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Endrick, campeão brasileiro pelo Palmeiras e revelação do ano na Bola de Prata, assinou na última semana contrato milionário, com duração de cinco anos, com a Neosaldina, medicamento para alívio nas dores de cabeça. Foi o maior patrocínio na história da marca. No entanto, uma das substâncias presentes na composição do remédio é proibida e considerada doping para atletas, de acordo com a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

O isometepteno, proibido pela agência, está presente na fórmula do medicamento na forma de mucato. Ele atua tanto na redução da dilatação dos vasos sanguíneos cerebrais, que contribui para a redução da dor na região, quanto na potencialização do efeito analgésico. Na lista mais recente da Wada, lançada em dezembro de 2022, a informação aparece na página 15, na seção S6, como um estimulante proibido.

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Substâncias estimulantes, como o isometepteno, podem mascarar a presença de outros agente químicos, expressamente proibidos aos atletas profissionais. Seu uso pode acarretar em punições na esfera esportiva. No caso de Endrick, não há evidências de que o atacante utilizou o medicamento. "A Neosa é uma marca que está presente no cotidiano de milhões de brasileiros e também na minha casa, contribuindo para que as pessoas tenham uma vida mais alegre e tranquila", destacou, no anúncio da parceria na última semana.

"Em ação com outros analgésicos, o isometepteno potencializa o efeito de outras drogas. Qualquer substância estimulante é proibida", disse José Cruvinel, diretor de operações da Cliff, médico do esporte e cirurgião de trauma. "A substância não é ruim, não terá um efeito adverso ao organismo, mas não pode ser utilizada por atletas. Damos o exemplo da Neosaldina aos atletas por ser um medicamento corriqueiro, de fácil acesso. Como um sinal de alerta. Tem de estar atento ao que você vai tomar, saber o que está usando. Não aceitar comprimido de qualquer pessoa."

Mesmo sem fazer uso da substância, Endrick pode ser enquadrado na seção XI, artigo 127 do Código Brasileiro Antidopagem (CBA), que cita a assistência, incentivo ou ajuda à tentativa de violação de regra de antidoping. A pena pode variar de dois a 30 anos de prisão. O caso foi levantado pelo site Máquina do Esporte.

"Penso que nem Endrick nem seu estafe e nem a empresa que lhe contratou avaliaram por esse prisma (doping). Agiram de boa fé. A princípio, não vejo prática de conduta vedada na legislação nacional ou internacional. Contudo, se poderia aventar a prática do artigo 127 do CBA", avalia Milton Jordão, advogado especializado em Direito Desportivo e ex-procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), para o Estadão.

"Inegável que o atleta tem responsabilidades maiores nesse particular, devendo ser zeloso com a sua imagem e com a repercussão de suas ações. Pode sofrer sanção na legislação nacional e internacional. Tudo dependerá da orientação da sua vontade, ou seja, se está ciente, sim. Se ele age de boa fé, não vejo como se falar em violação", disse.

OUTRO LADO

Endrick ainda não se manifestou nas redes sociais sobre o caso. Ele está nos Estados Unidos. A Wolff Sports & Marketing, que desde 2022 gere os contratos publicitários e comerciais do jogador do Palmeiras, foi procurada pelo Estadão e disse que irá se manifestar em breve, ainda nesta quarta-feira. Quando isso ocorrer, a reportagem será atualizada. A Neosaldina também não se manifestou sobre o patrocínio ao atacante.

A Agência Mundial Antidoping (Wada) não se submeteu à pressão externa e manteve a maconha na lista de substâncias proibidas para 2023. O Cannabis segue tendo o status THC, por, na visão da Comissão Executiva da Wada, representar risco à saúde neurológica do atleta, violando assim o espírito do esporte.

Em outras palavras, o THC é proibido por ter propriedades psicoativas. No entanto, o canabidiol (CBD) já é uma febre entre os atletas. A substância, que é encontrada na maconha, já vem sendo utilizada, em forma de creme, por vários ícones do esporte, a exemplo do skatista Pedro Barros, do maratonista Daniel Chaves, do tenista Bruno Soares, e da jogadora de futebol Megan Rapinoe.

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A lista é atualizada todo ano pela Wada, através de uma Comissão Executiva. A entidade afirmou ainda que buscará novos estudos para tentar definir o impacto neurológico causado pelo THC e se a substância realmente afeta na melhoria do desempenho de um atleta de alto rendimento.

A Wada, no entanto, deixou de fora da lista o Tramadol (opióide usado como analgésico), mas incluiu o Voxelotor, que auxilia a hemoglobina na captação de oxigênio. De acordo com a entidade, a substância aumenta a saturação arterial do oxigênio.

A lista começa a valer a partir deste domingo (1º de janeiro). A Wada afirmou que a lista é montada após uma série de reuniões e consultorias com especialistas e é aprovada pelo Comitê de Saúde, Medicina e Pesquisa (HMR) da agência.

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou que vai revisar o status da cannabis na lista de substâncias proibidas. Uma reunião do comitê executivo em Istambul, sede do órgão, na Turquia, definiu que uma nova análise sobre os efeitos da substância no desempenho esportivo dos atletas será realizada em 2022. Até lá, a droga segue proibida.

A decisão por fazer uma nova análise da droga no esporte ocorre poucos meses após a velocista Sha'Carri Richardson, estrela do atletismo dos Estados Unidos, testar positivo para a substância e ser suspensa da Olimpíada de Tóquio-2020. Após uma série de desempenhos marcantes nos 100 metros no início da temporada, a atleta era uma das mais aguardadas nos Jogos e postulante ao ouro.

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A jovem de 21 anos foi excluída da Olimpíada posteriormente a uma suspensão de 30 dias, depois de testar positivo para maconha após sua vitória nos 100 metros nas seletivas olímpicas dos Estados Unidos, em junho. O caso gerou um debate sobre a continuação da inclusão da droga na lista de substâncias proibidas da Wada, com celebridades e atletas criticando a regra como desatualizada e desnecessária.

O presidente da World Athletics, o britânico Sebastian Coe, está entre os que apoiaram os apelos para uma revisão da cannabis. "Este não é um momento irracional para fazer uma revisão", disse Coe durante a Olimpíada. "É sensato, nada está escrito sobre pedra. Você se ajusta e ocasionalmente reavalia".

Nos EUA, ligas profissionais - como NFL (futebol americano), NHL (hóquei no gelo) e NBA (basquete) -, reduziram a aplicação das regras em relação ao uso de maconha, com o reconhecimento de que a droga não melhora o desempenho. Contudo, o mundo olímpico continua a punir o uso em algumas circunstâncias. Segundo a Wada, além de substâncias que estimulam a melhoria do desempenho, a lista de banidos pode incluir drogas que podem representar riscos para a saúde dos atletas ou violar o "espírito esportivo".

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) anunciou, nesta quinta-feira (17), que a delegação da Rússia está banida das Olimpíadas de Tóquio em 2021 devido as polêmicas envolvendo atletas acusados de dopagem. O órgão argumentou que a Agência Antidoping da Rússia (RUSADA) não está em ‘conformidade com o Código Anti-Doping Mundial (WADC)’ e por conta disso ficará fora dos jogos. 

Segundo o órgão, existe uma falha no que toca a entrega dos testes antidoping, motivando a não permissão dos atletas da delegação russa nas olimpíadas. Também fica proibido a presença de bandeiras nas áreas que correspondem ao espaço dos jogos olímpicos. A punição total de 2 anos também afeta atletas paralímpicos do país europeu e os jogadores da seleção que ficarão de fora da Copa do Mundo do Catar 2022. 

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“Este painel impôs consequências para refletir a natureza e gravidade do não cumprimento (às normas da WADA) e garantir que a integridade do esporte contra o flagelo do doping seja mantida. As consequências que o Painel decidiu impor não são tão extensas quanto as pretendidas pela WADA. Isso não deve, no entanto, ser lido como qualquer validação da conduta da RUSADA ou das autoridades russas", diz parte da decisão. 

O tenista chileno Nicolás Jarry, que já esteve no Top 50 do ranking da ATP e ocupa atualmente o 89.º lugar, conheceu nesta segunda-feira a extensão da sua suspensão por violação de um exame antidoping realizado em novembro do ano passado. O atleta de 24 anos, que estava suspenso provisoriamente desde janeiro e aguardava julgamento, foi punido por 11 meses. A pena começou a valer em 16 de dezembro de 2019 e poderá voltar a competir na semana de 15 de novembro.

O número 2 do Chile testou positivo para dois tipos de esteroides - Ligandrol (SARM LGD-4033) e Stanzolol - proibidos pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) e, ainda que tenha conseguido provar que houve contaminação cruzada em suplementos produzidos no Brasil, a Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) considerou que houve irresponsabilidade e negligência por parte do chileno.

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Nicolás Jarry já reagiu à suspensão em um comunicado oficial divulgado nesta segunda-feira. "Consegui provar a minha versão, mas aceitei com humildade 11 meses de suspensão. Continuar este processo iria arrastar o meu desgaste e afetar ainda mais a minha carreira esportiva. Agradeço a todos aqueles que me apoiaram neste processo", afirmou o chileno, que deixou uma mensagem emocionada em suas redes sociais na qual reflete sobre a importância deste episódio na sua vida.

Este caso de Nicolás Jarry é em tudo semelhante ao da tenista brasileira Beatriz Haddad Maia, que foi suspensa exatamente pela mesma razão e durante o mesmo período de tempo. A pena de Bia Haddad acabou no último dia 22 de março.

A ITF ainda destacou os sucessivos casos de doping por contaminação na América do Sul, que só em brasileiros, além de Bia Haddad, já atingiram o gaúcho Marcelo Demoliner e o paulista Thomaz Bellucci.

"É evidente que o consumo de suplementos personalizados, em particular aqueles feitos em farmácias compostas na América do Sul, acarreta um grau significativo de risco para esportistas sujeitos às regras antidopagem. A ITF adverte a todos que tomem extrema cautela ao considerar a possibilidade de usar suplementos", informou o comunicado da entidade.

Considerado um dos maiores jogadores de vôlei da história, Giba atualmente mora na Polônia e afirma não pensar em voltar tão cedo para o Brasil. Em entrevista ao Estado, o ex-jogador comenta sobre o seu trabalho na Federação Internacional de Voleibol (FIVB), relembra o próprio caso de doping e se esquiva sobre o novo código disciplinar da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

Recentemente, a reportagem informou que o código disciplinar da Wada prevê que, a partir de 2021, atletas não serão mais suspensos por doping em caso de drogas de uso social, como maconha e cocaína. Você concorda com essa decisão?

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Peço desculpas, mas eu não falo sobre isso. Hoje eu represento uma instituição e até ter algo em nossas reuniões eu não tenho como falar porque não sei a posição de nada. Hoje não sou o Giba, eu represento a Federação Internacional de Voleibol. Então, não posso falar até ter algo concreto da minha instituição.

Neste mês você participou de uma reunião da FIVB na Suíça. Por lá, discutiram o código da Wada?

A minha reunião na verdade era única e exclusivamente voltada para os atletas. Eu tenho que ir lá para fazer o calendário do ano que vem e como as coisas vão acontecer. Isso não é o meu departamento. Não teve absolutamente nada. Fizemos apenas o calendário de 2020. Temos outra reunião em janeiro e talvez lá vamos ter algum conhecimento a respeito de todo esse processo.

Anos depois do seu exame antidoping testar positivo para maconha, a sua visão sobre o assunto mudou?

Foi o que eu falei desde a coletiva de imprensa em 2003. Eu levantei a mão e disse: "Eu errei". Eu sei que eu sou uma figura pública, sou um espelho para muita gente. Foi depois disso que eu vi realmente o que era o Giba para as pessoas e sabia que não poderia errar novamente. Eu falo abertamente. Foi um divisor de águas, onde eu soube quem eu era e o que eu representava para uma nação. Antes disso, eu não tinha essa visão porque ainda era muito moleque, não só no esporte, mas na vida. Depois, entendi e vim crescendo ao longo do tempo para entender. E isso eu sempre falei. Agora em questão esportiva é outra coisa que vai ser discutida no começo do ano que vem e eu também pretendo falar disso depois. Até agora, não foi discutido nada, então eu não tenho nada para dizer.

Como está o seu trabalho na FIVB?

Eu continuo falando com os atletas, vendo o que é melhor e o que não é. Sou uma ponte entre a Federação Internacional, que sempre foi vista como uma instituição que os atletas não tinham condições de chegar. Hoje eles têm uma voz comigo e com a comissão inteira.

Como avalia o trabalho do Renan Dal Zotto na seleção brasileira masculina?

O Renan foi o meu técnico em 1996. Posso dizer que os resultados estão aí. Acho que a minha geração acostumou muito mal o Brasil em só ganhar. Então, segundo lugar para o brasileiro não tem muito valor, mas deveria ter. Eu continuo achando que o trabalho dele está maravilhoso. Os atletas que estão lá, a maioria deles, eu tive a oportunidade de jogar e de passar a experiência que eu ganhei ao longo de todos esses anos e tenho certeza que são pessoas de bom caráter e que lutam pela bandeira do Brasil.

O que espera do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2020?

Espero estar na final de novo. Se vai ser campeão de novo é outra coisa. Mas espero que eles estejam na final.

Você está morando na Polônia. Por qual motivo mudou de país?

Eu tenho o projeto do "Gibinha" no Brasil e fui convidado por uma empresa polonesa para vir trabalhar aqui. Estou aqui desde junho do ano passado. Aceitei o desafio. Hoje a empresa infelizmente resolveu mudar para o handebol, mas os projetos que eu fiz e as escolas que eu visitei continuam me convidando para voltar, então eu estou bem tranquilo com isso. A sementinha foi plantada.

O projeto social na Polônia rendeu frutos?

Diante de todos os trabalhos de caridade que eu fiz, acabei recebendo um prêmio no último dia 16 de dezembro com o presidente do país, o primeiro-ministro e a com a primeira-dama na categoria "caridade". Para se ter uma ideia, eu fiquei na frente do Robert Lewandowski, que é o Neymar da Polônia. Realmente todo esse trabalho que eu fiz durante os últimos oito meses visitando escolas foi bem bacana.

Qual é a diferença entre viver no Brasil e na Polônia?

Tem uma diferença muito grande principalmente em casos como assédio sexual, abuso de crianças e tudo relacionado a drogas. Tudo isso é muito mais pesado aqui. Até porque o projeto funciona em locais de risco. Na Polônia, a escola vai das oito da manhã até às quatro da tarde e no período em que as crianças ficariam na rua elas estão praticando esporte. Aqui o esporte é levado muito a sério as escolas públicas parecem as particulares no Brasil. As pessoas conseguem ver a Polônia como um local para visitar, mas deveriam começar a olhar com outros olhos. É um país muito desenvolvido e que está em crescimento e que ainda possui muitas oportunidades.

Como é a sua rotina?

Eu faço visitas nas escolas e falo com as crianças. O mais importante é o seguinte: é caridade. Não é uma coisa que eu tenho lucro financeiro. É como o "Gibinha" no Brasil. Aqui, eu trabalho para divulgar o voleibol e o meu negócio principal é como presidente da comissão dos atletas mundiais na Federação Internacional de Vôlei. Faço muito mais home office porque tem os relatórios de quando eu falo com os jogadores e pelo menos duas vezes por semana essas visitações nas escolas para manter o projeto vivo e mostrar que realmente o esporte pode tirar as crianças da rua, das drogas e da rotina de violência nas grandes cidades.

E as relações familiares?

Está tudo ótimo. Eu continuo vendo os meus filhos regularmente. Eles estão morando na Romênia. Fica até mais perto para vê-los.

Pensa em voltar para o Brasil?

Eu não sei. Hoje eu acho que não voltaria. Não tenho nenhuma proposta de trabalho no Brasil. Na Europa eu estou com uma oferta e uma demanda de visitação em federações. Através da Federação Internacional eu fui para a Eslovênia, Marrocos... Eu sou meio que um embaixador também deles, então aqui está tudo mais perto. Do Brasil você faz um voo e demora por exemplo 12 horas. Por isso eu também escolhi a Polônia, é um país central.

A Rússia confirmou nesta sexta-feira que vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) contra a suspensão imposta pela Agência Mundial Antidoping (Wada) no início do mês. Em carta pública divulgada nesta sexta, a Agência Antidoping da Rússia (RUSADA) disse discordar da punição e prometeu acionar a CAS.

A entidade russa disse que "contesta a punição em sua totalidade", incluindo a evidência de adulteração do arquivo de dados, grande pivô da nova crise entre os russos e a Wada. Em janeiro, a RUSADA entregou à entidade internacional os dados com as informações sobre os exames antidoping realizados em solo russo nos últimos anos.

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Essa era uma das condições para liberar a Rússia de forma definitiva para competir normalmente em todos os eventos internacionais. Mas os dados acabaram se tornando nova dor de cabeça para os russos porque a Wada considerou que houve manipulação destas informações, agradando ainda mais a situação do país diante da entidade.

Como consequência, a Wada condenou o esporte russo a quatro anos de banimento das grandes competições internacionais, período durante o qual vai ficar afastado de Jogos Olímpicos e Mundiais, incluindo o de futebol, em 2022 no Catar, mas permitindo e prometendo o apoio à participação dos atletas "limpos", sob bandeira neutra.

Com a punição, pela terceira vez consecutiva antes de uma Olimpíada, a Rússia está em atrito público com a Wada justamente por questões de doping. Apesar disso, autoridades russas afirmaram recentemente que estão mantendo normalmente a preparação do país para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Nesta semana a Agência Mundial Antidoping (Wada, sigla em inglês) decidiu banir a Rússia das principais competições esportivas pelos próximos quatro anos. O motivo seria uma suposta manipulação nos dados fornecidos pelo laboratório antidopagem de Moscou à Wada. Se a sanção for confirmada, os russos estariam fora de eventos como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, a Copa do Mundo de Futebol de 2022 e os Mundiais de Vôlei, também em 2022. A decisão ainda pode ser revista pela Corte Arbitral do Esporte, mas não deixa de ser mais um duro golpe na já manchada reputação do esporte russo.

Caso a punição seja de fato aplicada, os torneios olímpicos (vôlei de quadra e de praia) perderiam uma potência. Nas areias, vem da Rússia a atual dupla campeã mundial de vôlei de praia, Viacheslav Krasilnikov e Oleg Stoyanovskiy. Nas quadras os russos formam uma das mais tradicionais escolas da modalidade. No masculino, se contarmos o período da extinta União Soviética, são quatro medalhas de ouro olímpicas, a última delas já como Rússia, com uma virada inacreditável sobre o Brasil nos Jogos de Londres, em 2012. As mulheres também colecionam quatro medalhas douradas, todas conquistadas ainda na época da URSS.

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A resolução emitida pela Wada abre a possibilidade para que atletas russos, que consigam provar que estão limpos de doping, possam participar de competições sob uma bandeira neutra. Ainda é cedo para dizer, mas é possível que tenhamos as equipes russas nos Jogos Olímpicos competindo com uniformes neutros, sem direito a hino nem a bandeira hasteada. A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) não se pronunciou sobre o caso.

A medida é extrema e polêmica. Barrar os russos da Olimpíada seria comprar uma briga com um dos principais mercados de vôlei no mundo. Pela tradição e força na história da modalidade, não creio que a FIVB vá bancar a exclusão, do torneio olímpico do Japão, de nomes como o da excepcional Nataliya Goncharova e do experiente levantador Sergey Grankin.

O talentoso, e problemático, Ngapeth

O francês Earvin Ngapeth é um dos grandes nomes do vôlei masculino na atualidade. Basta procurar no Youtube algum dos inúmeros vídeos que mostram suas jogadas inusitadas e habilidosas, além de uma personalidade irreverente e um tanto explosiva. Nos últimos anos o ponteiro ajudou na evolução da França, que se tornou um time com grande potencial (mesmo decepcionando em Jogos Olímpicos e em Mundiais). Pois o mesmo talento que Ngapeth exibe dentro das quadras, ele tem para se meter em encrencas. A última delas foi nesta semana aqui no Brasil.

Depois de participar do Mundial de Clubes de Vôlei, em Betim, defendendo o Zenit Kazan, da Rússia, o jogador francês foi parar atrás das grades. Ele estava em uma boate na noite de domingo e deu um tapa nas nádegas de uma mulher dentro do recinto. Imagens divulgadas pelo portal de notícias G1 mostram de forma clara a atitude lamentável do atleta. A mulher abusada prestou queixa e o jogador foi preso por importunação sexual. Na terça, ele pagou fiança de R$ 50 mil. Agora, vai responder ao processo em liberdade. Em nota divulgada por seu advogado, o jogador se disse profundamente arrependido, pediu desculpas à mulher assediada e disse que a confundiu com uma conhecida. Após ser solto, Ngapeth chegou à Bélgica a tempo de participar da estreia do Zenit Kazan na Champions League de vôlei na última quarta.

Este não foi o primeiro caso policial envolvendo o ponteiro. Em 2015 (ano em que a França foi campeã da extinta Liga Mundial), Ngapeth foi detido pela polícia francesa e posteriormente condenado a três meses de prisão ao ser acusado de bater no condutor de um trem. O jogador pagou multa e não precisou cumprir a pena. No mesmo ano, ele atropelou três pedestres em uma estrada de Modena, na Itália, e não parou para prestar socorro. Um ano antes, em 2014, Ngapeth já havia sido detido após brigar em uma boate. Isso sem contar os casos de indisciplina dentro da seleção francesa.

Ngapeth é um jogador experiente, extremamente talentoso e ainda pode ajudar a França a voltar a figurar no pódio das principais competições do mundo. Mas é preciso que se esforce para não ser mais lembrado nas páginas policiais do que nas esportivas.

Apesar da suspensão da Rússia de todos os torneios esportivos internacionais por conta de um escândalo de doping, o país poderá participar sob bandeira neutra da Copa do Mundo de 2022, no Catar, informou nesta segunda-feira (9) a Agência Mundial Antidoping (Wada).

A Wada determinou que a Rússia não poderá organizar ou disputar o direito de sediar torneios internacionais por quatro anos. O veto também atinge funcionários do governo e dos comitês olímpico e paralímpico do país.

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Com isso, a Rússia não participará dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, nem das Olimpíadas de Inverno de 2022, em Pequim.

Além da Copa do Mundo, o país foi autorizado para receber as partidas da Eurocopa de 2020 e a final da Liga dos Campeões em 2021, informou Vyacheslav Koloskov, presidente honorário da União de Futebol da Rússia (RFU).

A cidade de São Petersburgo sediará as duas competições. A próxima edição da Euro acontecerá em junho de 2020 e a Rússia receberá três jogos da fase de grupos e outro das quartas de final. Já a decisão da Champions está prevista para acontecer em maio de 2021.

"Essa decisão não afeta de forma alguma a realização dos jogos da Euro 2020 e a final da Liga dos Campeões. A decisão da Agência Mundial Antidoping (Wada) não anula a decisão da Uefa. Não há razões para isso", disse Koloskov em entrevista à agência "Interfax".

O chefe da agência antidoping russa Rusada, Yuri Ganus, afirmou que a suspensão é uma "tragédia" e que o país "não tem chance" de reverter nos tribunais a decisão da Wada. Ele ainda pediu para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, trocar os líderes esportivos da nação.

Ganus ainda confirmou que diversos atletas russos estão pensando em deixar o país para conseguir competir nos eventos.

Segundo a agência de notícias "Tass", o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, disse em uma reunião com os vice-primeiros-ministros que a Rússia deve "contestar" a decisão da Wada.

O escândalo de doping estoutou em 2015, quando a Rússia foi acusada de patrocinar uma rede de fornecimento de substância ilícitas para atletas e de fraudes em exames. Por conta disso, acabou proibida de participar das provas de atletismo das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Mais tarde, descobriu-se um esquema de doping nos Jogos de Inverno de 2014, em Sóchi, e o país não pôde participar da edição seguinte do torneio, em PyeongChang, em 2018. Na ocasião, atletas da Rússia que comprovaram inocência até conseguiram competir, mas sem o hino, a bandeira e as cores nacionais.

Da mesma forma, quem não estiver envolvido em irregularidades poderá participar das próximas Olimpíadas, porém sob bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Sede da última Copa do Mundo, a Rússia não se classificou para a próxima edição da Eurocopa.

Da Ansa

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) revelou nesta quarta-feira que analisa no momento mais de 100 casos suspeitos de doping relativos a atletas russos. Estas amostras foram recuperadas recentemente junto ao laboratório de Moscou que era a referência do país em análises destes casos antes da suspensão imposta pela Wada.

Os números foram revelados pelo próprio presidente da entidade, Craig Reedie. Ele afirmou que já um "pacote de evidências" para que as entidades esportivas analisem com a maior prioridade.

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Segundo ele, somente "casos suspeitos" serão fornecidos para uma investigação aprofundada. Reedie disse ainda que há mais de 100 arquivos, que podem se converter numa "primeira onda de fortes casos em que suspeitamos em que há trapaça".

Os dados e as amostras foram recolhidas neste ano junto ao laboratório de Moscou, cobrindo um período que teve início em 2015, justamente a época em que as autoridades russas são acusadas de encobrir casos positivos de doping.

De acordo com o presidente da Wada, todas as amostras de maior prioridade serão investigadas até o fim deste ano. "Progressos significativos continuarão a ser feitos", garantiu o dirigente, que deixará o cargo em novembro deste ano.

O ABC-RN adversário do Santa Cruz na Copa do Brasil, divulgou nesta segunda feira (8), um comunicado informando a suspensão do volante Joílson. O aleta foi pego no exame antidoping no dia 27 de janeiro em partida contra o Altos-PI pela Copa do Nordeste.

A partida válida pela segunda rodada foi realizado no estádio Lindolfinho, no Piauí, casa do Altos e terminou empatado em 1x1. Joílson foi titular da partida e um dos escolhidos para realização do exame que acabou encontrando uma substância proibida. A punição inicial é de 30 dias. O ABC comentou a punição, mas não informou a substância, confira:

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O ABC Futebol Clube vem a público comunicar que no jogo Altos/PI x ABC, realizado no dia 27 de janeiro, na cidade de Teresina (PI), compromisso válido pela 2ª rodada da Copa do Nordeste 2019, o volante Joílson foi submetido ao exame antidoping.

Realizada a análise do material coletado do jogador, foi constatada na amostra a presença de uma substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA) e acusou o resultado analítico adverso. O atleta foi informado do ocorrido e aceitou o resultado do exame.

Diante disso, Joílson está suspenso provisoriamente por 30 dias e o advogado do atleta, juntamente com o Departamento Jurídico alvinegro, trabalham para tomar todas as medidas necessárias para realizar a defesa do jogador.

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Após um ano e sete meses de suspensão, a Agência Mundial Antidoping (Wada) decidiu amenizar a punição aplicada à Agência Antidoping da Rússia (Rusada). Em comunicado anunciado nesta terça-feira, a entidade mundial liberou parcialmente a retomada de testes pela agência russa, sob a supervisão de especialistas internacionais e da agência britânica.

A Rusada estava suspensa desde novembro de 2015 por conta das seguidas denúncias de irregularidades nos testes antidoping realizadas no país. O escândalo teve início com suspeitas no atletismo, que até tirou esta modalidade russa da Olimpíada do Rio de Janeiro, e culminou em revelações de que amostras positivas eram substituídas por negativas durante a disputa dos Jogos de Inverno de Sochi, em 2014.

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Pelas investigações de um painel independente, sob supervisão da Wada, havia um forte esquema de corrupção na política antidoping da Rússia, que envolvia atletas, treinadores, dirigentes esportivos e até autoridades do estado. O país correu risco de ser cortado da Olimpíada do ano passado.

Após as denúncias, as entidades internacionais esportivas passaram a pressionar o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Wada, que cobrou mudanças profundas nos testes antidoping da Rússia. A lista de exigências começou a ser cumprida nos últimos meses. Em maio, a Agência Mundial definiu quatro pontos que ainda não haviam sido alcançados.

Um deles era o veto à indicação de Yelena Isinbayeva à presidência da Rusada. A ex-atleta do salto com vara causou polêmica ao criticar publicamente as punições sofridas pelo esporte russo e até duvidou da lisura das investigações. Oficialmente, a Wada exigiu que o presidente da Rusada fosse definido por um comitê independente.

A entidade alegara que haveria conflito de interesses neste caso porque Isinbayeva também integra o Comitê Olímpico da Rússia. Este ponto foi superado nesta terça-feira, quando a Rusada trocou a supercampeã do salto com vara por Alexander Ivlev, executivo da área de contabilidade.

Entre os outros pontos, o mais importante foi a liberação dos dados de passaporte biológico de todos os atletas russos para as entidades internacionais. Além disso, a Rusada permitiu acesso a outras informações antidoping do país. Estes pontos vinham sendo avaliados por um comitê independente de compliance da Wada.

"Retomar os testes representa um importante passo rumo à reconstrução do sistema antidoping na Rússia", afirmou o presidente da Wada, Craig Reedie. "Nós encorajamos fortemente a Rússia a continuar com seus esforços para manter seus atletas limpos."

Em seu comunicado, a Wada não revelou detalhes sobre a liberação parcial dos testes na Rússia. Não há informações, por exemplo, sobre a permissão à Rusada de reter amostras de atletas antes de enviá-las aos seus supervisores internacionais. E nem sobre o status do laboratório russo que tinha a permissão de realizar os testes, mas que foi descredenciado diante das denúncias, no fim de 2015.

A Agência Mundial Antidoping (Wada) confirmou que está investigando alegações de falta de controle do uso de substâncias ilegais no esporte brasileiro. A declaração foi publicada neste domingo, depois que a TV alemã ARD revelou como uma rede clandestina forneceria produtos proibidos para atletas e mesmo para a elite do futebol nacional.

"A Wada está ciente do documentário publicado pela emissora alemã ARD", apontou o comunicado da Wada. "Os assuntos levantados no documentário fazem parte de uma investigação em curso atualmente sendo realizada pelo time de investigação e inteligência da Wada", confirmou a entidade com sede no Canadá. De acordo com a agência, nenhum detalhe pode ser dado neste momento sobre a apuração.

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No sábado, a ARD revelou amplas falhas de controle e pressão de instituições no Brasil. A denúncia apontou até mesmo para o envolvimento de ex-jogadores da seleção como Roberto Carlos, consagrado ex-lateral da equipe nacional.

De acordo com a investigação, o País não conta com um sistema de controle suficiente, o treinamento é inadequado, o abastecimento de produtos é amplo, a pressão das instituições é real e a ação judicial é falha.

Apresentando como agente estrangeira de jogadores de futebol em busca de anabolizantes, a equipe de TV entrou em contato com uma rede de abastecimento clandestina e chegou até mesmo a visitar uma fábrica de anabolizantes.

Julio Cesar Alves, um dos médicos que prometia fornecer o material, fica em Piracicaba, no interior paulista. Ao conversar com o grupo alemão sem saber que falava com jornalistas, ele revelou como seus produtos abasteciam jogadores, como o ex-lateral da seleção. Com uma câmera escondida, o grupo ouviu do médico ofertas por clenbuterol e orientando os clientes a deixar de tomar o produto 15 dias antes de uma competição para evitar serem pegos em um exame de doping. Alves ainda os promete dez doses de EPO, o famoso doping sanguíneo.

Uma das atletas pegas no doping no Brasil foi Eliane Pereira. Aos jornalistas, ela garante que não sabia o que Alves a receitava e tomava acreditando que era algo legal. Mas ela admite que o médico ensinava como escapar dos testes e como teve um encontro com um "grande ídolo" da seleção brasileira no consultório do médico. Eliane, porém, se recusa a revelar seu nome.

Flagrado em uma gravação, Alves insiste que já forneceu seus produtos a dois jogadores da seleção. "Eu tratei de Roberto Carlos. Ele chegou a mim com 15 anos", disse, louvando-se de ter ajudado a jogador a ser o que ele se transformou. De acordo com a ARD, documentos de uma investigação no Brasil também apontariam o envolvimento do ex-lateral. Mas procuradores disseram desconhecer o caso. Procurado, o ex-jogador não deu uma resposta à emissora.

IMPORTAÇÃO - De acordo com a investigação, parte dos produtos no mercado brasileiro são importados. Em Assunção, no Paraguai, o grupo de jornalistas chegou a ser levado a uma fábrica de anabolizantes. No encontro, os empresários confirmaram que vendiam anabolizantes e que seu principal mercado era o setor de futebol do Brasil, em grandes quantidades.

"Vendemos para todos os esportes, como atletismo", disseram. "Há pessoas ainda que compram para jogadores que querem ainda atuar quando são mais velhos. Com 34 ou 35 anos ou para aqueles que tiveram alguma lesão", explicou. Segundo o empresário, o produto é enviado para Brasil e Argentina. "Dois ou três fisioterapeutas de clubes brasileiros comprar isso aqui para seus jogadores em fase de recuperação de lesões", disse. "Em um momento que não pode ser detectado em exames de doping", completou.

A investigação ainda aponta como as falhas nos controles seriam amplas no Brasil. Uma das investigações da Wada ocorre justamente com empresas que são terceirizadas no Brasil para realizar os testes.

Numa gravação telefônica que está de posse da Wada, uma das empresas deixa claro que o organizador de um torneio agiu para escolher quem ele quer testar. Ao ser questionada quem seria testado, a empresa responde: "Normalmente testamos os três primeiros colocados e mais três outros. Mas você pode decidir isso", disse.

Para mostrar como o controle é falho, a investigação ainda acompanha como testes de doping são realizados no Palmeiras. A constatação é de que jogadores fiquem à vontade e com tempo suficiente para eventualmente manipular as amostras. Para os especialistas, os testes não ocorrem dentro das regras internacionais.

Entre os diversos especialistas e pessoas excluídas do controle de doping no Brasil, a ARD fala ainda com Luis Horta, ex-chefe de planejamento da ABCD e que denunciou as autoridades brasileiras por terem impedido exames fora de competições com atletas nacionais na preparação para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

De fato, por meses, os atletas brasileiros deixaram de ser testados fora de competições. "Antes dos Jogos Olímpicos, estávamos sob pressão a não realizar testes de doping sem aviso prévio", disse. "Sob pressão do Comitê Olímpico Brasileiro", esclareceu. "Eu percebi que eles (atletas) não têm o mesmo objetivo. Eles querem medalhas, medalhas, medalhas. Limpas ou não", atacou.

Reunido a partir desta quinta-feira (16) em Pyeongchang, na Coreia do Sul, sede da próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, o Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) apresentou uma carta com 12 princípios para fortalecer o controle antidoping no esporte olímpico, reafirmando a necessidade de criação de uma autoridade independente de testes da Agência Mundial Antidoping (Wada). A ideia já havia sido apresentada em outubro.

Desta vez, o COI detalha os princípios que acredita serem necessários para que o combate ao doping se fortaleça, especialmente depois da publicação da versão final do relatório do investigador independente Robert McLaren.

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Entre as novidades apresentadas nesta quinta-feira, chama a atenção a proposta de que a nova agência independente, chamada pela sigla ITA, junto com as federações internacionais, crie um Plano de Distribuição Internacional de Testes (ITDP, na sigla sugerida) que determine um número mínimo de testes antidoping para que um atleta seja elegível para participar de Campeonatos Mundiais e dos Jogos Olímpicos. Quem não atingir esse piso, simplesmente não poderia competir.

Pela proposta do COI, seriam as agências antidoping nacionais, conhecidas como NADOs, as responsáveis por executar esses testes, com a Wada assegurando que o ITDP será implementado independente dos interesses nacionais. A ITA seria responsável por aplicar as políticas antidoping, tendo seu conselho formado por representantes de autoridades públicas, do movimento olímpico, da Wada e dos atletas.

Já com relação à Wada, o COI defende que a agência deve ser igualmente independente tanto das organizações esportivas, como a Fifa, quanto dos governos nacionais. "Isso é necessário por causa da percepção de que um conflito de interesses pode ser prejudicial à credibilidade do sistema antidoping", explica o COI, no primeiro item da carta com os 12 princípios.

Chama atenção, aliás, o fato de os itens de a sessão "fortalecer a Wada" apareçam na frente dos da sessão "criação de uma autoridade independente de testes", ainda que a maior novidade esteja nessa segunda. É que quando a ideia foi apresentada, houve um entendimento de que o COI queria enfraquecer a Wada, que continuaria a ser responsável pela política antidoping, mas não mais pelos exames.

Mas o COI agora indica que fortalecer a Wada é prioridade. Para isso, sugere também que os conselhos diretivos da entidade tenha o mesmo número de representantes de governos e de federações internacionais e que o espaço dados aos atletas cresça. O COI ainda pontua que os representantes dos atletas devem ser eleitos por eles (e não indicados, como é agora) e que os conselhos também incluam membros independentes.

Por foi, o documento do COI ainda defende que o presidente e o vice da Wada sejam neutros, sem nenhuma relação com governos ou federações. Craig Reedie, atual presidente da Wada, foi, durante três anos, também vice-presidente do COI.

Enquanto o Comitê Olímpico Internacional (COI), em conjunto com a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), intensifica a vigilância sobre o uso de substâncias proibidas no esporte, o Brasil enfrenta um momento de estagnação. Desde 20 de novembro de 2016, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) está impedida de atuar por ter sido declarada em não conformidade com o Código Mundial Antidoping. Apesar do anúncio do descredenciamento apenas três meses depois dos Jogos Olímpicos do Rio, o secretário Rogério Sampaio nega que a imagem do País esteja arranhada. A expectativa é de que até o fim do mês a situação esteja resolvida.

"Nós não temos prazo, mas nesse mês de março há uma reunião da Wada em Lausanne, na Suíça, e espero que até lá a gente esteja em conformidade. É extremamente importante que a gente possa fazer o controle de dopagem", afirma.

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Em 2017, a ABCD projeta a realização de 4.200 exames antidoping e promete um número crescente nos próximos anos. "A tendência é ter um aumento de testes conforme se aproximam os Jogos Olímpicos de 2020. À medida que são definidos os representantes, você vai aumentando o número de testes também fora de competição", diz Sampaio. Daqui quatro anos, a entidade prevê concretizar entre 5.500 e 6 mil exames de controle de dopagem.

Mas a realidade ainda está bem longe dessas estatísticas. Boa parte das confederações olímpicas tem aguardado a ABCD voltar a ficar em conformidade com o Código Mundial Antidoping. É o caso, por exemplo, da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). "O calendário da Confederação ainda não começou, logo, não existem exames em competições. A Fina realiza regularmente controles out of competition (fora de competição) nos atletas ranqueados entre os 50 melhores do mundo. O Brasil tem vários. Desta forma, os principais nadadores não estão descobertos", justifica, por meio de sua assessoria de imprensa.

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) também aguarda o desfecho do processo de recredenciamento e reconhece que os últimos testes foram conduzidos pela ABCD, mas já pensa em um uma alternativa. "O Plano Anual de Controle de Dopagem da CBJ prevê que os primeiros testes em competição sejam feitos em maio. Caso não seja possível realizá-los em parceria com a ABCD, a CBJ se valerá do sistema utilizado até 2015: contratará empresa para realizar as coletas e enviar as amostras para laboratório credenciado pela Wada."

Durante o período em que a ABCD está inapta de atuar, as confederações podem contratar os serviços de uma empresa de coleta particular e requisitar às respectivas federações internacionais que exerçam a função de "autoridade de teste". Mas a dificuldade financeira seria o entrave para tal medida.

A decisão tomada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) foi criar, em janeiro, a Comissão Nacional Médica de Vôlei. "A CONMED trabalha em parceria com a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), responsável legal pelo controle de dopagem em todo o território nacional, e tem a expectativa de controle de dopagem em 80 eventos seus ainda no primeiro semestre, entre Superliga e circuitos de vôlei de praia."

Já a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) recorreu a um antigo parceiro. Criada em 2005, a Comissão Antidopagem da CBAt (Conad) vinha atuando apenas como um órgão consultivo desde que a ABCD assumiu o controle antidoping do País. Diante da lacuna aberta em novembro, a Conad - sob auspício da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) - retomou o trabalho. Até agora, foram realizados 50 exames - 28 brasileiros e 22 estrangeiros - e todas as amostras foram encaminhadas para testes no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), no Rio.

"Nosso planejamento é fazer mais de 800 testes durante o ano, mas agora estamos atuando de forma limitada, até mesmo por questão orçamentária. A CBAt está fazendo o máximo que pode para o atletismo não ficar sem controle antidopagem", explica o presidente Thomaz Mattos de Paiva. E complementa: "Quando a ABCD voltar à carga, trabalharemos em sinergia para a melhora do controle".

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) cobrou neste domingo que os governantes russos admitam a realização de um esquema sistemático de doping no país nos últimos anos. Além disso, a entidade pediu que as autoridades nacionais parem de obstruir a realização de novos testes em atletas locais e colabore com a investigação.

As críticas da Wada foram realizadas durante reunião de seu Conselho de Fundação, em Glasgow, na Escócia. A entidade aproveitou a ocasião para informar que o relatório final da investigação do canadense Richard McLaren será divulgado no próximo dia 9 de dezembro.

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Foi justamente McLaren o responsável por denunciar o esquema de doping na Rússia. Em uma investigação requisitada pela Wada, o canadense apontou evidências de um esquema sem proporções no país europeu, inclusive com participação do governo, que atinge as mais diversas modalidades e idades.

Por mais que as evidências deste esquema sejam claras, os russos seguem negando qualquer participação do governo nos casos de doping do país. "A Rússia nunca teve um sistema de doping patrocinado pelo Estado", declarou Vitaly Smirnov, ex-ministro do Esporte soviético e atual chefe da comissão antidoping da Rússia.

Mas a Wada insiste nas evidências apontadas por McLaren. Por causa delas, a entidade chegou a sugerir que a Rússia fosse impedida de participar dos Jogos Olímpicos do Rio. O Comitê Olímpico Internacional (COI), no entanto, deixou a decisão de suspender os atletas russos para as federações de cada esporte.

"É necessário que haja uma aceitação das descobertas apontadas pela investigação de McLaren, porque elas são factuais", declarou o vice-diretor geral da Wada, Rob Köhler. "Eles (russos) conseguem seguir em frente? Nós dissemos desde o início que a mudança cultural é uma das principais coisas que precisam acontecer. Parte da mudança cultural é a aceitação de alguns dos fatos."

Apesar das acusações, Smirnov manteve-se na defensiva e criticou a Wada pela sugestão de impedir a participação russa nos Jogos do Rio. "Se uma certa pessoa é criminosa, não significa que o país inteiro é". Quando perguntado se o ex-ministro do Esporte e atual vice-primeiro-ministro russo, Vitaly Mutko, é criminoso, o dirigente esbravejou: "Não me provoque".

Mutko, aliás, foi assunto recorrente na reunião deste domingo. E o vice-primeiro-ministro foi bastante criticado por seu posicionamento em relação à investigação de McLaren, que chamou de "falsificada", e por suas ameaças de processar as pessoas que colaboraram com o trabalho do canadense.

Por fim, a Wada acusou os russos de seguirem dificultando as investigações. Depois de classificarem o país como "não colaborador" no ano passado, quando a seleção de atletismo da Rússia foi suspensa pelo esquema doping, a entidade, através de Köhler, garantiu que "estes problemas estão ocorrendo novamente".

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) confirmou que ocorreu uma segunda rodada de vazamentos de informações do seu banco de dados médicos de 25 atletas. No primeiro caso, na última terça-feira (13), os alvos foram competidoras norte-americanas, como a ginasta Simone Biles e a tenista Venus Williams.

Com a nova revelação, já são 29 casos de registros de "Utilização Terapêutica" que permitem aos atletas o uso de substâncias proibidas que passam a ser liberadas em razão de necessidades médicas. Não há qualquer sugestão de que qualquer dos atletas quebrou quaisquer regras. As substâncias identificadas nos vazamentos são, em geral, medicamentos anti-inflamatórios e de tratamentos para a asma e alergias.

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A última rodada de vazamentos identificou dez atletas dos Estados Unidos, cinco da Alemanha, cinco da Grã-Bretanha, e um da República Checa, Dinamarca, Polônia, Romênia e Rússia, cada.

Entre eles está o britânico Chris Froome, dono de três títulos da Volta da França, que disse não ver "nenhum problema" no vazamento dos seus dados por um ataque criminoso de um grupo hacker russo. "Eu tenho discutido abertamente minhas AUT (autorizações de utilização terapêutica) com a imprensa e não tenho problemas com o vazamento que confirma minhas declarações", disse Froome.

Também vazaram detalhes de medicação para a asma usado por Bradley Wiggins, um outro vencedor britânico da Volta da França e dono de cinco medalhas de ouro olímpicas. "Não há nada de novo aqui", afirma um comunicado emitido em nome de Wiggins.

"Todo mundo sabe que Brad sofre de asma; seu tratamento médico é aprovado pela BC (Federação de Ciclismo da Grã-Bretanha) e a UCI (União Ciclística Internacional)". A declaração em nome da Wiggins disse que o vazamento foi "uma tentativa de minar

a credibilidade da Wada".

A Wada confirmou que o grupo hacker russo conhecido "Fancy Bears" que teve acesso aos dados médicos confidenciais."A Wada é muito consciente de que este ataque criminoso, que até a data tem imprudentemente exposto dados pessoais de 29 atletas, vai ser muito doloroso para os atletas que foram alvos e causam apreensão para todos os atletas que estavam envolvidos nos Jogos Olímpicos Rio-2016", disse, em um comunicado, o diretor-geral da Wada, Olivier Niggli.

"Para aqueles atletas que têm sido impactados, lamentamos que criminosos tentem manchar suas reputações dessa maneira; e, garantimos que temos recebido informações e feito consultas para aplicação da lei no mais alto nível e atuado com agências de segurança de TI que estamos colocando em ação".

Niggli disse que a Wada "não tem dúvida de que esses ataques em curso estão sendo realizados em retaliação contra a agência, e o sistema antidoping global" por causa de investigações independentes que expuseram o esquema de doping com participação estatal da Rússia.

No mês passado, hackers obtiveram uma senha da corredora russa Yuliya Stepanova, uma delatora e testemunha-chave para as investigações da Wada. Ela e seu marido, um ex-dirigente da agência antidoping da Rússia, agora estão vivendo em um local secreto na América do Norte. "Nós vamos continuar falando ao mundo sobre o doping no esporte de elite", disse o Fancy Bears nesta quinta-feira. "Fiquem atentos para novos vazamentos".

A base de dados da Agência Mundial Antidoping (Wada) está sendo atacada por hackers há semanas, denunciou nesta quarta-feira o presidente do órgão, Craig Reedie, em entrevista à rádio britânica BBC.

Suas declarações foram feitas um dia após a Wada revelar que o grupo de hackers russo APT28, também conhecido como Fancy Bears, se infiltrou na base de dados da agência.

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O grupo de hackers divulgou informações relacionadas a vários atletas americanos, como a ginasta Simone Biles, as irmãs tenistas Serena e Venus Williams e a jogadora de basquete Elena Delle Donne.

As informações pretendiam sugerir o uso de substâncias proibidas, mas se referiram a medicamentos autorizados em caso de tratamento médico pontual, disse Reedie.

Reedie, que também é membro do Comitê Olímpico Internacional, disse ter poucas dúvidas de que o ataque tenha sido proveniente da Rússia, apesar da negativa do governo de Moscou.

"Temos informações muito confiáveis de que (os hackers) têm estreitas conexões na Rússia", afirmou Reedie.

"Estão atacando nosso sistema há semanas", afirmou.

"É um ataque ao sistema antidoping, e é de pouca ajuda neste momento", acrescentou Reedie, referindo-se às tentativas de normalizar a situação da Rússia após o relatório independente, encomendado pela Wada, que informou sobre um sistema antidoping em grande escala organizado pelas autoridades russas.

A Agência Mundial Antidoping (Wada) não gostou nada da decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) de jogar para as federações internacionais esportivas a decisão de banir ou não a Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio. Em duro comunicado, a Wada se disse desapontada e reclamou, também, do veto à russa Yulia Stepanova, delatora do esquema de doping.

"A Wada está desapontada que o COI não deu atenção às recomendações do Comitê Executivo da Wada, baseadas nas revelações da Investigação McLaren, e que teriam assegurado uma abordagem simples, forte a harmonizada", criticou Craig Reedie, presidente da Wada.

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Para ele, a investigação independente do advogado canadense Richard McLaren, publicada pela Wada na última segunda-feira, expõe um programa financiado pelo estado russo que "seriamente fere os princípios do esporte limpo". "Enquanto a Wada respeita completamente a autonomia do COI de tomar decisões, a abordagem e os critérios escolhidos vão inevitavelmente uma falta de harmonização, potenciais desafios e menor proteção aos atletas limpos", completou Olivier Niggli, diretor geral da Wada.

A agência antidoping parece ter ficado ainda mais irritada com a decisão do COI de proibir a participação de Yulia Stepanova no Rio-2016. Ela foi suspensa por doping em 2013 e, depois de cumprir sua pena, foi a responsável por delatar como o esquema funcionava em Moscou.

No domingo, entretanto, o COI decidiu levar à risca o que diz a carta olímpica sobre competidores sob a bandeira olímpica ao mesmo tempo em que decidiu que nenhum atleta russo que já foi punido por doping pode disputar a Olimpíada. Assim, ela não tem a possibilidade de competir no Rio-2016.

"A Wada foi bastante clara no suporte ao desejo de Yulia competir como uma atleta independente. Ela foi fundamental em corajosamente exporte o maior escândalo de doping de todos os tempos. A Wada está muito preocupada com a mensagem que está sendo enviada aos delatores do futuro", apontou Niggli.

Horas depois de confirmar que o governo russo teve participação no esquema de doping realizado antes e durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) pediu que o Comitê Olímpico Internacional (COI) puna o país com dureza. O órgão sugeriu que a Rússia seja excluída de todas as competições da Olimpíada do Rio.

A Wada divulgou na tarde desta segunda-feira (18) uma lista com sete pedidos específicos, entre eles o da exclusão dos atletas russos da Olimpíada e da Paralimpíada. O órgão quer que não haja qualquer participação do país no evento, inclusive de seus dirigentes, que também estariam proibidos de comparecer às competições se os pedidos da agência forem atendidos.

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Toda esta repercussão é fruto dos resultados da investigação independente liderada pela Wada e divulgada nesta segunda pela manhã. Nela, foi comprovado que o governo russo de Vladimir Putin fraudou os testes de laboratório antes e durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi para beneficiar seus atletas.

Imediatamente, um grupo de 10 países, incluindo Alemanha, Espanha, Japão, Suíça, Estados Unidos e Canadá, pediu que o COI considerasse excluir a Rússia de todas as competições da Olimpíada deste ano. O desejo ganhou mais força depois que a Wada se juntou ao grupo e sugeriu que o comitê confirme a exclusão.

Mas a Wada não parou por aí e incluiu outros pedidos em sua lista. O órgão quer que todas as federações esportivas mundiais que se sentiram afetadas pelo esquema tomem medidas contra as associações nacionais esportivas da Rússia. Além disso, sugeriu que Fifa analise as acusações relativas ao futebol e o papel no esquema do ministro do Esporte russo, Vitaly Mutko, que também atua como membro do Comitê Executivo da entidade.

Mergulhado em sua pior crise de doping, o esporte russo já foi alvo de um abalo ao ter o seu atletismo impedido de competir na Olimpíada - apenas aqueles que conseguirem provar que passaram em controles de doping fora de país é que poderão competir.

Mas o informe produzido pelo advogado canadense, Richard McLaren, à pedido da Wada, revelou que a operação de doping foi conduzida pelo próprio governo. A investigação foi feita depois que o ex-diretor do laboratório russo, Grigory Rodchenkov, revelou ao New York Times que, durante os Jogos de Sochi, recebeu ordens para trocar as amostras de sangue e urina de dezenas de atletas. Pelo menos 15 deles ganharam medalhas.

McLaren, em seu informe, confirmou a suspeita. "Acima de qualquer dúvida, chegamos à constatação de que o laboratório de Sochi criou um sistema de doping direcionado pelo Estado" disse. "Isso não é apenas para atletismo, mas para muitos esportes", insistiu.

Segundo ele, a metodologia consistia "em trocar amostras e permitir que atletas pudessem competir, mesmo dopados".

A investigação ainda apontou que o governo de Putin "dirigiu e controlou" o esquema de doping, usando até mesmo os serviços de inteligência da ex-KGB. O especialista indicou que chegou a isso por meio de entrevistas, revisão de milhares de páginas, análises laboratoriais e testes forenses.

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