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A segunda e última noite da 9ª edição do festival No Ar Coquetel Molotov consagrou o evento como um grande encontro da música alternativa e levou centenas de pessoas à UFPE, no último sábado (22), para ver apresentações vindas, além de Pernambuco, do Paraná, São Paulo, Estados Unidos e França.  

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A programação da Sala Cine aqueceu o público com shows de Tagore, da paranaense Ruído/MM, da dupla francesa Yeti Lane e dos paulistas da Madrid. As apresentações empolgaram a plateia com rock’n roll, muita música pop e indie-pop. 

O único pernambucano da noite a subir no palco principal do festival, Vitor Araújo, encantou o público estreando seu novo disco, A/B. A canção Solidão Nº 2 deu início ao rápido concerto de trinta minutos, no qual o pianista se comunicou com a plateia no estilo cinema mudo. “Estou bastante nervoso, mas buscarei fazer o melhor concerto que for capaz”, apareceu numa projeção entre a primeira e a segunda música. No repertório, intervenções com um rádio de pilha e uma mistura do erudito com uma pegada popular ao interpretar Baião. Em conversa com o LeiaJá, o músico explicou que o público recebe bem essa mistura. “Vejo as pessoas se mexendo mais, sempre gostam muito”.  

Depois do pernambucano foi a vez de Thiago Pethit apresentar seu novo álbum, Estrela Decadente, ao Teatro da UFPE. Pas de Deux foi a música escolhida pelo paulista para começar o show, marcado por sua forte presença de palco e pela intimidade com a plateia. Depois de interpretar canções como Mapa Múndi e Nightwalker, acompanhado pelos fãs, e Surabaya Johnny, com a convidada Cida Moreira, o músico encerrou o show sob os aplausos dos calorosos recifenses e se despediu. “Esse disco é muito importante para mim, sejamos todos estrelas decadentes”. 

A apresentação internacional do palco principal ficou por conta do trio norte-americano Blonde Redhead, que abusou do dinamismo no show. Com seu indie-rock/dream-pop a banda lotou o Teatro da Universidade e destacou o entrosamento entre o grupo. Durante o tempo da apresentação, poucas palavras foram ditas para a plateia, que vibrou ao ouvir um 'obrigado' da vocalista, Kazu Makino. 

Encerrando a última noite do festival, Moraes Moreira trouxe ao Recife uma apresentação para celebrar a música brasileira e relembrar um de seus discos mais simbólicos. “É bom que o tempo não pare porque o Acabou Chorare percorrendo as estações refaz essa trajetória e vai no trem da memória embalando gerações”, recitou, apresentando o show e se referindo ao álbum lançado em 1972, pelos Novos Baianos. 

O baiano fez o Teatro, lotado, ficar de pé para lhe ver abrir o show com Besta É Tu e seguir dançando ao som dos sucessos como Brasil Pandeiro, A Menina Dança, Mistério do Planeta e a, homônima, Acabou Chorare. As canções foram intercaladas com poemas, recortes, que contaram fatos da trajetória musical do artista ao sabor de seu próprio talento. 

Revisitando o Acabou Chorare, Moraes aqueceu a noite, convidou sua plateia para dançar e  proporcionou ao jovem público do Coquetel Molotov um encontro inusitado com antigas músicas, que fazem parte da memória coletiva de todo brasileiro.

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A estudante de arquitetura, Regina Celi, foi ao festival para conferir, especialmente, as apresentações de Vitor Araújo e de Moraes Moreira. “Vitor me surpreendeu, há anos não via um show dele e achei bem mais denso”, elogiou. Sobre o baiano Regina também foi só elogios. “A apresentação de Moraes Moreira lembra muitas coisas que a gente já viveu com amigos, momentos bons, traz lembranças boas”, explicou. 

A professora Cristina Ramires, que foi ao Teatro para conferir a apresentação da norte-americana Blonde Redhead, disse que a banda retrata bem a proposta do evento. “Para mim, o trio tem tudo a ver com o festival, a sonoridade, a representatividade deles. Gosto muito e esse show foi especial para mim”. 

Já o funcionário público Bruno Cruz assistiu à todos os shows e destacou a energia de Thiago Pethit. “Esse show foi ainda melhor do que o último que vi dele, no Festival de Inverno de Garanhuns. Foi mais enxuto, mais limpo e nem por isso mais simples”. 

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Quando o pernambucano Clayton Barros subiu ao palco do Teatro da UFPE, na última sexta-feira (21), para abrir a primeira noite do festival No Ar Coquetel Molotov 2012, muitas pessoas ainda chegavam no local. Não demorou muito para que o teatro ficasse bem preenchido, ainda que não lotado, para conferir a estreia de Os Sertões, nova banda de Clayton após o final do Cordel do Fogo Encantado. O show trouxe o repertório do disco A Idade dos Metais, que explora um rock ensolarado e melódico, de caráter pop e com influências do dub, ska, rock retrô, drum'bass.

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O resultado foi uma apresentação empolgante e multimídia, com projeções e painel da capa do novo disco, que faz uma releitura do Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band dos Beatles. Elementos de orquestras tomam conta do novo trabalho que, segundo Clayton, teve como referência máxima o disco As Coisas, de Moacir Santos. "Este show é uma ode à música dos ventos, que propaga dos metais. É uma ode ao sopro", disse o vocalista em entrevista ao LeiaJá. Bem aceito pelo público, Os Sertões souberam deixar o recado e mandaram bem para uma noite de lançamento.

O baiano Lucas Santtana também presenteou o público recifense com show de lançamento. O quinto disco do músico, O Deus que Devasta Mas Também Cura foi apresentado em ritmo energético e enxuto. Durante os 40 minutos que esteve em cima do palco, Lucas expressou toda a inquietude que permeia seu novo trabalho, interpretando músicas como Jogos Madrugais, Músico, Dia de furar onda no mar, Se Pá Ska SP e É sempre bom se lembrar, não permitindo que as pessaos ficassem paradas. "Entretanto, várias canções do novo disco ficaram de fora, inclusive a que dá nome ao álbum. Sucessos anteriores do músico como Amor em Jacumã, Cira, Regina e Nana, Lycra Limão e Who Can Say Wich Way entraram no repertório.

Um dos melhores momentos foi quando Lucas tocou um carimbó instrumental  e convidou a plateia para subir no palco. Quase ninguém atendeu, mas as poucas meninas que encararam o convite chamaram atenção e deixaram o show ainda mais instigante. A amizade do baiano com os músicos pernambucanos reforça uma relação já estreita e significativa de Lucas com o Recife, que já virou destino certo no calendário do artista. "Todos os discos que eu lanço eu trago para o Recife e com esse não poderia ser diferente. A cidade tem um público grande, que vem de um universo sonoro bastante rico" explicou ao LeiaJá. "O Deus que devasta... é um show mais explosivo, eletrizante, é uma catarse. Foi um desafio trazer ele pra o teatro, pois inicialmente ele foi pensado para as pessoas assistirem em pé", completou.

O integrante do TV on The Radio, Kyp Malone, deixou a plateia admirada ao apresentar seu trabalho solo com a banda Rain Machine. O grande destaque é o alcançe vocal do americano, que hipnotiza qualquer um junto com suas guitarras. A apresentação é apropriado para o teatro, onde o público pôde experimentar, em doses homeopáticas, um novo formato de show, mais concentrado e de acústicas vocais mais intensas. Considerada uma versão lo-fi e experimental do TV on The Radio, a banda apresenta uma bela dinâmica em palco e conquistou a plateia, apesar das músicas muito extensas e parecida entre si.

O som pernambucano voltou a preencher o teatro no final da noite, quando Siba encerrou a programação do dia com o repertório de seu elogiado CD Avante. A pegada mais pop do novo trabalho combinou com a sonoridade proposta pelo primeiro dia do festival. Já conhecido do público recifense, Avante adquiriu outras dimensões dentro do Teatro UFPE, que favoreceu o som da guitarra, instrumento retomado por Siba no recente trabalho e sobre o qual demonstra domínio familiar. Sentindo-se em casa, o músico enfatizou a recepção do público várias vezes. "É maravilhoso ver gente cantando músicas que você fez sozinho em um quarto de hotel", comentou.

Durante toda a apresentação, a plateia poupou as cadeiras do teatro e aglomerou-se na frente do palco para prestigiar o conterrâneo. Canções como A Bagaceira, Canoa Furada, Ariana e Preparando o Salto  deram o clima de festa ao show, que foi o mais aplaudido da noite por uma plateia fiel e conectada ao novo trabalho do artista. Siba ainda relembrou os tempos do Mestre Ambrósio, cantando Mestre Guia e convidou o guitarrista e produtor do disco Fernando Catatau para acompanhá-lo durante três músicas.

A primeira noite do No Ar Coquetel Molotov 2012 ainda contou com shows gratuitos, que começaram a partir das 17h, na Sala Cine UFPE. Os pernambucanos da The First Corinthians e a instrumental mineira Galanga deram início à programação na sala. Os paulistas do Garotas Suecas trouxeram repertório do disco elogiado Escaldante Banda. Quem se destacou foram os suecos da Mary Onettes com seu indie rock dos anos 80 e 90 que atraiu um bom público para a Sala Cine.

O Festival No Ar Coquetel Molotov chega a sua nona edição nesta sexta (21) e sábado (22) no Centro de Convenções da UFPE. Depois da Mostra Play The Movie e das oficinas e debates que integraram a programação prévia do evento, o No Ar apresenta, como de praxe, novidades da cena musical nacional e internacional, além de artistas já consagrados e conterrâneos do Estado. Os shows se distribuem entre a Sala Cine - programação gratuita a partir das 17h  - e o Teatro do Centro de Convenções da UFPE.

Este ano, as novidades da cena musical recifense ficam por conta de Tagore, The First Corinthians e Os Sertões, projeto solo do ex-Cordel do Fogo Encantado Clayton Barros, que apresenta o repertório de seu recém-lançado disco A idade dos Metais. Vitor Araújo e Siba completam o time recifense. O pianista apresenta, pela primeira vez, o seu novo trabalho intitulado de A/B. Já Siba traz o repertório de seu novo disco Avante, que conta com participação do guitarrista Fernando Catatau, autor da produção do álbum.

Além de Vitor Araújo, Thiago Pethit e Lucas Santanna presenteiam o público recifense com shows de lançamento de seus respectivos novos trabalhos, Estrela Decadente e O Deus que devasta mas também cura. Thiago conta com a presença da cantora Cida Moreira no palco. Para encerrar o evento, o No Ar traz o show comemorativo de um dos discos mais clássicos e experimentais da MPB. Acabou Chorare dos Novos Baianos completa 40 anos em 2012 e recebe o cantor Moraes Moreira ao lado de sua banda para comandar a festa no último dia do festival.

Entre as atrações internacionais, destaque para Blonde Redhead, Rain Machine e The Mary Onettes. A primeira se apresenta no segundo dia do evento no Teatro da UFPE com seu indie-rock/dream-pop, que ficou conhecido pela trilha sonora de seriados como Skins e Grey's Anatomy.



FOTOGRAFIA - Durante os dois dias de show no Centro de Convenções da UFPE, o projeto Red Bull 3MSF – 3 Músicas Sem Flash fica exposto para o público do No Ar. São 25 imagens captadas por 12 fotógrafos brasileiros na cobertura de grandes shows de artistas nacionais e internacionais pelo país a exemplo de Steve Wonder, Green Day, Marcelo D2 e Cachorro Grande. Os trabalhos partem da premissa que rege o trabalho deste profissionais, que só podem clicar as três primeira músicas do show.



Com curadoria da Revista Noize, a exposição ganhou duas edições em Porto Alegre. Além de ser exibida no No Ar, Red Bull 3MSF... entra em cartaz no Bar Sétima Arte, na Rua do Lima, a partir do dia 30 de setembro, com aproximadamente 70 fotografias, incluindo imagens capturadas por fotógrafos durante a cobertura do festival.



Confira programação completa:



Sexta-feira (21)



Sala Cine UFPE - a partir das 17h

The First Corinthians (PE)

Galanga (MG)

Garotas Suecas (SP)

The Mary Onettes (Suécia)



Teatro da UFPE - a partir das 21h

Os Sertões (PE)

Lucas Santtana (BA)

Rain Machine (EUA)

Siba (PE)



Sábado (22)



Sala Cine UFPE - a partir das 17h

Tagore (PE)

Rudio/mm (PR)

Yeti Lane (França)

Madrid (SP)



Teatro da UFPE - a partir das 21h

Vitor Araújo (PE)

Thiago Pethit (SP)

Blonde Redhead (EUA)

Moraes Moreira canta “Acabou Chorare” (BA)



Serviço



No Ar Coquetel Molotov 2012

Sexta (21) e sábado (22), 17h

Centro de Convenções da UFPE (Cidade Universitária)

R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), à venda na Farm (Shopping Recife), Delta Expresso (Recife Antigo) e Café Castigliani (Derby)

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Informações: www.coquetelmolotov.com.br.

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