Tópicos | Comissão de segurança Pública do Senado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), enfrentou nesta terça-feira (9), senadores de oposição ao governo Lula (PT), durante audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado Federal. Os embates ocorreram enquanto Dino respondia a uma lista de perguntas feitas pelos parlamentares sobre as ações do Ministério da Justiça.

Atos golpistas de 8 de janeiro 

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O ministro provocou o senador pelo estado do Espírito Santo, Marcos do Val (Podemos), quando respondia perguntas do opositor sobre os atos golpistas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O senador bolsonarista insinuou que o ministro da gestão Lula tinha ciência da atuação dos invasores.

Foto: Pedro França/Agência Senado

Em resposta, Flávio Dino afirmou que o posicionamento de Do Val ''não têm suporte nos fatos”. Depois, o ministro comentou o fato de o parlamentar sempre lembrar que é membro da Swat, unidade especial de polícia dos EUA.

''Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. Conhece Capitão América? É assim que a gente faz um debate democrático'', ironicamente, disse Dino.

Na última sexta-feira (5), o senador do Podemos acusou Dino no plenário do Senado Federal de práticas como gravação ilegal, chantagem e envolvimento com quadrilha de roubo de cargas a aparelhamento da Polícia Civil do estado do Maranhão para proteção de aliados e perseguição de adversários.

Nesta terça, o ministro da Justiça afirmou que o opositor tem um olhar ''obsessivo'' e ''criminalizador'' contra ele. ''Essas construções mentais que o senhor faz, muito singulares, não têm suporte nos fatos'', disse.

Moro x Dino

Sérgio Moro (União Brasil-PR), defendeu o colega Marcos do Val, após a fala de Flávio dino, e pediu respeito ao parlamentar. Além disso, os ex-juízes Moro e Dino protagonizaram uma discussão na audiência da Comissão quando foi debatida as ações do Ministério da Justiça.

Foto: Pedro França/Agência Senado

''Em relação às ações do Ministério da Justiça, existe uma lei. Acredito que o senhor lembre, o senhor não pode ter esquecido”, disse Dino a Moro que foi ministro da pasta na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e juiz da Operação Lava Jato. Moro acusou o Dino de ''deboche''.

''Deboche eu não concordo. Vou ter que interromper. Eu conheço muito bem a lei, ministro, sei que na minha gestão no MJ a gente reduziu os assassinatos em 20%, coisa que não vi ainda. Eu não tratei com deboche o ministro, peço respeito”, afirmou o senador.

Em seguida, Dino afirmou que compareceu ao Senado ''para ser respeitado''. O ministro disse que não agiu com ''deboche'' e criticou o posicionamento de opositores que tentam tumultuar a sessão.

Ainda durante a audiência, o ministro alfinetou Sérgio Moro, afirmando que ''nunca teve sentença anulada”. A provocação faz referência à anulação do Supremo Tribunal Federal (STF) que cancelou as condenações aplicadas por Moro ao presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato.

''Eu sou uma pessoa honesta, sou ficha limpa, sou juiz, nunca fiz conluio com o Ministério Público, nunca tive sentença anulada. Por ser um juiz honesto, não admito que ninguém venha dizer que tenho que ser preso. Portanto, eu repilo veementemente qualquer ofensa a minha honra, e ninguém vai me impedir de defender a minha honra, porque quem tem honra defende'', pontuou.

Operações policiais nas periferias cariocas

Foto: Armando Paiva/Flickr

O senador pelo Rio de janeiro, Flávio Bolsonaro (PL), questionou o ministro sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, que impediu operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia do coronavírus. De acordo com o ''filho 01'' do ex-mandatário, isso aumentou o número de mortes de policiais no Complexo da Maré e o domínio do tráfico sobre a área.

''A população fica refém desses marginais e, só nos últimos cinco anos, foram assassinados 121 policiais em serviço no Rio de Janeiro'', afirmou.

O ministro respondeu: ''Dos últimos cinco anos, morreram 121 policiais. Quem era o presidente da república nos últimos 5 anos? Nós não podemos responder pelos dados estatísticos dos últimos 5 anos, porque dos últimos 5 anos, nós só exercermos 4 meses''.

 

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