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A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa aprovou na madrugada desta terça-feira (25) um texto que torna possível a volta da Rússia ao organismo, o que deve acabar com cinco anos de crise institucional com Moscou.

Após quatro horas de debates, 118 parlamentares dos estados-membros do Conselho da Europa aceitaram que a Rússia apresente uma delegação já nesta terça-feira, o que lhe permitiria participar na quarta da eleição do secretário-geral desta organização de defesa dos direitos humanos. A medida foi rejeitada por 62 deputados e dez se abstiveram.

A APCE é um dos órgãos do Conselho da Europa que reúne delegações de parlamentares dos 47 estados-membros. Suas decisões não têm caráter vinculante, mas emite recomendações e pede satisfações aos governos em matéria de direitos humanos e democracia.

Desde 2014, também representa uma visão descentralizada do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Em 2014, após a anexação da Crimeia, a delegação da Rússia na APCE perdeu o direito de voto no organismo, e Moscou reagiu boicotando a instância. A partir de 2017 deixou de pagar sua contribuição anual para o orçamento do Conselho da Europa.

Os russos ameaçavam abandonar definitivamente a organização, o que privaria seus cidadãos de recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH), braço jurídico do Conselho da Europa.

A decisão desta segunda-feira contrariou principalmente a Ucrânia, apoiada pelos países bálticos e o Reino Unido.

O texto adotado permite excepcionalmente a um país apresentar sua delegação ao longo do ano, e exclui a possibilidade de privá-lo de seus principais direitos de voto.

A poucos meses da Copa do Mundo da Rússia, país criticado nos últimos meses por conta de casos de homofobia e racismo, a Fifa anunciou nesta quarta-feira um acordo com o Conselho da Europa para promover os direitos humanos no esporte. A meta também é estimular a boa governança, a luta contra o doping e contra a violência.

O acordo foi assinado em Estrasburgo, sede da entidade europeia, pelo secretário geral, Thorbjorn Jagland, e o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Juntos, eles decidiram trabalhar para a assinatura também de um "Memorando de Compreensão" entre as duas entidades.

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O memorando vai detalhar as áreas de cooperação entre Fifa e Conselho da Europa. A meta é ter o documento pronto para a assinatura até o fim do ano, que ficará marcado pela disputa da Copa da Rússia.

Nos últimos meses, o país-sede do futuro Mundial foi alvo de polêmicas pela divulgação de casos de racismo e homofobia. A Rússia é um dos 47 países-membros do Conselho da Europa, mais antiga entidade do continente ainda em funcionamento, fundada em 1949.

O Conselho tem por foco defender os direitos humanos, o desenvolvimento democrático e a estabilidade político-social no continente. Integram o Conselho da Europa a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

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