Tópicos | doping 'sistemático'

O governo da Rússia promoveu uma indústria para manipular resultados no atletismo, subornando dirigentes, comprando resultados, criando laboratórios secretos e mesmo destruindo mais de 1,4 mil amostras de sangue de atletas antes que fossem examinados. Estas afirmações fazem parte de um relatório divulgado pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), que revela o maior escândalo da modalidade e que pode ameaçar a participação na Rússia no atletismo nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Para os investigadores, o uso de substâncias proibidas é "consistente e sistemático".

Em uma coletiva de imprensa em Genebra, nesta segunda-feira, um comitê da Wada promete detalhar as descobertas. Mas dados apontam que os russos teriam pago milhões de dólares para evitar que seus atletas fossem banidos por doping e que teriam construído até mesmo um laboratório paralelo para onde as amostras seriam enviadas. Apenas aquelas que estivessem limpas seriam repassadas para os laboratórios oficiais e com controle internacional.

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As descobertas prometem criar uma das maiores crises já vividas pelo esporte e coloca pressão sobre o COI para que suspenda a Rússia dos Jogos Olímpicos. Segundo o relatório, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) "fracassou" em evitar os casos na Rússia e os investigadores recomendam que todos os laboratórios russos sejam descredenciados.

"A aceitação do doping em todos os níveis é generalizada", diz o documento da Wada, ao afirmar que a prática do doping envolve atletas, médicos e dirigentes. "Atitudes não éticas se transformaram em lei."

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A Wada também alerta que a "busca por medalhas por ganhos financeiros é pronunciado". Os atletas que não aceitassem participar do "programa" russo seriam excluídos das equipes.

Os investigadores insistem que muitos atletas se recusaram a participar do processo. Mas alertam que os diretores dos laboratórios de testes na Rússia eram os responsáveis por fornecer as substâncias. A Wada ainda apontou que o governo russo "interferiu diretamente" nas operações dos laboratórios.

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