Tópicos | Emanuela Orlandi

O Vaticano informou que os túmulos de duas princesas reabertos na manhã desta quinta-feira (11) na tentativa de encontrar os ossos de Emanuela Orlandi, jovem desaparecida em 1983, aos 15 anos de idade, estão completamente vazios. De acordo com comunicado da Santa Sé, a operação não encontrou nenhum resto mortal da menina nos sepulcros.

Além disso, nem os ossos das duas princesas que deveriam estar enterrados no local estão lá. "A pesquisa teve êxito negativo: não foram encontrados nenhuma descoberta humana na urna funerária", informou o diretor da assessoria de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti.

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O irmão da jovem desaparecida confirmou a informação e ressaltou que sua família precisa continuar as buscas. "Acredito que teremos que continuar e esperar por uma colaboração honesta.

Enquanto eu não encontrar Emanuela, é meu dever procurar a verdade", afirmou Pietro Orlandi. 

Da Ansa

Os ossos encontrados em um edifício anexo da Nunciatura Apostólica (espécie de embaixada do Vaticano) em Roma são datados de antes de 1964, de acordo com a primeira análise realizada por especialistas a pedido do Ministério Público.

A descoberta descarta a hipótese de os restos mortais pertencerem a Emanuela Orlandi, jovem vaticana desaparecida em 1983, aos 15 anos de idade. De acordo com a Procuradoria de Roma, os ossos não são de Orlandi nem de Mirella Gregori, adolescente italiana que sumiu no mesmo ano, também aos 15.

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Além disso, exames que isolaram uma amostra de DNA inutilizável identificaram o cromossomo Y, o que comprova que os restos mortais são de um homem. As análises foram feitas em fragmentos da calota craniana e do rádio, osso do antebraço.

As ossadas foram descobertas no fim de outubro, durante obras de reforma em um anexo da Nunciatura, levantando suspeitas de ligação com os casos de Orlandi e Gregori, dois dos episódios mais misteriosos da história criminal de Roma.

O irmão de Orlandi, Pietro, no entanto, disse que prefere esperar o resultado de exames de DNA. "Pelo que eu sei, esses são os primeiros resultados de exames com o método do carbono 14 [técnica de datação]. Quero esperar o resultado do exame genético com o DNA, que pode dar certeza", afirmou.

Gregori sumiu após dizer para sua mãe que tinha um encontro com um colega de escola, enquanto Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano, desapareceu enquanto voltava para casa. Até hoje não foi encontrada nenhuma prova de que os dois casos estejam interligados.

Essa não é a primeira vez que a polícia italiana apura a relação entre ossadas e os desaparecimentos de Orlandi e Gregori. Em 2012, investigadores encontraram cerca de 400 caixas com ossos na igreja de Santo Apolinário, em Roma, onde estava sepultado o mafioso Renatino De Pedis, suspeito de envolvimento no sumiço de Orlandi. Os exames, contudo, não encontraram ligação com as jovens. 

Da Ansa

O Vaticano está sendo pressionado a dar explicações após a descoberta, no prédio da nunciatura em Roma, de ossos humanos que podem pertencer à filha de um funcionário da Santa Sé desaparecida há 35 anos, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. A família de Emanuela Orlandi, que desapareceu misteriosamente em 1983 no centro de Roma, pediu nesta quarta-feira (31) esclarecimentos depois do anúncio oficial feito na véspera pelo porta-voz do papa.

Os ossos foram localizados por funcionários que trabalhavam na reforma da embaixada da Santa Sé na Itália. A descoberta foi imediatamente relacionada pela imprensa com o desaparecimento de Emanuela. A morte da adolescente já foi ligada a setores da Igreja, à máfia e também ao turco Ali Agca, autor do atentado contra João Paulo II, em 1981.

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"Pedimos em caráter oficial que sejamos informados sobre qualquer ato, situação ou descoberta. Queremos saber", declarou a uma rádio italiana a advogada da família Orlandi, Annamaria Bernardini Pace.

O anúncio do Vaticano causou muita especulação e acrescenta mais uma peça ao quebra-cabeças que é o caso Orlandi. A Procuradoria italiana imediatamente abriu uma investigação e ordenou à polícia forense que estabeleça a idade e o sexo da ossada descoberta, assim como a data e o motivo da morte.

Em 1983, além de Orlandi, outra adolescente desapareceu misteriosamente em Roma, Mirella Gregori. Por isso, é possível que a ossada também seja dela. O Vaticano garante que sempre colaborou com a Justiça e não relacionou a descoberta dos ossos com os nomes das meninas desaparecidas.

No entanto, não é a primeira vez que a polícia italiana segue uma pista para encontrar o corpo de Emanuela. Em 2012, legistas exumaram o corpo do chefe da Banda della Magliana, a máfia de Roma durante os anos 70 e 80, que havia sido enterrado inexplicavelmente em uma igreja do Vaticano que fica ao lado da escola de música frequentada por Orlandi.

O mafiosos era Enrico de Pedis, cuja amante, Sabrina Minardi, contou ao Ministério Público que ficou encarregada de colocar a jovem em seu carro e levá-la até o local indicado por Pedis. De acordo com Sabrina, a menina foi sequestrada por ordem do arcebispo americano Paul Marcinkus, então diretor do Instituto para as Obras Religiosas (o Banco do Vaticano), "para dar um aviso a alguém".

Após essas revelações, também foi investigado o ex-reitor da Basílica de Santo Apolinário, Piero Vergari, que autorizou o enterro de Pedis na igreja e trabalhou durante um período no prédio da nunciatura. (Com agências internacionais)

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