Tópicos | Gabriella Nichimura

O atendente sênior do Hopi Hari Lucas Martins depôs ontem à polícia sobre o acidente que matou Gabriella Nichimura, no dia 24, no brinquedo La Tour Eiffel. O delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior afirmou que o relato foi "esclarecedor" e "auxiliou a uma melhor compreensão sobre o que ocorreu", mas não informou o que ele disse. Cinco operadores da torre disseram que contaram para Martins que a trava do assento estava solta.

Os advogados do parque Hopi Hari, em Vinhedo (SP), estudam a possibilidade de acordo com a família da adolescente Gabriella Nichimura, de 14 anos, que morreu após cair do brinquedo La Tour Eiffel, no dia 24. Na semana passada, o advogado da família, Ademar Gomes, informou que entraria com processo contra o parque e pediria indenização de R$ 2 milhões por danos morais e materiais. Outro R$ 1 milhão seria pedido na ação à Prefeitura de Vinhedo.

A informação sobre o acordo que deve ser proposto pelo parque foi confirmada pelo advogado do Hopi Hari Alberto Zacharias Toron. "Os advogados estão conversando sobre isso", afirmou. O advogado Ademar Gomes, que representa a família da vítima, informou que ainda não entrou com processo e que está disposto a negociar com os representantes legais do Hopi Hari. "Não entrei com o processo porque estou esperando o fim do inquérito. Ninguém (do parque) nos procurou até agora, mas não somos irredutíveis e estamos dispostos a negociar", disse. A mãe de Gabriella, Silmara, disse em conversa com jornalistas que quer que o parque feche para sempre.

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Hoje, Gomes foi ao 78º Distrito Policial de São Paulo e pediu a apuração de responsabilidade pela divulgação de imagens da menina morta. Segundo o advogado, pessoas fotografaram o corpo da vítima e deixaram vazar imagens que ganharam as redes sociais e sites. Gomes intitulou os responsáveis como "inescrupulosos" e disse que vai processar civil e criminalmente os culpados.

O delegado de Vinhedo, Álvaro Santucci Noventa Júnior, mudou a rotina das investigações hoje e, em vez de ouvir depoimentos de representantes do Hopi Hari na delegacia - como fez com um gerente do complexo de diversão, com a família da vítima e com os cinco operadores do brinquedo do qual caiu Gabriella - dirigiu-se ao parque para ouvir dois técnicos da área de manutenção. O delegado não foi localizado pela reportagem após os depoimentos.

Visitantes com passaportes para entrar no Hopi Hari hoje, uma semana após o acidente na atração La Tour Eiffel, que matou Gabriella Nichimura dentro do complexo de diversão localizado em Vinhedo (SP), encontraram os portões fechados. Por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado ontem, a direção do parque e o Ministério Público do Estado de São Paulo fizeram um acordo para manter o local fechado por dez dias, prorrogáveis por mais dez. Nesse período, será feita perícia em atrações que ofereçam riscos aos visitantes.

O empresário Mayko Rei da Silva saiu do Rio de Janeiro acompanhado do filho de 6 anos e de dois sobrinhos, com 10 e 12 anos, para ir ao parque. Ao chegar, foi encaminhado a um balcão de informações onde soube os motivos do fechamento do parque e teve a opção de trocar seus ingressos por dinheiro ou por uma nova data. "É lamentável. Saí do Rio de Janeiro com reservas em hotel e passaportes para os dias 2 e 3. Ontem à tarde telefonei para cá para saber se o parque estava funcionando e me informaram que abriria normalmente", disse.

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Dono de uma agência de turismo revendedora dos passaportes para o Hopi Hari, o empresário disse não ter recebido nem um e-mail ou telefonema para suspender a venda dos ingressos. Silva calcula um prejuízo de aproximadamente R$ 2 mil entre diárias, combustível, passaportes, alimentação e pedágio. "Sem contar a frustração. Não tem o que pague ver o filho da gente chorando". Silva fez um pequeno relatório por escrito ao parque, que prometeu uma resposta em até sete dias.

O dentista Marco Antonio Manzano, de Manaus, estava com a família em São Paulo e cumpria agenda profissional. Aproveitou o aniversário do filho de 11 anos para levar suas três crianças ao Hopi Hari. Mas ontem soube que o parque estaria fechado. "Tínhamos conhecimento, mas como vamos voltar para Manaus, vim pegar meu dinheiro de volta", disse. Manzano foi ressarcido. "Se o parque estivesse aberto eu teria vindo, mas confesso que com muita angústia", afirmou. "O parque perde totalmente a credibilidade depois de uma coisa dessas. Como vou entrar em um brinquedo com tranquilidade sabendo que o que ocorreu não foi fatalidade, mas irresponsabilidade?".

O Hopi Hari informou, por meio de assessoria, que os visitantes com passaportes comprados para o período em que o parque estiver fechado podem pedir seu dinheiro de volta ou a remarcação da visita. Não é necessário ir até o parque, há dois canais pelos quais a solicitação pode ser feita: pelo e-mail fale@hopihari.com.br ou pelo telefone 0300-789-5566. Os pedidos de ressarcimento de despesas extras como pedágio, combustível e outros serão analisados caso a caso.

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