Tópicos | Devotos

A luta contra as injustiças de raça e classe são o mote principal do novo single da banda pernambucana Devotos, que teve lançamento nessa segunda-feira (20), dia da Consciência Negra, em todas as plataformas de áudio. “Mas Será o Benedito?” mescla influências do punk-rock-hardcore com a sonoridade afro-brasileira, trazendo guitarras altas e tambores entoando pontos de terreiro. A letra composta por Cannibal inspira as pessoas a se insurgir contra situações de injustiça, buscando mudança e liberdade. O lançamento é viabilizado pelo selo Estelita. 

De acordo com a banda, a letra tem o Benedito como inspiração, mas ela passa por várias vertentes da vida de um povo preto que não aguenta as injustiças e se une para reivindicar uma mudança de paradigma na sociedade. “O povo preto não quer apenas sobreviver, quer melhores condições de vida e isso lhe foi negado ao longo de toda a história. Esse é o sentido de minha luta ser sua luta, porque mesmo de forma diferente sofremos juntos e nos identificamos com elas”, afirma o cantor Cannibal.

##RECOMENDA##

A escolha da data de lançamento ser no Dia da Consciência Negra reforça o posicionamento da banda de trazer para o centro da discussão as dores vivenciadas pelo povo preto periférico, mas também a sua potência como motor de transformação da realidade. “E esse sentimento de não-conformismo retratado na letra é inspirado pelo enfrentamento às opressões. Benedito, ao longo da história, ocupava fazendas de senhores escravagistas, tacava fogo em tudo e libertava os sonhos de seu povo. Hoje os Beneditos são vários e estão em vários setores da sociedade incendiando, estimulando a mente dos que lutam por igualdade social”, completa Cannibal.

Ouça:

[@#video#@]

Sobre a banda

Devotos é uma das maiores representantes do punk rock hardcore em Pernambuco e no Brasil. Marcelo Coleta Júnior, Neilton José de Carvalho e Marconi de Souza Santos, mais conhecido como Cannibal, formaram o grupo no ano de 1988, no Alto José do Pinho, periferia da Zona Norte do Recife.

A concepção do grupo teve referências valiosas. O caráter político do movimento punk, a Inocente, banda de São Paulo liderada por Clemente, um roqueiro também negro e periférico, e o seu disco “Pânico em São Paulo”, que delatava problemas da periferia, como a violência, a falta de saneamento básico, a fome e a discriminação, influenciou o trio a denunciar as mazelas da sociedade.

Nascida na comunidade da Zona Norte recifense, a Devotos ganhou o Brasil e o mundo. Na jornada, diversos shows, dentro e fora do país, e discos marcantes para a música nacional, de “Agora Tá Valendo” (1997) ao mais recente “Punk Reggae” (2022). Além disso, contribuiu para mudar a realidade do Alto José do Pinho através do trabalho social que criou uma rádio comunitária e uma ONG na localidade.

Letra

Mas Será o Benedito?

Te digo o que fazer para acabar

Cada dia sofre eu sofre você

Sua luta minha luta, vamos lá

É nós por nós

Vamos ocupar vamos vencer

Nós ficamos assustados

Mas não temos medo de você

Fogo, fogo, kaô cabecile

Fogo, fogo, vamos vencer

Nós ficamos assustados

Mas não temos medo de você

Fogo, fogo, kaô cabecile

Fogo, fogo, vamos vencer

Lá de longe ecos o instupido fumaça, grito, liberta ou morte.

Casa grade já sabe o destino, será o Benedito?

Liberta ou morte.

Tem sangue nos olhos do preto, o açoite não cala na morte.

Taca-fogo no seu preconceito, liberta ou morte, Liberta ou morte.

Tem sangue nos olhos do preto, o açoite não cala na morte.

Taca-fogo no seu preconceito, liberta ou morte, Liberta ou morte.

 

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

Mas será o Benedito

 

Ficha Técnica

Mas Será o Benedito? - Devotos

Letra: Cannibal

Música: Cannibal, Celo e Neilton

Gravado e mixado por: Neilton Carvalho no estúdio Altovolts, em Recife - PE

Masterizado por: David Menezes, no estúdio: São Paulo SP

Arte: Neilton Carvalho

*Da assessoria

A lendária banda pernambucana Devotos será homenageada pelos 35 anos de carreira na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O voto de aplauso foi requerimento da deputada Dani Portela que promoverá a solenidade. O encontro acontece na próxima segunda-feira (13), a partir das 16h, no auditório Ênio Guerra, aberto ao público.

Devotos é uma das maiores representantes do punk rock hardcore em Pernambuco e no Brasil. Marcelo Coleta Júnior, Neilton José de Carvalho e Marconi de Souza Santos, mais conhecido como Cannibal, formaram o grupo no ano de 1988, no Alto José do Pinho, periferia da Zona Norte do Recife.

##RECOMENDA##

A concepção do grupo teve referências valiosas. O caráter político do movimento punk, a Inocente, banda de São Paulo liderada por Clemente, um roqueiro também negro e periférico, e o seu disco “Pânico em São Paulo”, que delatava problemas da periferia, como a violência, a falta de saneamento básico, a fome e a discriminação, influenciou o trio a denunciar as mazelas da sociedade.

Nascida na comunidade, a Devotos ganhou o Brasil e o mundo. Na jornada, diversos shows, dentro e fora do país, e discos marcantes para a música nacional, de “Agora Tá Valendo” (1997) ao mais recente “Punk Reggae” (2022). Além disso, contribuiu para mudar a realidade do Alto José do Pinho através do trabalho social que criou uma rádio comunitária e uma ONG na localidade.

“Comemorar os 35 anos da Devotos é valorizar a expressão negra e periférica do nosso estado. A musicalidade do grupo traz toda uma gama de temáticas valiosas a estes corpos negligenciados pela sociedade e faz um chamamento à resistência e ao combate às desigualdades. A expressão artística é a cara da nossa periferia, é meio potente de transformação social, e a banda tem representado isso com êxito ao longo desses anos. Merecem todas as homenagens!”, ressaltou a deputada Dani Portela.

Serviço:

Homenagem aos 35 anos da Devotos

Data: 13/11/2022

Local: Auditório Ênio Guerra, Alepe, R. da União, 397 - Boa Vista, Recife - PE, 50050-010

Horário: 16h

Da assessoria

Uma das bandas mais revolucionárias da música brasileira, a Nação Zumbi vai festejar os 30 anos do movimento Manguebeat no evento Manguezassa, que acontece no Cais da Alfândega, em frente ao monumento Caranguejo Manguebeat 2, nesta quarta-feira (11). A entrada será gratuita ao público em geral.

Com as participações especiais de Lia de Itamaracá, Jéssica Caitano e Lirinha, a Nação Zumbi vai apresentar seus maiores sucessos e versões de músicas importantes na história da banda formada por Jorge Du Peixe (vocal), Dengue (baixo) e Toca Ogan (percussão), além dos músicos convidados Marcos Matias e Da Lua (alfaias), Tom Rocha (bateria) e Neilton Carvalho (guitarra).

##RECOMENDA##

O evento “Manguezassa”, que celebra a trajetória do movimento cultural que revolucionou a cena musical do Brasil, vai contar também com shows das principais bandas expoentes da cena Mangue, como Devotos, comemorando 35 anos de carreira, banda Eddie lançando seu novo trabalho, o álbum “Carnaval Chanson”, e Mundo Livre S/A, uma das fundadoras do movimento manguebeat, além do DJ Damata tocando nos intervalos dos shows.

O Manguebeat, também conhecido como Manifesto Mangue, é um movimento cultural que surgiu no Recife, na década de 1990. Liderado pelo carismático Chico Science, o Manguebeat fundiu elementos da cultura nordestina, como o coco e o maracatu, com o rock, o hip-hop e a música eletrônica, criando uma sonoridade única e inovadora. Além de sua inovação musical, o movimento tinha uma forte carga política e ambiental, abordando questões sociais e ecológicas da região costeira. Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A foram figuras centrais desse movimento, que influenciou profundamente a música brasileira e deixou um legado duradouro de criatividade e consciência cultural.

Programação do Manguezassa

Data: 11/10/2023

Local: Cais da Alfândega, em frente ao monumento Caranguejo Manguebeat 2 - Recife, PE

Entrada: Gratuita

Shows:

21h – DJ Damata

21h20 – Banda Eddie

22h10 – Mundo Livre S/A

23h – Devotos

00h00 – Nação Zumbi e convidados: Lia de Itamaracá, Jéssica Caitano e Lirinha.

 

*Da assessoria de imprensa

 

Com 33 anos de carreira, a banda Devotos desembarca no Teatro do Parque, área central do Recife, nesta sexta-feira (15), às 19h, para lançar o seu novo trabalho, o álbum Punk Reggae, onde o grupo mergulha de cabeça no universo da música reggae, mesclado ao punk rock pernambucano.

A abertura da noite ficará por conta do grupo Barbarize, projeto musical idealizado por YuriLumin e Bárbara Espíndola, navegando pela estética afrofuturista e afropop, que integra várias linguagens culturais como música, teatro e dança a mensagens de resistência e valorização ao povo preto e de periferia.

##RECOMENDA##

Apresentando o novo álbum, Devotos mergulha de cabeça em outro universo musical, lançando um trabalho direcionado a música reggae, mesclado ao punk rock já característico do grupo. A iniciativa de produzir um disco com sonoridade reggae, surgiu através da intimidade que a banda já possui a cada trabalho apresentar elementos do gênero jamaicano.

O trabalho musical é um projeto antigo, interrompido temporariamente pelo período de pandemia e, somente agora, retomado às atividades com força total, contando com uma belíssima produção de Pedro Diniz (Mundo Livre S/A), além da parceria com o selo Estelita. O novo disco foi batizado como Punk Reggae, título que sintetiza a mescla dos gêneros navegados pela banda em sua caminhada.

O álbum possui um repertório que inclui dez regravações de músicas já presentes em sua discografia com sonoridade reggae, proporcionando a participação de grandes artistas como Chico César, Criolo e Isaar. Outro nome bastante aguardado é a banda Barbarize. A abordagem inovadora do grupo vem garantindo o nome da banda como um dos principais destaques do cenário musical de Pernambuco, despontando inúmeras apresentações importantes em eventos e festivais como o Guaiamum Treloso Rural 2022.

A banda vem trabalhando no seu próximo trabalho, o EP Intuição, com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2022. Com base no afropop e referências afrocibernéticas, o primeiro lançamento do EP foi o single Hit da Revolução, contando com a produção musical de YuriLumin e participação especial da artista não binária do brega, Mun Há. Os ingressos custam a partir de R$ 27 e estão à venda no site Sympla.

Da assessoria

O Podcast TrianON recebe, nesta semana, o músico Cannibal, vocalista e baixista da Devotos. Ele falou sobre o novo disco, uma coletânea de músicas da banda com arranjos de reaggae. O álbum Devotos Punk Reggae já está nas plataformas digitais e, em breve, será lançado em vinil.

Cannibal também falou do show que a Devotos fará, em setembro, no Rock in Rio, festival em que se apresentará pela primeira vez. A conversa ainda rendeu debates sobre a nova música que está sendo produzida no Recife e o atual cenário político do país. Confira: 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

A banda Devotos lançou nos serviços de streaming seu primeiro disco de reggae. Passeando pelo ritmo, o grupo formado por Cannibal, Neilton Carvalho e Celo Brown reuniu no projeto nomes conhecidos da música popular brasileira como Criolo, Chico César e Isaar.

Na estrada há 33 anos, a turma da Devotos já tinha em mente o desejo de gravar um álbum de reggae. Apesar da dificuldade imposta pela pandemia, os integrantes conseguiram ir a fundo nos planos que tanto desejavam. Com selo Estelita, o Punk Reggae recebeu a produção de Pedro Diniz, do Mundo Livre S/A.

##RECOMENDA##

"A ideia toda não era só musical, mas também as temáticas das letras que são muito parecidas. O punk e o reggae, estão sempre juntos através das suas temáticas, vivências e lutas. Bandas como The Clash e Bad Brains, sempre misturaram o punk com reggae e fizeram acontecer, viram que dentro do universo da música não existe separatismo", explica Cannibal, vocalista da banda.

O Punk Reggae teve sua capa ilustrada por Neilton Carvalho, guitarrista do Devotos, explorando a temática abordada com elementos simbólicos presentes na arte que está ligada com o conceito das letras do disco.

[@#video#@]

Uma das bandas mais importantes do cenário do hardcore nacional tem sotaque pernambucano e é da Zona Norte do Recife: a Devotos. Com mais de 30 anos de estrada, os pernambucanos acumulam apresentações em festivais brasileiros e internacionais e, neste ano de 2022, vão acrescentar um nome relevante em seu currículo ao se apresentarem no Rock in Rio (RIR). O power trio nordestino sobe ao Palco Sunset, a convite do Black Pantera, grupo mineiro de crossover thrash, no dia dois de setembro. 

O ‘Dia do Metal’ do Rock in Rio contrá com os mineiros do Black Pantera, que levam ao festival o show da turnê do álbum ‘Ascensão’. Para deixar sua passagem pelo Rock in Rio ainda mais pesada, eles convidaram a banda pernambucana Devotos e o anúncio da parceria foi feito pelo Instagram, nesta terça (1º). “Para celebrar esse momento tão único, convidamos outra banda preta: os veteranos da Devotos, de Pernambuco”, diz  postagem no perfil dos anfitriões. No mesmo dia, se apresentam no RIR grandes nomes da música extrema como Sepultura, Iron Maiden, Megadeth e Dream Theater. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Também pelo Instagram, os pernambucanos da Devotos agradeceram pelo convite e festejaram o evento. Em seu perfil oficial, a veterana fala sobre esse encontro de gerações com entusiamo: “Black Pantera faz parte de uma nova geração de bandas que nos dá muito orgulho principalmente por também saberem que não é e nunca foi só música. Como é importante para a Devotos e a Black Pantera estarmos no Palco Sunset porque o que fazemos não é só música, as artes transformam”.  A programação completa do Rock in Rio pode ser vista no site oficial. 

"A fé move montanhas", se repete entre os devotos de Nossa Senhora da Conceição pelas escadarias e ladeiras da Zona Norte. Nesta quarta-feira (8) é celebrado o dia da padroeira afetiva do Recife e durante o ciclo de homenagens no Morro da Conceição, cenas de fieis em lágrimas acompanham relatos de graças alcançadas pela intercessão da Santa. 

Cada degrau superado com os joelhos é uma demonstração de gratidão pelas promessas alcançadas pela Analista de Recursos Humanos, Isabela Caroline. “Eu vou chegar lá em cima agradecida, mesmo se chegar machucada”, disse durante uma pausa no caminho de orações.

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

“Saber que [Ela] intercede por mim renova a minha fé e próximo ano eu estou aqui de novo porque eu sei que Ela faz por mim. A minha fé é muito maior que tudo, mesmo que as outras pessoas não acreditem, mas eu acreditei nela”, declarou a fiel.

Aos 27 anos, a relação com a Santa começou antes mesmo de nascer. A mãe não conseguia engravidar e decidiu depositar a vontade de ter filhos na fé em Nossa Senhora da Conceição, quando finalmente deu à luz à Isabela e o irmão mais velho.

Após muita dedicação, neste ano, ele conseguiu passar em um concurso público federal e, mesmo sem saber, era acompanhado pelas bênçãos da irmã. "Eu fiz uma promessa difícil em prol do meu irmão e ele conseguiu, mas não sabe que eu tinha feito essa promessa [...] eu disse a Santa que se ele passasse, eu ia subir de joelho esse ano, e agora vou pagar a ela muito mais feliz”, conta.

Aos 85 anos, José Marcelino caminha 85 km para visitar o santuário. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A princípio foi uma promessa, mas a caminhada de aproximadamente 85 quilômetros para o encontro com a imagem do Morro da Conceição já a tradição de fim de ano de José Marcelino. Há seis anos consecutivos ele sai de madrugada de Vicência, na Mata Norte, e vai a pé ao santuário.

"É muito gratificante, porque Deus se sacrificou muito mais que isso por nós. Ela merece muito mais do que isso que eu faço", destaca.

Aos 68 anos, o agricultor abandona por uma noite o cultivo de subsistência e peregrina solitário pelas rodovias e avenidas que o levam ao Morro. 

"Eu saí ontem de 4h da manhã, aí caminhei 11 horas até Tiúma e dormi na casa do meu irmão. Hoje saí de 5h e cheguei aqui de 10h05", explica.

LeiaJá também: Nossa Sra. da Conceição atrai fiéis à Zona Norte do Recife

Nos pés uma sandália simples, nas mãos um terço e nas costas uma bolsa com pedidos de cura aos enfermos que não puderam fazer a visita. "Nossa Senhora da Conceição é minha intercessora muito especial, junto ao seu filho Jesus Cristo. Eu realmente já consegui muitas graças", comenta.

 Assim, Marcelino chega ao Morro e aproveita ao máximo o tempo junto a milhares fieis como ele. Antes de voltar, o idoso acompanha pelo menos duas missas para agradecer por estar mais uma vez presente na Festa da Santa e pedir saúde para repetir o roteiro no ano seguinte.

Mesmo com diferentes atrações e lojas espalhadas pelo complexo do Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, uma longa fila se formou desde cedo na parte de fora da igreja: ali os fiéis esperavam ansiosos pelo momento de passar diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

A visitação à imagem encontrada no Rio Paraíba do Sul em 1717 começou às 2 horas e é considerada o momento mais importante da visita ao santuário. Os pedidos foram muitos, mas um prevaleceu: saúde.

##RECOMENDA##

Paulo Zanette e seu filho, Bruno, por exemplo, caminharam 160 quilômetros até Aparecida. Os cinco dias na estrada foram dedicados a pedir por uma amiga da família, que está grávida. "Ela já perdeu seis filhos."

Moradora de Limeira, Silvia Bearari levou uma peça de cera que representava a recuperação do filho, que superou a Covid-19. "Ele estava muito mal, intubado. Eu pedi para Nossa Senhora e ela tirou ele da UTI. Por isso, vim agradecer", conta Silvia, que segurava ainda uma cabeça de cera, para representar a cura de um problema em seus olhos.

Emocionada, Sandra Rocha foi a Aparecida agradecer pela recuperação do pai, que sofreu um acidente vascular cerebral no início do ano. Para ela, a espera de uma hora na fila valeu a pena. "Não demorou muito. Fiquei uma hora e passei pela imagem com o meu pai."

Depois de 11 horas de caminhada, Maria de Lourdes Anacleto ainda encontrou forças para esperar na fila. "Eu vim pedir por saúde. Vim pedir também pelo fim da pandemia."

A fila para a visita da imagem é de longe o lugar que concentra mais devotos e fica à parte da nave principal. Apenas 2,5 mil fiéis puderam acompanhar cada celebração dentro do Santuário Nacional, que tem capacidade total para receber 35 mil pessoas. Durante todo o dia, ocorreram missas na igreja e no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nono mês do calendário gregoriano, mais conhecido como este que nós ocidentais usamos, começou cheio de novidades nas plataformas digitais. Singles, EPs, clipes e até show-documentário, de artistas dos mais variados gêneros, já estão disponíveis para dar aquela renovada na sua playlist e tirar a poeira dos headphones. Confira algumas dessas novidades na nossa ‘listinha’ de lançamentos e divirta-se. 

Não Alimente os Animais

##RECOMENDA##

Divulgação

Os gaúchos da Não Alimente os Animais abriram o mês de setembro com clipe novo na praça. A faixa Camarão no Lixo ganhou um videoclipe, dirigido por Mateus Frazão e Raphael Oss Moré. O trabalho buscou ser leve e divertido como a música, que abusa dos grooves passando pela psicodelia e, claro, muito rock’n’roll. 

Devotos

Divulgação/Tiago Calazans

Já a pernambucana Devotos abriu o novo mês pedindo ‘bença’ aos Orixás. Assim foi batizado o novo single dos caras, que conta com a participação da cantora Isaar. A música faz parte do próximo disco da banda, que trará 10 releituras de alguns de seus clássicos, no ritmo do reggae, além da inédita Nossa História, que também já está ‘na rua’. 

João Loroza

Divulgação/Frederick Assis

A música 31 de Agosto, do cantor João Loroza, ganhou imagens em um clipe dirigido e roteirizado por Luana Vitorino. No vídeo, o músico surge entre imagens feitas em estúdio e nas ruas do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. A produção é do Cru Coletivo. 

Lu Dantas

Divulgação/Luciola Vilella

A cantora e compositora carioca Lu Dantas, faz uma homenagem ao avô paterno no single Celeste. Com voz suave e uma letra cheia de afeto, a artista canta sobre saudade e amor. Este é o primeiro lançamento de uma série de três singles que chegarão ao público até o final deste ano. 

Howay

Divulgação

A pernambucana Howay convida para um passeio pela capital do Estado, Recife, na faixa Howay. Misturando ska, rock, maracatu e muitas palmas de mão, a música passa pelas ruas e rios da Veneza Brasileira de forma alegre e descontraída. Já disponível nas principais plataformas digitais.

Breno Miranda

Divulgação

Após viralizar com Back to Beginning nas redes sociais, o DJ, arranjador, produtor e compositor Breno Miranda resolveu fazer o seu próprio vídeo para a música.  O clipe, dirigido por Pedro Milagres e André Greco, faz uma brincadeira com o nome da faixa e foi todo gravado de trás pra frente. 

Renno Poeta

Divulgação/Laércio Pioi

O sanfoneiro, cantor e compositor cearense Renno Poeta juntou-se a João Gomes para a faixa Volta Amanhã. Abusando da sofrência do piseiro, a dupla canta sobre desilusão em uma música com forte potencial viral. Os fãs também podem conferir um clipe, já disponibilizado no YouTube. 

Joyce Alane

Divulgação

A pernambucana Joyce Alane escolheu a faixa autoral Leão para dar início à sua trajetória solo. Na música, a suavidade da voz da cantora é acompanhada por um trio de metais e arranjos bem elaborados. A música também ganhou um clipe já disponível no YouTube. 

Héloa

Divulgação/Juliana Santin

Para comemorar seus 15 anos de carreira, a sergipana Héloa lança, no YouTube, Afluentes: um filme de Héloa. Trata-se de um show com ares de filme, que revisita os grandes sucessos da artista, porém, dando-lhes nova roupagem. Aqui, a música da artista afro infígena ganha uma estética pop, dançante, com forte presença de beats eletrônicos somados a elementos das culturas tradicionais, afro indígena e diaspórica. A produção é assinada por Yuri Queiroga com direção da própria Héloa junto com Altair Santo.

Naiá Camargo

Divulgação/Laís Aranha

Cantando em prol de um futuro coletivo, Naiá Camargo lança um vídeo-doc para a faixa Lua Nova. A produção conta com a participação de jovens ativistas como Marcelo Rocha – ativista climático e fundador do Ayika, Vinícius Lima do SP Invisível e Kamila Camilo da Global Shapers Community; pessoas que vêm trabalhando em função do próximo, em suas respectivas áreas. A música aborda questões urgentes, porém, com tom leve e dançante pegada pop. 

Atitude 67

Divulgação

Encerrando a trilogia Atitude na Rua, os caras do Atitude 67 lançam o EP Rua. São cinco faixas autorais, produzidas por Dudu Borges, com tom cosmopolita que visa contemplar todos os ‘rolês’ de rua do país. Até o final do mês de setembro, serão lançados os videoclipes das canções.O primeiro, da faixa Maverick, sai nesta sexta (8). 

Rincon Sapiência

Divulgação

Para celebrar seu aniversário de 36 anos, comemorado nesta sexta (9), o produtor, compositor e rapper Rincon Sapiência lança o single Sol. A música é uma parceria com a cantora brasileira de origem congolesa, Marissol Mwaba, que também assina a composição. 

Helgi

Divulgação/Deborah Linhares

O cantor Helgi traz o espírito de luta para a música Flores para Enfeitar. Dando início à sua carreira solo, o artista versa sobre a importância da consciência de classe e de estar atento às causas urgentes, sobretudo neste momento do país, tudo isso regado a uma levada reggae cheia de balanço e pegada pop. 

Nesta sexta-feira (16), celebra-se o dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife. Vivendo em um momento de pandemia da Covid-19, boa parte dos devotos foram aos pés da santa agradecer a cura da doença, que já matou mais de 18 mil pernambucanos.

Viviane de Lima, 27 anos, revela que toda a sua família foi contaminada pela Covid-19. No entanto, a jovem acredita que a fé e devoção em Nossa Senhora do Carmo fez com que nenhum familiar enfrentasse uma situação mais grave provocada pela doença, conseguindo todos saírem curado dessa “batalha”. 

##RECOMENDA##

“Todos tiveram a Covid-19, mas graças a Deus e a nossa senhora pegamos os sintomas mais leves e a gente saiu dessa. Acredito que a fé da gente ajuda a passar por isso - sem a fé a gente não estaria nem aqui hoje”, assegura.

Sua mãe, Ana Cristina, de 53 anos, é mais uma devota que, mesmo com receio da multidão, foi até a praça do Carmo agradecer, não só pela sua vida, mas principalmente pela saúde do meu esposo, que teve os sintomas mais graves da Covid-19, chegando a ser socorrido e entubado duas vezes neste ano.

“Eu fui assintomática, mas meu marido foi quem teve bem forte mesmo. Na época, eu pedi intercessão de Nossa Senhora do Carmo para curar e hoje eu estou aqui agradecendo. É muito importante agradecer porque hoje meu marido está bem e já voltou até a trabalhar”, revela. 

[@#galeria#@]

Pernambuco ultrapassou, nesta sexta-feira (16), 577 mil casos da Covid-19 e dona Arleide Alexandre de Carvalho, 61 anos, foi aos pés da santa agradecer por ter passado todo esse período pandêmico sem ter se infectado, o que considera mais importante: está curada do câncer de mama que enfrentou durante algum tempo.

“Foi Nossa Senhora quem me proporcionou essa graça de estar em pé. Sou devota desde que nasci e tudo o que eu peço ela intercede ao filho dela e ele me dá e por isso eu só vim agradecer hoje”, pontua. 

Mudanças provocadas pela Covid-19

Por conta da Covid-19, algumas mudanças foram feitas para celebrar o 324º aniversário de Nossa Senhora do Carmo. Para a realização do evento, a arquidiocese de Recife e Olinda diminuiu o número das celebrações religiosas, passando de 100 para 55 celebrações. O acesso ao templo também foi reduzido para 30% da capacidade da igreja, o que corresponde a 120 devotos participando de cada cerimônia. 

No dia dedicado à santa foram realizadas cinco missas ao longo do dia. No horário da manhã ás 5h, 8h, e às 10h, Santa Missa Solene de Encerramento, com a presidência do arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. No período da tarde foram realizadas outras duas celebrações, às 13h e 16h.

Artistas e produtores culturais do  Recife se uniram para ajudar ao próximo durante a pandemia do coronavírus. A campanha a campanha Social Artistas Solidários (S.A.S) pretende auxiliar, inicialmente, 100 famílias em vulnerabilidade social da Região Metropolitana do Recife (RMR), neste momento de crise, além de colaborar com o fortalecimento de pequenos comércios nas comunidades do Alto José do Pinho, Morro da Conceição, na capital pernambucana, e Cidade Tabajara, em Olinda. 

A primeira fase da campanha visa o S.A.S precisa arrecadar o valor de R$ 10.000 para a compra das cestas básicas e itens de higiene e limpeza. Todos os produtos serão adquiridos nas próprias comunidades, para fazer a economia local girar e colaborar com os pequenos comerciantes. Após a doação para estas primeiras 100 famílias, a ação abrirá uma nova rodada de arrecadações e doações.

##RECOMENDA##

As 100 primeiras famílias a serem assistidas pela S.A.S foram escolhidas de acordo com alguns critérios. Entraram no mapa aquelas cuja renda esteja comprometida por conta da pandemia do coronavírus; famílias chefiadas por mulher, cujo sustento dependa de seu trabalho, especialmente trabalho informal; e famílias de baixa renda que esteja protegendo idosa/o e/ou pessoa com deficiência. 

Os interessados em doar qualquer valor em dinheiro podem efetuar depósito na conta da Federação de Órgãos Para Assistência Social e Educacional (FASE: Banco do Brasil, Agência: 0697-1, Conta corrente: 57.695-6, CNPJ: 033.700.956/0002-36).. Também é possível levar  os itens para a montagem das cestas básicas e kits de higiene nos seguintes pontos de arrecadação: Centro Social Dom João Costa (Alto José do Pinho), Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac – Morro da Conceição) e Casa da Rabeca (Cidade Tabajara). 

A Campanha Social Artistas Solidários (S.A.S) é uma iniciativa de artistas, produtores culturais e outros profissionais de Pernambuco organizada por: Altovolts (Adriano Leão, Gilson Gerrard e Neilton), Danilo Carias (Produtor Cultural), Deise Lima (Engenheira), Devotos (Cannibal, Cello e Neilton), Dulce Reis (Jornalista), Federação de Órgãos Para Assistência Social e Educacional (FASE), Grão – Comunicação e Cultura (Rute Pajeú), Maciel Salú (Artista), Mariana Oliveira (Pesquisadora), Patrícia Correia (Pedagoga), Priscila Moreira (Produtora Cultural), Roboliv.re (Henrique Foresti) e Som na Rural (Nilton Pereira e Roger de Renor).

O Carnaval de 2020 terminou deixando lembranças nada agradáveis para alguns músicos pernambucanos. A intervenção policial em alguns shows, que ocorreram em polos oficiais da folia recifense, causou estranhamento em artistas e no público, uma vez que não há registro de ações semelhantes na história recente do Carnaval.  

As bandas Devotos e Janete Saiu para Beber relataram que PMs em serviço durante seus shows tentaram encerrar as apresentações quando músicas de Chico Science foram tocadas no palco, sobretudo Banditismo por uma Questão de Classe. Segundo integrantes da Janete, um dos militares chegou a dizer: "Não pode tocar Chico Science. Chico é som de briga". Já o cantor China quase viu uma invasão policial, no palco da Lagoa do Araçá, para que o show fosse encerrado com a justificativa de que o tempo de apresentação havia se excedido. 

##RECOMENDA##

LeiaJá também

--> Onde está a música de protesto?

Agora, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um inquérito civil para investigar as denúncias. Segundo o MPPE, o caso pode configurar violação dos direitos humanos à cultura e à liberdade de expressão e artística dos músicos. Fato é que as ocorrências assustaram, não só os artistas, mas também o público, e a palavra censura voltou a figurar nas redes sociais. 

Pernambuco é conhecido por ser um celeiro de bons músicos e bandas com uma produção que sempre teve um pé bem fixado na resistência, com músicas e projetos que questionam a sociedade e os temas que lhe são relevantes. Para ilustrar isso, o LeiaJá preparou uma playlist que traz alguns nomes que usam sua arte para 'botar o dedo nas feridas'. Ouça.

Banditismo por uma questão de classe - Chico Science

A música que teria ocasionado as ‘confusões’ nos palcos recifenses foi gravada em 1994, no disco de estreia de Chico Science & Nação Zumbi, Da Lama ao Caos. A letra da canção aponta abusos policiais, como no verso: “em cada morro uma história diferente que a polícia mata gente inocente”.

Arquitetura de Vertigem - China

Outro artista envolvido nas denúncias também tem músicas que tocam em pontos delicados da sociedade. Em Arquitetura de Vertigem, China fala sobre especulação imobiliária e verticalização das cidades, inspirado pela movimento Ocupe Estelita, movimento criado pela sociedade civil em defesa do Cais José Estelita, localizado no Recife.  O clipe da música, inclusive, foi feito com imagens de participantes do movimento no local. 

Lêju II - Zaca de Chagas

Aqui, o rapper Zaca de Chagas sinaliza como a cor da pele pode ser significativa na hora de uma abordagem policial. A música também mostra a preocupação de uma mãe quando o filho negro vai para a rua: “Antes de sair, minha mãe sempre me dá um beijo/Ainda diz: ‘Meu filho, cuidado com o baculejo’”

Futuro Inseguro - Devotos

A Devotos, ‘nascida e criada’ no Alto José do Pinho, periferia do Recife, costuma imprimir em suas letras a realidade vivenciada nessa região da cidade, que sofre com pobreza e violência. Em Futuro Inseguro, a banda fala sobre a importância de defender as crianças que, muitas vezes, desde cedo, já são expostas a uma vida bem difícil. 

Atiça - Eddie

Em meio a seus ritmos animados e festivos, a Eddie também aponta problemas sociais. Em Atiça, a banda fala sobre como a violência está próxima e como ela choca ao ser denunciada através do desenho de uma criança. 

Bela, recatada e do lar - Lady Laay

As gerações mais jovens de artistas pernambucanos também demonstram a mesma sede de falar sobre assuntos relevantes. A rapper Lady Laay é uma das vozes que está sempre questionando sobre protagonismo feminino, respeito e equidade de gênero. 

Manifesto - Plugins

A Plugins é outro exemplo de banda que sobe ao palco para tocar em assuntos delicados e, muitas vezes necessários. Em Manifesto, o grupo questiona sobre autoridade e fala sobre a necessidade e importância de reagir ante às dificuldades.  

Cerca de Prédio - Karina Buhr

Karina Buhr também reserva momentos para botar o dedo na ferida. Em cerca de Prédio, ela questiona a verticalização da cidade e a mudança de cenário mediante ao crescimento desenfreado do concreto. 

Eletrochoque de gestão - Mundo Livre S.A.

A Mundo Livre S.A., uma das precursoras do movimento Manguebeat, também usa sua arte para apontar e denunciar. O próprio Manifesto Mangue, escrito pelo líder da banda, Fred Zero Quatro, já demonstrava essa característica com afirmações como a de que a cidade do Recife estaria com as artérias da cultura “bloqueadas”, sendo assim, estaria “morrendo” econômica e culturalmente. 

Margot - Parem de nos matar

Outra representante da nova geração, Margot versa e rima como gente grande. Ela também é uma das vozes que engrossa pelo fim da violência contra a mulher e pelo protagonismo feminino. 

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um inquérito civil para investigar as denúncias de abusos da Polícia Militar (PM) em shows durante o Carnaval deste ano no Recife. A corporação é acusada de ameaçar artistas que tocavam músicas de Chico Science & Nação Zumbi, como “Banditismo por uma questão de classe”, que traz em sua letra o trecho “em cada morro uma história diferente/ que a polícia mata gente inocente."

O primeiro caso ocorreu no domingo (23) com a banda Devotos, do vocalista Cannibal. Segundo a banda, era realizada uma apresentação no polo do bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife. O grupo tocou a música “Luz da Salvação”, que tem trechos de “Banditismo por uma questão de Classe”. De acordo com nota do Devotos, a PM teria procurado a equipe da banda, informado não ter gostado do conteúdo das letras e ameaçado prender Cannibal caso o show continuasse citando a polícia. “O show continuou, eles não subiram no palco e nem tocaram na banda, mas a ameaça foi feita”, assinalou o grupo.

##RECOMENDA##

Na segunda-feira (24), a banda Janete Saiu para Beber tocou na Rua do Apolo, no Recife Antigo, área central da capital. De acordo com a banda, as músicas de Chico Science & Nação Zumbi “Sangue de Bairro”, “Monólogo ao pé do ouvido” e “Banditismo por uma questão de classe” irritaram alguns policiais presentes, que questionaram a produção do evento sobre o teor das canções. Os militares teriam exigido o fim do evento, dizendo “Não pode tocar Chico Science. Chico é som de briga. Não pode tocar.”

A terceira situação ocorreu no show de China, na terça-feira (25), na Lagoa do Araçá, bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife. O artista contou que a polícia subiu no palco para tentar encerrar o show. A justificativa dada seria que a apresentação já tinha estourado o tempo. A empresária do artista disse ao LeiaJá que o início da apresentação atrasou por conta da própria programação local. A empresária e a produtora conseguiram convencer a corporação a não encerrar o show.

Segundo o Ministério Público de Pernambuco, o caso pode se tratar de violações dos direitos humanos à cultura, à liberdade de expressão e artística dos músicos. O órgão notificará para esclarecimentos: representantes das bandas, secretário de Defesa Social (SDS), comandante geral da PM, diretor de Planejamento Operacional da PM, secretarias de Cultura estadual e municipal, Fundação de Cultura da Cidade do Recife e Fundarpe, secretarias de Direitos Humanos estadual e municipal, representantes dos conselhos de cultura e de direitos humanos estadual e municipal e representantes dos movimentos sociais ligados aos direitos culturais.

O MPPE também solicitou que o Comando Geral da PM envie em 10 dias a relação nominal dos policiais militares escalados que aturam nos dias e horários das apresentações artísticas das denúncias. A relação deve apresentar nome, matrícula, posto ou graduação e Organização Militar Estadual (OME) do policial.

A Secretaria de Defesa Social será requisitada a apresentar no prazo de 10 dias informações sobre eventual procedimento disciplinar instaurado e as providências adotadas. Também no prazo de 10 dias, a Fundação de Cultura da Cidade do Recife deverá informar se os referidos artistas integraram oficialmente a programação do Carnaval e apresentar os contratos firmados. A portaria do MPPE é assinada pelo promotor Westei Conde y Martin Júnior.

A PM já se manifestou sobre as ocorrências. A corporação disse não haver qualquer proibição à exibição de música durante o Carnaval ou qualquer época do ano. A polícia afirmou apenas orientar a suspensão de blocos que tenham estourado o tempo previsto para o desfile, por causa do planejamento operacional. "Deixar que a festa prossiga sem a presença de policiais colocaria em risco a segurança de todos", destacou em nota.

Chegando à sua nona edição, o Porto Musical abre sua programação na próxima quinta (13), no Bairro do Recife. Até o sábado (15), o festival promove shows, oficinas e palestras com foco na criação de redes, contatos, trocas de conhecimentos e geração de negócios. Entre as atrações musicais, estão nomes de peso da cena como China, Siba, Ave Sangria e Devotos. 

As atividades do festival, em 2020, se dividirão entre a Praça do Arsenal - onde acontecerão os shows à noite -, e o Paço do Frevo - onde acontecerão os daycases shows diurnos). É neste último também que acontecerão as Sessões Bolo de Rolo, série de encontros com profissionais e temas locais. As demais ações ocorrerão no Apolo 235, Portomídia e Cais do Sertão (Módulo III). 

##RECOMENDA##

Já os seminários e conferências, abordarão temas como gestão de carreiras, gestão de marcas, música e comportamento nas redes sociais, entre outros. As inscrições podem ser feitas através do Sympla e custam R$ 100 (dia) e R$ 220/110 (pacote para os três dias inteira e meia). Os showcases (Praça do Arsenal), os daycases (em frente ao Paço do Frevo) e as sessões Bolo de Rolo têm entrada gratuita. 

Confira a programação:

QUINTA-FEIRA (13.2)

9h30 às 12h30 – SEMINÁRIO: Gestão de Carreiras – Juntando as peças *com Ricardo Rodrigues, Eduardo Porto, Gabriela Pompermayer e Fernanda Martucci (sócios da Let´s Gig). Local: Auditório É o povo/ Cais do Sertão

10h30 às 12h30 – ARENA SEBRAE DE PITCHING: Ágda, Anna Suav, Banda Víruz, Bárbara Beats, Carranza, CasinoQuebec, Cassio Oli, Coco de Umbigada, Deleh Wilson, Eleonora Falcone, Foli Griô Orquestra, Luiza Fittipaldi, Luna Vitrolira, Outra Zona, Torre, Vinaa.   Local: Sala São Francisco/ Cais do Sertão

10h às 12h – SESSÃO BOLO DE ROLO: O sentido da acessibilidade. O papel do intérprete no chamamento do público. *com Ozani Malheiros, Poliana Alves, Mariama da Mata e Paulo Fernando. Local: Paço do Frevo *gratuito

13h20 às 14h – DAYCASE: Arrete (PE)  Local: Paço do Frevo

14h30 às 16h30 – CONFERÊNCIA: A arte sequestrada. Existe música fora da bolha? É possível reagir ao algoritmo e ser visível? *com Gabriel Andrade Junqueiro, Leonardo de Marchi, Karina Buhr, Tássia Reis e Caio Braz. Local: Auditório Cais do Sertão

14h30 às 16h30 – SESSÃO BOLO DE ROLO: Da Lama ao Caos – da greia ao sucesso internacional. As estratégias que ajudaram no lançamento do disco. *com Lorena Calábria, Paulo André Pires, Alexandre Dengue, DJ Dolores e Renato L. Local: Paço do Frevo *gratuito

14h30 às 16h30 – MASTERCLASS: Programa ASA apresenta: Você como uma marca. *com Andreea Magdalina Local: Auditório Apolo 235

16h50 às 18h50 – CONFERÊNCIA:  Cancelando você. A política de cancelamento na internet: justiça ou opressão? *com Lucas Liedke, Alexandre Rolinha, Luna vitrolira e Dani Arrais. Local: Auditório É o povo/ Cais do Sertão

16h50 às 18h – Encontro com canadenses. *com Alexander Bordokas, Philippe Lafrenière, Claudia Balladelli e e Kristyn Gelfand. Local: Auditório Apolo 235

SHOWCASES (Local: Praça do Arsenal - entrada gratuita)

19h20 – Vox Sambou (Haiti)

20h20 – China (PE)

21h20 – UNA (PE)

22h20 – Ave Sangria (PE)

23h20 – Devotos (PE)

DJ nos intervalos: Coletivo Pão e Tinta apresenta: DJ Azul de Barros e DJ Ratoeira Rec

SEXTA-FEIRA (14.2)

9h30 às 12h30 – SEMINÁRIO: Marketing Digital: como construir uma estratégia de lançamento

*com Marina Amano  Local: Auditório É o povo/ Cais do Sertão

10h30 às 12h30 – ARENA SEBRAE DE PITCHING: André Mussalem, Babi Jaques e Lasserre, Banda-Fôrra, Bule, Ciel Santos, Estesia, Faces do Subúrbio, Felipe Costa Trio, Kalouv, Leo Middea, Luamarte, Paulão, Rhaissa Bittar, Rousi Flor de Caeté (Pedra Flor), Saci Wèrè, Samico, Uana Mahin. Local: Sala São Francisco/ Cais do Sertão

10h às 12h – SESSÃO BOLO DE ROLO: Projeto La Ursa – A economia do frevo *com Nicole Costa, André Lira e Maestro Spok. Local: Paço do Frevo *gratuito

13h20 às 14h – DAYCASE: DJ Dolores convida: Henrique Albino e Aishá Lourenço  (PE) Local: Paço do Frevo

14h30 às 16h30 – CONFERÊNCIA: A carne mais barata. Dos discursos à prática: o artista negro está em pé de igualdade ao artista branco?

*com Tássia Reis, Fernando Viana, Karen Cunha e Fabiane Pereira.  Local: Auditório Cais do Sertão

14h30 às 18h50 – OFICINA: Destribificação Abujamrica – Inspiração cai do céu?

*com André Abujamra  Local: Auditório Apolo 235

14h30 às 16h30 – SESSÃO BOLO DE ROLO: Quanto vale a Cultura Popular? Rua e Palco. Tradição e modernidade. *com Siba, Jorge Filó, Marcelo Renan,  Rute Pajeú e Maciel Salú Local: Paço do Frevo *gratuito

16h50 às 18h50 – CONFERÊNCIA: “Eu tô só calado”. Como a música à margem do mercado, das políticas públicas e criminalizada consegue um público tão numeroso e diverso? *com Shevchenko, Elloco, MC Gabi, Igor Marques  e GG Albuquerque Local: Auditório É o povo/ Cais do Sertão

SHOWCASES (Praça do Arsenal - entrada gratuita)

19h20 – The Raulis (PE)

20h20 – Aíla (PA)

21h20 – Frente Cumbiero (Colômbia)

22h20 – Coco de Toré Pandeiro do Mestre (PE)

23h20 – Siba (PE)

DJ nos intervalos: DJ Carlota

SÁBADO (15.2)

9h30 às 12h30 – SEMINÁRIO: Atualização disponivel: direitos autorais com foco nas plataformas digitais e novas ocorrências.

*com Márcia Xavier Local: Auditório É o povo/ Cais do Sertão

10h30 às 12h30 – ARENA SEBRAE DE PITCHING: Andrezza Santos, Ardu, Black Bell Tone, Carlos Ferrera, Demonia, Ednardo Dali, Emerald Hill, Fernandes, Guma, Hattem, Madimboo, Martins, Mazuli, Pedro Huff (Desencantamento), SH Surama Ramos e Henrique Albino, Siba Carvalho, Sourebel. Local: Sala São Francisco/ Cais do Sertão

10h às 12h – SESSÃO BOLO DE ROLO: Tensões sobre estética e políticas públicas. Ou o que acontece quando um edital cria um gênero musical? *com Bruno Nogueira Local: Paço do Frevo  *gratuito

13h20 às 14h – DAYCASE: Guitarrada das Manas (PA) Local: Paço do Frevo

14h30 às 16h30 – CONFERÊNCIA: Desidratação crítica. Por onde anda a crítica musical brasileira? *com Bernardo Oliveira, Carlos Gomes, GG Albuquerque, Carol Almeida e Lorena Calábria. Local: Auditório É o povo/ Cais do Sertão

14h30 às 16h50 – OFICINA: Brasil Música e Artes oferece: Virando a chave: caminhos para exportar sua música

*com Daniel Nogueira, André Bourgeois e Leandro Ribeiro da Silva. Local: Sala de mixagem do PortoMídia

14h30 às 16h30 – SESSÃO BOLO DE ROLO: Uma alternativa independente para a produção Cultural no Sertão do Alto Pajeú

*com Coletivo Mangaio (Caio Sotero, Jéssica Caitano, Laeiguea Bezerra, Patrícia Chagas e PH Moraes) Local: Paço do Frevo  *gratuito

14h30 às 16h30 - OFICINA: Destribificação Abujamrica – Inspiração cai do céu?

*com André Abujamra  Local: Auditório Apolo 235

16h50 às 18h50 –  CONFERÊNCIA:“Pisando na Praça de Guerra”. A música política. *com Siba, Felipe Gonzalez, Bione, Rosa Amorim, Heloísa Aidar, Beth de Oxum e Melina Hickson Local: Auditório Cais do Sertão

SHOWCASES (Local: Praça do Arsenal  - entrada gratuita)

19h20 – Maria Beraldo (SP)/ 

20h20 – Filipe Catto (RS) 

21h20 – Enme (MA) 

22h20 – Luísa e os alquimistas (RN)/ 

23h20 – Jessica Caitano (PE)

Dj nos intervalos: DJ Karla Gnom


 

O próximo sábado vai ser de música e debate na Torre Malakoff. O evento Arte Transforma reúne nomes da cena do rock pernambucano, como as bandas Devotos, Plugins, Saga HC, o Cão e Dani Carmesim. Além dos shows, o público vai poder participar de um debate sobre Protagonismo Musical Feminino e Gordofobia, com Aline Sales, do projeto Bonita de Corpo. As atividades começam às 16h. 

Abrindo a programação do Arte Transforma, o debate sobre protagonismo feminino na música e gordofobia vai contar com os coordenadores do Bonita de Corpo, Aline Sales e Júlio César. Também participam da conversa a musicista Joaninha Xeba e a Dj Bia Preta. Em seguida, o Bonita de Corpo realiza seu primeiro desfile.

##RECOMENDA##

A parte musical do evento fica por conta das bandas Devotos, Plugins, Saga HC e o Cão, além da cantora Dani Carmesim. Para participar, basta levar 2kg de alimentos não perecíveis que serão doados para as ongs Comunidade Assumindo Suas Crianças e Cores do Amanhã.

Serviço

Arte Transforma

Sábado (14) - 16h

Torre Malakoff (Praça do Arsenal - Bairro do Recife)

2kgs de alimentos não-perecíveis

 

O deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB) chamou a atenção nas redes sociais ao aparecer animado e dentro de uma roda de punk, durante uma homenagem na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aos 30 anos da banda Devotos - grupo de punk, rock e hardcore. O aniversário de 30 anos da Devotos foi comemorado na Alepe na noite dessa quarta-feira (28).

A banda é do Alto José do Pinho, na Zona Norte do Recife, mesmo bairro de Isaltino. O vídeo que registra o momento em que o pessebista entrou na roda de punk, de paletó e gravata, viralizou nas redes sociais. 

##RECOMENDA##

Fundada em 1988, a Devotos é formada por Cannibal (baixo e voz), Neilton (guitarra) e Celo (bateria). Ao receber a homenagem, Cannibal disse que “esse reconhecimento foi uma surpresa para a banda, mas também muito gratificante. A história da Devotos vai além da música. É de transformação social porque somos militantes e queremos levar para outras comunidades o que fazemos no Alto José do Pinho. Acredito que a cultura é capaz de modificar uma realidade”.

Isaltino, por sua vez, destacou que era um "orgulho" para ele ter proposto a comemoração. “São 30 anos da banda e precisamos reconhecer o trabalho que eles fazem, tanto artisticamente quanto socialmente, no Alto José do Pinho. Ao longo dos anos, acompanhei a evolução do grupo, e eles sempre foram inspiração para a juventude da nossa comunidade", disse.

O aniversário de 30 anos da banda Devotos foi celebrado, nesta quarta (28), em Reunião Solene na Assembleia Legislativa. O grupo de punk, rock e hardcore é composto por Cannibal (baixo e voz), Neilton (guitarra) e Celo (bateria). A iniciativa da homenagem partiu do deputado Isaltino Nascimento (PSB), que também é da comunidade do Alto José do Pinho, bairro da Zona Norte do Recife, onde o conjunto surgiu.

A trajetória e as composições do trio estão intrinsecamente ligadas ao local de onde os músicos vieram. A convivência com um cenário de pobreza e tensão social tornou-se matéria-prima para músicas que denunciam a realidade dos que vivem à margem de uma sociedade excludente. Ainda muito jovens, os integrantes aprenderam a compor e a tocar por conta própria, fabricando parte dos instrumentos que usavam. A mensagem da Devotos ultrapassou as fronteiras nacionais e encontrou eco em públicos distantes: França, Alemanha, Espanha e Itália foram alguns dos países por onde a banda se apresentou.

##RECOMENDA##

Após receber uma placa comemorativa da Alepe, o cantor Cannibal fez discurso de agradecimento. “Esse reconhecimento foi uma surpresa para a banda, mas também muito gratificante. A história da Devotos vai além da música. É de transformação social porque somos militantes e queremos levar para outras comunidades o que fazemos no Alto José do Pinho. Acredito que a cultura é capaz de modificar uma realidade”, frisou. “Fomos a primeira banda da comunidade a rodar o mundo e a mostrar a multiculturalidade do bairro”, expôs.

LeiaJá também: Devotos celebra 30 anos querendo "começar de novo"

Durante a solenidade, o conjunto tocou algumas músicas de seu repertório. Há cerca de um ano, a Devotos lançou o sétimo álbum da carreira, intitulado O Fim que Nunca Acaba. O disco tem participações do Maestro Forró, que conduz o grupo para uma espécie de “frevo-jazz-hardcore”, e de Maciel Salú que, com sua rabeca, leva o som da Devotos até o Oriente Médio.

“São 30 anos da banda e precisamos reconhecer o trabalho que eles fazem, tanto artisticamente quanto socialmente, no Alto José do Pinho. Ao longo dos anos, acompanhei a evolução do grupo, e eles sempre foram inspiração para a juventude da nossa comunidade. Para mim, é um orgulho poder fazer esta homenagem”, enfatizou Isaltino, que presenteou os integrantes da Devotos com esculturas de madeira representando cada um deles, feitas pelo artista plástico Josa.

Com informações do site da Alepe

[@#galeria#@]

A fé tomou conta das ruas centrais de Belém na manhã de domingo (14). Pela 226ª vez, católicos, devotos e turistas do mundo todo caminharam na grande procissão do Círio de Nazaré para reverenciar Nossa Senhora. A manifestação religiosa se estenderá por 15 dias, com romarias e eventos diversos na capital paraense. Na galeria acima, veja fotos da procissão.

##RECOMENDA##

O Círio saiu da Catedral Metropolitana às 6h48. A romaria de 3,6 km atravessou os principais pontos turísticos da cidade e chegou até a Praça Santuário, no bairro de Nazaré, às 11h46. Foram cinco horas de devoção e encantamento. O Círio tem como tema "Uma jovem chamada Maria", em alusão ao olhar de atenção da Igreja para a juventude.

Observadores estimam em um milhão e meio, aproximadamente, o número de pessoas que participaram da procissão. Ao longo do percurso, empresas, instituições e famílias fizeram homenagens à Virgem de Nazaré. Chuva de papel picado e muitos fogos marcaram a passagem da Imagem Peregrina pelas ruas da capital. 

A procissão teve início depois da missa campal presidida pelo arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, em frente à Catedral de Belém, no bairro da Cidade Velha. O trajeto saiu da praça Frei Caetano Brandão e seguiu pela praça do Relógio, avenida Portugal, Boulevard Castilhos França, avenida Presidente Vargas e avenida Nazaré até a Praça Santuário. As vias do corredor do Círio e suas transversais ficaram fechadas um dia antes para garantir maior organização das procissões.

A Imagem Peregrina é conduzida em uma Berlinda puxada por uma corda de 400 metros, que é muito disputada pelos devotos para pagar promessas. O Círio também tem a participação de 13 carros de promessa, onde os devotos depositam os votos, objetos de cera como partes do corpo e casas que são levados à procissão. Em 2014, a organização do Círio recebeu, oficialmente, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o certificado de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade do Círio de Nazaré.

Da Redação do LeiaJá Pará.

 

Na Zona Norte do Recife, um dos bairros de maior população da cidade, Casa Amarela, tem sido sinônimo de resistência desde sua formação. Segundo o historiador Pereira da Costa, ali se levantou, em 1630, o forte real do Bom Jesus - hoje Sítio Trindade - para proteger o interior de Pernambuco contra os holandeses.

Ao redor da fortaleza instalou-se um povoado e no início do século 20 iniciou-se a ocupação dos morros ao redor, entre eles, Morro da Conceição, Alto José Bonifácio e Alto José do Pinho. A população dessas localidades se organizou e, como não poderia deixar de ser, criou suas próprias expressões culturais, transformando-se em símbolo da cultura musical do Recife. Os morros do Recife são emissores de uma das 'Vozes da Periferia', que o LeiaJá apresenta nesta serie especial de reportagens.

##RECOMENDA##

O manguebitt de Chico Science ‘desceu’ de Peixinhos, em Olinda, onde nasceu, e no Alto José do Pinho encontrou solo fértil para se multiplicar. Berço de várias manifestações populares - o Alto conta com o Maracatu Estrela Brilhante do Recife, o afoxé Ylê de Egbá e a escola de samba Unidos de Escailabe, só para citar alguns exemplos -, e com uma forte cena punk no início dos anos 1980, lá surgiram bandas como Matalanamão, Faces do Subúrbio e Devotos, que não só levaram sua comunidade para outros lugares da cidade como também serviram de exemplo para o surgimento de outras cenas Recife afora.

Devotos é referência no Alto e fora deleA Devotos, de Cannibal, Neilton e Celo, inclusive, é citada por 10 entre 10 jovens entusiastas da música na cidade, como grande responsável pela valorização da produção artística local. Em 2018, a banda completa 30 anos como uma das mais importantes da cena hardcore do país. Mas, a resistência da Zona Norte extrapola qualquer convenção ou limitação, sobretudo de ritmos. Grande celeiro cultural, o bairro agrega artistas do rock, do samba, hip hop e do reggae, entre outras vertentes.

Logo ali ao lado, na Bomba do Hemetério, a produção cultural fervilha com inúmeras agremiações de cultura popular como a Escola Gigante do Samba, a nação de Maracatu Raízes de África, a Tribo Canindé e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH), comandada pelo Maestro Forró. 

*No vídeo, o Maestro Forró e a OPBH dividem o palco com os 'vizinhos', Cannibal, da banda Devotos, e o Mestre Walter de França, ex- mestre de apito da Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife e, agora, líder da Nação Raízes de África, da Bomba do Hemetério. 

 

Tem samba no Alto

Nilson Freitas, J.J., Xande Melo, Mano Black e Jamelão do Cavaco, nascidos e criados no Alto, escolheram o samba como estilo de vida e ferramenta de trabalho. Com o grupo Sambstar, formado há 22 anos, eles levam suas vivências e a alegria característica da comunidade para todo o Brasil e o mundo, fazendo parcerias, inclusive, com grandes artistas nacionais, como Roberto Menescal. "Isso aí é um orgulho que a gente leva no peito, onde chegar, nos quatro cantos do mundo, dizer que é da Zona Norte, do Alto Zé do Pinho, da periferia  e que fazemos uma música universal", diz com sorriso largo, o vocalista do grupo, Jamelão do Cavaco.

O quinteto de sambistas se julga privilegiado por ser ‘cria’ de um chão tão fértil em cultura e arte; para os músicos, não haveria outro caminho a seguir que não o da música vindo de um lugar como o Alto. "Aqui é um celeiro de música popular, tem samba, frevo, maracatu, afoxé, caboclinho, tem o repente, embolada, tem MC, já vou contando quase 11", enumera J.J.

E, vindos da periferia, fazem questão de levá-la à frente em seu trabalho: "A nossa linguagem musical é a linguagem da periferia, a gente tanto canta aqui como canta nos maiores eventos que tem e a linguagem é a popular, não tem como ser diferente", diz Jamelão.

Vindos de um lugar com tamanha diversidade cultural, os músicos convivem bem com todas as cenas surgidas e desenvolvidas ali. Eles acreditam que o vulto que os MCs de brega vêm tomando, como o próprio MC Troinha, originário do Alto, é legítimo e que eles representam sua comunidade tanto quanto qualquer outro artista originado ali, como afirma o vocalista Jamelão: "Embora o ritmo seja criticado por muitos, não pela massa, mas pela ‘crítica’ da mídia comum, os meninos estão de parabéns. Existem pessoas inteligentes por trás, eles também são muito inteligentes, eu tenho mais é que bater palmas e desejar sucesso. Representam a comunidade né? Por isso que estão aí nas cabeças".

[@#video#@]

*Imagens: Rafael Bandeira

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando