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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu hoje (20) a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o pedido da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) para suspender as redes sociais do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

A parlamentar pediu a suspensão de acesso após discurso do deputado no Dia Internacional da Mulher, quando Nikolas vestiu uma peruca amarela e disse que “se sentia uma mulher” e afirmou ainda que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”. Para a comunidade LGBTQIA+, o parlamentar cometeu crime de transfobia no discurso.

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“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, para manifestação quanto ao requerimento apresentado pela deputada federal Érika Hilton, para imposição de medidas cautelares em desfavor do deputado federal Nikolas Ferreira no prazo de 5 cinco dias”, despachou Moraes.

Após o episódio, pelas redes sociais, Nikolas Ferreira negou qualquer ofensa. “Defendi o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans - visto a diferença biológica - e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala. Elucidei o exemplo com uma peruca. O que passar disso é histeria e narrativa”, afirmou. 

Embora o Dia Internacional da Mulher tenha passado, na maior cidade do país, o mês de março inteiro está destinado a uma programação cultural temática sobre a data. Confira alguns deles, organizados por instituições da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo:

10 de março - Biblioteca Parque Villa-Lobos

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Oficina “Ilustrar com Pincéis”: os participantes vão aprender a técnica da tinta sumi (de fuligem vegetal) e a partir da leitura de poemas escritos por mulheres, os alunos criarão imagens para ilustrá-los. 

Horário: 14h às 17h

Endereço: Avenida Queiroz Filho, número 1205 - Alto de Pinheiros

Classificação Etária: 14 anos

Inscrições: http://bvl.org.br/inscricao

11 de março - Museu do Futebol

Feira Ilê-Ifé: A feira de afroempreendedores realiza uma edição feminina, na área externa do museu. Haverá produtos de moda, culinária, artesanato e outras criações independentes; além de uma apresentação do grupo Samba de Elis, formado só por mulheres.

Horário: 10h às 17h

Endereço: Praça Charles Miller, sem número - Estádio Paulo Machado de Carvalho, Pacaembu

Outras informações em: https://museudofutebol.org.br/

11 e e 30 de março - Museu da Língua Portuguesa

No dia 11 de março, das 10h às 11h, a visita na exposição principal será focada na presença das mulheres nas diversas experiências e instalações do museu - tanto anônimas, quanto famosas como Alcione, Conceição Evaristo e Maria Bethânia. Já no dia de 30 de março, das 14h às 16h, a trilha sonora do Baile da Terceira Idade terá músicas de compositoras e intérpretes brasileiras.

Endereço: Praça da Luz, sem número - Centro Histórico de São Paulo - SP

Até 12 de março - Museu da Imagem e do Som

Segundo a tradição anual do museu, em março, o MIS celebra a carreira de uma atriz renomada. Este ano, a homenageada é Marília Pêra (1943-2015), que completaria 80 anos em janeiro. Haverá a exibição gratuita de mais de dez títulos diferentes, da artista, como: Jogo de Cena (2007), Dias melhores virão (1989), Vestido de noiva (2006), Polaroides urbanas (2008), Pixote: a lei do mais fraco (1980), Tieta do Agreste (1996) e “Bar esperança, o último que fecha” (1983).

Endereço: Avenida Europa, número 158 - Jardim Europa,

 Outras informações em: https://www.mis-sp.org.br/

18 de março até 11 de junho - Paço das Artes

“NÓS – Arte & Ciência por mulheres: A exposição apresenta a trajetória feminina na produção do conhecimento - desde a sabedoria ancestral das feiticeiras e curandeiras, até a presença das mulheres nas instituições científicas hoje.

Horário: Terça a sábado, das 11h às 19h; domingos e feriados, das 12h às 18h

Endereço: Rua Albuquerque Lins, número 1345 - Higienópolis

Entrada gratuita

Outras informações https://www.pacodasartes.org.br/

18 e 25 de março - Biblioteca de São Paulo

Curso Mulheres e Quadrinhos: destinado a participantes de qualquer identidade de gênero, o curso apresenta técnicas básicas de produção e roteiro, do rascunho à colorização. No exercício prático, os alunos criarão uma HQ para contar a história de uma mulher que inspira novas gerações a lutarem por seus direitos. 

Horário: 13h às 17h

Endereço: Avenida Cruzeiro do Sul, número 2.630 - Santana

Classificação Etária: 14 anos

Inscrições: http://bsp.org.br/inscricao

 18 de março - Casa das Rosas

Slam das Minas: Uma disputa de poesia falada com autoria feminina e trans. A “batalha” será em três rodadas, duas de competição geral e a última apenas de finalistas.

Horário: 18h

Endereço: Avenida Paulista, número 37 - Bela Vista

Não é necessário inscrição

19 de março - Casa das Rosas

“Declama, mulher!”: Sarau do coletivo de mesmo nome. Haverá apresentações de artistas convidadas, além do microfone aberto para quem quiser declamar poemas de autoria feminina.

Horário: 15h

Endereço: Avenida Paulista, número 37 - Bela Vista

Não há necessidade de inscrição. Outras informações em informações em: https://www.casadasrosas.org.br/

 24 de março - Fábrica de Cultura São Bernardo do Campo

“Roda de Conversa: A desconstrução da mulher através da música 

A Bibliotech realizará um bate-papo através de comparativo cronológico das ideologias atribuídas a mulher por meio da música, sendo duas composições sobre a mesma temática, pela voz de: Pitty – Desconstruindo Amélia x Ataulfo Alves – Ai que saudades da Amélia.

Horário: 11h

Endereço: Avenida Armando Ítalo Setti, número 80 - Baeta Neves

Outras informações em: https://www.fabricadecultura.org.br/sao-bernardo

A governadora Raquel Lyra (PSDB), a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) e mulheres que integram o primeiro escalão do Governo de Pernambuco, desceram para a porta do Palácio do Campo das Princesas nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, e recebeu as feministas presentes no ato em defesa da luta por direitos das mulheres. O lema do ato deste ano foi “Mulheres nas ruas contra: o racismo, o feminicídio, o transfeminicídio, o encarceramento em massa, pela legalização do aborto, por uma democracia popular e sem anistia para golpistas”. 

As lideranças das organizações sociais que estavam no ato e foram recebidas por Raquel Lyra entregaram um documento à governadora com reivindicações para a implementação de políticas públicas de enfrentamento da violência de gênero contra as mulheres. A criação de programas de empregabilidade para mulheres, fortalecimento das instituições de saúde e segurança para as mulheres constam entre os itens apresentados. 

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Por sua vez, a governadora propôs a criação de um grupo de trabalho para definir as políticas públicas. No Instagram, a governadora ressaltou que “mulher deve ser tratada com respeito e atenção”. “Por isso, decidi não apenas receber uma comissão, mas encontrar com todas as participantes do Ato 8 de Março”.

“Sou uma de vocês no Governo de Pernambuco, mas não serei a governadora que posso ser se não tiver o apoio, o trabalho, a compreensão do que podemos fazer em cada tempo, junto com vocês”, salientou a tucana. 

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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) teve vários pedidos de cassação de mandato neste Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje, 8 de março, depois de ter feito um discurso transfóbico na Câmara dos Deputados, em Brasília. Até a publicação desta matéria, o PSOL e PSB já haviam solicitado a cassação do mandato do parlamentar ao Conselho de Ética e ao Supremo Tribunal Federal. 

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-DF) informou que o Partido Socialismo e Liberdade representado na Câmara dos Deputados entrou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Nikolas Ferreira. “Em 2019, o STF considerou como crime a LGBTfobia no País contra o deputado que, infelizmente, foi à tribuna no Dia Internacional de luta das mulheres para tentar dizer o que é a pauta feminina. Nada mais típico de que um machista desocupado fazer isso no dia 8 de março. Tentou fazer numa situação que não tem graça, porque a estimativa de vida da população trans é de 27 anos. Vamos acionar, inclusive, o Conselho de Ética, porque quem está no parlamento merece responder por isso”, detalhou.

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Por sua vez, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) informou que a bancada do Partido Socialista Brasileiro, junto com outros parlamentares, fez o pedido de cassação do mandato de Nikolas Ferreira. “Estamos falando de um homem que, no Dia Internacional da Mulher, tirou o nosso tempo de fala para trazer uma fala preconceituosa, criminosa, absurda e nojenta. A transfobia ultrapassa a liberdade de discurso garantida pela liberdade parlamentar. Transfobia é crime no Brasil, e é importante dizer que eu, ao lado da bancada do PSB, junto com outros parlamentares, estamos pedindo a cassação do mandato de Nikolas Ferreira”, exaltou. 

“Para vocês terem ideia do perigo que tudo isso é, elas estão querendo colocar uma imposição de realidade que não é a realidade. Eu, por exemplo, posso ir para a cadeia caso seja condenado por transfobia, não porque eu xinguei ou pedi para matar, mas porque, há dois anos, parabenizei as mulheres XX. Ou seja, é uma imposição. Ou você concorda com o que eles estão dizendo, ou você é transfóbico, homofóbico e preconceituoso”, afirmou o bolsonarista. 

De acordo com Nikolas, ele estaria defendendo a liberdade para as mulheres e para a sociedade. “Por exemplo, um pai poder recusar por um marmanjo de dois metros de altura entrar no banheiro da sua filha sem ser considerado transfóbico. Liberdade para as mulheres que estão perdendo o seu espaço nos esportes, até mesmo em concurso de beleza. E pensa só isso, uma pessoa que se sente simplesmente algo impõe isso para você. A apple, por exemplo, hoje está homenageando um homem que se sente mulher e que é, inclusive, ativista da obesidade”, disse, ao insinuar gordofobia. 

Em seguida, ele tira a peruca e diz voltar a ser o Nikolas por ser “gênero fluído”. “Mulheres, vocês não devem nada ao feminismo, pelo contrário, o feminismo que exalta mulheres que nada fizeram para as mulheres. Simone de Beauvoir que, por exemplo, em 77, assinou uma frente pela legalização da pedofilia e a esquerda esconde isso. Ser corajoso não cabe apenas ao feminismo. Mulheres, retomem a sua feminilidade, tenham filhos, amem a sua família”, proferiu o parlamentar.  

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Profissionais da enfermagem comentam na publicação do presidente Lula (PT) sobre a sanção da lei da igualdade salarial entre homens e mulheres em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8), e cobram a vigência do piso salarial da enfermagem. 

“Aproveita as homenagens do Dia da Mulher e nos homenageia com o piso da enfermagem, que é composta por 90% de mulheres guerreiras, mãe e chefe de família!”, protestou uma internauta. “As mulheres enfermeiras têm direito ao piso. Assine a MP”, disse outra. 

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O protesto na publicação do presidente Lula acontece porque a Medida Provisória que regula o piso, que estava prevista para sair nesta quarta-feira (8), ainda não saiu. No entanto, o intuito é que o novo texto saia ainda nesta semana, para evitar que o Fórum Nacional da Enfermagem promova a paralisação nacional prometida para a sexta-feira (10), já que a categoria reclama da falta de interlocução do governo e prepara uma série de ações para o pleito da classe. 

O Fórum preparou um calendário de atividades até o fim deste mês, que integra vigília na Câmara dos Deputados e ato público em Brasília, além da paralisação de sexta. 

Mulheres de todos os continentes se mobilizaram, nesta quarta-feira (8), em defesa de seus direitos em franco retrocesso em países como o Afeganistão, ou sob pressão em outros, como os Estados Unidos, onde o direito ao aborto é questionado, passando por Brasil, México e Colômbia, onde os feminicídios se multiplicam.

No conservador e patriarcal Paquistão, milhares de mulheres foram às ruas apesar da tentativa das autoridades de várias cidades de impedir as manifestações convocadas por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

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"Não vamos mais ficar caladas. É nosso dia, é nosso momento", afirmou Rabail Akhtar, uma professora que se somou às 2.000 participantes de um ato em Lahore.

"Por que há tanto medo das mulheres que reivindicam seus direitos?", perguntou-se Soheila Afzal, uma designer gráfica.

No Afeganistão, "o país mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres", segundo Roza Otunbayeva, diretora da missão de assistência da ONU no país, cerca de 20 mulheres se manifestaram em Cabul, constataram jornalistas da AFP.

Desde a volta dos talibãs ao poder, em agosto de 2021, as mulheres e as meninas afegãs têm sido "apagadas da vida pública", lamentou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

De forma geral, Guterres advertiu que "os avanços alcançados em décadas estão evaporando" no mundo.

"No ritmo atual, a ONU Mulher prevê que serão necessários 300 anos" mais para a igualdade entre homens e mulheres, acrescentou.

Durante um evento da Forbes em Abu Dhabi, a ex-secretária de Estado americano Hillary Clinton destacou que "as mulheres e as crianças são as principais vítimas dos conflitos e das mudanças climáticas" e que "nenhum lugar (...) nos mostra isso de forma mais dramática do que a Ucrânia hoje".

Em um vídeo, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, agradeceu às mulheres que "sacrificaram sua vida" desde o início da invasão russa, há um ano. Do outro lado do conflito, o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou as mulheres que "cumprem seu dever" a serviço da nação.

- Sanções inéditas -

Em um gesto simbólico na véspera do 8 de março, a União Europeia (UE) adotou sanções contra nove funcionários e três entidades oficiais de seis países, entre eles o Afeganistão, a Rússia e o Sudão do Sul, por casos de violência sexual e abusos contra as mulheres.

O Reino Unido seguiu a mesma linha nesta quarta e congelou os ativos e proibiu a entrada ao país de vários indivíduos e entidades responsáveis por agressões contra as mulheres no Irã, na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro-africana.

Na Irlanda, onde a Igreja católica exerceu durante décadas um ferrenho domínio moral, o governo anunciou para novembro um referendo para decidir se serão eliminados artigos constitucionais que determinam que o lugar da mulher é "o lar".

Na Espanha, uma multidão com roupas e pintada com tinta na cor roxa percorreu o centro de Madri.

Esta manifestação "me dá muita força, muita esperança e muita energia para continuar lutando por direitos iguais para todas", disse à AFP Mariam Ferradas, uma auxiliar de cozinha de 52 anos, lembrando que suas avós "lutaram" por "certas liberdades que agora querem voltar a tirar de nós".

O governo do socialista Pedro Sánchez, em coalizão com o partido de esquerda radical Podemos, sofre atualmente um racha pela reforma de uma lei sobre agressões sexuais.

Na França, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram por ocasião do Dia da Mulher, marcado este ano pela luta contra a reforma da Previdência, impulsionada pelo presidente Emmanuel Macron, que quer alterar de 62 para 64 anos a idade de aposentadoria.

"As mulheres são as grandes perdedoras desta reforma, pois com frequência suas carreiras são descontínuas", afirmou Odile Deverne, uma professora de 60 anos, em Lille (norte).

- Direito ao aborto -

Outro tema central dos protestos é a defesa do direito ao aborto, fragilizado nos Estados Unidos pela decisão da Suprema Corte de revogar, em junho, a sentença de 1973 que garantia a interrupção voluntária da gravidez em âmbito federal.

Esse direito também foi reduzido na Hungria e na Polônia.

"Lutamos contra um patriarcado (...), que desafia até a saturação estes direitos nossos - como o aborto -, que alcançamos lutando", proclama o manifesto da marcha em Madri.

Contrariando essa tendência, Macron declarou seu apoio a uma iniciativa de blindar o direito ao aborto, incluindo-o na Constituição francesa.

- Mobilizações na América Latina -

Sob os lemas "Nem uma assassinada a mais!" e "Contra as violências machistas e o trabalho precário!", coletivos feministas convocaram manifestações nas principais cidades do México, onde em 2022 foram registrados 969 feminicídios, segundo dados oficiais.

Também na Colômbia, organizações de mulheres convocaram manifestações em Bogotá, Medellín, Cali e outras cidades para exigir ações frente ao aumento dos feminicídios, que passaram de 182 em 2020 a 614 no ano passado.

O Brasil também bateu um recorde negativo em 2022, com mais de 1.400 feminicídios, o que representa um caso a cada seis horas, segundo uma pesquisa publicada pelo portal de notícias g1.

Uma "grande batucada feminista" denunciará, em São Paulo e no Rio de Janeiro, os "cortes nas políticas de proteção da mulher" e o "crescimento vertiginoso do machismo e da misoginia" durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), afirmou Junéia Batista, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Na Venezuela, sindicatos e federações convocaram uma marcha em Caracas para exigir garantias a seus direitos, violados pelos baixos salários, pelos abusos e pela "crescente feminização da pobreza".

Sem permissão das autoridades para se manifestarem livremente, as organizações feministas independentes de Cuba convocaram uma "marcha virtual" nas redes sociais para gerar sensibilização sobre a violência de gênero e os feminicídios.

burs-rs/al/js/mvv/ic/am

A CAIXA oferece neste mês de março um pacote de benefícios para o público feminino, em reconhecimento ao Dia Internacional da Mulher. O banco preparou condições especiais em produtos e serviços, como seguros e promoções, disponíveis até o dia 31.

A ação promocional dedicada ao mês das mulheres traz ainda uma oportunidade para as empreendedoras, que podem aderir ao Consórcios Veículos Leves com condições especiais e obter linhas de crédito pessoa jurídica com taxas exclusivas.

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As pequenas produtoras rurais contam ainda com redução na taxa do PRONAF.     Confira detalhes dos produtos e serviços que compõe o pacote:

Seguro Vida Mulher:  O Seguro Vida Mulher foi criado especialmente para as mulheres que buscam proteção e assistências personalizadas. A cobertura contratada pode ser de R$ 20 mil a R$ 2 milhões, por morte natural ou acidental, e benefícios especiais:     ■ Indenização em vida de 50% do capital assegurado, em caso de diagnóstico de câncer de mama, ovário e útero;  ■ Isenção do pagamento em caso de câncer;  ■ Isenção de pagamento em caso de desemprego;  ■ Cobertura por morte acidental de cônjuge (opcional).

Rapidex Mulher:  A CAIXA disponibiliza a contratação do seguro Rapidex com uma gama de serviços para a casa, carro e moto e traz assistências exclusivas para o público feminino. Um diferencial do Rapidex é que a cliente pode contratar as assistências sem a obrigatoriedade de contratação da cobertura securitária.

Veja algumas das assistências disponíveis pelo Rapidex: 

■ Orientação Nutricional: perfil pessoal, dicas de hábitos saudáveis, sugestões de cardápio, informações especializadas sobre nutrição; 

■ Apoio à Mulher: canal seguro, denúncia e serviços de proteção, orientação jurídica e indicação de advogado e medida protetiva de urgência; 

■ Portal Educação: professores online e videoaulas, conteúdos de ensino fundamental e médio e preparação para o ENEM.

Previdência Mulher: A Previdência Mulher possibilita o planejamento da aposentadoria ou um projeto futuro. Ao contratar este produto, com valores a partir de R$ 40,59 mensais, a cliente da CAIXA passa a contar com coberturas como: ■ Gravidez Premiada: indenização de R$ 50 mil em decorrência de gravidez de gêmeos, trigêmeos ou mais, concebidos naturalmente.  ■ Prevenção ginecológica anual: uma consulta por ano com ginecologista credenciado, podendo ser realizado o exame de papanicolau, que previne o câncer de colo de útero.

Consórcios Veículos Leves Mulher Empreendedora: A cliente sócia PJ conta com desconto de 10% sobre a taxa de administração no consórcio de veículos leves. O desconto será aplicado na taxa de administração total do contrato, com redução do valor da parcela a partir do 25º mês. Para obter o desconto, a cliente deve possuir Conta Corrente PF CAIXA, Conta Corrente PJ CAIXA e opção de débito em conta das parcelas do consórcio.

Para aderir à ação promocional, basta informar o código de convênio 100131122022 para acessar a condição de desconto de 10% sobre a taxa de administração, a partir da 25ª parcela.

Cartões de Crédito CAIXA: Para auxiliar as mulheres na gestão dos gastos do dia a dia, o banco disponibiliza o Cartão de Crédito CAIXA Mulher. Esse cartão, desenvolvido para atender as demandas do público feminino, possui design diferenciado e anuidade zero. O Cartão de Crédito CAIXA Mulher pode ser emitido na bandeira Elo ou Visa:

■ O Cartão de Crédito CAIXA Mulher Elo vem com 5 benefícios Flex: Elo Wi Fi, Residencial Básico, Auto Emergencial II, Instalação e Fixação e Clube Elo Mania. Na plataforma Elo FLEX, a cliente pode trocar os benefícios por outros nas categorias: Automóvel, Casa, Pet, Vida, entre outros.

■ O Cartão de Crédito CAIXA Mulher Visa conta com benefícios como descontos em parceiros no site Vai de Visa, garantia estendida, proteção de preço e proteção de compras.     Com o Aplicativo Cartões CAIXA, a cliente acessa dezenas de funcionalidades para gerenciar o cartão, como verificar compras realizadas em tempo real, consultar limites, aderir a débito em conta, parcelar fatura, atualizar endereço, entre outros.

Para as novas contratações do Cartão de Crédito CAIXA Mulher, efetuadas de 6 a 10 de março, será concedido cashback de até R$ 50, mediante gastos mínimos acumulados até 31 de maio, conforme quadro abaixo e regulamento disponível no endereço Semana da Mulher CAIXA.

Pronaf Custeio Mulher: A linha Pronaf Custeio Mulher é voltada para mulheres produtoras rurais e financia até 100% de despesas relativas ao ciclo produtivo de lavouras de café, cana de açúcar, milho, soja, fruticultura, hortaliças, entre outros, incluindo a aquisição de insumos, pagamento de serviços e todas as despesas do trato animal para o custeio pecuário, com prazo de até 24 meses nas operações agrícolas e pecuárias.

Benefício para as mulheres: redução de 0,5 pontos percentuais na taxa de juros para contrato com produtora rural mulher identificada na Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) como primeira ou segunda titular.

Giro CAIXA FAMPE: As mulheres empreendedoras, MEI ou empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões com sócias mulheres poderão contratar o Giro CAIXA FAMPE com redução na taxa de juros. A linha de crédito não possui destinação específica e conta com o fundo garantidor do SEBRAE, não sendo exigidas garantias adicionais, gerando acesso facilitado ao crédito para as empreendedoras. As taxas de juros oscilam de 1,87% a 2,37% ao mês, dependendo da faixa de faturamento da empresa.  

*Da assessoria 

No dia Internacional da Mulher, as jogadoras da Associação Feminina de Futsal de Apucarana realizaram um protesto, através das redes sociais, reclamando da falta de apoio financeiro. Na imagem publicada, seis atletas aparecem acompanhadas do treinador Adenilsom de Souza, no meio da quadra do Ginásio de Esportes Lagoão, com todos sem camisa, apenas vestindo shorts.

Em caixa alta, o seguinte questionamento: "Se não tivéssemos peitos, vocês nos apoiariam?".

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Em 2022, o time foi campeão pela primeira vez da Série Prata do Paranaense. Com a conquista, a AFFA foi promovida para a Série Ouro de 2023, mas não disputará devido à falta de patrocínios. O torneio tem data prevista para começar em abril, mas o clube não enviou a documentação.

“Ser mulher é ser guerreira sem ter outra escolha. A diferença de gênero é o vento que nos empurra para trás na corrida pelos nossos direitos”, publicou a equipe.

Neste Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje, 8 de março, a prefeita de Uberaba (MG), Elisa Gonçalves (Solidariedade) publicou nas redes sociais alguns ataques que recebe diariamente de moradores da cidade na internet. Na publicação, a gestora exaltou que “nem tudo são flores”, e que, além de todo o trabalho, precisa “lidar e conviver com esse tipo de ataque misógino”. 

Ataques como “te odeio”, “você vai pagar, desgraçada”, “meu sonho era saber que alguém matou você”, “você é lixo para mim”, foram expostos por Elisa Gonçalves no seu perfil oficial do Instagram. 

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“Nós ainda temos que lidar e conviver com esse tipo de ataque misógino, machista e que reforça o desrespeito que ainda existe contra nós, mulheres, principalmente, quando estamos em cargos ocupados, historicamente, por homens”, disse a prefeita, ao comentar sobre como é ser mulher e ocupar um cargo majoritariamente masculino. 

No entanto, de acordo com Elisa, “esse tipo de ataque que diminui e descredibiliza muito mais pelo simples fato de ser mulher, não me abala”. “Sigo firme e focada no propósito de trabalhar, diariamente, pela nossa cidade e por cada um e cada uma que vive aqui. Também por aqueles que torcem contra. A mulher pode ser o que ela quiser e estar onde quiser”, salientou. 

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Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o Recife Mariners apresenta uma história que contém coragem, determinação e é, no mínimo, inspiradora. A atleta Larissa Muniz, de 29 anos, será a primeira do Nordeste e uma das poucas mulheres do Brasil a disputar um campeonato de futebol americano jogando em uma equipe masculina.

Natural de Brasília-DF, Larissa conheceu o esporte por meio do time Brasília Pilots, equipe formada inteiramente por mulheres, pela qual ela disputa a Liga Feminina. Por questões profissionais, a candanga foi transferida para o Recife, mas a ideia de abandonar o FA nunca passou pela cabeça da jogadora.

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"Conhecia o Mariners, pelo destaque na BFA, e também meu mentor de posição, o Gerson Santos, que me apresentou para o HC Lucas. Ele foi ótimo e me acolheu no time no intuito de treinar com o time de Desenvolvimento e poder continuar me desenvolvendo aqui também", conta Larissa. Única atleta feminina no meio de tantos homens, ela afirma que não há distinção na equipe. "Eles são muito legais, são muito respeitosos e sempre tentam, procuram ajudar de alguma forma. Então chegar aqui e ter com quem contar foi muito importante".

Com a proximidade da estreia do Mariners DEV na Copa Nordeste, a diretoria da equipe entrou em contato com a organização do campeonato para defender a inscrição da atleta como parte do plantel, o que foi aceito pelo comitê.

"Para mim foi uma surpresa, na verdade, porque eu não sabia que o pessoal do time estava correndo atrás dessa permissão. E eu vejo isso como uma oportunidade para melhorar minhas habilidades", conta a jogadora com orgulho, afirmando ainda que "lugar da mulher é onde ela quiser".

A jogadora estreia, junto com o Mariners DEV, na Copa Nordeste, no dia 25 de março, para um grande clássico do futebol americano brasileiro: Recife Pirates x Recife Mariners. A partida será realizada no Estádio Arena Pontezinha, no município do Cabo de Santo Agostinho, às 16 horas.

Da assessoria

Nesta quarta-feira (8), é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e, para celebrar, nada melhor do que mostrar a força empreendedora que só tem aumentado no meio feminino. A história de Maria Vitória Siqueira, de 23 anos, traz uma inspiração para muitas mulheres, e deixa o recado de que não existem dificuldades que superem a força feminina de se reinventar e enfrentar desafios.

Fundadora da Sempre Juntas doceria, em 2019, a jovem decidiu empreender, levada pela dificuldade financeira que a obrigou a trancar o curso superior de arquitetura, em Caruaru, Agreste de Pernambuco. Assim, Vitória voltou para a casa dos pais, em Paulista, Região Metropolitana do Recife, que estavam desempregados na época e viram no empreendimento uma forma de sair das dificuldades.

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Hoje, Vitória tem uma história de sucesso para contar como empreendedora, mas nem sempre foi assim. Um dos desafios que a jovem teve que superar foi a falta de credibilidade por ser jovem. Em feiras de empreendedorismo que participava, Vitória relata que muitas vezes ouvia comentários questionando o fato da empreendedora estar trabalhando ao invés de estudando.

“Até ano passado, quando eu fui sozinha pela primeira, sem ajuda de ninguém, pessoas simplesmente nem me olhavam, às vezes até perguntavam por que eu não estava na escola ao invés de estar trabalhando, simplesmente porque não acreditavam na minha capacidade real de ter uma empresa”, afirmou.

Vitória ressalta que o seu empreendimento foi o que manteve sua casa financeiramente por um bom tempo. Pois, através dele que ela conseguiu ajudar seu pais enquanto estavam desempregados. 

Como empreendedora, a doceira teve na sua mãe a inspiração, já que desde criança a via produzindo bolos e doces caseiros para vender.

“Eu levo muito a sério a questão do empreendedorismo feminino, até minha mãe sempre foi uma mulher empreendedora e nunca me deixou olhar para trás, e por causa disso, nunca tive o pensamento de que eu não podia fazer algo, e quando eu paro, olho para trás e vejo tudo que eu já fiz, aonde eu cheguei com tão poucos recursos, eu fico orgulhosa da minha trajetória”, afirmou.

Além de jovem, Vitória sente na pele a desigualdade de gênero que ainda é vista na sociedade. A mulher relata que, quando vai a feiras de empreendimento apresentar seus produtos acompanhada de seu namorado, muitas pessoas querem atendimento exclusivamente com ele por acreditarem que ele, por ser homem, é quem está à frente da empresa.

“Eu sinto na pele a diferença que ainda é feita entre homens e mulheres. Nas feiras que participo, e vou com meu namorado, que apesar de ser dois anos mais novo que eu, mas ainda assim acontece de muitas só quererem o atendimento dele, tratar os assuntos com ele, pelo fato de ele ser homem, as pessoas acreditam que ele esteja à frente da empresa e não eu que sou mulher”, pontuou.

Parlamentares da nova legislatura têm um posicionamento mais conservador em relação a pautas relacionadas ao movimento feminista. É o que aponta o estudo Perfil Parlamentar (2023-2026) Sob a Ótica da Agenda Feminista, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), com base em análises dos conteúdos das redes sociais dos 513 deputados federais e dos 81 senadores (incluindo os eleitos em 2022). O Cfemea considerou somente as publicações feitas no período oficial de campanha eleitoral de 2022 (16 de agosto a 30 de outubro), em sites dos parlamentares e no Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.

O estudo

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Por meio de 34 perguntas iguais para todos, o estudo avaliou se houve posicionamento sobre seis temas considerados relevantes para a agenda feminista: Direitos sexuais e direitos reprodutivos; Violência contra a mulher; Concepção de família; Posicionamento sobre o cuidado (por exemplo, divisão do trabalho intrafamiliar); Religião (entre os pontos observados: o Estado laico); Posições antigênero (como direitos LGBTQIA+).

A pesquisa constatou que os perfis dos parlamentares estão separados em cinco grupos ideológicos. E cada pessoa pode integrar mais de um grupo, conforme afinidades. São eles: armamentista (pouco mais de 10% do Congresso Nacional); religioso (aproximadamente 20%), de costumes/defensores da família tradicional (aproximadamente um quarto; feminista (aproximadamente 20%); conservadores (mais de 40%).

A coordenadora da pesquisa e doutora em ciência política, com pós-doutorado em estudos feministas interseccionais pela Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora em gênero, mídia e política, Denise Mantovani, em entrevista à Agência Brasil, comentou os resultados da pesquisa: “A gente tem desde o aspecto do impacto das redes sociais e dos discursos de ódio propagados. A gente está vendo que muitas dessas candidaturas se elegeram às custas de muita fake news." E detalha alguns perfis: “No estudo, a gente percebeu que existem partidos que efetivamente concentram as posições da extrema direita, neoconservadoras, religiosas fundamentalistas.”

No entanto, Denise aponta convergência em alguns temas. “Existem parlamentares que podem ser aliados pontuais em determinados assuntos com os quais eles dialogam com os direitos das mulheres”. Ela destaca o combate à violência contra mulher. “Em uma situação em que eles sejam convidados a apoiar uma legislação que ajude a prevenir, enfrentar e combater a violência doméstica contra as mulheres, a violência sexual, o estupro, acho que existem possibilidades de arranjos com parlamentares de vários partidos para compor uma aliança com a bancada feminista e antirracista que está atuando na defesa e dos direitos das mulheres, em toda diversidade que essa palavra representa.”

Composição do novo Congresso

As mulheres representam 52,62% do eleitorado brasileiro, de acordo com a Justiça Eleitoral. Apesar de as mulheres serem a maioria, não há reflexo na composição do Congresso Nacional. O estudo do Cfemea confirmou que falta equidade de gênero e raça na representação política. Na Câmara dos Deputados, as mulheres representam 17,7% das cadeiras, com 91 deputadas. Com o resultado das urnas, foi mantida a hegemonia masculina (82,3%). A maioria dos deputados e deputadas eleitos é branca (72%). Em seguida, vêm os pardos (21%), pretos (5%), indígenas (0,9%) e amarelos (0,58%). No Senado, são apenas 15 mulheres entre 81 senadores, sendo que quatro delas são suplentes de senadores que ocupam cargos no governo federal.

Além da representação feminina ser baixa na Câmara e no Senado, as mulheres também estão longe dos principais postos de comando, como as presidências das duas casas legislativas, assentos nas mesas diretoras e nas comissões.

A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) cita os principais desafios para os próximos anos. “O primeiro deles é o envolvimento de todos os parlamentares - mulheres e homens - nesse debate. Estamos tratando do interesse de mais da metade da população brasileira, sendo que a outra metade também se beneficiará com o avanço civilizatório que é promovido a partir das conquistas das mulheres.”

Principais achados do estudo

O estudo do Cfemea mostra que, na Câmara, a maioria dos deputados (56,73%) não mencionou o aborto e a proteção às vítimas de estupro/violência sexual em suas postagens.

Já os 16 deputados e deputadas (3,12% dos eleitos) que se declararam favoráveis ao aborto são majoritariamente de legendas progressistas, de esquerda.

Mais de 320 parlamentares (63% das cadeiras da Casa) declararam diretamente ou fizeram menções a símbolos religiosos em mais de uma postagem no período eleitoral. E 89 deputados se manifestaram abertamente contra a ideia de que “religião e política não devem se misturar”.

No Senado Federal, dos 81 parlamentares, 45 (56%) declararam vínculo com alguma religião. E nenhum senador se posicionou favoravelmente, nas redes sociais, ao direito de interrupção da gravidez.

Sobre as composições familiares, 82 deputados (16%) identificados com o conservadorismo defenderam a chamada “família tradicional”, quando apresentaram suas candidaturas. E 11 deputados vinculam o cuidado com os filhos como uma atribuição das mulheres somente, sem mencionar qualquer divisão de cuidados.

Outro aspecto destacado na pesquisa é a baixa menção ao machismo (59 deputados ou 11,5% do total da Câmara) como um problema estrutural relacionado à violência contra as mulheres.

O estudo completo Perfil Parlamentar (2023-2026) Sob a Ótica da Agenda Feminista pode ser acessado aqui.

Desafios do novo Parlamento

No estudo, o Cfemea avalia que a realidade da política brasileira, “com a presença neoconservadora e da extrema direita no parlamento brasileiro, demostra quase nenhuma ou pouca afinidade com as pautas relacionadas aos direitos sexuais e reprodutivos, assim como os pilares democráticos”.

Na Câmara, na última legislatura, foram abordadas pautas como a defesa do não nascido e o direito à vida deste, com Estatuto do Nascituro; a dita proteção de crianças contra o ativismo LGBTQIA+ e a regulamentação do homeschooling.

Em seu segundo mandato, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) avalia como serão os trabalhos com a nova Câmara mais conservadora. “Essas novas lideranças femininas na política vão tentar levar o debate como se aquelas que lutam pelo direito das mulheres fossem suas inimigas. Mas, acho difícil que consigam retroceder concretamente nas leis brasileiras no que diz respeito às mulheres, porque existe muita força social para que o Brasil não admita retrocessos na pauta. Eu confio muito no poder de mobilização das mulheres brasileiras.”

Para a deputada, a aprovação de projetos de lei prioritários ao movimento feminista passa também pela articulação do atual governo federal, considerado mais progressista. “Os direitos das mulheres têm que estar presentes. Se depender só da composição do Congresso, se não houver um esforço que venha também do Executivo, de fato, a gente pode ter dificuldade de avanços em temas que não precisam nem ser tão polêmicos, mas que são necessários para o Brasil, como a igualdade salarial, ou mesmo, outras medidas de enfrentamento ao machismo.”

Futuro dos direitos das mulheres

No estudo, o Cfemea calcula que apenas um quinto do Congresso Nacional vai continuar a defender pautas feministas como “o combate às violências por razões de gênero, a diversidade das composições de família, o direito ao aborto legal e seguro e a laicidade do Estado”.

A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) disse à Agência Brasil que tem a expectativa de que “a ideologia não impeça o avanço dos direitos das mulheres.” Ela elenca pautas prioritárias: “Precisamos cobrar da Câmara a votação do projeto da igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função na mesma empresa [PLC 130, de 2011]. Outra: é preciso garantir a recomposição do orçamento de proteção à mulher. O governo anterior não aplicou R$ 1 na Casa da Mulher Brasileira, no ano passado, e reduziu a quase zero os recursos das políticas públicas de acolhimento e combate à violência contra a mulher.”

No Senado também é preciso construir acordos com diferentes bancadas, avalia o senador Paulo Paim (PT-RS), em entrevista à Agência Brasil. “O momento é de união, de conscientização e de reconstrução do Brasil. O diálogo com todos é o caminho para aprovação de matérias tão importantes.” Ele cita o que já vem sendo feito: “O Senado Federal conta com a Procuradoria da Mulher, liderada pela senadora Leila Barros [PDT-DF]. Temos ainda a Comissão de Direitos Humanos, que sempre defendeu essa causa e é um espaço que acolhe e dá voz às mulheres. A bancada feminina ainda é pequena, contudo, as senadoras são extremamente aguerridas e realizam um belo trabalho com os parlamentares homens comprometidos com a temática.”

Mulheres do Brasil e do mundo na política

Pela primeira vez, em 2023, as mulheres estão em todos os parlamentos do mundo, de acordo com o último relatório anual da União Interparlamentar, organização global que reúne 193 países. O relatório global mostra que, em 2023, as mulheres ocupavam, em média, 26,5% dos assentos dos parlamentos pelo mundo. Mas, no Brasil, apesar do aumento de 18,2%, no número de deputadas na última eleição (2022), os 17,7% das vagas ocupadas por mulheres na Câmara ainda apontam uma sub-representação feminina no Parlamento, em relação aos dados mundiais.

A legislação eleitoral brasileira traz incentivos à participação das mulheres na política. Os partidos políticos devem indicar 30% de mulheres aos cargos eletivos, além de destinar, no mínimo, 30% dos recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha – mais conhecido como Fundo Eleitoral – para apoiar candidaturas femininas. Os partidos também devem reservar pelo menos 30% do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão às campanhas de mulheres. Contudo, os estímulos não foram suficientes.

A ONU Mulheres, criada em 2010, incentiva a participação efetiva das mulheres na vida política, em todo o planeta. Em entrevista à Agência Brasil, a analista de Programas da ONU Mulheres - Brasil, Ana Claudia Pereira, defendeu a liderança plena das mulheres na política para construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “É uma questão de garantia dos direitos políticos das mulheres de participarem da vida pública em condições de igualdade, em relação aos homens. Por outro lado, é um tema também de desenvolvimento, porque a presença das mulheres, de mais da metade da população, de uma forma mais significativa nas instâncias decisórias, inclusive, no Congresso Nacional, leva a decisões que contemplam essa metade da população de uma forma mais eficiente. O que permite que a gente supere dificuldades do próprio desenvolvimento socioeconômico do país.”

No país, a ONU Mulheres – Brasil tem atuado em conjunto com as parlamentares da bancada feminina. “A gente atua tanto oferecendo insumos, assessoria técnica, informações, dados, quanto apoiando e advogando publicamente por temas que são de grande relevância, como o enfrentamento da violência política de gênero”, conta Ana Claudia Pereira. “A ONU Mulheres soma esforços para que esses temas e outros ganhem visibilidade também e que seja possível conhecer experiências de outros países ou até dados do próprio contexto brasileiro.”

Ana Claudia conta como será a agenda de trabalhos com a legislatura recém-iniciada. ”Continuaremos tendo essa mesma abordagem. Esperamos que tenha uma agenda de trabalho consistente e bem articulada no tema de ações para promover e garantir os direitos humanos das mulheres”.

Representação de todas as mulheres no Parlamento

Do total de 91 deputadas brasileiras, foram eleitas nove mulheres negras e quatro indígenas: Sônia Guajajara (PSOL-SP), que ministra dos Povos Indígenas; Célia Xakriabá (PSOL-MG), Juliana Cardoso (PT-SP) e Silvia Waiãpi (PL-AP). E, pela primeira vez na história, a Câmara dos Deputados tem em sua bancada feminina duas deputadas trans: Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).

O estudo do Cfemea destaca a necessidade de o Parlamento brasileiro se aproximar das agendas feministas e antirracistas. O centro feminista se preocupa com a apresentação de propostas que “podem fortalecer as violências por razões de gênero e raça”.

A analista de Programas da ONU Mulheres - Brasil, Ana Claudia Pereira, chama a atenção, particularmente, para grupos de mulheres que nem sempre são contemplados pelas políticas. “Estamos falando das mulheres negras, indígenas, lésbicas, bissexuais, transexuais e, também, mulheres com deficiência. Esses são grupos que, historicamente, enfrentam barreiras no acesso às políticas públicas e a direitos para os quais as casas legislativas podem, realmente, aportar muitas medidas, escutá-las.”

Para a senadora Zenaide Maia, a falta de projetos e políticas públicas voltadas aos direitos das mulheres “são o retrocesso civilizatório e o empobrecimento da base da sociedade, que é formada em sua maioria por mulheres negras". "São essas mulheres as mais afetadas pelas crises econômicas, pelas pandemias, pela violência doméstica e outros problemas sérios da nossa sociedade, que é estruturalmente machista e racista”, observa.

O senador Paim acredita que “todas as pautas que tramitam no Congresso Nacional impactam diretamente e indiretamente as mulheres, principalmente, as mulheres negras, que são invisibilizadas pelas políticas públicas". "As mulheres precisam estar onde elas quiserem, para o Brasil avançar de fato e de direito”, finaliza o parlamentar negro.

 

No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai oficializar o envio de um projeto de lei para promover igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. O texto prevê medidas para que empresas tenham mais transparência remuneratória e para ampliar a fiscalização e o combate à discriminação salarial.

A comemoração do Dia Internacional da Mulher será marcada pelo anúncio de uma série de ações do governo federal que incidem diretamente na garantia de direitos das mulheres. O evento em que serão oficializadas essas iniciativas será às 11h de hoje, no Palácio do Planalto, em Brasília, e terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, além de representantes de mais 19 ministérios, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Informações sobre o projeto para igualar salários não foram detalhadas, mas ele deve mexer na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A reforma trabalhista, aprovada em 2018, chegou a inserir um dispositivo que estabelece multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função, mas a punição é considerada pequena, o que acaba estimulando a desigualdade.

Em 2021, na gestão de Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto chegou a devolver ao Congresso Nacional um projeto de lei, que estava pronto para sanção, e aumentava a multa no valor correspondente a cinco vezes a diferença salarial paga pelo empregador. O projeto, desde então, ficou parado na Câmara dos Deputados.

Outro texto em análise na Câmara é o Projeto de Lei (PL) 111/23, apresentado neste ano, que torna obrigatória a equiparação salarial entre homens e mulheres que desempenham funções ou ocupam cargos idênticos. A proposta é de autoria da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Em 2019, uma pesquisa Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que as mulheres ganham menos do que os homens em todas as ocupações analisadas. Mesmo com uma queda na desigualdade salarial entre 2012 e 2018, as trabalhadoras ganham, em média, 20,5% menos que os homens no país.

 Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8), várias prefeituras no estado de Pernambuco irão oferecer, por meio de suas secretarias, diversos serviços para o público feminino. Algumas prefeituras estenderão a programação durante todo o mês de março.

O LeiaJá reuniu as principais informações sobre as ações organizadas pelos municípios, confira:   

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Paulista

Data: 8 de março

Local: Clube Municipal do Nobre 

Horário: das 9h às 16h

Serviços: mamografia, citologia para mulheres de 25 a 64 anos, avaliação de saúde bucal, consulta clínica, atualização da caderneta de gestante, testes rápidos e avaliação odontológica 

Data: 8 de março 

Local: Paulista North Way

Shopping Horário: das 14h às 17h

Serviços: bem-estar e cuidados da beleza feminina 

Jaboatão dos Guararapes

Data: 8 de março 

Local: Teatro Samuel Campelo, no centro do município

Horário: a partir das 18h Atividades: ação em homenagem ao dia e apresentações culturais 

Data: 8 de março

Local: Parque da Cidade

Horário: a partir das 8h Atividades: palestras e atrações culturais   

Ipojuca

Data: 8 de março

Local: Rua do Comércio

Horário: das 9h às 16h

Serviços: Manicure, designer de sobrancelhas, maquiagem, massagem, retirada de RG, Atendimento do PROCON, atendimentos com nutricionistas, atendimento jurídico, testes rápidos, práticas corporais, consultoria de negócios de marketing, parcelamento de dívidas do MEI, acupuntura, corte e escova de cabelo, entre outros serviços.

Moreno

Data: 8 de março

Local: Praça da Bandeira, localizada na região central do município

Horário: a partir as 8h

Serviços: serviços de beleza (manicure, designer de sobrancelha, cabeleireira), de saúde (atendimento odontológico, exames rápidos, orientações gerais) e de assistência social (CADÚNICO, Criança Feliz, Bolsa Família, Creas) 

Araçoiaba

Data: 8 de março

Local: na praça da Escola Maria Gayão Pessoa Guerra, região central do município

Horário: a partir das 8h

Serviços:  fisioterapia, aferição de pressão e distribuição de brindes.

Caruaru

Data: 8 de março

Local: Estação Ferroviária de Caruaru

Horário: das 7h às 21h

Serviços: oficina de cerâmica, oficina de xilogravura, orientações sobre saúde e qualidade de vida, orientações jurídicas, entre outros 

Data: 9 de março

Local: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)

Horário: das 14h às 16h

Atividades: roda de diálogo sobre o protagonismo jovem feminino.    

Garanhuns

Data: 8 de março

Local: Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM)

Horário: das 9h às 11h

Atividades: palestra com o tema Direito das Mulheres 

Petrolina

Data: 8 de março

Horário:  a partir das 8h

Local: Parque Josepha Coelho, no bairro Maria Auxiliadora

Serviços:  exames preventivos, inserções de DIU, mamografias, palestras, oficinas e cursos.

Data: 9 de março

Local: Centro de Referência da Mulher

Horário:  a partir das 14h Serviços: 

Inserção de DIU 

Data: 10 de março

Local: Centro de Referência da Mulher 

Horário: 8h às 12h e das 14h às 18h

Serviços: Mutirão de Mamografias e Preventivos 

Data: 20 de março

Local: Secretaria Executiva da Mulher

Horário: a partir das 14h

Serviços: Curso de Designer de Sobrancelha e Empreendedorismo no meio digital   

Carpina

Data: 8 de março

Local: Praça Joaquim Nabuco, no centro da cidade

Horário: a partir das 18h

Local: Praça Joaquim Nabuco, no centro da cidade

Serviços: atendimento médico, ultrassom de mama, coleta de BK, atendimento nutricional, teste rápido de hepatite e HIV, teste de Covid-19, vacinação, consulta ao Cadastro Único, corte de cabelo, além da realização da Feira de Artesanato e outros serviços 

Goiana

Data: 8 de março Local: concentração na Praça Duque de Caxias

Horário: a partir das 8:30h

Atividades: haverá uma caminhada para conscientizar a população do município sobre a importância do mês das mulheres.

Ilha de Fernando de Noronha 

Data: 8 de março

Local: auditório da USF Dois Irmãos 

Horário: das 9h às 12h e das 14h às 16h

Serviços: designer de sobrancelha, maquiagem, escova e corte de cabelo, aferição de pressão, avaliação nutricional, exame citopatológico preventivo, acupuntura, palestras e sorteio de brindes.

Data: 8 de março

Local: Canto Mãe Coruja

Horário: das 9h às 12h e das 14h às 16h

Serviços: designer de sobrancelha, maquiagem, escova e corte de cabelo, aferição de pressão, avaliação nutricional, exame citopatológico preventivo, acupuntura, palestras e sorteio de brindes.

Data: 10 de março

Local: concentração na Praça do Trinta

Horário: às 7h

Atividades: corrida e caminhada em homenagem ao mês da mulher. 

*Por Guilherme Gusmão

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (7) o Projeto de Lei nº 3.878/20, de autoria do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), que estabelece uma reserva de 10% das vagas do Sistema Nacional de Emprego (Sine) para mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar. O objetivo da proposta é incentivar as mulheres vítimas de violência a ingressarem no mercado de trabalho.

A norma aprovada deve garantir o acesso prioritário e facilitado das mulheres vítimas de violência doméstica, além de assegurar o tratamento sigiloso das informações sensíveis envolvendo a condição da vítima para protegê-la da revitimização. Caso as vagas prioritária não sejam preenchidas, poderão ser transferidas para outras mulheres em geral ou destinadas ao restante do público do Sine.

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Segundo o parecer da relatora, senadora Augusta Brito (PT-CE), a proposta visa dar a chance de a mulher que está em situação de violência doméstica conseguir sua autonomia financeira, "dando-lhe a oportunidade de romper com laços que a mantêm subjugada a um lar violento".

O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em outubro de 2021 e agora segue para sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

 Uma ação de conscientização sobre como identificar e denunciar casos de importunação sexual no transporte coletivo de passageiros será realizada, na manhã de quarta-feira (8), na BR 101, no Recife, e na BR 232, em Serra Talhada, no Sertão. 

A iniciativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acontece em alusão ao Dia Internacional da Mulher, além de marcar o lançamento de uma campanha de arrecadação de material de higiene para o Centro Clarice Lispector.

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Durante a ação, policiais irão transmitir orientações a passageiros de ônibus e de vans sobre como identificar a importunação sexual, que se caracteriza como qualquer prática de cunho sexual realizada sem o consentimento da vítima, além de repassar os canais de denúncia. Quem presencia ou é vítima desse crime pode denunciar por meio do Disque 180, que é direcionado ao enfrentamento da violência contra a mulher, ou através do telefone 191 da PRF, nos casos registrados em rodovias federais.

No mesmo dia, também será lançada uma campanha estadual de arrecadação de material de higiene feminina para o Centro de Referência Clarice Lispector. Durante o mês de março, a população poderá entregar nos postos, delegacias e na sede da PRF, produtos que serão destinados às mulheres atendidas pela instituição social.

Centro Clarice Lispector 

A instituição acolhe e orienta mulheres em situação de violência doméstica e/ou sexista. Formado por uma equipe multidisciplinar de psicólogas, assistentes sociais, advogadas e educadoras sociais, os casos são acompanhados e referenciados para rede municipal de proteção à mulher. O Centro ainda dispõe de um espaço lúdico com atividades direcionadas aos filhos e filhas das mulheres atendidas. Todo o atendimento é gratuito e funciona de domingo a domingo, das 7h às 19h. 

*Da assessoria

No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8), a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vai inaugurar uma sala de defesa dos direitos da mulher, com atendimento psicológico e jurídico para vítimas de violência.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (7) pela deputada Renata Souza, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.  Para Renata, os números de feminicídios no estado do Rio são alarmantes.

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“De acordo com o Instituto de Segurança Pública [ISP], houve aumento de 22% nos casos em 2022 em comparação ao ano anterior. No estado do Rio, 103 mulheres foram vítimas de feminicídio no ano passado”, disse a parlamentar.  Segundo a deputada, é preciso aumentar o orçamento para políticas públicas destinadas à mulher no estado.

“Orçamento significa prioridade do governo para um determinado tema”, disse Renata, ao participar de audiência pública sobre os crescentes casos de feminicídio, na sede do Legislativo fluminense, no centro da cidade.

A coordenadora da Rede de Observatórios em Segurança Pública, Silvia Ramos, disse que, no ano passado, o estado do Rio registrou aumento de 45% nos casos de violência contra a mulher. “O que temos é o retrato de uma catástrofe civilizatória. Há muito trabalho pela frente em prevenção dos casos, em elucidação e punição dos crimes”, afirmou a pesquisadora.

No mês que marca o Dia Internacional das Mulheres, a Articulação de Organizações de Mulheres Negras do Brasil (AMNB) e a Rede de Mulheres Negras do Nordeste lançam, a partir desta terça-feira (7), agenda coletiva para a 5ª edição do Março de Lutas. Esse ano, o evento tem como tema “Reparação no Brasil: o que as mulheres negras estão pensando?” e contará com programações  que ocorrerão ao longo deste mês em todas as regiões do país. 

Maior grupo demográfico do Brasil, as mulheres negras são também as maiores afetadas pelas desigualdades sociais, retrato de um país que ainda vive sob a égide de uma herança colonial. Nesse sentido, o debate sobre reparação surge com a necessidade de chamar atenção do Estado brasileiro para a dívida histórica que possui com a população negra, em especial mulheres negras, pelos mais de três séculos de escravidão no país.

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Buscando trazer tonicidade à temática, a AMNB e a Rede de Mulheres Negras do Nordeste construíram uma agenda coletiva com programações nacionais e regionais. São mais de 40 atividades incluindo rodas de conversa, atos, seminários e lançamentos de campanhas. Dois dos pontos altos da programação acontecem no próximo dia oito, quando será lançado um manifesto coletivo intitulado "O ‘brado retumbante’ por reparação no Brasil rumo à 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras"; e 21 de março, data que marca o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. Neste dia, serão organizados diversos atos pelo Nordeste e em outras regiões do país. A programação completa aqui

Uma das organizadoras do Março de Lutas e coordenadora da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, Halda Regina destaca a importância da mobilização em busca do protagonismo do feminismo negro. "O 8 de março ainda traz aquele discurso de que se há pauta das mulheres ali também estarão inseridas as pautas das mulheres negras, mas sabemos que isso não acontece", comenta. "Então o Março de Lutas tem essa importância, ele enrobustece e alimenta o oito de março quando pautamos as lutas diversas das mulheres negras do Nordeste, do Brasil".

Reiterando o posicionamento de Halda, Cleusa Aparecida, que integra a AMNB e também constrói o Março de Lutas, diz que essa precisa ser uma reivindicação conjunta com todos os setores da sociedade. "Por isso, convidamos a todas, todos e todes a participarem dessa agenda de incidência política em todo solo brasileiro", frisa Cleusa, que menciona o Março de Lutas também como um momento propício para iniciar a  construção da Marcha de Mulheres Negras+10, que deve ocorrer em novembro de 2025, ano em que a primeira edição completa uma década. A marcha aconteceu pela primeira vez em  2015, no Distrito Federal, onde mulheres negras de todo o país se reuniram em defesa de pautas como o fim do racismo e o combate às desigualdades sociais. 

 

Março de Lutas

Criado em 2019 pelo Odara - Instituto da Mulher Negra, o Março de Lutas é uma agenda coletiva para reafirmar a resistência negra no Brasil. O objetivo é que as mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências e viabilizar denúncias que fortaleçam o enfrentamento ao racismo, sexismo e lesbofobia que impactam a vida das pessoas negras, especialmente as mulheres.

#MarçodeLutas é a forma de celebrar o legado dos homens e mulheres negras que morreram lutando pela humanidade, cidadania e direitos reconhecidos e assegurados para a população negra. É uma ação que vai reafirmar a denúncia contra as violações de direitos humanos protagonizadas pelo Estado brasileiro, bem como, visa reforçar os debates sobre a importância da vida das mulheres negras no que diz respeito ao enfrentamento a violência doméstica, o feminicídio, o racismo religioso e a violência política.

 

Da assessoria 

A presença feminina tem importante contribuição no mundo da tecnologia e inovação, embora o mercado ainda tenha a predominância de profissionais do sexo masculino. Para além de personalidades como Bill Gates, Elon Musk, Steve Jobs e Mark Zuckerberg, o mundo tech também é marcado por mulheres com feitos imprescindíveis para o desenvolvimento do que existe atualmente como Ada Lovelace, considerada a primeira pessoa a programar na história da humanidade, e Grace Hopper, conhecida como "A Rainha da Computação", "Rainha da Codificação", "Vovó COBOL", entre outros.

Segundo dados do relatório UN Women’s Gender Snapshot 2022, as mulheres ocupam apenas 2 em cada 10 empregos em ciência, engenharia e tecnologia da informação e comunicação globalmente, representando apenas 16,5% dos inventores associados a uma patente. A necessidade de proteger os direitos de meninas e mulheres em espaços digitais, bem como a violência baseada em gênero facilitada pelo ambiente on-line, foi escolhido pela ONU Mulheres como tema central para o Dia Internacional das Mulheres este ano, intitulado “Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero”.

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No mercado de trabalho, a participação de mulheres ocupando cargos de liderança passa por avanços, porém, de modo geral, segundo a pesquisa, no atual ritmo de mudança, a paridade não será alcançada por mais 140 anos. Dentro do setor de tecnologia e inovação, ainda persiste uma grande lacuna de gênero. Embora as mulheres representem 33% da força de trabalho nas 20 maiores empresas globais da área em 2022, apenas uma em cada quatro está em posições de liderança. O estudo “Women in Tech 2022", realizado pela BairesDev, diz que as candidatas do sexo feminino no setor representaram uma média de 41% do total no período 2020-2021, um aumento de 400% em relação aos 5 anos anteriores.

Cristina Boris, diretora e sócia fundadora da Lanlink, empresa integradora de tecnologia da informação com atuação nacional, analisa as mudanças no segmento a partir da própria experiência de carreira. Formada em Ciência da Computação em 1988, iniciou o curso em uma turma com apenas quatro mulheres. Dessas, somente duas concluíram a graduação, contando com ela. Hoje, em 2023, Cristina dirige uma unidade na sua empresa em que 42% dos colaboradores são mulheres. 

“A tecnologia tem aberto espaços de maior interesse das mulheres na área de dados e programação, onde elas se destacam por serem mais detalhistas. Além disso, hoje, nem todas as aplicações necessitam de conhecimento muito aprofundado de programação, é possível trabalhar com soluções que programam para você, desde que defina exatamente o que deseja entregar ao usuário e, nessa parte de entender o outro, somos muito fortes”, explica.

Visionária, embora sem muitas referências de mulheres na computação durante sua época de escola, a afinidade com a matemática foi determinante para a aproximação com a tecnologia.

“Sempre gostei de matemática e fui para a computação porque era a área mais promissora que tinha a matemática como base”. Ao mesmo tempo em que os números a conectou com o segmento, para Cristina Boris, a matemática também é um fator que distanciava as mulheres da computação, já que o cálculo como base levava a uma percepção de área mais árida.

“Entendo que as mulheres gostam de profissões que tratam de pessoas, tanto é que, na área de TI, as mulheres acabam indo mais para as áreas de análise de sistemas e programação, que possui como clientes os usuários, enquanto os homens gostam mais das áreas ligadas ao hardware e suporte, porque são muito curiosos com o que acontece na retaguarda”, afirma.  Em um mercado com tantas oportunidades de crescimento, Cristina Boris, diretora da Lanlink, destaca a importância da diversidade para os processos de inovação, e que ainda é necessário que mais mulheres se interessem pela tecnologia e busquem as qualificações para alcançar cargos antes ocupados, majoritariamente, por homens.

“Um dos principais fatores para a mudança é ter maior disponibilidade de candidatas mulheres no setor tecnológico. Para incentivar essa mudança de paradigmas, nós privilegiamos mulheres sempre que dois profissionais estão ‘empatados’ num processo seletivo. Ainda temos muito a percorrer, mas acredito que estamos num bom caminho na busca por diversidade e paridade de gênero”, pontua.   De acordo com a empresa Catho, a média nacional de mulheres em empresas de TI é de 21%, já no mercado de programação de TI é de 12%. Com mais de 34 anos de história, a Lanlink tem duas mulheres entre os oito diretores, 33% dos cargos de gestão são ocupados por mulheres e, em geral, 22% dos colaboradores são mulheres. 

Ações inclusivas 

Confira projetos que incentivam a participação de mulheres na área de tecnologia:  InfoPreta (https://infopreta.com.br) - a empresa de manutenção de computadores tem o objetivo de inserir pessoas pretas, LGBTQI+  e mulheres no mercado de tecnologia; PrograMaria (https://www.programaria.org) - visa empoderar meninas e mulheres por meio da tecnologia; Elas programam (https://elasprogramam.com.br) - criado pela engenheira Silvia Coelho para incluir mais mulheres no mercado de tecnologia, promovendo diversidade e equidade de gênero nas organizações.  Sobre a Lanlink 

Com o objetivo de ajudar os clientes a impulsionar seus negócios por meio da tecnologia, a Lanlink é uma empresa provedora de tecnologia da informação com 34 anos de atividade no Brasil. Em uma trajetória marcada por soluções e parceiros de excelência, conta com o apoio de mais de 1030 colaboradores e mais de 950 certificações técnicas em diversas tecnologias, além de sua operação ter certificado ISO 20.000-Gestão de Serviços de TI e ISO 37001- Sistema de Gestão Antissuborno.

Eleita pela 5ª vez uma das melhores empresas para trabalhar no Ceará e a 6ª na categoria de grandes empresas pelo prêmio GPTW- Great Place to Work. Atua em todo território nacional com centenas de organizações públicas e privadas no desenvolvimento de estruturas de TI, Dados e Inteligência Artificial, Produtividade, Automação e Suporte Individualizado com ferramentas inovadoras e garantindo a segurança nos processos corporativos. Entre os parceiros estão os fabricantes mundiais líderes em tecnologia: Microsoft; IBM; Oracle; Lenovo; Huawei, entre outros. 

*Da assessoria 

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data foi escolhida para homenagear mulheres que, ao longo da história, lutaram contra a desigualdade de gênero; buscando salários justos, condições de trabalho seguras e o direito ao voto. Atualmente, o 8 de março também representa a luta contra o machismo e a violência.

Para comemorar a data, a Prefeitura de Guarulhos elaborou uma série de atividades durante o mês de março, incluindo palestras, workshop e vagas de emprego destinadas ao público feminino.

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Veja a programação completa:

08 de março - Mulheres de Atitude: Donas da sua Própria História

Palestra “Conquistas e Desafios”

Horário: 09h30 às 12h

Local: Auditório da Secretaria de Educação

Endereço: Rua Claudino Barbosa, número, 313 - Macedo

9 de março - Workshop “Mulher, conecte-se”

a partir das 9h

Das 10h às 13h entrevistas para vagas de emprego na área de logística

Local: CIET Vila Augusta

Endereço: Avenida Antônio Iervolino, número 225 - Vila Augusta

13 de março - Palestra “Conquistas Femininas na História"

Horário: 10h às 11h

Local: CEU Bonsucesso

Endereço: Avenida Paschoal Thomeu, sem número - Bonsucesso

15 de março - Palestra “Qual o impacto dos cursos na vida de cada aluna?”

Horário: 14h às 16h

Local: Casa Haroldo Veloso

Endereço: Rua Agostinho dos Santos, 2

16 de março - Roda de conversa “A importância do empreendedorismo feminino na sociedade”

Local: Casa Recreio São Jorge

Horário: 13h às 14h30

Endereço: Rua das Margaridas, sem número - Praça da Lua

17 de março - “Desafios de ser mãe solo e empreendedora” - Vivência psicodramática com bonecas Abayoni

Horário: 10h às 11h

Local: Casa Vila Galvão

Endereço: Rua Brigadeiro Lima e Silva, número 565 - Jardim Vila Galvão

22 de março - Palestra “Conquistas Femininas na história"

Horário: 09h30 às 11h

Local: CCI – Centro de Convivência do Idoso

Endereço: Avenida Salgado Filho, número 1732 - Centro

23 de março - Palestra “Empoderamento Feminino”

Local: CRAS ACACIO 

Horário: 09h30 às 11h

Endereço: Rua Maria Luísa Périco, número 177 - Jardim Acácio

30 de março - Palestra “Dependência emocional e Violência doméstica”

Horário: 9h30 às 11h

Local: Casa Bom Clima 

Endereço: Rua Morro Agudo, número 112 - Bom Clima

30 de março - Palestra “Relacionamento Abusivo”

Horário: 14h às 15h30

Local: CRAS Centenário 

Endereço: Rua Centenário, número 367 - Jardim Centenário

31 de março - “Momento relaxa mulher - ciclo 1/3, autoconhecimento”

Local: Espaço Pimentas 

Horário: 9h às 11h 

Endereço:Estrada do Caminho Velho, número 351

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