Tópicos | Franck Caldeira

Se o período de classificação para os Jogos Olímpicos no atletismo fechasse hoje, Franck Caldeira seria um dos brasileiros garantidos na maratona. No último domingo, o campeão da São Silvestre de 2006 não teve boa classificação na Maratona de Frankfurt, terminando em 21.º lugar, mas correu abaixo do índice exigido para os Jogos do Rio.

Aos 32 anos, Franck completou a prova em um tempo relativamente alto, 2h16min35, mas abaixo do índice de 2h17min00. Assim, assumiu a terceira colocação do ranking brasileiro, atrás de Marilson Gomes dos Santos (2h11min00 em Hamburgo) e Solonei Rocha (2h13min15), ultrapassando Gilberto Silvestre Lopes (2h16min39).

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Vão à Olimpíada apenas os atletas que obtiverem os três melhores tempos entre 1.º de janeiro deste ano e 6 de maio de 2016. Marilson e Solonei são favoritos a ficarem com duas das vagas, ficando a terceira delas aberta. Paulo Roberto de Paula, sétimo no Mundial de 2013, ainda não tem índice, mas é forte candidato a baixar o tempo de Franck.

Na prática, isso significa que, mesmo com índice, Franck Caldeira, que foi 13.º colocado nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, precisará correr abaixo da marca que fez neste domingo se quiser estar no Rio.

MARCHA - Na marcha atlética veio a confirmação de mais uma vaga para o Brasil nos Jogos Olímpicos do ano que vem. Cisiane Dutra Lopes se juntou a Erica Rocha de Sena como qualificada para participar da marcha atlética de 20km.

No último domingo, Cisiane, de 32 anos, fez o índice ao vencer uma competição nos Estados Unidos com o tempo de 1h34min21. Em abril, ela já havia ficado muito perto de se qualificar para o Rio, perdendo o índice (1h35min00) por apenas 16 segundos.

É muito provável que Cisiane esteja na Olimpíada porque dificilmente outras duas atletas brasileiras farão índice na marcha atlética feminina. Ela e Erica sobram como melhores do País e, exceto elas, nenhuma marchadora brasileira em atividade correu perto de 1h35min na carreira. Elianay Santana é a única que baixou 1h40min - por 41 segundos, este ano.

Erica é candidata real à medalha nos Jogos Olímpicos do Rio. No Mundial deste ano, foi sexta colocada. Antes, em março, bateu o recorde brasileiro: 1h29min37.

A desistência de Franck Caldeira e o último lugar de Ubiratan José dos Santos colocaram fim à hegemonia do Brasil na maratona masculina nos Jogos Pan-Americanos. A supremacia teve início com Vanderlei Cordeiro de Lima em Winnipeg (1999) e Santo Domingo (2003). Depois, o próprio Franck levou a melhor no Rio (2007), enquanto Solonei Rocha da Silva conquistou o ouro em Guadalajara (2011). Em Toronto, porém, o País não tem o que comemorar.

A prova foi vencida pelo cubano Richer Perez, que marcou o tempo de 2h17min04, com 9 segundos de vantagem para o peruano Raul Pacheco, o segundo colocado. O pódio foi completado pelo argentino Mariano Mastromarino, com 2h17min45. Último colocado entre os 13 maratonistas que completaram a prova, o brasileiro Ubiratan dos Santos marcou o tempo de 2h34min53.

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"É lamentável. A gente sabe que ninguém entra aqui para perder ou desistir no meio do caminho. Me deixa frustrado por saber que tenho a responsabilidade de fazer o meu melhor, mas acredito que todos os outros títulos que nós demos também não devem ser esquecidos, assim como esse não pode ser massacrado", afirma Franck.

O brasileiro fazia uma prova consistente e estava sempre em meio ao pelotão da frente no circuito do Ontário Place West Channel. Ele chegou a liderar na marca dos 15 quilômetros, mas sentiu um incômodo na coxa direita e teve de abandonar a corrida de 42,195km após cerca de 1h30 de percurso.

"Em uma mexida que o peruano (Raul Pacheco) deu, eu acompanhei e na subida senti um pouco a perna direita, como se fosse um cãibra. Pode ser acumulo de algum cansaço muscular ou até mesmo uma lesão que está prévia a se manifestar e foi evitada com esse espasmo", explica.

Franck volta ao Brasil neste domingo e passará por exames para saber a gravidade do problema. "A sensação foi de dor súbita na coxa, sem nenhum antecedente nos treinamentos, nem no aquecimento. Até você caracterizar como uma cãibra isolada, você tem que fazer exames e a ressonância é importante para caracterizar isso", explica Cristiano Laurino, médico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Fora do Mundial, o maratonista agora precisa correr, literalmente, para conquistar o índice olímpico e também ficar entre os três melhores do País. "O próximo objetivo seria os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Nós já temos o Marilson garantido, o Solonei corre o Mundial e, como optei por vir ao Pan, eu não tenho essa oportunidade. Preciso ver qual é a próxima maratona para estar lá e estar bem. Não adianta dar mais um tiro pela culatra, tem que ser algo certeiro, já que não temos muito tempo", projeta.

Além de perder a hegemonia na maratona, o resultado, ainda mais com a vitória de um cubano coloca o Brasil sob risco de perder o terceiro lugar no quadro de medalhas. Cuba, favorita em finais do boxe e no heptatlo, soma 32 ouros, apenas três a menos do que a equipe brasileira.

Na Maratona de Milão realizada neste domingo (15), mais dois atletas brasileiros conquistaram o índice para competir nos Jogos de Londres. Damião Ancelmo e Franck Caldeira poderão disputar a modalidade nas Olimpíadas, após conseguirem ficar dentro do tempo máximo de realização da prova, em Milão, na Itália.

Frank Caldeira registrou tempo de 2h12min03s e terminou em sexto lugar na prova, já Damião garantiu na maratona 2h14min14s, ficando com a 8ª posição. Com esses tempos, o Brasil conta agora com quatro atletas com o índice de Olimpíada, que é de 2h18min. Entretanto, apenas três atletas serão convocados pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para representar o país em Londres.

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Outros brasileiros participaram da Maratona de Milão, Flávio Henrique Guimarães, que terminou a competição em 14° e José Teles, que garantiu a 17ª posição. A Maratona foi vencida pelo queniano Daniel Too, que completou os 42 km em 2h08min39s.

 

 

 

 

 

 

 



 

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