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O governador de São Paulo, Gerardo Alckmin, deve receber nesta quinta-feira, às 19 horas, no Palácio dos Bandeirantes, grupos de produtores de laranja e lideranças das entidades do setor, para conversar sobre a possibilidade de o governo paulista implantar medidas para atenuar a crise que o setor atravessa. O presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, Marco Antonio dos Santos, afirmou que os produtores estão na expectativa de que o governador anuncie a compra de suco de laranja concentrado para o programa estadual de alimentação escolar.

Santos explicou que o setor já apresentou a proposta ao governo e espera que a medida seja implantada nas próximas semanas para escoar parte da safra de laranja que pode ficar sem compradores por causa do excesso de suco em estoque nas indústrias. Ele diz que o suco será comprado nas esmagadoras e envasado em embalagens Tetra Pak (longa vida) de 1 litro, em empresas paulistas que estão com capacidade ociosa. Santos calcula que existe potencial para escoamento de 35 milhões de caixas. Cada litro de suco concentrado rende 4 litros de suco hidratado.

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Na semana passada o governo federal autorizou a renegociação das dívidas de custeio e investimento dos citricultores, que agora aguardam a regulamentação do preço mínimo de R$ 10,10 por caixa de 60 kg de laranja e o lançamento dos leilões de PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) e de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor). O governo também criou uma linha de crédito para manutenção de pomares, com limite individual de R$ 150 mil, taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de até cinco anos para pagamento.

Os representantes dos produtores e das indústrias de suco de laranja se reúnem na próxima segunda ou terça-feira em São Paulo para tentar chegar a uma proposta de consenso que será apresentada ao governo federal para evitar a queda de preços e assegurar que toda safra seja comercializada. Existe a possibilidade de que o equivalente a 87 milhões de caixas de citros deixem de ser colhidas por falta de comprador.

A informação é do presidente da Câmara Setorial de Citros, vinculada ao Ministério da Agricultura, Marco Antonio dos Santos, que aposta em um acordo para que a nova proposta seja entregue ao governo antes do feriado de Corpus Christi. O Ministério da Agricultura já comunicou que irá encaminhar as propostas do setor, desde que haja consenso.

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Por telefone, ele disse à Agência Estado que um dos pontos da negociação é a possibilidade de a indústria ampliar a projeção de volume de citros a ser esmagado, que inicialmente era de 330 milhões de caixas e depois baixou para 242 milhões de caixas.

A redução da previsão de esmagamento se deve aos altos estoques de suco de laranja nas indústrias no início da safra 2012/13. O estoque de 618 mil toneladas de suco, que corresponde a 44% da projeção inicial de produção total desta safra, é mais do que suficiente para compensar a redução de 12,7% na oferta de matéria-prima em São Paulo e Triângulo Mineiro. A safra é estimada pelas indústrias em 364 milhões de caixas.

Santos afirmou que ainda acredita na possibilidade de reedição ou criação de uma nova Linha de Crédito Especial (LEC), para financiar a compra de determinado volume de citros pelas indústrias, por um preço de referência estabelecido pelo governo. No ano passado, o governo disponibilizou R$ 300 milhões para as operações de LEC da laranja.

O dirigente reconhece que há um impasse em relação à renovação da LEC, pois metade dos altos estoques das indústrias refere-se ao suco de laranja que está atrelado aos financiamentos tomados no ano passado, pois pelas normas do crédito a mercadoria só pode ser vendida a partir de julho deste ano. Existe um receio de que a reedição da LEC alivie a situação agora e apenas empurre o problema para a próxima safra.

Santos argumenta que a produção deste ano surpreendeu, apesar de estar abaixo do recorde de 417 milhões de caixas do ano passado, e destaca que para o próximo ano pode haver quebra de safra, por causa da irregularidade das chuvas, que afetam as floradas. Ele disse que, por enquanto, o setor não vai discutir preços, e sim o escoamento da safra, possivelmente com a participação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que seria responsável pela comercialização de parte da fruta in natura. Santos não detalhou quais seriam os mecanismos de política agrícola que a Conab poderia utilizar neste caso.

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