Após cinco meses do assassinato da personal trainer Gabriela Conceição Santiago, de 24 anos, no dia 16 de fevereiro deste ano, a Polícia Civil concluiu o inquérito e prendeu três suspeitos de envolvimento no crime. O mandante foi o cabo da Polícia Militar Mauro Brasil de Sá Leitão, marido da mulher com quem Gabriela mantinha um relacionamento amoroso de pelo menos três meses.
Também foram presos o executor Paulo Fernando Crespo de Araújo Neto, de 27 anos, e o segurança da academia que a vítima trabalhava, Ricardo Caetano Gomes. O segundo não participou efetivamente do crime, mas atrapalhou as investigações do caso não fornecendo informações relevante. De acordo com a delegada Thaís Galba, à frente das investigações, o crime tem motivação passional e foi muito bem planejado por Mauro.
##RECOMENDA##No dia do homicídio, testemunhas disseram que Gabriela teria descido de um ônibus e, já na rua de casa, um homem teria se aproximado e disparado dois tiros na cabeça dela. O crime aconteceu no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife. Um quarto suspeito que estaria na garupa da moto ainda não foi identificado. De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontam que o PM teria ficado revoltado porque a esposa disse que iria se separar dele por causa do relacionamento com Gabriela.
Mauro é ex-usuário de drogas e frequentava um Grupo de Narcóticos Anônimos. "Nesses encontros, ele conheceu o Paulo Fernando e contratou para executar Gabriela", detalhou Thaís. Em depoimento, o policial militar nega participação no crime e fez o uso do seu direito de permanecer em silêncio. O executor do homicídio também negou envolvimento e disse que não conhecia Mauro.
A delegada explicou que no dia do crime, o segurança da academia teria informado à Gabriela que Mauro estava do lado de fora do estabelecimento com mais dois homens em uma moto. "Nos primeiros interrogatórios, Ricardo negava saber de alguma relação de Mauro com o crime e não nos ajudava", esclareceu a delegada Thaís Galba.
Ele foi preso por falso testemunho e obstrução do trabalho da justiça. Na tarde da terça-feira (26), em um novo depoimento, ele admitiu que não colaborava com a Justiça porque estava sendo ameaçado pelo PM.
O crime não será enquadrado como feminicídio porque a vítima não foi morta porque é uma mulher, de acordo com a Polícia Civil. "Ela não morreu por questão de gênero, mas por ser a pessoa que estava se envolvendo com a esposa de Mauro. Caso fosse um homem, provavelmente ele faria o mesmo", esclareceu a delegada.