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A Bienal do Livro do Rio de Janeiro anunciou a programação completa da 21ª edição, a ser realizada de 1º a 10 de setembro no Riocentro, espaço de convenções localizado na zona oeste da cidade. A edição que marca os 40 anos do evento promete oferecer ao público um conjunto de experiências culturais e de entretenimento que vão além da venda direta de livros. Organizadores anunciaram mais de 300 convidados nacionais e internacionais, entre os quais, a escritora mineira Conceição Evaristo e o português Valter Hugo Mãe.

Outros nomes de peso que tiveram presença confirmada na Bienal deste ano foram Cassandra Clare, Ruy Castro, Mauricio de Sousa, Itamar Vieira Júnior, Eliane Alves Cruz, Clara Alves, Thalita Rebouças e Carla Madeira. A norte-americana Julia Quinn, autora da série de romances Os Bridgertons, participou da festa de lançamento da nova edição da Bienal e também tem presença confirmada no evento em setembro.

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“Estou muito empolgada. Tem uns seis anos que vim ao Brasil e eu amei. Os fãs são inacreditáveis e é sempre muito divertido”, disse Julia Quinn. "Eu acho incrível que o Brasil tenha esse evento que celebra os livros. Isso é algo que a gente realmente tem que fazer muitas vezes.”

Os organizadores esperam receber um público médio de 600 mil pessoas durante os dez dias da Bienal, que neste ano tem como tema uma reflexão crítica sobre inteligência artificial. O questionamento principal é "O que a inteligência artificial não tem – ou ainda não tem – e o que nós, humanos, temos – ou ainda não perdemos? O coração!”.

“A gente quer que a Bienal seja um enorme coração pulsante e vivo, onde muitas narrativas diferentes se encontram para conviver. E que tudo isso aconteça a partir do encantamento. O que nos empobrece é a falta de imaginação. Só os humanos são capazes de imaginar e de se emocionar com essa imaginação”, diz a diretora artística da Bienal, Bianca Ramoneda.

Programação

A Bienal do Livro de 2023 anunciou mais de 200 horas de programação. Entre os destaques, um novo espaço: a Palavra-Chave. O local foi pensado especialmente para reunir debate e entretenimento para o público mais jovem. Um dos formatos vai ser o Páginas na Tela, que vai focar nos livros que deram origem a novelas, filmes e séries.

Outra área da Bienal, chamada Em Primeira Pessoa, vai trazer autores para conversar diretamente com o público. O Páginas no Palco promete reunir performances e leituras de nomes conhecidos do teatro que tiveram peças adaptadas dos livros. E em um tradicional espaço, o Café Literário, o autor Luiz Antonio Simas vai receber convidados em uma mesa de bar.

“Queremos uma Bienal inovadora, um ponto de encontro para as pessoas passarem o dia e se divertirem através das histórias e narrativas. Um espaço onde também vai acontecer uma feira de livros. Porque ela não é apenas isso. É um grande festival”, diz Tatiana Zaccaro, diretora da GL Exhibitions Brasil, empresa que organiza o evento. “Este ano, a gente quer apresentar um novo evento: vamos ter festa, baile de máscara, área de streaming. São inúmeras atividades, bem diferentes do que a gente costuma ver na Bienal.”

Novos leitores

A primeira Bienal do Livro do Rio de Janeiro foi em 1983 no Copacabana Palace, organizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Era um evento bem menor do que o atual, em formato mais próximo de uma feira de livros. De lá para cá, foram 20 edições em quatro décadas. Para continuar atraindo o público e conquistando novos leitores, principalmente os mais jovens, os organizadores do evento afirmam que estão atentos às novidades tecnológicas e aos principais debates que movimentam a sociedade. 

“Estamos sempre conectando leitores com os autores preferidos e as editoras. Temos dezenas de milhares de alunos da rede pública que comparecem e têm essa experiência de ser expostos à literatura. E isso não tem preço. Semear o gosto pela literatura é o que nos dá a maior motivação para seguir realizando a Bienal. E nesses 40 anos, nós tentamos acompanhar o ritmo frenético de mudanças. Este ano, em especial, temos buscado garantir maior inclusão e diversidade na nossa indústria”, diz o presidente do Snel, Dante Cid.

O mais recente capítulo de Bom Sucesso surpreendeu os telespectadores na última terça-feira (21), por conta de uma participação especial inusitada. A escritora brasileira Conceição Evaristo esteve presente em uma das cenas da novela em que Alice, personagem de Bruna Inocencio, lança seu livro.

No diálogo com a filha de Paloma, papel de Grazi Massafera, a escritora disse:" Não iria perder a oportunidade de estar aqui com uma escritora negra e tão jovem que está aí para continuar os nossos caminhos".

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Na sequência, Alice continuou: "Que honra! Você é uma referência! A minha professora Francisca [papel de Gabriela Moreyra] me emprestou um livro seu, Olhos D'água, foi uma inspiração para mim".

Nas redes sociais muitos internautas reagiram positivamente à participação.

Veja:

"Bom Sucesso não para de ser maravilhosa, hoje começou com a participação especial da Conceição Evaristo, uma escritora, poetiza mais do que conceituada, mestra em literatura pela PUB-RIO e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense", disse uma fã.

"Conceição Evaristo em Bom Sucesso, indo ao lançamento do livro da Alice. Uma jovem negra e periférica, que sofreu um abuso e disso, usou o amor a leitura pra contar sua história e traçou seu caminho, escreveu e lançou seu livro...", explicou outro.

"Minha mãe me liga desesperada pra eu ligar a TV na novela porque estava passando a Conceição Evaristo. É ou não é de chorar de emoção?", falou uma terceira.

A literatura é tida como ferramenta de educação e formação de uma sociedade. Sendo assim, ler os autores de seu país pode ser uma ótima estratégia para entender melhor sobre as pessoas que o cercam e até a si próprio. Nesta quarta (20), em que é celebrado o Dia da Consciência Negra, o LeiaJá preparou uma lista com sete dos mais importantes escritores negros do Brasil que em suas obras discorrem sobre temas muito discutidos, sobretudo nesta data, como o combate ao racismo, igualdade racial e de gênero e as lutas diárias da sociedade brasileira e de sua população negra. Confira e abra espaço em sua estante: 

Solano Trindade

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Poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante, Solano Trindade tornou-se um dos nomes mais fortes da literatura brasileira. O escritor recifense traz em sua obra as reivindicações sociais dos negros em busca de melhores condições de vida. Alguns de seus títulos de destaque são 'Poemas d'uma vida simples' e 'Cantares ao meu povo'. 

Maria Firmina

Nascida em São Luís, no Maranhão, Maria Firmina foi pioneira ao escrever o primeiro romance abolicionista do país e ser a primeira mulher negra a publicar um livro, 'Úrsula', em 1859. Ela também escreveu poemas e contribuiu em diversos jornais de sua época. Após aposentar-se, em 1880, a escritora criou uma escola gratuita e mista. 

Carolina Maria de Jesus

A mineira Carolina de Jesus é considerada uma das primeiras escritoras negras do Brasil. Em sua obra ela fala do cotidiano dos moradores das favelas, tendo sido ela uma dessas moradoras pela maior parte de sua vida. Um de seus principais livros, Quarto de despejo: 'Diário de uma favelada', de 1960, vendeu cerca de 100 mil exemplares e foi publicado em mais de 40 países, em 13 idiomas diferentes. 

Conceição Evaristo

A escritora mineira, que só concluiu seus estudos básicos aos 25 anos por ter se dividido, durante toda a vida, entre a escola e o trabalho como doméstica, fez sua estreia na literatura em 1990. Hoje, mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense, Conceição Evaristo tem obras traduzidas em diversos idiomas e publicadas no exterior. Ela é militante ativa do movimento negro e trabalha em seus escritos temas como discriminação racial, de gênero e de classe. 

Miró da Muribeca

João Flávio Cordeiro Silva, mais conhecido como Miró da Muribeca, é um poeta recifense, com 13 livros lançados e uma recente estreia na literatura infantil com a publicação 'Atchim!'. Miró pode ser visto pelas ruas do Recife, recitando e conversando com as pessoas e é dessa vivência que extrai material para o seu trabalho. A violência urbana, dificuldades do cotidiano, e as pequenas alegrias do dia a dia costumam estar presentes em sua obra. 

Djamila Ribeiro

Um dos mais importantes nomes da luta contra o racismo e do feminismo, na atualidade, Djamila Ribeiro é filósofa e escritora. Ela tem percorrido o Brasil e o mundo falando sobre igualdade racial e de gênero e algumas de suas obras também já foram publicadas no exterior. Entre seus lançamentos, estão 'Quem tem medo do feminismo negro?' e 'O que é lugar de fala?'. No final de 2019, ela lança 'Pequeno Manual Antirracista', pela editora Companhia das Letras. 

Machado de Assis

Um nome que dispensa apresentações, sendo Machado um dos mais importantes e conhecidos autores do país. Ele escreveu romances, contos, peças de teatros, crônicas e poemas, mas a desigualdade racial não era algo fortemente presente em sua obra. No entanto, recentemente, sua figura surgiu como símbolo contra o racismo em uma campanha de reparação histórica após indícios atestarem que o autor era, na verdade, negro, e não branco como costuma aparecer em uma das poucas imagens de sua pessoa. A campanha Machado de Assis Real, lançada pela Faculdade Zumbi dos Palmares, tratou de reparar o embranquecimento perpetuado na imagem do autor até então, com o objetivo de corrigir o racismo na literatura brasileira. 

Imagens: Reprodução

Reprodução/Instagram Djamila Ribeiro e Conceição Evaristo

Rafael Bandeira/LeiaJàImagens/Arquivo (Miró da Muribeca)

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