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O novo presidente do Peru, Francisco Sagasti, ordenou uma reforma da polícia, nomeou um novo comandante e enviou 15 generais para a reserva. As ações foram em resposta à violenta repressão de manifestantes durante o governo de seu antecessor, Manuel Merino, que ficou apenas cinco dias no cargo.

"Tomei a decisão de designar como novo comandante de polícia, o general César Augusto Cervantes", anunciou Sagasti em uma mensagem ao país exibida na televisão, seis dias depois de assumir o poder, após a renúncia de Merino.

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"Estas medidas têm por finalidade fortalecer a polícia", disse o presidente centrista. Cervantes substituiu o general Orlando Velasco, que estava no comando da força de segurança desde 7 de agosto. O general Velasco não foi responsabilizado pela repressão dos protestos contra Merino, pois estava de licença médica.

Duas pessoas morreram e mais de 100 foram feridas na repressão policial das manifestações em Lima contra o ex-presidente, que renunciou cinco dias depois de assumir o poder em substituição ao popular líder Martín Vizcarra, que foi destituído pelo Congresso pelas acusações de corrupção. Com a designação de Cervantes, 15 generais da polícia passaram à reserva, informou o ministro do Interior, Rubén Vargas.

"Queremos uma polícia que continue defendendo a democracia, os direitos fundamentais, que nos devolva a segurança e as garantias", disse Vargas.

Sagasti também criou uma comissão, liderada por Vargas, que deve apresentar recomendações em 60 dias para modernizar e fortalecer a polícia. O presidente disse que com a reforma pretende "conectar a polícia com os cidadãos".

Vargas anunciou uma investigação administrativa, que pode atingir generais e outros oficiais, após a morte de dois jovens manifestantes em Lima no dia 14, atingidos por disparos feitos pelas forças de segurança.

"As investigações estão acontecendo com absoluta prioridade e respeitando o devido processo legal", disse o ministro. O uso de espingardas que dispararam munição de chumbo e pequenas peças de vidro deixou mais de 100 feridos no centro de Lima. Também foram apresentadas denúncias de abusos sexuais de mulheres detidas em delegacias.

O Ministério Público abriu na semana passada uma investigação penal preliminar contra Merino e dois de seus ministros pela repressão, que também pode afetar outros funcionários do governo e policiais. O Ministério Público tenta determinar a "linha de comando" no governo e na polícia durante a repressão para definir quem levar à justiça. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O parlamentar centrista Francisco Sagasti foi eleito nesta segunda-feira, 16, pelo Congresso como o novo presidente do Peru, o terceiro a ocupar o cargo em uma semana, com o desafio de encerrar uma crise política que levou milhares de cidadãos indignados às ruas.

Engenheiro de 76 anos que trabalhava para o Banco Mundial, Sagasti foi eleito o novo presidente do Congresso e cabe a ele assumir automaticamente a chefia de Estado, segundo a Constituição do país. Candidato único, Sagasti foi aplaudido por seus colegas no plenário assim que superou os 60 votos necessários para ocupar o cargo.

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O parlamentar deverá concluir o atual período de governo, que termina em julho de 2021, após a destituição do presidente Martín Vizcarra há uma semana e a renúncia de seu sucessor, Manuel Merino, apresentada no domingo, 15.

Antes do acordo, uma primeira votação, feita à meia-noite, fracassou - o Congresso rejeitou o único nome apresentado na ocasião, Rocío Silva-Santisteban, uma defensora de direitos humanos de esquerda que conseguiu apenas 42 votos.

A crise recente começou quando o presidente Martín Vizcarra, um político popular independente que se chocava há tempos com o Congresso devido à sua posição anticorrupção, foi retirado do cargo pela legislatura na semana passada devido a alegações de corrupção - que ele nega.

Foi o segundo processo de impeachment enfrentado por Vizcarra em dois meses, após ele sobreviver ao primeiro em setembro.

Merino, que como presidente do Congresso comandou as duas iniciativas de impeachment, sucedeu Vizcarra, mas também renunciou depois que duas pessoas morreram em protestos contra seu governo recém-formado e parlamentares ameaçaram afastá-lo a menos que ele deixasse o posto.

O principal tribunal do Peru também começará a debater nesta segunda-feira se o impeachment e o afastamento de Vizcarra foram constitucionais, o que pode abrir as portas para uma volta dramática. (Com agências internacionais)

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