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A Polícia Federal (PF) começou a cumprir, nesta terça-feira(8), oito mandados de busca e apreensão contra um grupo criminoso suspeito de invadirem sistemas do Ministério da Saúde e de outros órgãos do governo federal. De acordo com a PF, eles foram responsáveis pelo ataque ao site ConecteSUS, que disponibiliza o Certificado Nacional de Vacinação, em dezembro.

Segundo a corporação, o site foi alterado e houve ataque a arquivos e dados. A PF acrescentou que os envolvidos fazem parte uma "organização criminosa transnacional dedicada à prática de crimes dessa natureza, visando entidades públicas e privados no Brasil, Estados Unidos, Portugal e Colômbia".

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 Dessa forma, os mandados estão sendo  cumpridos nos estados da Paraíba, de Minas Gerais, do Paraná e de Santa Catarina. Por fim, a PF informou que além do Conecte SUS, o grupo invadiu o ambiente virtual da Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério de Economia, Instituto Federal do Paraná (IFPR), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro,  Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O Ministério da Saúde informou neste sábado, 11, por meio de nota, que os sistemas que ainda estão comprometidos pelo ataque hacker realizado na madrugada de sexta-feira, 10, devem voltar a ficar disponíveis para a população na próxima semana. A pasta, porém, não especificou quais plataformas seguem danificadas e nem qual a data prevista para que os serviços sejam plenamente restabelecidos.

"O Ministério da Saúde informa que está atuando com a máxima agilidade para restabelecer os sistemas que foram temporariamente comprometidos com o ataque causado na madrugada desta sexta-feira (10)", diz a pasta. "Vários sistemas já foram restabelecidos e a expectativa é que os outros sistemas estejam disponíveis para a população na próxima semana", finaliza a nota.

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O grupo hacker Lapsus$ Group assumiu a autoria da invasão que tirou do ar o site do Ministério, o Painel Coronavírus, o e-SUS Notifica, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) e o Conecte SUS, que exibe dados de vacinação contra a covid-19. A plataforma de controle e registro das pessoas vacinadas no País, por exemplo, ainda segue sem apresentar as informações dos cidadãos.

Na sexta-feira, ao tentar acessar o portal da pasta da Saúde, os usuários se depararam com a seguinte mensagem: "Os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos. 50 TB (Terabyte) de dados está (sic) em nossas mãos." Ainda de madrugada, o informe do grupo ficou indisponível. As plataformas, contudo, seguem fora do ar.

A Polícia Federal (PF) e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) foram acionados ainda na sexta para investigar o caso. No final da tarde de ontem, a PF abriu um inquérito para apurar as circunstâncias e os envolvidos no ataque. De acordo com os agentes federais, o Núcleo de Operações de Inteligência Cibernética já começou a realizar as perícias preliminares e constatou que os bancos de dados não chegaram a ser criptografados pelos hackers.

O ataque cibernético retardou a implementação da portaria editada pelo governo federal para regular a entrada de viajantes internacionais no País, como forma de frear a contaminação pela variante Ômicron da Covid-19.

O texto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, 9, determina a exigência de apresentação do comprovante de vacinação ou, em casos de pessoas não imunizadas, o cumprimento obrigatório de quarentena por cinco dias no local de destino. A regra passaria a valer a partir deste sábado, 11, mas, depois da invasão, só entrará em vigor daqui sete dias.

A Rede Sustentabilidade acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que cobrasse do governo a edição da portaria e determinasse a apresentação de explicações sobre os motivos para não ter implementado as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de controle dos viajantes que chegam ao País.

Na segunda-feira, 6, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, deu 48 horas para os Ministérios da Saúde, Casa Civil, Infraestrutura e Justiça se manifestarem sobre o caso. A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou os argumentos do governo três dias depois e negou as acusações da Rede de que as pastas teriam se omitido de tomar as medidas necessárias para combater a variante Ômicron.

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