Tópicos | Fernando Botero

O pintor e escultor colombiano Fernando Botero, um dos artistas latino-americanos mais influentes do século XX, morreu aos 91 anos, anunciou o presidente colombiano, Gustavo Petro, nesta sexta-feira (15).

"Morreu Fernando Botero, o pintor das nossas tradições e imperfeições, o pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa violência e da paz", escreveu Petro na rede social X, antigo Twitter.

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O presidente não deu detalhes sobre o local, nem sobre as causas da morte.

Segundo a imprensa colombiana, que na manhã desta sexta-feira lamentou a morte do "maior artista colombiano de todos os tempos", a saúde de Botero piorou nos últimos dias, devido a uma pneumonia. Ainda conforme os jornais locais, Botero faleceu em sua casa em Monte Carlo, no principado de Mônaco.

Nascido em 1932 em Medellín, no centro da Colômbia, ele é considerado um dos mais importantes artistas latino-americanos do século XX.

O prefeito de sua cidade natal, Daniel Quintero, decretou sete dias de luto: "Lamentamos, profundamente, a morte do mestre Botero, um grande mestre da arte, da cultura, mas também por seu amor por Medellín, por seu amor pela Colômbia, por seu amor pela América Latina".

Deixar este mundo

"Penso, com frequência, na morte e me entristece deixar este mundo e não poder continuar trabalhando, porque gosto muito da minha obra", disse ele em uma entrevista à AFP por ocasião do seu 80º aniversário, em 2012.

"Morreu um grande homem, deu um bom nome ao país, enalteceu a cultura", escreveu o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010).

Com formas voluptuosas e levemente surrealistas, as obras de Botero se tornaram populares em todo o mundo, podendo ser vistas em museus e espaços públicos de cidades como Bogotá, Madri, Paris, Barcelona, Singapura e Veneza.

Para o artista, as exposições em espaços públicos são uma "forma revolucionária" de aproximar a arte do público.

Filho de um representante comercial, ele começou na arte desde cedo. Aos 15 anos, já vendia seus desenhos de touradas nas portas da praça de touros de Bogotá.

Durante sua carreira, fez mais de 3.000 pinturas e 300 esculturas, um exemplo de sua capacidade criativa. Costumava dizer que a mera ideia de abandonar os pincéis "me apavora mais do que a morte".

Durante anos, dividiu sua vida entre um vilarejo na Toscana (Itália), Nova York, Medellín e Mônaco.

Os recifenses têm até o próximo dia 9 de setembro para conferir a exposição Dores da Colômbia, de Fernando Botero, em cartaz no Instituto Ricardo Brennand. São 67 obras, criadas entre 1999 e 2004, que imprimem a visão de um dos maiores artistas modernos do mundo sobre o caos vivido em seu país.

A exposição representa uma oportunidade única de ver as obras do colombiano. As grandes características do trabalho de Botero, como os corpos arredondados, estão presentes na exposição, que acaba por revelar novas referências de seu trabalho, como a sensibilidade social e a capacidade se reinventar.

Serviço:
Dores da Colômbia, de Fernando Botero
Até 9 de setembro (Terça a domingo, 13h às 17h)
Instituto Ricardo Brennand (Alameda Antônio Brennand, São João - Várzea)
Ingressos: R$ 15 (inteira) R$ 5 (meia entrada) - Crianças até sete anos não pagam
Informações: (81) 2121-0352/ 2121-0365

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“Meu país tem duas caras. A Colômbia é o mundo amável que eu pinto sempre, mas também tem essa cara terrível da violência”. A frase está escrita em uma das paredes da galeria do Instituto Ricardo Brennand que apresenta, a partir da próxima quarta-feira (8), a exposição Dores da Colômbia, de Fernando Botero. Na mostra, 67 obras criadas entre 1999 e 2004, exibem um olhar doloroso sobre o caos vivido na Colômbia, impresso pelas mãos atentas de um dos maiores nomes do cenário moderno das artes.

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Os corpos arredondados, marca registrada de Botero, estão presentes em todas as obras, mas a exposição reserva novidades para quem acompanha seu trabalho. Ao contrário da maioria das produções do artista, sempre lúdicas e amáveis, com rostos inexpressivos, as Dores da Colômbia são representadas por expressões de aflição, medo, agonia, choro e crueldade. A mulher que segura o filho morto, homens que massacram famílias inteiras, o corvo que come os olhos de um homem, são algumas das figuras representadas por Botero, um pouco da realidade ali interpretada.

Impressa nas paredes da galeria está a opinião de um mestre que precisou se render: “Sou contra a arte como arma de combate. Mas, em vista do drama que atinge a Colômbia, senti a obrigação de deixar um registro sobre um momento irracional da nossa história”.

Numa mostra artística que mais parece uma fotorreportagem de denúncia social, Botero usa o grafite, carvão, tintas acrílica, óleo, pastel, giz e aquarela para mostrar, de forma provocante, a realidade negligenciada e ignorada por muitos. “A maioria do público sente o impacto das imagens, são dois tipos de reação: algumas pessoas acham incrível, lindo e, outras, questionam a necessidade de mostrar essas coisas”, revela a Coordenadora de Exposições do Museu Nacional da Colômbia, Adriana Parra, que percebe a contradição como uma característica forte no trabalho. “São cenas sangrentas, tristes, mas feitas com muito cuidado. São bonitas do ponto de vista plástico”, explica.

A exposição, que fica em cartaz até 9 de setembro, já passou por Brasília, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e encerra sua turnê brasileira no Recife. Segundo a Coordenadora de Produção da Aori (produtora responsável pela mostra), Luciana Cunha, a cidade representa uma grande expectativa de público. “A média de público foi de 10 mil visitantes por cidade e 17 mil em São Paulo. A gente acredita que o Recife pode ser um recorde”.

Além das maiores cidades brasileiras, Dores da Colômbia já esteve em cartaz na Espanha, Equador, Argentina e tem temporada marcada no México. As obras foram doadas pelo artista ao Museu Nacional da Colômbia, sob a condição de serem mostradas ao mundo. Nenhuma das obras expostas está presente no circuito comercial.

Além da exposição, o Instituto Ricardo Brennand conta com uma escultura de Botero em seu jardim.

Serviço
Dores da Colômbia, de Fernando Botero
De 8 de agosto a 9 de setembro (Terça a domingo, 13h às 17h)
Instituto Ricardo Brennand (Alameda Antônio Brennand, São João, Várzea)
Ingressos: R$ 15 (inteira) R$ 5 (meia entrada) - Crianças até 7 anos não pagam
Informações: (81) 2121 0352/0365

De 8 de agosto a 9 de setembro o Instituto Ricardo Brennand recebe a exposição Dores da Colômbia, do pintor Fernando Botero. O artista é conhecido mundialmente por sempre pintar pessoas com formas arredondadas, os gordinhos, e nesta exposição retrata a violência vivida na Colômbia, país onde nasceu.

A mostra traz 67 obras, criadas entre 1999 e 2004, doadas pelo artista ao Museu Nacional da Colômbia. São 36 desenhos, 27 telas e seis aquarelas que já passaram por Brasília, Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo. O Recife é a última cidade a receber a temporada brasileira de Dores da Colômbia.  

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Serviço

Dores da Colômbia de Fernando Botero
8 de agosto a 9 de setembro
Instituto Ricardo Brennand (Alameda Antônio Brennand, São João, Várzea)
Terça a domingo, 13h às 17h
Ingressos: R$ 15 (inteira) R$  5 (meia entrada) - Crianças até 7 anos não pagam
Informações: (81) 2121 0352/0365

 

Traços firmes e formas arredondadas, beleza em telas e esculturas. São corpos redondos e formosos que dão vida aos "gordinhos" mais famosos do mundo. Admirar essas obras é como encarar um daqueles espelhos que distorcem as silhuetas nos velhos parques de diversão. Estamos falando da obra do artista colombiano Fernando Botero, que completa 80 anos neste dia 19.

Botero ganhou fama e fortuna no mundo inteiro captando as excentricidades da vida, retratando os seus compatriotas de todas as classes como figuras corpulentas e cômicas, em telas e esculturas. O grande público acha graça, os críticos de arte, por sua vez, enxergam aberrações - o que não prejudica em nada o valor dessas obras. No início da carreira, o artista vendia suas telas por cerca de 20 dólares. Hoje em dia ter uma dessas "gordinhas" em casa é nada mais, nada menos que um milhão e meio milhão de dólares.

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Apesar de já ter saído da Colômbia há várias décadas, a terra natal é a verdadeira paixão do artista e sua maior tristeza é não poder voltar ao seu país de origem por medo. A partida definitiva aconteceu quando oito sequestradores armados invadiram a casa de campo dele. A morte de um dos filhos de quatro anos em um acidente de carro e a prisão de outro por envolvimento com o narcotráfico são também tristes memórias na vida de Botero. Mesmo sem poder voltar, ele faz questão de denunciar a violência em sua arte.

Retratando personagens divertidos e volumosos, a obra de Botero pode ser vista em alguns dos maiores museus do mundo, como o Museu Nacional da Colômbia e no Museu Botero, ambos em Bogotá. E a lição que ele nos passa é de que a arte pode ser muito mais importante do que os dramas pessoais da vida de cada um.

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