse intervalo para transformar esse restaurante três estrelas.

Ducasse e Meder, que já trabalhava há anos para o grande chef, especialmente no restaurante Idam em Doha, lançaram um menu arriscado, com peixes, vegetais e cereais.

"No Trip Advisor já nem entro. Lembro-me sempre do primeiro comentário que li. Era tão maldoso e violento que deixou Ducasse deprimido". "Ele me disse: 'se lermos tudo o que vão dizer sobre nós, é melhor abandonarmos nossa profissão'".

O tempo lhe deu razão: em 2016, o Plaza Athenée recuperou as três estrelas que tinha antes de sua transformação.

- Fármácia -

Em seu menu, cujos pratos variam entre 45 e 195 euros - como o langostim bretão com caviar dourado -, destaca-se a ausência da carne vermelha, um produto indispensável na gastronomia francesa.

"Ducasse queria que o consumidor e os outros chefs tomassem consciência de que podiam comer muito bem sem ingerir gorduras proteicas animais, como a carne bovina".

O menu também pode surpreender com outras apostas pouco frequentes, como o pão sem glúten, à base de farinha de arroz, ou saudáveis, como o uso mínimo de açúcar refinado nas sobremesas, substituído, por exemplo, por frutas da estação muito maduras, com um grande concentração de açúcar natural.

"Mas - Meder enfatiza -, "isso não é uma farmácia. Não se deve vir aqui para curar-se, mas para se alegrar".

- Mudanças climáticas -

O Plaza Athénée reivindica igualmente um tratamento direto com os produtores locais, o que além de dar um rosto a todos os produtos que fazem parte do menu, "incluindo o sal e a pimenta", permitiu Meder constatar as mudanças nas colheitas atribuídas ao aquecimento global.

É um "contato que exige muito tempo, mas nos permite medir a temperatura da natureza, por exemplo, sabemos com antecedência que este será um ano ruim para a trufa".

"E o fato é que a falta de frio faz prever dificuldades. As ameixas este ano caíram todas em agosto, enquanto normalmente fazem isso em estágios até o início de outubro. O mesmo aconteceu com os figos. Em três anos, percebemos a diferença", adverte.

Um grande incêndio iniciado na madrugada desta terça-feira (17) devastou o famoso restaurante do chef francês Marc Veyrat no vilarejo alpino de Manigod (centroeste), informaram os bombeiros. Segundo as primeiras informações, o fogo começou a se alastrar às 02H00 da manhã (23H00 de segunda-feira no horário de Brasília) na lavanderia do "La Maison des Bois".

Os bombeiros continuam a tentar controlar as chamas que consumiam o telhado deste estabelecimento de luxo na manhã desta terça-feira. "O fogo está apagado dentro do restaurante", indicaram bombeiros no local

De acordo com a polícia, que investiga o local para determinar a causa do incêndio, o fogo teria primeiro tomado a cozinha e a sala de jantar, onde a mobília de arte foi destruída.

O fogo se espalhou rapidamente para o telhado da casa de madeira e pedra, construída a 1.800 metros acima do nível do mar na Croix-Fry, sobre as pastagens da família de Marc Veyrat. Sua estrutura "ainda está de pé", mas os danos foram significativos, disse a fonte.

"É uma parte da herança cultural francesa que acaba de queimar", lamentou Marc Veyrat, contactado pela AFP, dizendo estar "muito abalado". "Os especialistas acreditam que a origem do incêndio tenha sido elétrica", acrescentou.

"Não era apenas um restaurante, mas também um museu de arte popular, onde estavam expostos móveis do patrimônio da região. É doloroso, mas eu sou um combatente. Eu vou voltar", assegurou o chef estrelado.

Marc Veyrat acredita que precisará de "seis meses" para realizar as obras de reconstrução neste estabelecimento da rede Relais et Chateaux, inaugurado em 2013 após quatro anos afastado das cozinhas devido a um grave acidente de esqui.

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