Tópicos | Favela da Rocinha

Moradores da Favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio, vivenciaram mais uma madrugada de medo e tensão neste domingo (16). De acordo com a Polícia Militar, traficantes rivais entraram em confronto por volta de 3h30. Em seguida, houve tiroteio entre criminosos e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela. Dois homens ainda não identificados foram baleados.

O Túnel Zuzu Angel, que liga os bairros de São Conrado e Gávea, na zona sul, foi fechado com barricadas de pneus em chamas. Assustados, moradores eram obrigados a voltar pela contramão. Um carro da PM foi atingido por tiros e sedes da UPP foram atacadas.

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Acionado, o Batalhão de Operações Especiais da PM chegou à Rocinha por volta das 5 horas. Transformadores de energia foram atacados durante o confronto e trechos da favela continuavam sem luz até o fim da manhã.

A UPP da Rocinha foi inaugurada em 20 de setembro de 2012, mas os confrontos entre PMs e traficantes têm sido cada vez mais frequentes. Em julho do ano passado, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foi morto sob tortura por policiais da UPP após ser detido "para averiguação", apontou investigação da Polícia Civil. O corpo do morador nunca apareceu.

O comandante das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio, coronel Frederico Caldas, ficou ferido durante novo tiroteio ocorrido no fim da manhã deste domingo (16), na Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul. De acordo com o comando das UPPs, Caldas "caiu e bateu a cabeça quando tentava se abrigar". A corporação afirma que o coronel "se feriu por conta da queda, e não por estilhaço ou por disparo de arma de fogo".

Um jornal comunitário da Rocinha chegou a divulgar no Facebook, por volta de 12h40, que Caldas e a comandante da UPP local, major Priscila de Oliveira, tinham sido baleados quando se preparavam para dar uma entrevista. A Assessoria de Imprensa das UPPs negou a informação. Caldas foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar e ainda não há informações sobre o estado de saúde do coronel. Priscila não está ferida, segundo a PM.

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Policiais dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) fazem incursões no morro em busca de traficantes. Em tiroteio ocorrido na madrugada, pelo menos dois homens ainda não identificados ficaram feridos e um suspeito foi preso. Bases da UPP foram atacadas. Um carro da PM também foi metralhado.

Após mais de dois meses de investigações, a Polícia Civil do Rio vai indiciar e pedir a prisão de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio, pelo sumiço de Amarildo de Souza, de 43 anos. Está descartada a hipótese de que o pedreiro tenha sido capturado e morto por traficantes.

O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios (DH), que assumiu as investigações do caso em 1.º de agosto, deverá anunciar hoje o resultado do inquérito e divulgar quantos PMs serão indiciados. No dia em que Amarildo sumiu havia 13 policiais de plantão na UPP, dos quais quatro tiveram contato direto com ele, ao conduzi-lo em uma patrulha da PM. Amarildo está desaparecido desde 14 de julho, quando foi conduzido de sua casa, na Rua 2, à sede da UPP, na localidade conhecida como Portão Vermelho, na parte alta da favela.

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O relatório de Barbosa com os indiciamentos foi finalizado na semana passada, depois de duas testemunhas falarem que o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, tentou corrompê-las para acusar o traficante Thiago Neris, o Catatau, pela morte de Amarildo. Ao Estado, o major, transferido do comando da UPP para o Batalhão de Operações Especiais (Bope), negou as acusações.

Até os depoimentos das duas testemunhas, o diretor do inquérito considerava ainda não ter indícios consistentes que levassem ao indiciamento dos policiais militares que estiveram com o pedreiro no dia do desaparecimento. O delegado Barbosa chegou a confidenciar a pessoas próximas que estava se sentindo bastante pressionado para concluir o caso.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo noticiou no dia 10, a pressão aumentou ainda mais quando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), disse por telefone ao governador Sérgio Cabral (PMDB) que a Polícia Federal (PF) poderia abrir uma investigação paralela. Após o telefonema, ele foi chamado ao Palácio Guanabara por Cabral, que cobrou uma solução rápida.

Os depoimentos das duas testemunhas - mãe e filho de 16 anos, moradores na Rocinha - ocorreram quase que por acaso. O garoto foi atingido por um tiro de fuzil na perna em 25 de maio, ao tentar fugir de PMs da UPP que o acusavam de ligação com o tráfico. Ele teve alta hospitalar no dia 11 e foi levado pelos PMs que o escoltavam, por engano, para depor na 15.ª Delegacia de Polícia (DP). O menor deveria depor na 14.ª DP.

Na 15.ª DP, ele disse ao delegado Orlando Zaccone que acusara Catatau de matar Amarildo porque o major Santos lhe oferecera R$ 500 mensais para ele e a mãe alugarem uma casa fora da Rocinha, pois estariam jurados de morte por traficantes. A acusação contra Catatau fora feita em depoimento ao Ministério Público Militar, que acompanha o Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Corregedoria da PM para investigar a participação de policiais no caso. O menor foi levado ao MP Militar pelo major Santos.

No hospital. Ainda segundo o adolescente, um policial da 15.ª DP prometeu lhe presentear com um iPhone e um par de tênis para que mantivesse a acusação contra Catatau. O mesmo policial participou da investigação que resultou na Operação Paz Armada, quando 33 suspeitos de ligação com o tráfico na Rocinha foram presos, na véspera do sumiço de Amarildo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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