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O Tribunal de Contas do Estado (TCE) abriu uma investigação sobre contratos sem licitação firmados pela empresa Casa de Farinha com o Governo de Pernambuco para o fornecimento de merenda escolar e refeições para hospitais. A nova auditoria foi instaurada a pedido do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO). A solicitação, assinada pela procuradora Germana Laureano, foi deferida pelo conselheiro substituto Ruy Harten que determinou, nesta terça-feira (20), a apuração dos fatos.

No documento pedindo a apuração, o MPCO listou uma série do que chama de indícios de irregularidades, como contratos sem o aval obrigatório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), dispensas que perduravam além do tempo permitido e até mesmo pagamentos feitos à empresa sem nenhum contrato anterior para respaldar. As suspeitas de irregularidades chegam a um prejuízo de R$ 13 milhões.

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No relato feito pelo órgão de contas, "entre os exercícios financeiros de 2015 e 2018, a empresa Casa de Farinha S.A prestou serviços de fornecimento de alimentação hospitalar ao Hospital dos Servidores do Estado durante cerca de dezesseis meses sem cobertura contratual" e que "a empresa recebeu dos cofres estaduais a vultosa quantia de R$ 13.315.384,60 sem que tenha havido o regular processo licitatório".

Ainda segundo a representação, o IRH, entre os exercícios financeiros de 2015 e 2018, usou dos serviços de produção e distribuição de refeições para os pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital dos Servidores do Estado, sem qualquer contrato, ocasionando o pagamento do valor total de R$ 4,3 milhões a título indenizatório, posteriormente.

A procuradora Germana Laureano disse ainda ter apurado que "a própria Gerência de Apoio Jurídico do órgão, ao emitir seus pareceres nos quatro referidos processos indenizatórios, fez ver a necessidade de apuração, responsabilização e aplicação de sanção a quem deu causa a tais processos indenizatórios". Segundo o MPCO, não há notícia que o Estado tenha aplicado qualquer punição aos servidores responsáveis pelos pagamentos sem contrato feitos à Casa de Farinha.

Outras investigações

A empresa Casa de Farinha é investigada em outras ações conduzidas pela Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública (Decasp), pelo Ministério Público do Estado (MPPE) e pela Polícia Federal (PF). O proprietário da empresa, Romero Pontual Filho, está preso no Cotel desde a deflagração da Operação Castelo de Farinha, pela Polícia Civil do Estado (PCPE), em agosto.

A Castelo de Farinha foi desencadeada a partir de investigações realizadas na Prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo a PCPE, houve fraude nos contratos de merenda escolar na cidade. O mesmo teria acontecido no Cabo de Santo Agostinho, agora elucidado pela Operação Ratatouille.

E no Recife, a Polícia Federal confirmou que investiga contratos da Prefeitura com a Casa de Farinha após denúncia da empresa SP Alimentos, concorrente da primeira.

*Com informações do MPCO

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A Polícia Federal em Pernambuco realiza neste momento mandados de busca, apreensão e condução coercitiva de pessoas ligadas em fraudes de fornecimento de alimentos a prefeituras e outros órgãos públicos para programas de alimentação escolar.

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De acordo com as investigações da Operação Fastio, há indício de envolvimento de servidores públicos nas práticas. Também foi apurada, juntamente com o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, a participação conjunta em licitações de empresas cujos sócios são parentes próximos, e superfaturamento no preço das mercadorias fornecidas a várias prefeituras, além do fornecimento de mercadorias de empresas diferentes das contratadas por uma das prefeituras, e utilização de empresas em nomes de interpostas pessoas, conhecidas como “laranjas”.

A Justiça Federal determinou que as empresas envolvidas no esquema das licitações de merenda escolar fiquem proibidas por um ano de contratar qualquer órgão da união, estados ou municípios. Os empresários envolvidos ficarão proibidos de abrir novas empresas ou emitir procurações para que terceiros os representem. Entre os alvos estão as Prefeituras de São Lourenço da Mata (PE), Vitória de Santo Antão (PE), Ipojuca (PE) e Salgadinho (PE), além de empresas e escritórios de contabilidade.

Todos os envolvidos serão ouvidos, e se verificada a participação no esquema criminoso, indiciados por fraude, licitação, fornecimento de mercadorias com preços elevados, falsidade ideológica e formação de quadrilha. As penas somadas podem chegar a 18 anos de prisão. Mais detalhes da operação serão divulgados em coletiva de imprensa marcada para as 14h desta sexta (13).

 

 

 

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