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Parlamentares que defendem a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concluíram que o parecer do relator Ronaldo Fonseca (PROS-RJ) sobre o recurso do peemedebista é frágil e que não há motivo para anular a sessão que aprovou o pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Para eles, o objetivo do recurso na Comissão de Constituição e Justiça é protelar e evitar que o processo chegue ao plenário antes do recesso parlamentar.

"Cunha vai ser derrotado mais uma vez na CCJ. Depois dos muitos crimes que cometeu, não há outra saída senão a cassação do mandato", disse o líder da Rede na Câmara, Alessandro Molon (RJ). O deputado considerou "gravíssima" a solicitação no parecer pela anulação da votação no conselho e disse que o colegiado respeitou todas as regras, principalmente porque a votação com chamada nominal ocorreu em acordo unânime e o regimento não diz que chamada nominal só poderá ocorrer se o painel eletrônico estiver quebrado. "Os aliados querem evitar que a votação chegue ao plenário. Dizer que a chamada nominal provoca efeito manada insulta os parlamentares. Faz comparação com gado, diz que não temos opinião formada", afirmou.

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Relator do processo de cassação no conselho, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) negou que a chamada nominal tenha provocado um "efeito manada" em desfavor de Cunha. "O voto de Wladimir (Costa) foi definido antes da votação, em mensagens trocadas antes da votação. O fato de ser nominal, não reduz a transparência da votação. Qual é o prejuízo para o interesse processual? Nenhum", afirmou. "Dizer que houve efeito manada quando os votos estavam 5x1 a favor do Cunha é uma alegação que não se sustenta", concordou Júlio Delgado (PSB-MG).

Rogério disse ter ficado surpreso com o voto de Fonseca rejeitando 15 itens apontados por Cunha como irregulares. "Me surpreendeu positivamente em relação aos demais pontos", enfatizou. O tucano Betinho Gomes (PE) considerou o relatório de Fonseca frágil e disse que a alegação do relator não se sustenta. "A argumentação foi pífia", disse.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que os aliados de Cunha continuam tentando manobrar com o recurso para protelar. "Não dá para aceitar essa manobra totalmente infundada. (O processo de votação) Foi límpido, transparente, cada deputado pode se manifestar. Foi assim em todas as votações. Eles querem inovar para protelar".

No momento em que o Conselho de Ética da Câmara vota o relatório que pede a cassação de mandato do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a força tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba pede a condenação do deputado por improbidade administrativa, o presidente em exercício Michel Temer, aliado do peemedebista, disse que o Executivo não vai interferir nos demais Poderes.

"São matérias do Legislativo e do Judiciário", respondeu Temer, em entrevista, depois de visitar as instalações do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca (zona oeste), e se reunir com ministros e autoridades estaduais e municipais. Temer disse que, ao assumir interinamente a presidência, pregou a "reconstitucionalização" do País. "É preciso acabar com o Executivo se meter nas coisas do Legislativo e do Judiciário", declarou.

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A força tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na Lava Jato, em Curitiba, protocolou nesta segunda-feira, 13, ação civil pública por improbidade de Cunha, apontado como beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras. Os procuradores pedem reparação de danos no valor de US$ 10 milhões (R$ 35 milhões), a perda dos bens adquiridos de forma ilícita e indisponibilidade de bens. Também pedem a suspensão dos direitos políticos de Cunha por dez anos. Na Câmara, o Conselho de Ética vota na tarde desta terça-feira o parecer pela cassação do mandato de Cunha.

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