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Nesta sexta-feira (17) é comemorado o Dia da Compreensão Mundial. A data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre uma das principais características típica da vida em sociedade. Mas a falta de compreensão entre as pessoas nos últimos anos, bem como a falta de empatia têm sido marcas da convivência em ambientes digitais, especialmente nas redes sociais.

A falta de compreensão na web tem uma relação com a cultura do ódio em que vivemos. O "cancelamento" se tornou algo comum na internet hoje em dia, diversos famosos sofreram, ou sofrem, pela falta de compreensão das pessoas.

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A palavra compreensão possui o significado de "capacidade de entender o significado de algo; Condição para aceitar e respeitar opiniões ou comportamentos alheios". A professora de Psicologia da UniAcademia de Juiz de Fora, Minas Gerais, Luciene Moreira, explicou o que é a compreensão em si. "A compreensão envolve a comunicação, o domínio de uma determinada língua por parte de emissor e receptor, o funcionamento dos órgãos dos sentidos responsáveis por captar a informação e a interpretação de quem recebe a mensagem", diz Luciene.

"Por mais que conheçamos o sentido das palavras, quando estas se juntam, formam frases e, interpretar essa informação é uma tarefa única para cada pessoa, que inclui elementos cognitivos, além de emoções e motivações", completa.

Além disso, Luciene comentou sobre a falta de compreensão na internet. "Num contexto como a internet, marcado pela 'distância presente', as pessoas costumam ter mais facilidade para falarem o que sentem e pensam do que se estivessem cara a cara. Diminuem-se o medo e a vergonha e, no impulso, parece que as pessoas não se preocupam com as consequências de suas ações. Vive-se uma realidade em que as pessoas dizem poder falar o que pensam, mas, em várias situações e se “enrolam” pela suposta sinceridade que, na realidade, acaba transmitindo ódio e críticas extremamente destrutivas", explica.

"As pessoas parecem se orgulhar de dizer o que pensam, sem filtros. Isto é agravado pelo fato de que os argumentos que embasam suas opiniões podem ter sido construídos a partir da compreensão distorcida de mensagens lidas por aí, seja devido à dificuldade de interpretação, a conteúdos descontextualizados recortados e, inclusive, provenientes de fontes desconhecidas – como as fake news", completa.

A especialista em gestão de pessoas, mentora, palestrante e facilitadora em desenvolvimento integral humano, Daniele Costa, falou sobre o cancelamento excessivo na internet. "Se compreendêssemos que tudo que manifestamos tem a ver com o nosso mapa mental, crenças e paradigmas e cada um carrega em si seus próprios saberes, trocaríamos julgar por compreensão e consciência", diz Daniele. "O julgamento muitas vezes esteve inserido em nossa sociedade como forma de manifestação de poder e medo. O cancelamento é uma forma de atualização mais branda da fogueira da inquisição", completa.

Para Daniele, podemos mudar a falta de compreensão na internet se entendermos que todos nós fazemos parte de um só universo. "Acredito que a internet como qualquer sistema vivo sofrerá suas adequações. Usar essa ferramenta de forma saudável, ela se torna reflexo dos nossos próprios comportamentos, emoções e como pensamos, é compreender que o outro também faz parte de mim".

A presidente Dilma Rousseff usou uma cerimônia de assinatura de uma portaria interministerial que autoriza cirurgias reparadoras às mulheres vítimas de violência para fazer um apelo pela "compreensão, diálogo e unidade" do País. Dilma disse que seu governo tem "absoluta disposição" para "lutar todos os dias" para tornar a tolerância "um dos pilares da nossa sociedade e da nossa cultura".

"No momento em que nós vivemos, mais uma vez, é necessário que a gente repita a importância da tolerância", afirmou Dilma. "A tolerância e a pacificação da sociedade é algo muito importante."

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Sem citar especificamente o temor do governo com o acirramento da violência nas manifestações marcadas para o próximo domingo, Dilma afirmou ainda que o País precisa manter sua reputação de ser um país tolerante, "um país que não foi afeito nem a guerra, nem a conflitos armados".

A avaliação de petistas é de que a ação do juiz Sérgio Moro de decretar a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou o padrinho político de Dilma a insuflar a militância, que já tem feito convocações para contrapor as manifestações pró-impeachment marcadas para domingo, 13. A partir daí surgiu o temor de que confrontos, até mesmo fatais, possam ampliar a crise política, já que na última sexta-feira o depoimento obrigatório de Lula gerou graves enfrentamentos.

Dilma disse ainda que "ter um quadro de paz é fundamental principalmente para os governos". "Os governos precisam de paz para que possamos ter condições de enfrentar a crise e retomar o crescimento", afirmou.

A presidente também não citou o processo de impeachment, que está em tramitação na Câmara dos Deputados, e disse que "até o final do meu governo em 2018" continuará estabelecendo políticas e viabilizando as medidas para que acabar com "o pesadelo da violência que se abate sobre as mulheres".

Economia

A presidente disse ainda que atualmente "fica claro" que um dos componentes que atrasam a retomada do crescimento é a sistemática crise política "que o Brasil, de forma episódica, vem sendo submetido". "Episódica porque ela vai e vem, porque se acentua e depois recua", afirmou.

Dilma disse que já há sinais de que a economia pode se recuperar e destacou a redução da inflação. "Temos hoje um quadro e perspectiva de ter uma inflação menor", afirmou. A presidente disse ainda que o câmbio atualmente favorece as exportações, mas destacou que é preciso "recuperar nosso mercado interno".

Última hora

A agenda da presidente Dilma foi alterada para que ela pudesse ter alguma ação considerada positiva no Dia Internacional das Mulheres. O evento de assinatura da portaria interministerial que regulamentou a lei 13.239/2015 aconteceria inicialmente no Ministério da Saúde e foi transferido para o Planalto.

Dilma optou por não fazer pronunciamento em rede nacional de rádio e TV devido aos panelaços após pronunciamentos do governo ou do PT. No ano passado, Dilma usou o pronunciamento em rede nacional pela data para fazer uma longa defesa ao ajuste fiscal e pedir "paciência" e "compreensão" dos brasileiros porque, segundo ela, a atual situação era "passageira".

Na cerimônia, assim como fez mais cedo no Twitter, a presidente destacou políticas de governo para as mulheres e disse que um dos mais fortes preconceitos que recai sobre as mulheres é a violência e que é "prioridade do governo a luta contra toda forma de preconceito". "Nós para de fato combatermos e não deixar isso apenas no discurso, expandimos de forma efetiva a rede de proteção da mulher", destacou.

Ao listar mais ações do governo para o combate de proteção a mulher, Dilma disse que o Ligue 180, rede de atendimento a mulheres vítimas de violência, tem se expandido. Em relação a portaria assinada, que prevê a cirurgia para reparação, Dilma disse que "nada mais justo que a mulher tenha sua condição de integral reparada e de forma que seu corpo não fique marcado e nem deformado por violência completamente injustificada".

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