Tópicos | Dores da Colômbia

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“Meu país tem duas caras. A Colômbia é o mundo amável que eu pinto sempre, mas também tem essa cara terrível da violência”. A frase está escrita em uma das paredes da galeria do Instituto Ricardo Brennand que apresenta, a partir da próxima quarta-feira (8), a exposição Dores da Colômbia, de Fernando Botero. Na mostra, 67 obras criadas entre 1999 e 2004, exibem um olhar doloroso sobre o caos vivido na Colômbia, impresso pelas mãos atentas de um dos maiores nomes do cenário moderno das artes.

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Os corpos arredondados, marca registrada de Botero, estão presentes em todas as obras, mas a exposição reserva novidades para quem acompanha seu trabalho. Ao contrário da maioria das produções do artista, sempre lúdicas e amáveis, com rostos inexpressivos, as Dores da Colômbia são representadas por expressões de aflição, medo, agonia, choro e crueldade. A mulher que segura o filho morto, homens que massacram famílias inteiras, o corvo que come os olhos de um homem, são algumas das figuras representadas por Botero, um pouco da realidade ali interpretada.

Impressa nas paredes da galeria está a opinião de um mestre que precisou se render: “Sou contra a arte como arma de combate. Mas, em vista do drama que atinge a Colômbia, senti a obrigação de deixar um registro sobre um momento irracional da nossa história”.

Numa mostra artística que mais parece uma fotorreportagem de denúncia social, Botero usa o grafite, carvão, tintas acrílica, óleo, pastel, giz e aquarela para mostrar, de forma provocante, a realidade negligenciada e ignorada por muitos. “A maioria do público sente o impacto das imagens, são dois tipos de reação: algumas pessoas acham incrível, lindo e, outras, questionam a necessidade de mostrar essas coisas”, revela a Coordenadora de Exposições do Museu Nacional da Colômbia, Adriana Parra, que percebe a contradição como uma característica forte no trabalho. “São cenas sangrentas, tristes, mas feitas com muito cuidado. São bonitas do ponto de vista plástico”, explica.

A exposição, que fica em cartaz até 9 de setembro, já passou por Brasília, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e encerra sua turnê brasileira no Recife. Segundo a Coordenadora de Produção da Aori (produtora responsável pela mostra), Luciana Cunha, a cidade representa uma grande expectativa de público. “A média de público foi de 10 mil visitantes por cidade e 17 mil em São Paulo. A gente acredita que o Recife pode ser um recorde”.

Além das maiores cidades brasileiras, Dores da Colômbia já esteve em cartaz na Espanha, Equador, Argentina e tem temporada marcada no México. As obras foram doadas pelo artista ao Museu Nacional da Colômbia, sob a condição de serem mostradas ao mundo. Nenhuma das obras expostas está presente no circuito comercial.

Além da exposição, o Instituto Ricardo Brennand conta com uma escultura de Botero em seu jardim.

Serviço
Dores da Colômbia, de Fernando Botero
De 8 de agosto a 9 de setembro (Terça a domingo, 13h às 17h)
Instituto Ricardo Brennand (Alameda Antônio Brennand, São João, Várzea)
Ingressos: R$ 15 (inteira) R$ 5 (meia entrada) - Crianças até 7 anos não pagam
Informações: (81) 2121 0352/0365

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