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Em sessão marcada por tumulto e divergências, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura denúncias sobre irregularidades em empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou nesta quarta-feira (9), por votação simbólica, a convocação dos empresários Eike Batista, do Grupo EBX, e Taiguara Rodrigues dos Santos, do Exergia Brasil.

Os depoimentos devem ocorrer apenas depois do dia 27, já que, até esta data, a comissão já tem uma série de audiências marcadas para ouvir diretores e ex-presidentes da instituição.

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A aprovação do requerimento para ouvir Taiguara Rodrigues provocou bate-boca e questionamentos por parte de deputados base aliada. Petistas reclamaram que não tiveram tempo para se manifestar. “Não foi correto com a gente”, reclamou Carlos Zarattini (PT-SP).

O presidente da CPI, Marcos Rotta (PMDB-AM), porém, manteve o resultado. “Se vocês dormiram no ponto, não é problema do presidente. Aguardei segundos para que Vossas Excelências se manifestassem”, disse o deputado.

A convocação ocorreu minutos depois de a CPI ter decidido, por 15 votos a 9, derrubar outro requerimento para ouvir os empresários Wesley Batista e Joesley Batista, da JBS. Nesse caso, os votos foram contados depois que a oposição pediu verificação e iniciou, em tom de apelo, discursos pela convocação dos empresários, que receberam grandes volumes de financiamento do BNDES. “Se tiver que ter fato concreto, crime julgado, para podermos convocar, não precisamos ter essa CPI, que é uma comissão de investigação. Há elemento suspeito e indício? Então é dever da CPI apurar. A JBS está entre as empresas que receberam um grande volume de financiamento do BNDES”, afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Para o deputado Edio Lopes (PMDB-RR), a CPI precisa ter mais elementos para a convocação. “Convocar diretores e presidentes sem fato consistente é colocar empresas em risco. Eles têm acionistas, crédito e interesses, e uma simples convocação pode estabelecer prejuízos”, disse Lopes. Na mesma linha, o deputado Delegado Edson Moreira (PTN-MG) pediu cautela. “Vamos trazer para cá e perguntar o quê? Chamar só para fazer espetáculo, não. Não é hora de chamar estas pessoas.”

Tais apelos não surtiram, porém, efeito: Eike Batista foi convocado para explicar os empréstimos de mais de R$ 10 bilhões feitos à EBX, que atualmente está falida. e Taiguara Rodrigues teve a convocação aprovada em votação simbólica. Os autores do pedido justificaram a convocação pelo fato de Taiguara ter recebido, por meio da Odebrecht, recursos para complementação de obras em Angola e por suspeita de favorecimento do empresário, que é filho de um irmão da primeira mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a sessão, alguns parlamentares questionaram o fato de alguns documentos enviado pelo BNDES terem sido entregues com carimbos de sigilo. Betinho Gomes (PSDB-PE) reclamou que sequer as atas de reuniões dos conselhos do banco foram disponibilizadas e a instituição só informou a lista de presença destes encontros. “As informações que nos mandaram não acrescentam nada. Não têm utilidade alguma”, disse o deputado.

Marcos Rotta antecipou para o colegiado que o BNDES reconheceu “que tomou uma cautela demasiada”. A CPI tem uma reunião reservada com representantes do BNDES que, segundo Rotta, o procuraram para rever a classificação de alguns dos documentos enviados e apresentar propostas sobre quais poderiam ser abertos.

Para o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o empresário Eike Batista, controlador do Grupo EBX, tem "muitas condições de se recuperar". O empresário estaria cumprindo os compromissos associados às dívidas das empresas X, controladas pela holding EBX, e, segundo Lobão, não o procurou para buscar alternativas ao atual momento delicado. "Ele não me procurou e nem teria porque fazê-lo". O empresário é sócio da OGX, do setor de petróleo, e da MPX, da área energética, além de outras empresas como a mineradora MMX.

Questionado sobre o conselho que daria a Eike Batista diante do momento adverso, Lobão desconversou. "Espero que ele consiga retomar os investimentos e a normalidade de suas empresas", afirmou o ministro nesta segunda-feira, 29, durante almoço-debate organizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais.

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Lobão voltou a informar que o Código de Mineração deverá ser votado até o fim do ano. Ele também destacou que o texto a ser analisado pelo Congresso foi aprovado por grandes e médias empresas. "Os aventureiros não gostaram", completou.

A declaração do ministro foi uma indireta a empresas que, segundo ele, obtinham licença de pesquisa e alvará de lavras, mas não exploraram efetivamente as áreas concedidas. "Elas (essas empresas) faziam especulação, vendendo algo que nunca tiveram interesse em explorar."

O Grupo EBX, do empresário Eike Batista, colocou à venda um jatinho, conforme anúncio publicado no site Controller.com. O anúncio não informa o preço - pede aos interessados que façam suas propostas pelo Legacy 600 da Embraer, ano 2008. Em outros anúncios no mesmo site, jatos do mesmo modelo e ano são vendidos a valores em torno de US$ 14 milhões. Um Legacy 600 novo custa US$ 26 milhões, pelo preço de tabela da Embraer.

O jatinho pertence a uma empresa de Eike até então desconhecida: a AVX Táxi Aéreo, que presta serviços de aviação executiva para as companhias do conglomerado. A empresa, antes denominada Zeus Táxi Aéreo, tem outros três jatos executivos, incluindo um Gulfstream G550, com autonomia para voos intercontinentais - um Legacy 600 tem autonomia menor; para chegar aos EUA, por exemplo, precisa fazer escala.

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O Grupo EBX não comentou a venda, nem detalhou a frota da AVX. A venda está a cargo da empresa paulista Colt Aviation. A reportagem apurou que a aeronave está no Rio. A AVX Táxi Aéreo tem sede no Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, segundo registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Mas, no endereço cadastrado na Anac, funciona a AVJet Aviation Services.

De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o jatinho à venda, prefixo PR-AVX, está em "arrendamento operacional", o que significa que a AVX está alugando a aeronave por um determinado período. Para o consultor Francisco Lyra, da CFLY Aviation, a decisão de vender o Legacy 600 pode ser estratégica. Se o foco das companhias de Eike for desenvolver negócios na África e na Europa, por exemplo, faz sentido manter o Gulfstream G550 - de longo alcance - e desfazer-se do Legacy.

A venda também pode ser uma forma de passar imagem de austeridade, para o mercado e entre os funcionários. "Você comunica que a alta gestão está fazendo uma medida de austeridade, mas, normalmente, é o oposto", diz Lyra, conselheiro e ex-presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).

Reduzir o uso da aviação executiva é o oposto da austeridade, para Lyra, porque a opção por ter jatinhos próprios é uma questão de custo-benefício. Geralmente, quando diretores e o presidente de uma companhia gastam mais de 200 horas por ano em viagens de avião, compensa investir em jatinhos.

A conta de Lyra é simples. Um Legacy 600 tem custo operacional em torno de US$ 3 mil por hora de voo - o valor não é muito diferente para aviões como o Gulfstream G550. Se um presidente de empresa tem salário de R$ 20 milhões por ano e trabalha 16 horas por dia, sua hora de trabalho ficará em R$ 5 mil.

Como espera-se que um executivo competente gere valor para a empresa - digamos, equivalente ao dobro do salário -, a cada hora não trabalhada pelo profissional a empresa deixaria de ganhar valor equivalente ao custo operacional do jatinho. O jatinho ainda oferece a vantagem de o executivo não parar de trabalhar. "Esses aviões são verdadeiros escritórios", lembra Lyra.

Presente no lançamento da joint venture entre a IMX e o Cirque du Soleil na manhã desta terça-feira (25), o empresário Eike Batista se recusou a responder perguntas sobre as outras empresas do grupo EBX. Nos últimos dias, circulam no mercado rumores de que o executivo estaria se desfazendo de ativos, o que poderia incluir a venda da OSX para a Sete Brasil.

Diante do pedido da reportagem para que comentasse questões relativas a outros negócios do grupo EBX, Eike disse que só falaria sobre a IMX e deixou o local de forma apressada antes que qualquer pergunta pudesse ser feita. Outra transação do grupo EBX esperada para acontecer em breve está a venda de 49% de sua empresa de mineração de ouro, a AUX. Em junho, Eike disse que concluiria a operação em setembro.

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O Grupo EBX e a IBM anunciaram hoje (4) acordo estratégico que envolve três focos. São eles: investimento da IBM na SIX Automação; criação, na SIX Automação, de um centro para desenvolvimento conjunto de soluções tecnológicas e investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) voltado para os setores de recursos naturais e infraestrutura e outsourcing para a IBM em atividades operacionais de TI do Grupo EBX.

Como parte do acordo, a IBM adquiriu 20% da SIX Automação, subsidiária da SIX Soluções Inteligentes, empresa do Grupo EBX focada na área de tecnologia. A IBM ficará responsável pelas atividades operacionais de TI do Grupo EBX dentro de um programa de outsourcing no valor de aproximadamente 1 bilhão de reais.

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O contrato tem duração de dez anos e inclui investimentos na infraestrutura de TI do Grupo EBX, serviços de operação e suporte e o desenvolvimento de novos projetos de tecnologia. O contrato atenderá todas as empresas do Grupo, inclusive as operações no exterior, como Chile e Colômbia.

A parceria inclui a realização de pesquisas colaborativas, que garantem sinergia do Grupo EBX com a organização de pesquisa da IBM (IBM Research) na medida em que SIX Automação e IBM desenvolverão juntas programas de pesquisa e propriedade intelectual com foco nos setores de recursos naturais, sustentabilidade e soluções aderentes à estratégia Planeta mais Inteligente da IBM e às necessidades de negócios do Grupo EBX e do mercado.

Será criado também um centro de soluções industriais conjuntas para que clientes do Brasil, Chile, Colômbia e Peru realizem testes, provas de conceito e customizem a tecnologia para suas necessidades específicas.

A IBM contribuirá com soluções inteligentes de indústria, provendo produtos, software serviços que complementam a experiência da SIX Automação nos setores de petróleo e gás, mineração, construção naval, portos e outros. A combinação das duas empresas, afirmam, cria um portfólio expandido para esses segmentos, consolidando uma posição única no mercado.

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