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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, desembarca nesta quarta-feira (19) em Brasília para comandar a primeira reunião ministerial com sua equipe completa. Os 22 ministros já indicados deverão estar presentes na residência oficial da Granja do Torto, utilizada por Bolsonaro como residência oficial quando está em Brasília.

A previsão é de que a reunião comece por volta das 10h e termine às 16h. Não há detalhes sobre pauta nem entrevistas. Bolsonaro pretende retornar à noite para o Rio de Janeiro. Depois, só voltará a Brasília às vésperas da cerimônia de posse. A data ainda está sendo fechada entre 27 e 29 de dezembro.

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Ontem (18), vários ministros já indicados se reuniram com suas equipes no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, que se transformou em gabinete de transição desde 5 de novembro. Eles usaram o dia para finalizar o desenho da estrutura e as prioridades que terão de tocar a partir de janeiro.

A expectativa é de que esse tema seja tratado na reunião pelo presidente eleito. Ontem, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro reconheceu que a “barra vai ser pesada”, tão logo assuma o poder, e pediu ajuda de todos para governar.

“Está chegando o grande dia: 1º de janeiro, quando iniciaremos o nosso governo. Mais do que nunca, preciso de vocês ao nosso lado porque a barra vai ser pesada. Ninguém acreditava. Ninguém que estava lá no poder acreditava nessa vitória. Teremos problemas lá na frente? Sim. Mas acredito em Deus e no apoio de vocês.”

A primeira reunião ministerial, com a equipe incompleta, foi conduzida por Bolsonaro no momento em que ele ainda escolhia nomes para o primeiro escalão de governo.

Com o início de dezembro, o prazo para o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) montar o seu governo começa a encurtar, uma vez que a nova administração do país já começa a atuar no dia 1º de janeiro. Em Brasília para dar andamento as ações de transição nesta terça-feira (4), a expectativa em torno do capitão da reserva é quanto as articulações e o anúncio dos indicados para ministros do Meio Ambiente e dos Direitos Humanos, que incluirá questões relacionadas à igualdade social, à mulher e às políticas para a população LGBT.

Para o Meio Ambiente, já surgiu o nome da atriz Maitê Proença, ex-mulher de Paulo Marinho, empresário e aliado de Bolsonaro, mas descartado pela cúpula bolsonarista. Na manhã de hoje, o futuro presidente encontra com a escolhida para ser ministra da Agricultura, pasta diretamente ligada ao meio ambiente, Tereza Cristina.

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Entre os cotados agora para o posto está o advogado Ricardo Salles, que já foi secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e é ex-diretor Jurídico da Sociedade Rural Brasileira e do Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional.

Além dele, outro nome na lista de avaliação do capitão da reserva é o do engenheiro agrônomo e escritor Francisco Graziano - que já foi secretário do Meio Ambiente  e da Agricultura de São Paulo, presidente do Incra, chefe de gabinete pessoal do presidente Fernando Henrique Cardoso e deputado federal pelo PSDB.

Já para o ministério dos Direitos Humanos, segundo o próprio Jair Bolsonaro, a advogada e pastora Damares Alves "está na frente" na disputa pela indicação para chefiar a pasta. Damares é assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), um dos políticos mais próximos de Bolsonaro na campanha, mas que não terá espaço no primeiro escalão. 

O presidente eleito deve fechar a lista dos ministros ainda nesta semana. Entre os partidos, até agora foram contemplados DEM, MDB e PSL na lista dos ministros e o presidente, que tem reuniões com diversas legendas esta semana, pode abrir espaço para alguma delas no comando das pastas que ainda faltam, apesar do discurso constante de que equipe será técnica. Critério que já pode ser constatado, uma vez que mais de 80% do primeiro escalão é 'novato' na política.

Estrutura com 22 ministérios

Indo além da promessa de campanha, Jair Bolsonaro não terá apenas 15 ministérios para guiar as ações do seu governo, mas contará com uma estrutura governamental de 22 pastas no primeiro escalão - sete a menos que a atual e sete a mais do que o previsto pelo político antes de ser eleito. A nova roupagem da Esplanada dos Ministérios vai ser publicada no Diário Oficial da União logo nos primeiros dias de janeiro.

Dos 20 nomes já convocados, Bolsonaro escolheu para comandar a Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que é deputado federal pelo DEM do Rio Grande do Sul e hoje atua como ministro extraordinário da transição. Já para a Secretaria-Geral da Presidência da República, o indicado foi o advogado Gustavo Bebianno. 

A Secretaria de Governo, por sua vez, será administrada pelo general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz - que já chegou a chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública no governo do presidente Michel Temer (MDB). Enquanto para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Bolsonaro escolheu seu chamado “conselheiro”, General Augusto Heleno Ribeiro Pereira.

O superministério da Economia, que acomodará Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, será comandado pelo economista Paulo Guedes - considerado “guru” da campanha do futuro presidente. A Agricultura é com a deputada federal, engenheira agrônoma e empresária do agronegócios Tereza Cristina (DEM) e o ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicação ficará à cargo do astronauta Marcos Pontes.

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Na estrutura definida por Jair Bolsonaro, o convocado para a pasta da Relações Exteriores foi o diplomata Ernesto Fraga Araújo, que é diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty.

Já o ministro da Defesa será o general Fernando Azevedo e Silva que é militar da reserva e atuou como assessor do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. O deputado federal Osmar Terra (MDB) vai administrar a pasta de Cidadania. Ele é o único do partido de Temer a estar na equipe ministerial.  

O ministério da Educação, por sua vez, será comandado pelo filósofo e professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Ricardo Vélez Rodríguez. Enquanto o ortopedista pediátrico e deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) vai assumir o Ministério da Saúde a partir de janeiro de 2019.

Para a superpasta da Justiça e Segurança Pública (fusão com a Secretaria de Segurança Pública e Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Coaf, além de itens do Ministério do Trabalho que será extinto), Bolsonaro escolheu o ex-juiz Sérgio Moro.

Ainda integram o primeiro escalão os ministérios de Turismo, que terá à frente o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL); da Infraestrutura, sob a batuta do ex-diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura Transporte (Dnit), Tarcísio Gomes de Freitas; do Desenvolvimento Regional, que será comandado por Gustavo Canuto; da Transparência, que permanece administrado pelo servidor de carreira e ex-capitão do Exército, Wagner de Campos Rosário; e de Minas e Energia, que terá o almirante-de-esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior como ministro.

Por fim, duas pastas que têm status de ministério e, segundo a equipe de transição, devem perder o patamar durante o governo são o Banco Central, que será presidido por Roberto Campos Neto, e a Advocacia Geral da União, com André Luiz de Almeida Mendonça à frente. 

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (6) que seu ministério “com certeza” terá a participação de mulheres. Questionado sobre a ausência de mulheres entre os nomes anunciados até agora, ele respondeu que não é o caso de trocar um dos nomes “só porque é mulher”, mas sinalizou que pode escolher uma representante para as pastas que ainda estão indefinidas. 

"Temos cinco nomes definidos, é o caso tirar um desses e colocar uma mulher no lugar só porque é mulher? Não sei. Tem dez ou doze vagas em aberto, com toda certeza vai ter [mulher]", disse.  Bolsonaro disse que até o fim desta semana pode anunciar pelo menos mais um ministro de seu governo. Segundo ele, os nomes para as pastas de Agricultura, Meio Ambiente, Relações Exteriores e Infraestrutura já estão "avançados". 

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Questionado se o General Oswaldo Ferreira será indicado para comandar o ministério da Infraestrutura, Bolsonaro desconversou, mas não negou. Disse apenas que ele é um engenheiro e que tem experiência na área. Bolsonaro destacou que em todos os ministérios colocará “nomes técnicos” que tenham relação com o setor.  “O perfil é quase o mesmo pra todo mundo, ter conhecimento da área, ser patriota, que vai voltar a ser moda essa palavra, ter iniciativa, competência e autoridade, nós queremos isso”.   

Ao lado do General Augusto Heleno, também cotado para integrar sua equipe, Bolsonaro disse que ele pode assumir a Defesa ou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Se o General Heleno aceitar ir para o GSI, a Defesa não será comandada por civil e poderá ter como ministro um representante Quatro Estrelas da Marinha, segundo Bolsonaro. 

“Quem é que pode se dar ao luxo de se privar da companhia de uma pessoa como o general Heleno?  Eu gostaria sim, no que depender de mim, ele irá para o GSI, mas a Defesa está aberta, se ele achar que é melhor a Defesa, tudo bem”, comentou  O presidente eleito espera montar toda a sua equipe ministerial até o fim do mês. Bolsonaro reafirmou que deve reduzir o número de ministérios a 15 ou até 17 pastas e que não deixar para decidir “nos 45 do segundo tempo” para que o indicado tenha tempo para se adaptar até 02 de janeiro.   

Ministérios

Bolsonaro voltou a sinalizar que não vai unir as áreas que representam o agronegócio e a ambiental. O deputado ressaltou que não se trata de um recuo ou sinal de fraqueza. “O próprio setor do agronegócio que queria e agora há uma certa divisão, vamos buscar realmente fazer o melhor, agora, deixo bem claro quem vai indicar o ministro do meio ambiente é o Jair Bolsonaro”, declarou. 

Ele disse que não deve criar um ministério da Família, como foi especulado nos últimos dias. Sem citar as pastas de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que seriam substituídas pelo suposto Ministério da Família, disse que algumas áreas devem manter o status de ministério. Contudo, ele voltou a defender a questão da família e disse que é possível que o senador Magno Malta seja indicado para um dos ministérios de sua gestão. 

Na área econômica, o presidente eleito disse que o atual presidente do Banco Central Ilan, Goldfajn, e outros técnicos do governo Temer, poderão ser mantidos. 

“Na área econômica, quem está tratando desse assunto é o Paulo Guedes. Na Defesa tem gente nossa. Alguns nomes serão mantidos, não é porque está no governo Temer que vamos descartar todo mundo, tem gente boa lá. Paulo Guedes gosta dele [Ilan], mas não é questão de gostar, é questão de competência”. 

Relações internacionais

Jair Bolsonaro também comentou sobre a possibilidade de alguns países do mundo árabe reagirem às declarações do presidente eleito, que teria a intenção de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

Esta semana, uma visita que estava prevista do chanceler brasileiro, Aloysio Nunes, ao Egito foi cancelada. “Pra nós não é um ponto de honra essa decisão, agora quem decide onde é a capital de Israel é o povo, é o estado de Israel, se eles mudaram de local. [E o Egito], pelo que vi foi questão de agenda. Seria prematuro um país anunciar retaliação em função de uma coisa que não foi decidida ainda”.

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