Tópicos | doenças do coração

O mês de setembro é marcado por uma data importante, na área de saúde, sendo lembrado, nesta sexta-feira (29), o Dia Mundial do Coração. A iniciativa, criada no ano 2000 pela Federação Mundial do Coração, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), busca conscientizar as pessoas acerca das doenças que acometem o coração e o sistema cardiovascular. O Hospital Pelópidas Silveira, no Recife, é um dos centros de referência no atendimento e tratamento de doenças do coração no estado, e alerta a população sobre os principais problemas identificados no sistema circulatório. 

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), de janeiro de 2020 até junho de 2023 foram contabilizadas 14.478 mortes ocasionadas por infarto agudo do miocárdio, o quadro que mais mata no estado, e também no Brasil. A hipertensão essencial fica no segundo da lista de problemas fatais, tendo um total de 8.236 óbitos pela condição, do início de 2020 até o primeiro semestre deste ano. O acidente vascular cerebral, mesmo tendo um volume menor, figura em terceiro lugar da lista, sendo a causa da morte de 5.263 pessoas em Pernambuco, no mesmo período. 

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Imagem: Rachel Andrade/LeiaJá

Apesar de os números fatais serem elevados, os tratamentos oferecidos pela rede estadual de saúde atendem a uma população muito maior. Ainda segundo a SES-PE, casos de acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca congestiva, infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca neonatal são os principais quadros tratados na rede pública, com o somatório de 20.489 pacientes em 2020, 22.380 em 2021, 27.757 em 2022 e 11.770 até junho de 2023. 

O médico cardiologista do HPS, Sérgio Nascimento, explicou ao LeiaJá que existem diversos fatores que podem ocasionar um problema no sistema cardiovascular, passando de uma herança genética a uma carga emocional. “O infarto é uma obstrução da artéria do coração que acontece quando a pessoa soma vários fatores. Não necessariamente precisa ser um fator só. A gente tem fatores que são relacionados à própria herança genética. Gente que tem predisposição à obstrução do coração por placa de gordura, e também tem outros fatores, como pressão alta, colesterol alterado, o diabetes, a obesidade, que acabam gerando inflamação e aumentando a forma do corpo obstruir esse vaso. Então, desses fatores a gente tem mais comum a população na quarta a quinta década [de vida], que é a partir dos 40 anos tendo um maior acometimento dessa doença”, afirmou. 

Dr. Sérgio Nascimento. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Quem faz parte dessas estatísticas é Luciana Maria da Silva, aposentada de 52 anos, moradora da comunidade Lagoa Encantada, no bairro do Ibura, zona Sul do Recife. Ainda em 2022, ela começou a sentir um desconforto, chegou a ser atendida e descobriu que tinha arritmia cardíaca. O caso se tornou mais grave, no entanto, em meados de junho de 2023, quando, um dia, seus batimentos cardíacos chegaram a mais de 210 por minuto. “Um dia eu acordei, e o coração começou a palpitar demais e também não levei a sério, não imaginei. No dia seguinte, novamente, aí eu fui no médico. Aí ele passou os exames, fiz, aí realmente acusou que eu estava com pressão alta e arritmia cardíaca. E daí não fiz o tratamento como deveria ser. Tomei só aquele medicamento e não tomei o resto, não continuei. Achava que era só uma caixa. Aí não tive [nada], depois de um ano eu vim ter [outro episódio]. Então chegou quase a, talvez, uma parada [cardíaca]”, relatou Luciana ao LeiaJá

Luciana Maria da Silva. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Cuidados que salvam 

Luciana foi socorrida por seu filho, Mateus, de 25 anos, que trabalha como comissário de voo, e estava de folga no dia em que ela passou mal. Ela contou ainda que os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde ela foi atendida, ficaram surpresos com o fato de que ela estava falando e andando, enquanto apresentava uma média da 214 batimentos cardíacos por minuto. “Eu andava normal, falava normal, só que o médico achou que eu já estava mais ou menos infartando. Lógico que eu senti medo na hora do diagnóstico, acho que até chorei um pouco pra ir na UPA, aí o médico pediu, ficou do meu lado”, lembrou. 

Mateus esteve com sua mãe em todos os momentos, até se certificar de que ela ficaria bem. “E daí já internou ela na sala vermelha e a médica que tava de plantão na emergência já começou a fazer todos os procedimentos, porque ela poderia ter uma parada cardíaca a qualquer momento”, ele comentou. 

Mateus ao lado de sua mãe. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

Além do atendimento emergencial, o doutor Sérgio ainda ressalta a importância do tratamento, e enfatiza que o paciente deve sempre ser colocado em primeiro lugar em todos os processos. “O paciente tem que ser parte do tratamento, inclusive ele tem que ser o principal em todo o tratamento, ele não deve ser basicamente um seguidor de ordens médicas, ele deve participar do diagnóstico, entender o processo da doença e isso aumenta inclusive a aderência. E uma coisa muito importante é uma equipe multidisciplinar pra acompanhar o paciente com doença cardiovascular”, disse o cardiologista. 

Assim como Luciana, outros pacientes, com quadro de saúde semelhante, tiveram de mudar e aderir a um estilo de vida diferente, além de se adaptar à rotina dos medicamentos. No entanto, o médico ainda ressalta que os hábitos saudáveis podem ser praticados por qualquer pessoa, mas evitar problemas de saúde ao longo da vida. “a gente já tem dados hoje que pelo menos cento e cinquenta minutos de exercício durante a semana, de moderada a intensidade, isso é uma caminhada pra algumas pessoas, mas pra outras pessoas realmente é um exercício mais intenso, isso seria muito mais benéfico pro coração, mas estudos recentes já apontam que quando compara uma pessoa que não faz nenhum exercício, uma pessoa que faz apenas um final de semana, aquele benefício do final de semana ainda é melhor do que você não fazer nenhum tipo de exercício”, pondera o especialista. 

Confira a reportagem completa abaixo: 

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Pessoas que têm ataques de raiva correm um risco maior de, nas duas horas seguintes, sofrerem um infarto ou derrame, aponta um estudo de cientistas europeus publicado nesta terça-feira (4). O estudo é o primeiro a confirmar, com base em estatísticas, a relação entre emoções fortes e risco cardíaco, embora as causas biológicas exatas ainda sejam desconhecidas.

Nas duas horas seguintes a um ataque de raiva, o risco de infarto do miocárdio ou síndrome coronária aguda aumenta 4,7% em comparação com um momento de calma, aponta o estudo. Já o risco de derrame cerebral aumenta 3,6%, enquanto também sobem as chances de arritmia. Em pessoas com problemas cardiovasculares, o risco é ainda maior.

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"Apesar de o risco de sofrer um problema cardiovascular agudo seja relativamente baixo com apenas um ataque de raiva, ele aumenta entre pessoas que têm ataques frequentes", explicou Elizabeth Mostofsky, da Harvard School of Public Health de Massachusetts (Estados Unidos).

"Isso é particularmente certo para os que possuem mais fatores de risco ou para os que tenham sofrido ataques cardíacos, derrames ou tenham diabetes", acrescentou. Segundo as estatísticas dos pesquisadores, em um grupo de 10 mil pessoas com baixo risco cardiovascular que se aborrecem apenas uma vez por mês, registra-se um ataque cardíaco a mais do que a média. Este aumento pode ser de até quatro casos em cada 10 mil pessoas em indivíduos com alto risco cardiovascular.

O estudo, publicado pelo European Heart Journal, reúne as conclusões de nove estudos anteriores. A pesquisa analisou mais de 5 mil casos de ataque cardíaco, e pelo menos 800 de derrame. Até hoje, os estudos sobre este tema baseavam-se em grupos pequenos e os resultados eram pouco confiáveis, segundo os cientistas. A nova análise não revela, no entanto, as causas biológicas da relação entre a raiva e os ataques cardíacos.

Os autores citam estudos anteriores, que mostram que o estresse emocional aumenta a frequência cardíaca e a pressão sanguínea, e que estas alterações podem provocar trombose e estimular uma resposta inflamatória do sistema imunológico. No entanto, assinalam, ainda é necessário definir como funciona esta relação, a fim de que os médicos saibam se é melhor seguir um tratamento para reduzir o colesterol ou a pressão, procurar ajuda psicológica, ou uma combinação dos dois tratamentos.

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