Tópicos | Ernesto Nazareth

Os manuscritos de Ernesto Nazareth agora são patrimônio cultural da humanidade, integrando a categoria Memória do Mundo, da Unesco, à qual pertencem documentos raros e de grande importância, como a Bíblia de Gutenberg, a Nona Sinfonia de Beethoven, as partituras de Brahms e os textos filosóficos de Rousseau, além de outros manuscritos, negativos de filmes e registros discográficos históricos, totalizando 300 itens essenciais da produção cultural do mundo.

Os manuscritos já estão disponíveis em alta resolução no site da Biblioteca Nacional Digital. Além deles, o site Nazareth 150 anos, desenvolvido pelo Instituto Moreira Salles (IMS), traz a esperada pesquisa biográfica desenvolvida pelo especialista Luiz Antonio de Almeida, que passou 38 anos estudando a vida de Nazareth. Nos anos 1980, ele se aproximou de dois parentes do músico, tornando-se herdeiro do seu acervo, aos cuidados do IMS desde 2005.

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O instituto promoveu uma ampla programação no ano passado para comemorar os 150 anos de nascimento de Ernesto Nazareth e realiza, na quinta-feira, 20, no Rio, o evento Ernesto Nazareth 150+ 1, que inclui uma roda de choro nos jardins do IMS. O encontro musical faz uso de peças do repertório das 120 primeiras composições já catalogadas em seu site e disponíveis em dois volumes para download (o compositor deixou mais de 200 músicas). Ainda no dia 20 será lançada com exclusividade nesse mesmo site a citada biografia de Luiz Antonio de Almeida, que tem mais de 400 páginas e está editada de forma a facilitar a leitura por tópicos.

Outra novidade disponível a partir de quinta, no site do IMS, é a hemeroteca com 100 recortes de textos jornalísticos publicados até 1943, que inclui material da coleção particular do compositor, mantida pelo instituto, e a hemeroteca digital da Biblioteca Nacional. Entre os textos raros está uma reportagem sobre sua passagem pelo Teatro Municipal de São Paulo, em 1926, apresentado pelo escritor e também músico Mario de Andrade, um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna. O site do IMs também publica agora o segundo volume das adaptações em formato de melodia e cifra de mais de 60 peças musicais de Nazareth.

Ernesto Nazareth foi um dos mais originais compositores brasileiros, nascido em 1863, no Rio. Filho de um despachante aduaneiro e de uma pianista amadora, começou a aprender música com a mãe, aos três anos. Após sua morte, o pai o proibiu de tocar, mas, escondido dele, continuou seus estudos e compôs sua primeira música aos 14 anos, a polca-lundu Você Bem Sabe. Foi em 1909 que Nazareth compôs seu maior sucesso, Odeon, cujo título faz referência ao cinema no qual Nazareth ganhava a vida acompanhando os filmes mudos lá exibidos. Ele morreu em 1934, afogado na represa próxima à Colônia Juliano Moreira, para tratamento de doentes mentais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

 

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De 12 a 14 de setembro, o duo formado pelo violonista Luiz Flavio Alcofra e pela clarinetista Lena Verani vai apresentar ao público um repertório pautado na obra de Ernesto Nazareth. O evento, intitulado Confidências – uma homenagem aos 150 anos de Ernesto Nazareth, vai acontecer na Caixa Cultural Recife, no Bairro do Recife, sempre às 19h30.

Além da homenagem, o duo vai apresentar músicas do primeiro disco ao lado de Paulino Dias (percussão) e Pedro Aragão (bandolim).

Ernesto Nazareth, pianista e compositor, ficou conhecido por ter renovado a música brasileira e promover uma expressiva fusão entre gêneros originalmente europeus e a musicalidade do Rio de Janeiro na virada do século XIX para o XX.

Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria da Caixa Cultural Recife.

Serviço: 

Confidências – uma homenagem aos 150 anos de Ernesto Nazareth

De 12 a 14 de setembro l 19h30

Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505 – Bairro do Recife)

R$ 20 (inteira) l R$ 10 (meia)

(81) 3425 1900

A nona edição do Virtuosi Brasil realiza concertos de música erudita na capital pernambucana entre os dias 14 e 16 de junho, no Teatro de Santa Isabel. O evento, que homenageia os pianistas Almeida Prado e Ernesto Nazareth, traz como destaques o grupo Cantilena Ensemble, a violinista Constança de Almeida Prado - filha do compositor homenageado -, as pianistas Ingrid Barancoski, Ana Lúcia Altino e Maria Teresa Madeira, e a Orquestra Jovem de Pernambuco, sob a regência do Maestro Rafael Garcia, diretor artístico do festival. Os concertos são gratuitos e começam às 20h, com exceção do domingo (16), quando haverá duas apresentações, às 15h e às 16h.

Entrevista: Constança de Almeida Prado

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A abertura do Virtuosi fica por conta do duo de piano e violino formado por Ingrid Barancoski e Constança de Almeida Prado Moreno, que apresentam um programa dedicado ao compositor Almeida Prado. Já no sábado (15), às 20h, o grupo Cantilena Ensemble apresenta o concerto A história do Brasil através da música, que pretende resgatar, preservar e divulgar a música erudita do Brasil, e relacionar as obras musicais aos fatos mais marcantes em 500 anos de história. O concerto ainda conta com a projeção de imagens no telão, que ajudarão o público a situar o repertório em seu contexto histórico e narração e comentários do jornalista Irineu Franco Perpétuo.

O terceiro e último dia, no domingo (16), o festival apresenta dois espetáculos. O primeiro ocorre às 15h e é intitulado Sarau Carioca, contendo obras de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, sendo executada pela pianista Maria Teresa Madeira. E às 16h o IX Virtuosi Brasil encerra sua programação com a Orquestra Jovem de Pernambuco e a presença de três solistas. Confira a programação completa no site do festival.

Serviço

IX Virtuosi Brasil

Sexta (14) a sábado (16)

Teatro de Santa Isabel (Praça da República - Santo Antônio)

Gratuito

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O Virtuosi Brasil chega a sua 9ª edição e faz homenagem aos pianistas Almeida Prado e Ernesto Nazareth, que neste ano completariam respectivamente 70 e 150 anos. O festival acontece entre os dias 14 e 16 de junho no Teatro de Santa Isabel. Os destaques deste ano são o grupo Cantilena Ensemble, os violinistas Constança de Almeida Prado, filha do compositor homenageado, e Clóvis Pereira Flho, as pianistas Ingrid Barancoski, Ana Lucia Altino e Maria Teresa Madeira, e a Orquestra Jovem de Pernambuco sob a regência do Maestro Rafael Garcia, diretor artístico do Virtuosi. Todos os concertos são gratuitos e começam às 20h, com exceção do domingo, dia 16, quando haverá duas apresentações, sendo uma às 15h e outra às 16h.

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A abertura do festival acontece com um duo de piano e violino formado por Ingrid Barancoski e Constança de Almeida Prado Moreno que apresentam um programa dedicado ao compositor Almeida Prado. Constança, premiada com a Bolsa de Estudos da CAPES/Brasília, programa Apartes, concluiu em 2001 o Mestrado em Violino em Nova York. De 2001 a 2006, assumiu a classe de violino de Eugenia Popova na ECA/USP. É conhecida entre os recitais e concertos com orquestra, homenageando seu pai.

A Pianista paranaense Ingrid Barancoski é Doutora em Piano pela Universidade do Arizona. Participou de renomados festivais, como o Cliburn Piano Institute (EUA) e Centre Acanthes (França). É detentora de vários prêmios em concursos nacionais e internacionais, entre os quais The President´s Competition (EUA), e IBLA Grand Prize (Itália). Já atuou com diversas orquestras como a Sinfonia Cultura, a Sinfônica de Minas Gerais, a Orquestra da Universidade do Arizona, a Orquestra de Câmera de Curitiba e a Sinfônica Nacional, sob a regência de Lutero Rodrigues, Roberto Duarte, Dario Sotero Calvo e John Roscigno.

No dia 16 de junho o IX Virtuosi Brasil apresenta dois espetáculos. Sarau Carioca acontece às 15h e contém obras de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, sendo executada pela pianista Maria Teresa Madeira. A carreira musical da pianista é marcada por experiências no campo artístico e no campo acadêmico. Bacharel em Piano pela Escola de Música da UFRJ e Mestre em Música pela Universidade de Iowa, nos EUA, realizou recitais e concertos nos EUA, França, Argentina, Tunísia e Alemanha, sempre priorizando a divulgação da música brasileira. Às 16h, o festival encerra sua programação com a Orquestra Jovem de Pernambuco, com a presença de três solistas, sob a regência do Maestro Rafael Garcia. 

Serviço

Ingrid Barancoski e Constança de Almeida Prado Moreno

14 de junho | 20h

Cantilena Ensemble

15 de junho | 20h

Maria Teresa Madeira e Orquestra Jovem de Pernambuco

16 de junho | 15h e 16h

Teatro de Santa Isabel (Praça da República – Santo Antônio)

(81) 3355 3323

A Escola Técnica Estadual de Criatividade Musical (ETECM) recebe, nesta quarta (17), às 19h, um recital em homenagem aos 150 anos do pianista e compositor brasileiro Ernesto Nazareth. Para comemorar a ocasião, a pianista pernambucana Elyanna Caldas e o violonista Junior Teles foram convidados para participar do evento que acontece na Rua da Aurora, ao lado da Agência do Trabalho e da Fundarpe.

Com objetivo de disseminar a arte erudita, o concerto traz características marcantes desta escola musical. A apresentação também conta com a inauguração do novo piano de meia cauda doado recentemente pelo escritório de advocacia Lima & Falcão à Escola Técnica de Criatividade Musical.

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Serviço:

Recital em homenagem aos 150 anos do pianista e compositor brasileiro Ernesto Nazareth

Quarta (17), às 19h

Rua da Aurora, 439 - Boa Vista

Gratuito

O Conservatório Pernambucano de Música (CPM) apresenta, dentro do programa Quartas Musicais, nesta quarta (20), às 19h30, o recital comemorativo aos 150 anos de nascimento de Ernesto Nazareth com Elyanna Caldas (piano), Bozó (violão de sete cordas) e Júnior Teles (percussão).

O compositor carioca Ernesto Nazareth pode ser considerado um dos pilares da música popular brasileira que influenciou todas as gerações de instrumentistas do Brasil. No concerto, os músicos interpretam 11 temas (choros, valsas e estudos) de Ernesto Nazareth e quatro peças de Frédéric Chopin ratificando a influência do clássico compositor polonês sobre o brasileiro.

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Serviço

Recital comemorativo dos 150 anos de Ernesto Nazareth

Quarta (20), às 19h30

Auditório do Conservatório Pernambucano de Música (Avenida João de Barros, 594 - Santo Amaro)

(81) 3183 3400

Gratuito

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O Teatro de Santa Isabel abrigou, nesta quinta (14), a abertura de mais uma iniciativa do Virtuosi, o projeto Sem Fronteiras. A programação segue diariamente até o próximo domingo (17) com apresentações da harpista Cristina Braga, do pianista Eduardo Farias, do violoncelista Dimos Goudaroulis em parceria com o percussionista André Contreras e do saxofonista Leo Galdelman, que contará com a Orquestra Jovem de Pernambuco para acompanhá-lo. Todos os concertos são gratuitos, mas é necessário retirar o ingresso na bilheteria do teatro.

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Pontualmente às 20h, o maestro Rafael Garcia - diretor artístico do festival - foi ao palco dar início à programação e chamar o pianista André Mehmari para uma apresentação solo. "Este teatro é lindo", disse o músico no início da apresentação. Sem o auxílio de partituras, Mehmari abriu o concerto com a Suite Pulcinella, de Pergolesi e Stravinsky. Ao fim da primeira peça, o pianista saudou o público de forma leve. Chamando o programa de "cardápio", ele incitou os presentes a interferir na apresentação, escolhendo o que seria tocado. "A ideia é vocês terem um leque de opções e quero ouvir de vocês o que vocês querem ouvir", avisou o músico.

Em seguida, tocou uma suíte inspirada em Milton Nascimento, pois é "Sempre bom pedir a bênção a Milton". O compositor Ernesto Nazareth foi o próximo. Mehmari executou os tangos Famoso e Rebuliço, obras pouco conhecidas deste genial compositor brasileiro. Com grande apuro técnico e uma interpretação passional, Mehamri rapidamente conseguiu criar empatia com o público que, aos poucos, se soltou e começou a participar da escolha do que seria tocado.

Simpático, o pianista comunicava-se ao fim de cada música e aceitava até pedidos que não estavam previstos no programa. Os pedidos renderam, entre outras, uma suíte mesclando os clássicos Águas de Março e Fascinação. Também houve espaço para Mehmari tocar uma composição própria, Um anjo nasce, misturada com Beatriz, de Edu Lobo.

Com uma atitude por vezes próxima a de um jazzista, André Mehmari foge ao padrão do músico erudito sisudo e abre espaço para a improvisação, algo nada comum na música clássica. A escolha do pianista foi muito feliz: ele encarna exatamente o objetivo do Virtuosi e especificamente do projeto Sem Fronteiras, de difundir a música erudita e fazê-la dialogar com a popular, dando-lhe uma feição mais amigável a aberta. "A música está se abrindo e os ouvintes percebendo que não se deve demarcar gêneros porque isso empobrece a escuta", opina Mehmari.

Para o pianista, que também é compositor, é necessário que a música clássica volte a permitir o improviso, prática comum no fim do século 19 extinta no século seguinte. "A construção dessas suítes feitas na hora é um desafio que eu encaro com bom humor e alegria, porque geralmente encontro plateias maravilhosas que pedem coisas que eu gosto", conta Mehmari ao LeiaJá. A noite ainda reservou uma estreia: Mehmari descobriu uma música inacabada de Ernesto Nazareth e a terminou, apresentando o resultado em primeira mão ao público presente no Teatro de Santa Isabel.

As amigas Clara Caiaffo, Adilma Alves e Mabel Albuquerque não conheciam o trabalho de André Mehmari e vieram assistir a mais um espetáculo do festival Virtuosi, que elas já acompanham. "Estamos encantadas", afirma Clara, completando que "Essa mistura é um espetáculo". Para Adilma, o momento mais especial da apresentação foi quando o pianista mesclou - de improviso e atendendo a pedidos do público - a Sonata ao Luar, de Beethoven, com a canção My way, eternizada na voz de Frank Sinatra.

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