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Sem conseguir uma vitória em sete jogos no comando do Palmeiras no Brasileirão, o técnico Ricardo Gareca sabe que, apesar do apoio da torcida, a pressão em cima de seu trabalho é muito grande. Por isso, o treinador admite a possibilidade de não resistir a mais um resultado negativo neste sábado, diante do Coritiba, no Pacaembu. Mas adotando um discurso contraditório, o treinador nega que possa deixar a equipe em caso de mais um tropeço na competição.

"Nunca imaginei que chegaria a esta situação. Não vejo um limite, mas se perdemos no sábado, aí parece que será o meu limite", disse o treinador, em entrevista à Rádio América, de Buenos Aires. Pouco antes, ele afirmou que não sabe até quando tanto ele quanto o clube irão suportar a pressão caso os resultados não comecem a acontecer. "Meu futuro será jogo a jogo. Tenho o apoio de todos e acredito que ainda farei um bom trabalho", explicou.

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O fato é que Gareca ainda está assustado com tudo que está acontecendo e a postura contraditória já aconteceu em outros momentos. Depois do jogo contra o São Paulo, por exemplo, ele disse, em entrevista coletiva, que sua paciência tinha limites, mas na rodada seguinte, após o jogo contra o Sport ele já afirmou que não iria deixar o clube e que, se fosse para sair, isso só aconteceria quando a equipe estivesse bem na competição ou se ele fosse mandado embora pela diretoria.

Ainda em entrevista para a rádio argentina, o treinador admitiu que está surpreso com o fato de ser mantido no cargo mesmo tendo um desempenho tão ruim. Em 10 jogos no comando Palmeiras, ele conquistou três vitórias (duas na Copa do Brasil e uma em amistoso), um empate e seis derrotas (Santos, Cruzeiro, Corinthians, Atlético-MG, São Paulo e Sport).

"Acredito que seja inédito uma grande equipe manter um técnico com tantas derrotas. No Brasil, assim como na Argentina. É estranho que, depois de passadas tantas rodadas com o Palmeiras na última posição, tenham me mantido no cargo", disse o treinador.

Sob pressão, Gareca tem a chance de iniciar uma nova fase na equipe neste sábado, quando enfrenta o Coritiba, às 21h, no estádio do Pacaembu.

Nem se fosse uma pessoa pessimista, o técnico Ricardo Gareca poderia imaginar que teria um começo de trabalho no Palmeiras tão complicado. Embora tenha se classificado sem grandes dificuldades na Copa do Brasil, o time não vence há oito jogos, sendo que cinco deles foram sob o comando do treinador. O argentino admite frustração e pede desculpas para a torcida palmeirense.

"Peço desculpas para a torcida, porque ela tinha outra expectativa e nós também. A torcida pode opinar e protestar livremente, mas sem violência. Ela tem o direito de reclamar e não vejo problema nisso. Esperamos poder dar uma alegria para ela. Já é o momento de dar alegria", disse o treinador, que fará o primeiro clássico pelo Palmeiras como mandante - diante do Santos e do Corinthians, ele não teve a torcida ao seu lado.

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Embora o rival não viva um grande momento, após ser eliminado pelo Bragantino na Copa do Brasil, Gareca acredita que o clássico será bem complicado. "São Paulo é um grande time. A eliminação não tem nada a ver. É difícil jogar contra um time de segunda divisão, porque a segunda é tão difícil quanto a primeira. Não me surpreende que São Paulo, Internacional e Fluminense sejam eliminados. Na Argentina acontece isso também. Para esse jogo, acredito que será muito difícil", analisou o treinador.

O Palmeiras realiza neste sábado de manhã o último treinamento antes da partida contra o São Paulo. O local, por enquanto, continua sendo a Academia de Futebol, mas como está agendada uma manifestação dos torcedores na frente do CT, existe a possibilidade de o treinamento ser realizado em outro local.

Com a saída do técnico Luiz Felipe Scolari do comando da seleção brasileira, o principal assunto nos treinamentos dos principais clubes que se preparam para a volta do Campeonato Brasileiro é sobre quem deve assumir o cargo vago. Muitos torcedores defendem a contratação de um treinador estrangeiro para comandar a seleção, mas o argentino Ricardo Gareca, comandante do Palmeiras, surpreendeu e disse que seria uma loucura contratar alguém que não seja brasileiro.

"É uma loucura (contratar um técnico estrangeiro). Não imagino um técnico estrangeiro, pela história do Brasil. O Brasil não precisa disso. Vocês têm os melhores treinadores, com uma história rica e muito grande entre os técnicos brasileiros", disse.

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Gareca nunca escondeu sua admiração por treinadores brasileiros. Em sua apresentação, citou Tite, Muricy Ramalho, Felipão, Cuca e Vanderlei Luxemburgo como referência de grandes técnicos e disse que chegava ao Brasil para aprender e não ensinar. Ele, inclusive, acredita que exista um exagero de cobrança na seleção pela derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal do Mundial.

"Vocês estão muito preocupados, mas não sei qual o motivo. Me parece que não existe motivo para se preocupar. O Brasil chegou onde todo mundo sonhou chegar. Jogou os sete jogos e creio que a história do Brasil não está manchada. A história do Brasil é muito grande para falar que está manchada. Não existe crise", opinou o técnico.

Em relação às condições de trabalho que recebeu no Palmeiras, ele afirma que não tem do que reclamar. "Tenho tudo aqui no Palmeiras. Só tenho que trabalhar e ter resultados. O clube me oferece tudo. Estou ansioso e animado para começar logo o Campeonato Brasileiro", admitiu.

O Palmeiras volta a campo nesta quinta-feira, para enfrentar o Santos, na Vila Belmiro, pela décima rodada da competição nacional.

Receosos com uma possível dificuldade que Ricardo Gareca possa ter em seu início de trabalho no comando do Palmeiras, a diretoria, em comum acordo com o treinador, decidiu que o argentino só vai assumir o comando da equipe após a Copa do Mundo. Nos próximos três jogos, até a paralisação do Campeonato Brasileiro para o Mundial, o time continuará sendo comandado por Alberto Valentim.

Os bons resultados do treinador interino ajudaram na decisão. No total, foram quatro jogos com resultados positivos e sem levar gols (Goiás, Sampaio Corrêa, Vitória e Figueirense). A ideia é que Alberto continue, inclusive, comandando os treinamentos enquanto Gareca fique como uma espécie de supervisor, onde poderá opinar sobre a escalação, mas quem vai definir quem joga é Alberto.

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O interino ficará no comando do time nas partidas contra o Chapecoense (em Santa Catarina), Botafogo (Presidente Prudente) e Grêmio (Caxias do Sul). A estreia de Gareca acontece apenas no dia 16 de julho, no clássico contra o Santos.

Em sua chegada ao Brasil, o treinador disse que conhecia o futebol brasileiro o suficiente para trabalhar no Palmeiras e que ao longo do tempo teria mais oportunidade de aprimorar o seu conhecimento.

Até lá, Gareca vai poder acompanhar e analisar com calma individualmente cada jogador do elenco e ainda ir em busca de reforços. Neste final de semana, o treinador terá que voltar para Buenos Aires, onde irá conversar com dirigentes do Racing, para agradecer ao convite, já que o clube era um dos interessados em sua contratação, e também resolver problemas particulares.

Nesta sexta-feira, Gareca será apresentado ao meio-dia, na Academia de Futebol. Nesta quinta-feira, antes da partida contra o Figueirense, ele chegou a ir ao vestiário e teve um rápido contato com os jogadores. O treinador argentino de 56 anos foi tricampeão nacional no Vélez Sarsfield e chega ao Palmeiras com dois auxiliares. Mas pelo menos no início, quem será fundamental para sua adaptação é Alberto Valentim, que poderá, inclusive, lhe ajudar a identificar as virtudes e defeitos de cada um do grupo.

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