O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE), um dos coordenadores da Frente Parlamentar pela valorização das Universidades Federais, criticou, nesta segunda-feira (20), a postura do ministro da Educação, Abraham Weintraub, em relação aos erros do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Além de problemas nas correções dos dois dias de exames, governo ainda não ofereceu respostas e pode prejudicar milhares de estudantes, a um dia da abertura das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). “O governo se preocupou demais com suposta ‘ideologia’ nas provas, que se esqueceu de aperfeiçoar seus processos internos e quem sofre com isso são os estudantes que passaram meses se preparando”, reclama Gadêlha.
##RECOMENDA##A realização do Enem já era motivo de preocupação desde meados de junho passado. À época, o pedetista já havia entrado com requerimento de informação ao ministro da Educação, a respeito das providências administrativas tomadas em relação à impressão as provas do Enem, após a gráfica responsável pela impressão desde 2009 decretar falência.
A Frente Parlamentar também cobrou esclarecimento do governo. “O importante, agora, é que o governo esclareça o que aconteceu e os motivos que levaram a essa falha, identificar sua abrangência, e indicar claramente de que forma será feita a correção das notas, de modo que não haja prejuízo aos candidatos afetados, o mais rápido possível”, diz a nota.
NOTA DA FRENTE PARLAMENTAR PELA VALORIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
Ao contrário do que vem sendo alardeado pelo ministro da Educação, sabe-se agora que a edição de 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio foi marcada por falhas importantes, que geram apreensão a milhares de candidatos. As “inconsistências”, que, segundo o governo, haviam sido registradas apenas no segundo dia das provas, também ocorreram no primeiro dia do exame, conforme relatos de estudantes. A um dia da abertura das inscrições para o Sisu, enquanto o governo não oferece respostas, candidatos temem ser prejudicados pelas falhas. Outros problemas já haviam sido registrados nesta edição. Por exemplo, uma foto com a proposta de redação vazou minutos após o início da prova. Erros acontecem, mas a ocorrência deles pode ser minimizada com gestão e responsabilidade. As mudanças no comando do Inep, órgão responsável pela elaboração e aplicação do Enem (foram três trocas de presidentes em menos de um ano), vai na contramão do cuidado que deve pautar a realização de Exame tão complexo. Cabe ressaltar também que a excessiva preocupação com suposta “ideologia” nas provas, que permeou o debate sobre o tema, não contribuiu para o principal: o aprimoramento dos procedimentos e processos para impedir erros. O importante, agora, é que o governo esclareça o que aconteceu e os motivos que levaram a essa falha, identificar sua abrangência, e indicar claramente de que forma será feita a correção das notas, de modo que não haja prejuízo aos candidatos afetados, o mais rápido possível.
Alice Portugal – PCdoB / BA
Danilo Cabral – PSB/PE
Edmilson Rodrigues – PSOL/PA
Margarida Salomão – PT/MG
Túlio Gadêlha – PDT/PE
*Da assessoria