Tópicos | Francisco Ramalho

A Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) divulgou, na tarde desta quinta-feira (1), a campanha “Olimpíadas do Medo”, que irá denunciar a violência no estado. Em cartazes espalhados pelo estado, a população terá acesso aos números de crimes que acontecem a cada dia desde o início do ano. 

“Essa campanha é para alertar a sociedade que esses números estão crescendo de forma assustadora e, a cada ano que passa, os números aumentam”. Hoje já são calculados 2.600 homicídios, 1.151 assaltos a ônibus, 125 assaltos a bancos, 13 mil carros roubados e 5.120 casos de violência contra a mulher, englobando homicídio, ameaça e lesões corporais. Esses dados foram calculados de janeiro a julho de 2016, o que significa que ele continua crescendo desde então. 

##RECOMENDA##

De acordo com o presidente da associação, Francisco Ramalho, essa é uma forma de conscientizar a população para o panorama da segurança pública e cobrar melhorias aos governantes. Na ocasião também foi anunciada mudanças na Polícia Civil no que diz respeito a execução dos trabalhos de delegados titulares e o fechamento das unidades de Camaragibe, Olinda e Cabo de Santo Agostinho. 

Na tarde desta quinta-feira (1), foi realizada na sede da Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) uma coletiva de imprensa para anunciar mudanças na Polícia Civil de Pernambuco. Delegados informaram que não farão mais escala extra, deixando algumas delegacias do estado sem profissional. Isso significa que ocorrências serão destinadas à Central de Plantões.

Dos 392 delegados de Pernambuco, mais de 200 anunciaram que não farão mais parte do Programa de Jornada Extra da Segurança (PJES), pelo baixo valor pago pelo serviço realizado em suas folgas. De acordo com a Associação, o valor pago por hora de plantão exercida no programa é de R$ 22 reais, chegando a R$ 270 por um plantão de 12h. Além disso, o profissional que exerce essa função na madrugada terá que estar de volta ao seu posto no dia seguinte pela manhã, sem dormir. Segundo a Adeppe, sem a continuidade de investigações, a polícia está vivendo de resolver flagrantes. 

##RECOMENDA##

De acordo com a lei, o profissional só pode executar dez plantões de 12 horas por mês. No entanto, a prática tem sido extrapolada pela baixa remuneração recebida.  “Isso tem ocasionado danos físicos e psicológicos aos nossos policiais. Além de fazer com que não se contrate mais pessoal, porque o trabalho está sendo realizado com mão de obra barata. Isso precisa ser visto urgentemente. É preciso retirar os delegados de atividades-meio, pois temos um terço deles atuando sem fazer inquérito policial, então isso também prejudica o trabalho”, argumentou o presidente da associação, Francisco Rodrigues.

As principais reivindicações da categoria à Secretaria de Defesa Social consistem no reconhecimento da valorização dos delegados de polícia e a estrutura adequada para que seja possível efetuar as investigações. “Talvez por conta disso que os crimes estejam aumentando e os criminosos não estejam indo pra cadeia, porque não temos condições de investigar”, explica o presidente.

Os delegados também apontam que os profissionais estão trabalhando sem coletes e munições, já que muitos desses objetos estão fora da validade, além das viaturas que não têm cinto de segurança e os pneus estão "carecas". 

Operações de repressão qualificada

Como consequência da entrega dos PJES, também serão suspensas as operações de repressão qualificada. Essas são ações que demandam mais esforço e tempo, pois consistem em investigações contínuas, muitas vezes fora da cidade e que, de acordo com os delegados, não valem a pena diante do cenário atual da polícia. Com isso, todas as operações serão remetidas para o judiciário, com indiciamento dos envolvidos, mas sem o pedido de prisão. 

Várias delegacias do interior ficarão sem delegado titular. No sertão, em torno de 50 unidades ficarão sem esse profissional, implicando na dificuldade de investigações. “As delegacias que ficarem sem delegados vão ficar com inquéritos acumulados e sem investigação”. 

Alguns plantões da Região Metropolitana do Recife serão fechados pela entrega de PJES, pois não terá mão de obra suficiente para realizar os trabalhos. São os casos de Camaragibe, Olinda e Cabo de Santo Agostinho.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando