Tópicos | escravidão sexual

A atriz Allison Mack, intérprete da personagem Chloe Sullivan na série Smallville, foi presa acusada de tráfico sexual e conspiração.

A prisão ocorreu após a polícia investigar a seita Nxivm (a pronúncia é “Nexium”). O culto é liderado por Keith Raniere (detido em março) e pela própria Allison Mack. O trabalho de Mack dentro da seita era recrutar jovens mulheres, que eram obrigadas a fazer sexo com Raniere.

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As moças eram marcadas com ferro que continha as iniciais de Raniere e de Mack. Uma vez marcadas, as moças deviam seguir uma dieta restrita que visava manter um padrão de beleza que fosse aprovado por Keith Raniere.

Para que as mulheres não abandonassem o culto, eram obrigadas a contar segredos íntimos, que posteriormente eram usados como forma de chantageá-las. Tudo isso era encoberto por um verniz de empoderamento feminino, que era divulgado através de cursos e palestras.

As moças que eram coagidas a ficar no culto tinham de recrutar outras mulheres para o Nxivm.

Segundo a revista People, Mack tentou recrutar a atriz Emma Watson (Harry Potter) em ao menos três ocasiões.

Um juiz federal da corte do Brooklyn estipulou fiança de US$ 5 milhões para Mack. Ela poderá responder ao processo em regime semi-aberto.

 

 

"Foram sete. Primeiro um egípcio, um marroquino, depois um palestino...". Haifa, uma jovem iraquiana, conta em seus dedos o número e a nacionalidade dos combatentes do Estado Islâmico que, durante seus dois anos de cativeiro, a compraram e venderam como escrava sexual.

Haifa, de 36 anos, e sua família são parte dos milhares de integrantes da minoria yázidi, especialmente perseguida pelos extremistas quando tomaram o controle de inúmeros territórios no Iraque e na Síria.

Esta minoria que fala o idioma curdo professa uma religião pré-islâmica e o EI os considera hereges e politeístas, colocando-os no centro da mira dos extremistas. A ONU denunciou uma "tentativa de genocídio" contra seus membros.

"Havia uma espécie de mercado para onde levavam as mulheres yázidis para os combatentes escolherem. Um dia um deles comprou 21 mulheres", relata à AFP a mulher que mantém sua identidade verdadeira sob o pseudônimo de Haifa. Presa em sua região natal de Sinjar, ela foi levada para Mossul, reduto iraquiano do Estado Islâmico, e depois foi transferida para Raqqa, bastião na Síria.

"Nos tratavam muito mal. Nos fizeram sofrer coisas terríveis", relata. 

Milhares de mulheres ainda estão presas

Depois de duas frustradas tentativas de fuga, Haifa recuperou sua liberdade há alguns dias graças a quem ela define - de forma muito discreta - como "benfeitores". Algumas mulheres yázidis conseguiram escapar do Estado Islâmico. Outras foram "compradas" para depois serem libertas sem que o grupo soubesse.

O lançamento da ofensiva iraquiana para retomar Mossul em outubro reavivou a esperança de outras libertações. Estima-se que ainda restarão três mil homens, mulheres e crianças nas mãos dos fundamentalistas islâmicos, afirma Hussein al-Qaidi, que comanda uma oficina de ajuda a pessoas em cativeiro, em Dohuk, financiada pelas autoridades curdas iraquianas.

Pela regra geral diante das ofensivas iraquianas, os islâmicos saíam levando consigo os reféns yázidis. Porém, isso mudou desde que as tropas leais a Bagdá conseguiram interromper a rota que une Mossul ao território sírio.

"Fomos vítimas de uma campanha feroz, mas nosso povo está muito ligado a sua terra", afirma Hussein al-Qaidi ao justificar suas esperanças de remontar sua comunidade. Haifa ainda tenta superar o pesadelo que viveu durante dois anos. Exausta e doente, tem vergonha de contar a sua família o que teve que enfrentar.

Ela teme por sua irmã de 20 anos, que como muitas outras mulheres ainda está nas mãos do EI. E suplica: "Peço ao mundo inteiro que ajude a libertá-las".

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