Considerado pela imprensa europeia como a “oitava maravilha do mundo”, o cantor brasileiro Edson Cordeiro é autor do álbum 'Contratenor', indicado ao Grammy Latino de 2006 na categoria de melhor música clássica. Neste fim de semana, ele se apresenta no Festival de Inverno de Garanhuns, mais especificamente no Virtuosi, no dia 28 de julho, levando ao interior de Pernambuco toda sua amplitude vocal para se apresentar ao lado da Orquestra Jovem de Pernambuco.
O contratenor é conhecido pela sua versatilidade, pois consegue transitar entre a música clássica e outros gêneros como jazz, rock, pop e dance music. Quando criança, dos 6 aos 16 anos, costumava a cantar na igreja da cidade de Santo André, interior de São Paulo. Foi nesse ambiente que Edson Cordeiro descobriu o quanto era apaixonado pelo canto. Já mais velho, chegou a se apresentar em paradas gays tanto na capital paulista quanto em Berlim, capital da Alemanha, país onde atualmente reside. Hoje, aos 50 anos, ele mais uma vez se apresenta em uma igreja, e mostra excelência ao circular entre públicos tão distintos.
##RECOMENDA##“Quando sou convidado como cantor lírico, eu vou como cantor lírico. Eu estudo pra isso, encaro uma partitura. Mas se você me convida pra cantar numa parada gay, eu tenho meu repertorio pra parada gay [...] Se me chamar, subo até em trio elétrico tipo a Daniela Mercury no Carnaval”, avisa Edson, em entrevista ao LeiaJá. “Sou um artista que consegue trafegar entre esses mundos tão diferentes e me entregar bem a cada trabalho. Sei separar bem as coisas e que cada apresentação exige um repertório e preparação específica”, completa.
O objetivo do Virtuosi é levar a música erudita ao público popular. Questionado sobre a acessibilidade e popularidade desse estilo, o contratenor foi categórico: “A conotação ‘inacessível’ mudou depois da internet, já não devíamos usar mais. Nada é inacessível”. Ele afirma que é possível ter acesso a tudo hoje em dia, bastando apenas vontade e incentivo. “A música clássica não faz parte da tradição brasileira, não faz parte do currículo, da educação normal da escola nem do nosso cotidiano, infelizmente. Falta difusão”, conclui.
Segundo conta, na cidade de Lübeck, onde mora, há muitos jovens interessados no estilo musical, inclusive estudando para serem profissionais na área. “A Alemanha é um dos países que mais apoiam essa música. [No Brasil] não tem esse contato todo. A gente tem essa falta de costume. Já lá [na Alemanha], essa música é a canção de ninar das crianças, então elas ouvem desde cedo”, diz.
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