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O músico pernambucano Cannibal e o rapper paulista Crioloforam os convidados para a roda de diálogo Transformações Possíveis: Aqui, ali e para além, nesta quarta-feira (9), integrando a programação da Expoideia - Feira de Tecnologia, Cultura e Sustentabilidade que acontece no Recife, no Shopping Paço Alfandega, até o próximo dia 13. Os músicos falaram sobre suas trajetórias e como elas foram capazes de influenciar as periferias de onde eles vieram.

Cannibal é vocalista da banda pernambucana Devotos  desde a década de 80, e um dos criadores da rádio Alto Falante, que surgiu no Alto Zé do Pinho. Para ele a cultura é o conjunto das características peculiares de uma comunidade, a principal identidade de um povo e no seu formato mais verdadeiro, caminha da periferia em direção ao centro. “A coisa mais difícil em mudar uma sociedade é a autoestima”, disse o músico, que acredita que o movimento Manguebit, que surgiu no Recife nos anos 90, teve um papel importante para a formação de pernambucanos mais orgulhosos de si mesmos.

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Sempre muito aplaudido, o rapper Criolo falou sobre sua história de vida e contou um pouco sobre os caminhos que lhe levaram a ser um dos mais importantes artistas do rap no Brasil. Para ele, cada pessoa tem um dom, uma forma pessoal de se comunicar e a música é a maneira que ele encontrou. Ser músico preenche esta necessidade e não permite que fique parado. “O rap foi a manifestação que não teve preconceito comigo”, lembra. Ele revelou não acreditar que ninguém seja coitado, que todo mundo deve ir em busca de realizar as ideias que tem na cabeça: “O mundo é também o quarto onde você dorme, foi lá que comecei a fazer minhas canções”, refletiu. Sobre o sucesso de seu trabalho, condensado no álbum Nó na Orelha, lançado em 2011, ele é modesto: “Minhas letras são fortes porque venho trabalhado nisso há 24 anos. Só por isso”.

Além de Cannibal e Criolo, também participaram da roda de diálogo Rafael Cortes e os paulistas DJ Dandan e DJ Marco. Os DJs compartilharam as dificuldades em achar seu espaço e construir uma autoestima sólida, apesar dos contratempos. Os dois ressaltaram a importância que a música teve para a construção de suas personalidades e a presença da periferia nesse processo. DJ Marco lembrou de quando ouviu os primeiros raps e como isso influenciou sua vida: “Os caras falavam: você vai levantar a cabeça e se orgulhar de si”. Sobre a relação que tem hoje com o gênero, ele destaca: “Estou retribuindo o que o rap fez por mim”.

Na plateia, de maioria jovem, estava o músico pernambucano Maciel Salú que reconhece, nas experiências contadas, histórias da vida de muitos outros músicos da cena nacional. Ele destaca a importância de iniciativas como esta, que aproxima o artista do público e traz recortes da realidade de um artista, com todas suas batalhas e preconceitos sofridos.

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Batalha de MCs e pocket show de Criolo - Depois da roda de diálogo, Criolo e os Djs seguiram para a Rua da Moeda, onde aconteceu a Batalha da Escadaria e um pocket show de Criolo. A batalha foi mediada pelo DJ Dandan, enquanto o DJ Marco comandou as picapes. MCs improvisaram rimas e disputaram entre si. O vencedor é votado ali mesmo, pelo público. A batalha final foi entre Gênio e Speed, que saiu como ganhador da noite e recebeu muitos aplausos do público.

O mais esperado da noite era Criolo, que começou a apresentação pedindo a todos os MCs participantes da batalha que continuassem no palco durante sua apresentação. O rapper anunciou que cantaria músicas anteriores aos sucessos do Nó na Orelha. Durante os aproximadamente 30 minutos, Criolo cantou músicas antigas do seu repertório e gandes sucessos lançados em 2011, como Grajauex e o tão esperado Não existe amor em SP. Em todos os momentos o músico foi muito aplaudido pelo calaroso público que encheu a Rua da Moeda, no Recife Antigo. Em todos os momentos, o rapper destacou a importância da presença do público e dos MCs que dividiram o palco com ele: “Isso aqui só existe por causa de vocês”, falou sob muitos gritos de um público entusiasmado. Sempre agradecendo a presença de todos, o artista fez valer cada minuto do pocket show.

Dentre os muitos MCs que estavam presentes no palco, a única mulher era Taz Mureb. Taz é uma MC carioca de 28 anos que veio ao Recife fazer participações em apresentações de hip-hop e gravar seu novo clipe, da música Teste de fé. Depois de participar de alguns eventos de rap na cidade, ela ficou impressionada com o que encontrou. “A cena local é muito forte, pretendo voltar e realizar novos projetos”, revelou Taz ao LeiaJá. 

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