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O dono do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, parece não estar disposto mesmo a desistir de sua franquia. Ele retirou o apoio à venda do time ao bilionário Steve Ballmer, que já era dada como selada, e anunciou que vai processar a NBA em 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 2,2 milhões) por "violar seus direitos constitucionais".

Sterling é o protagonista de um escândalo de racismo nos Estados Unidos, depois de ter sido flagrado em uma gravação telefônica repreendendo sua namorada, V. Stiviano, por tirar fotos ao lado de Magic Johnson, ex-astro dos Los Angeles Lakers, e por "trazer pessoas negras" aos jogos do Clippers. O dirigente, então, foi punido pela NBA com uma multa de US$ 2,5 milhões, obrigado a vender a franquia e se afastar da liga para sempre.

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Na noite da última segunda-feira, Sterling divulgou um comunicado intitulado "O time não está à venda", no qual explicou os motivos pelos quais não quer vender o Clippers. Nele, o dirigente afirmou que a NBA está se baseando em uma informação conseguida através de uma gravação "ilegal".

"Eu decidi que preciso lutar para proteger meus direitos", declarou. "Apesar de minha posição não ser popular, acredito que meus direitos à privacidade e à proteção dos meus direitos durante o processo não devem ser descartados. Eu amo o time e me dediquei por 33 anos da minha vida à organização. Eu pretendo lutar para mantê-la", prometeu.

Após o anúncio da punição pela NBA, a esposa de Donald, Shelly Sterling, coproprietária da empresa que controla as ações da franquia, passou a negociar a venda do Clippers e acertou com o ex-CEO da Microsoft, Steve Ballmer. A proposta de US$ 2 bilhões foi aceita por Shelly e o acordo foi selado.

Inicialmente, Donald Sterling se colocou contra, mas na semana passada afirmou que havia se arrependido e que "as diferenças haviam sido resolvidas". No entanto, o dirigente parece ter voltado atrás mais uma vez da decisão. Segundo pessoas próximas a ele, Sterling decidiu voltar a se posicionar contra a NBA e a negociação depois de saber que a multa e o banimento dele não seriam revogados.

"Fomos instruídos a iniciar a abertura de um processo", disse o advogado do dirigente, Maxwell Blecher, confirmando que pedirá US$ 1 bilhão à NBA. "Acho que o Adam Silver (comissário da NBA) se precipitou ao ordenar ilegalmente a venda obrigatória do Clippers, minha suspensão perpétua e a imposição da multa. Sua conduta ao fazê-lo, sem nenhuma investigação real, mostra que estava equivocado. As medidas são uma violação dos meus direitos e das liberdades que se concede a todos os norte-americanos", afirmou Sterling.

Como era esperado, as declarações racistas do dono do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, no último sábado, geraram inúmeras repercussões. Após ser flagrado em gravação de áudio pedindo que sua namorada não levasse negros a jogos da equipe, Sterling foi recriminado pela opinião pública. Entre os que condenaram o dirigente, nomes importantes como o do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do astro da NBA, LeBron James.

"Quando pessoas ignorantes querem mostrar sua ignorância, na realidade não há nada a dizer, a não ser deixá-los falar", declarou. "Constantemente temos que estar atentos para as atitudes racistas que nos dividem, ao invés de aceitar nossa diversidade como uma força", completou o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos.

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Astro do Miami Heat, LeBron James foi mais incisivo ao comentar as declarações de Sterling. Ele pediu que o comissário da NBA, Adam Silver, tomasse medidas "agressivas" para punir o dirigente e ressaltou: "Não há lugar para Donald Sterling em nossa liga".

"Obviamente, se as notícias estão certas, isto é inaceitável para nossa liga", comentou. "Não importa se são brancos, negros ou hispânicos, de nenhuma raça, é inaceitável. Como comissário de nossa liga, (Adam Silver) precisa tomar uma postura. Deve ser agressivo a respeito. Não sei o que fará, mas não podemos ter algo assim na nossa liga."

No último sábado, o site TMZ revelou uma conversa de Donald Sterling com sua namorada. Na gravação, o dirigente recriminava a mulher por ter tirado uma foto com o ex-astro da NBA Magic Johnson. "Me incomoda muito você querer aparecer ao lado de pessoas negras. Por que você faz isso? Você pode dormir (com negros), pode fazer o que quiser. A única coisa que peço a você é que não divulgue isso. E não os traga aos meus jogos", disse ele.

O técnico do Clippers, Doc Rivers, admitiu que os jogadores chegaram a se reunir e cogitaram boicotar o jogo 4 da série de playoffs diante do Golden State Warriors, marcado ainda para este domingo, mas desistiram. "A melhor resposta que podemos dar como homens, não como homens negros, mas como homens, é ficarmos juntos e mostrar quão forte somos como grupo. Não escapar. Não desistir. É fácil protestar. O protesto estará em nosso jogo."

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