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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o envio do inquérito aberto contra o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, para a Justiça Federal. Ele é investigado por irregularidades na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). 

Relatora do caso no Supremo, a ministra atendeu pedido da Procuradoria-Geral da União (PGR), que solicitou a remessa da investigação para a primeira instância depois de Ribeiro ter renunciado ao cargo, em março, tendo perdido, assim, o foro privilegiado. 

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Aberto a pedido da própria PGR, o inquérito apura fatos revelados pela imprensa sobre a influência de dois pastores, sem cargos no ministério, que coordenariam uma espécie de "gabinete paralelo", a partir do qual operariam a liberação de recursos do FNDE para aliados.  Por solicitação da PGR, Milton Ribeiro é investigado pela possível prática dos delitos de tráfico de influência, advocacia administrativa, prevaricação e corrupção passiva na liberação de verbas. 

Na decisão, tomada ontem (5), Cármen Lúcia destacou  ser jurisprudência pacífica do Supremo a aplicação restritiva do foro privilegiado. A ministra escreveu "ser inaceitável em qualquer situação, à luz da Constituição da República, a incidência da regra de foro especial por prerrogativa da função para quem já não seja titular da função pública que o determinava".

Durante participação em um evento que reuniu filósofos no Recife, o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, que geriu a pasta em parte do Governo Dilma no ano de 2015, opinou a respeito de algumas situações que permeiam a edição 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Uma delas é a instalação de uma comissão que promete analisar questões da prova para evitar abordagens ideológicas.

Para Ribeiro, caso a comissão de fato faça essa análise prévia, há risco de “vazamento puro”. “Na hora que o presidente diz que quer olhar as questões, isso é vazamento puro. Na hora em que se cogita uma comissão de controle ideológico sobre as questões, isso é vazamento puro. Isso não pode acontecer!”, declarou o ministro, durante entrevista exclusiva ao LeiaJá. Confira mais detalhes no vídeo a seguir:

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O ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entidade responsável pela organização do Enem, Elmer Coelho Vicenzi, chegou a afirmar, durante a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que nenhuma autoridade, até então, pediu para ver a prova. "Não me foi solicitado por ninguém para ler a prova”, declarou o ex-presidente do Inep.

As provas do Enem serão realizadas nos dias 3 e 10 de novembro. De acordo com o Inep, o Exame registrou 5.095.308 inscritos confirmados. Outros detalhes sobre a prova podem ser obtidos no site do programa Vai Cair No Enem.

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