Tópicos | Gurgel

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta sexta que o publicitário Marcos Valério foi o "principal operador" do esquema do mensalão. Segundo Gurgel, Valério era "homem da mais absoluta confiança" do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. "Dirceu foi o mentor do esquema, enquanto Valério principal operador", disse.

O chefe do Ministério Público disse que o publicitário se tornou, a partir da aproximação com José Dirceu, "interlocutor privilegiado" do núcleo político do grupo. Ele citou como exemplo da influência de Valério o fato de um representante do Banco Opportunitty, que dizia ter problemas para resolver questões dentro do governo, ter se valido do publicitário para conseguir conversar com pessoas ligadas ao governo. Em outro depoimento mencionado por Gurgel, o ex-deputado José Borba (PMDB-PR) disse ter procurado o publicitário para tentar obter nomeações no governo Lula.

##RECOMENDA##

O procurador-geral disse ainda que Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Rogério Tolentino, sócios das empresas de Marcos Valério, também integravam o esquema criminoso, avalizando os empréstimos fictícios tomados. "Convenhamos, fossem lícitos (os empréstimos) como apregoam os acusados, lícitas essas operações, por que fizeram ao largo do nosso sistema bancário?", questionou.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, iniciou sua sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira reafirmando a gravidade do esquema conhecido como mensalão, em julgamento no tribunal. Após citar alguns atores da história e da sociologia, como Raimundo Faoro, Maquiavel, Norberto Bobbio e Max Weber, o procurador reafirmou a acusação feita nas alegações iniciais sobre a relevância do esquema.

"Foi sem dúvida o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público realizado no Brasil", afirmou Gurgel, ressaltando tratar-se de uma "sofisticada organização criminosa" destinada a comprar votos de parlamentares no Congresso.

##RECOMENDA##

Ele iniciou a exposição com a apresentação do publicitário Marcos Valério à cúpula do PT. Gurgel citou depoimento do ex-deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) em que o parlamentar conta como apresentou o dono da agência SMPB a José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Sílvio Pereira, apontados pela denúncia original como "núcleo político" da quadrilha que realizou o mensalão.

Gurgel destacou que o objetivo de Marcos Valério era manter e ampliar sua participação em contratos de publicidade no governo. Enfatizou que, por outro lado, a cúpula petista buscava recursos para saldar dívidas de campanha e comprar apoio no Congresso. "A coincidência de interesses fez com que se produzisse essa associação", sustentou o procurador. Afirmou que o núcleo político, Marcos Valério e seus sócios e diretores do Banco Rural se uniram para praticar crimes de corrupção, contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, entre outros.

Gurgel já fala por cerca de 30 minutos. Ele terá cinco horas para fazer a acusação e já ressaltou que poderá haver alguma omissão porque com este tempo teria menos de 10 minutos para abordar a situação de cada réu e poucos segundos para falar sobre cada acusação imputada a cada réu.

O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) anunciou nesta terça, no plenário da CPI do Cachoeira, ter apresentado seis diferentes pedidos de investigação contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pelo fato de supostamente ele não ter levado adiante, em 2009, uma investigação que ligava o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a parlamentares.

Tal atitude também tem sido questionada por petistas, interessados em enfraquecer a posição de Gurgel no processo do mensalão. No julgamento no Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral será o responsável pela acusação dos réus.

##RECOMENDA##

Prevaricação

Collor quer que Gurgel e sua mulher, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio, sejam investigados pelo STF por suposto crime de prevaricação, por ter segurado a apuração contra o contraventor. Tanto Gurgel quanto sua mulher já declararam, em várias entrevistas e informações prestadas à CPI, que não levaram adiante a investigação da Operação Vegas por entenderem que o STF iria arquivar o pedido por falta de provas contra os parlamentares.

Conforme as declarações de ambos, como estratégia de investigação penal, foi melhor ter esperado a deflagração da Operação Monte Carlo, que em fevereiro passado levou à prisão de Cachoeira e revelou uma ligação de quatro parlamentares com o contraventor.

Collor também pediu a investigação do casal por ato de improbidade que, se aceito, será feita pela Justiça de 1ª instância, pelo fato de ambos não disporem de foro privilegiado.

O senador alagoano apresentou ainda outros três pedidos de apuração no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

E cobrou, em uma sexta representação apresentada nesta terça à tarde, no Senado, processo contra Gurgel por crime de responsabilidade. Esse último pedido, se julgado favorável, pode levar à perda do cargo pelo procurador-geral. Collor apresentou requerimentos de convocação dos dois à CPI, que ainda não foram, porém, apreciados.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira aprovou nesta terça requerimento que pede informações, por escrito, ao Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, sobre como tomou conhecimento das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, e em que data. Pelo requerimento, Gurgel tem o prazo de cinco dias para responder às perguntas da CPI. A aprovação deste requerimento foi proposta pelo relator da Comissão, Odair Cunha (PT-MG), em substituição a requerimentos de convocação de Gurgel e da subprocuradora Claudia Sampaio.

"Sugiro que tenhamos um pouco de paciência. Se ele (Gurgel) não responder ou a resposta não for convincente, as razões para trazer o procurador e a subprocuradora estarão dadas", argumentou o senador Humberto Costa (PT-PE). "Esta CPI não vai blindar ninguém", completou ao petista. Em sua avaliação, tanto Gurgel quanto Claudia Sampaio tiveram uma postura "desrespeitosa" com o Congresso Nacional e a CPI. Gurgel acusou os defensores de sua convocação de estarem tentando intimidá-lo às vésperas do julgamento do mensalão.

##RECOMENDA##

A maioria dos governistas concordou com o requerimento com as explicações por escrito. A exceção foi o senador Fernando Collor (PTB-AL) e Sílvio Costa (PTB-PE), que defenderam a convocação imediata de Gurgel e Claudia Sampaio. A oposição também apoiou o requerimento para que Gurgel se explique por escrito no prazo de cinco dias.

Mais cedo, a CPI aprovou, por unanimidade, requerimento que permite reconvocação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Também foi aprovado requerimento que permite o acesso dos advogados do contraventor a todos documentos das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. A decisão da CPI foi tomada um dia depois de o Supremo Tribunal Federal ter impedido o depoimento de Cachoeira à Comissão, que deveria ter ocorrido hoje. Pelo requerimento, os advogados de Cachoeira terão "amplo acesso à secretaria da CPI, nos mesmos moldes dos parlamentares".

O presidente e o relator da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e deputado Odair Cunha (PT-MG), vão fazer um convite na quarta-feira para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, compareça à comissão parlamentar que tem por objetivo investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. O encontro de Vital e Cunha está marcado para as 10h na sede do Ministério Público Federal, em Brasília.

A dupla pretende fazer o convite para que Gurgel explique posteriormente à CPI, entre outros assuntos, o motivo pelo qual demorou três anos para abrir uma investigação contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por envolvimento com Cachoeira no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão da dupla é um gesto político que procura evitar que a comissão vote requerimentos que pretendem convocar o chefe do Ministério Público.

##RECOMENDA##

No caso do convite, ele pode ser declinado. Já uma convocação para uma CPI não pode ser recusada. Na semana passada, durante a primeira reunião de trabalho da comissão, o senador Fernando Collor (PTB-AL) quis convocar Gurgel. Petistas demoveram-no da ideia de pedir a votação do requerimento. "Vamos fazer um convite para ele esclarecer as razões para abrir o inquérito no STF", explicou Vital do Rêgo.

Às 10 horas da quarta-feira, a comissão deve receber os autos do STF relativos a Demóstenes. Em seguida, Vital deve se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para convidar os delegados da PF que participaram das investigações.

No mesmo dia, às 14h30, a comissão se reunirá para votar os primeiros requerimentos de convocação de autoridades e envolvidos. Na ocasião, Vital deve entregar aos integrantes titulares e suplentes da CPI uma cartilha sobre as regras de funcionamento da comissão. Ele está preocupado com o vazamento de informações sigilosas, como é o caso do inquérito que será enviado ao Congresso. "Vamos trabalhar com o que nós temos e avançar a partir do que vai chegar", afirmou o presidente da CPI.

No pedido de instauração de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as ligações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que é "expressamente referido" que "R$ 1 milhão foi depositado na conta" do parlamentar. O documento aponta um valor total repassado para o parlamentar de R$ 3,1 milhões.

A afirmação do procurador está no item 36, página 40 do inquérito encaminhado ao Supremo. Toda essa documentação foi liberada ontem pelo ministro Ricardo Lewandowski para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, e para o Conselho de Ética do Senado, que está apreciando pedido de cassação do mandato do senador Demóstenes.

##RECOMENDA##

"Em diálogo no dia 22 de março de 2011, às 11:18:00, entre Carlos Cachoeira e Cláudio Abreu, não degravado pela autoridade policial, é expressamente referido que o valor de um milhão foi depositado na conta do Senador Demóstenes e que o valor total repassado para o Parlamentar foi de R$ 3.100.000,00 (três milhões e cem mil reais)", escreveu o procurador da República no inquérito, após analisar documentos da Operação Monte Carlo, que desmontou o esquema de ocupação de poder por parte de Cachoeira em todas as esferas do Estado.

Em despacho assinado ontem à tarde, Lewandowski deixou claro que a CPI, o Conselho do Senado e a Comissão da Câmara devem preservar o segredo das informações do inquérito, em especial as interceptações telefônicas. A publicação ontem da íntegra do inquérito relacionado ao senador pelo site 247 poderá gerar uma investigação no STF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando