Desde que foi lançada há 40 anos, a história da adolescente Christiane Vera Felscherinow impactou o mundo da literatura. O sucesso de "Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída" invadiu as prateleiras de inúmeras livrarias com relatos fortes da jovem de Hamburgo, cidade da Alemanha. Nascida em 1962, Christiane viu a sua vida virar de cabeça para baixo quando abriu a porta para as drogas; a prostituição, que também se fez presente no seu cotidiano, tornou-se obrigatoriedade para alimentar o vício.

Aos 12 anos, mergulhada em um mar de revoltas, ela começou a experimentar sua entrada na adolescência sem estrutura emocional. Perdendo totalmente o controle e passando a viver uma realidade sombria através do álcool e das drogas, como a maconha, calmantes, LSD e heroína, a garota virou refém da dura realidade que as ruas de Berlim proporcionavam na época.

Com a ajuda dos jornalistas Kai Herrmann e Horst Rieck, Christiane resolveu expor sua trajetória no submundo do vício e se viu em um palco totalmente iluminado para todas as experiências contadas nas 351 páginas que marcariam sua vida para sempre. As histórias ganharam os cinemas em 1981, contando até com a trilha sonora do cantor David Bowie. Com milhões de exemplares vendidos, o livro virou best-seller em mais de 30 países e foi traduzido para 15 idiomas.

Hoje com 55 anos, prestes a completar 56 em maio, Christiane Vera Felscherinow continua relutando para aliviar o drama impregnado na alma. Ela já passou por algumas recaídas, passando pela bebida, maconha e metadona. Os ferimentos expostos de uma existência pesada, até os dias atuais, deixaram cicatrizes na menina que não tinha o olhar amoroso e confortável dos pais para conquistar os sonhos destruídos pelas incertezas.