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Como ainda não tem certidão de nascimento, por formalidade dos procedimentos médicos ela é apenas Maria 114: um nome seguido do protocolo de internação na Pediatria da Santa Casa de Misericórdia. A história por trás dos prontuários, no entanto, tem feito da paciente de 3,35 quilos o xodó da equipe médica desde que o bebê deu entrada no hospital, domingo à noite, sem fralda, envolta em paninhos sujos e pesando cem gramas a menos.

A criança foi abandonada ao pé de uma árvore da Rua Piauí, em Higienópolis, região central, minutos antes de ser encontrada pelo zelador de um prédio que fica poucos metros acima. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que uma mulher carrega a menina apoiada no ombro esquerdo e segura um guarda-chuva. Pouco depois, ela larga o bebê na calçada e sai andando.

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"Quando ela chegou, o hospital virou um alvoroço. Todo mundo queria pegar no colo, dar de mamar", conta a médica residente Gabriela Sanchez, da equipe responsável por fazer os primeiros atendimentos no bebê. Após exames, os médicos constataram se tratar de uma criança saudável, de uma gestação de 40 semanas e nascida havia menos de três dias.

A única ressalva era o corte do cordão umbilical, amarrado a um barbante - sinal de que o parto não foi em hospital.

A menina deve ficar por mais dez dias na Santa Casa, para terminar um tratamento de precaução com antibiótico. Se depender de Francisco de Assis Marinho, o zelador que encontrou a criança, ela sai do hospital direto para a casa dele. "Quando a peguei nos meus braços, eu pensava o tempo todo que deveria adotá-la", diz. Até já negociou com a filha o nome do bebê: Valentina. No dicionário, cheia de saúde.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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