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O número de aterros sanitários inadequados cresceu 52% no Estado de São Paulo em 2015, na comparação com o ano anterior, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos (IQR), indicador das condições de deposição dos lixos domésticos produzidos em cada município, apontou aterros inadequados em 41 municípios paulistas no ano passado. No ano anterior, eram 27 cidades com depósitos de lixo não adequados.

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Os dados constam do Inventário Estadual de Resíduos Sólidos, concluído este mês e publicado no site da agência ambiental paulista. Muitos dos aterros reprovados pela Cetesb funcionam como lixões a céu aberto.

A classificação leva em conta critérios como as condições físicas e técnicas do aterro, ocorrência de queima de resíduos, vida útil e eventuais restrições ao uso do solo. A pontuação vai de zero a dez e os aterros com até 7 pontos nesse ranking são considerados inadequados.

Entre os de pior classificação estão o de Nipoã, com apenas 2 pontos, e o de Itapeva, com 2,4. Os dois tiveram notas acima de 7 em 2014. A maioria dos municípios com notas mais elevadas estão entre os 262 que depositam o lixo em aterros particulares.

Não foram considerados no levantamento os municípios de Arapeí e Bananal, que "exportam" o lixo para o Estado do Rio de Janeiro, e de Igarapava e Ituverava, que depositam em Minas Gerais.

A Cetesb aponta como principais problemas dos municípios na gestão do lixo o esgotamento das áreas de deposição de lixos urbanos e a falta de novas áreas livres para aterros.

Cita ainda a escassez de recursos das prefeituras em razão da queda na arrecadação, afetada pela crise econômica. "Em alguns casos, nota-se que essa situação é agravada pela inércia do poder público municipal", informa no documento.

Eficiência

Para a ambientalista Malu Ribeiro, coordenadora de Projetos da SOS Mata Atlântica, está havendo sucateamento dos serviços de eficiência dos aterros e relaxamento na busca de alternativas, como a compostagem e a reciclagem.

A gestão da Secretaria do Meio Ambiente também deixa a desejar, segundo ela. "Criou-se uma política de buscar anistia para a inação das prefeituras. A fiscalização foi flexibilizada", disse.

A assessoria de imprensa da secretaria informou que, para os 41 municípios classificados como inadequados, a Cetesb adota as medidas cabíveis, que incluem orientação técnica, assinatura de termos de compromisso e aplicação de penalidades.

No ano passado, o número de inspeções em aterros subiu de 1.314 para 1.580, em comparação com o anterior, e o de multas, de 88 para 94.

Um aterro foi interditado em General Salgado, assim como transbordo em Mongaguá, São Vicente, Campinas (privado) e Descalvado. Este ano, foram interditados aterros em Mirandópolis, Juquiá, Ribeira e Vargem Grande do Sul, além do transbordo em Assis.

O gestor de Meio Ambiente de Nipoã, João Ivan Giacon, informou que o aterro sanitário do município teve a capacidade esgotada no ano passado e uma área para ampliação está em processo de aquisição.

A prefeitura de Itapeva informou que o depósito atual não atende as exigências e já protocolou na Cetesb projeto de um novo aterro.

A Mitsubishi Motors admitiu ter utilizado desde 1991 um método inadequado para os testes de eficiência energética de seus veículos, um novo golpe após uma série de escândalos que abalaram a montadora japonesa.

"Para o mercado local, utilizamos este método desde 1991", declarou o vice-presidente da empresa, Ryugo Nakao, em uma entrevista coletiva.

Mas ele disse não saber quantos modelos foram afetados.

A Mitsubishi Motors (MMC) anunciou na semana passada que utilizou um método que não está de acordo com a legislação japonesa para "apresentar taxas de consumo de combustível mais favoráveis que a realidade".

A empresa informou que a medida havia afetado 625.000 veículos fabricados desde 2013 e que foram vendidos apenas no Japão, incluindo 468.000 produzidos pela também japonesa Nissan.

As ações da empresa desabaram na Bolsa de Tóquio desde a explosão do escândalo na quarta-feira da semana passada, com a perda de quase metade do valor".

"A única coisa que posso fazer é pedir desculpas, mas eu não estava a par", afirmou na terça-feira o presidente da Mitsubishi, Tetsuro Aikawa, antes de admitir que a crise vai abalar as finanças da empresa.

Para tentar esclarecer o caso, a Mitsubishi Motors anunciou a criação de uma comissão especial de investigação, composta apenas por especialistas externos. Um relatório deve ser apresentado em três meses.

Vários diretores afirmaram na entrevista coletiva que os métodos de medição de eficiência energética não foram substituídos quando, há alguns anos, o governo japonês determinou uma modernização à indústria automobilística.

Na semana passada, o ministério dos Transportes realizou uma operação na empresa, uma década depois da montadora ter sido salva da falência após a descoberta de que havia ocultado uma série de falhas em seu veículos.

No sábado, o jornal econômico Nikkei informou que a empresa pretende indenizar os clientes afetados pela fraude.

As novas revelações levantam suspeitas sobre o futuro da indústria japonesa, mas também sobre o setor de automóveis, depois de vários escândalos nos últimos meses sobre os testes de eficiência e os controles das emissões de poluentes.

Para a montadora alemã Volkswagen, que admitiu ter colocado um dispositivo no motor de 11 milhões de veículos em todo o mundo para que apresentassem um resultado menor de contaminação, o escândalo provocou perdas milionárias e os custos finais ainda não podem ser calculados.

Em 2015 registrou perdas líquidas de 1,582 bilhão de euros, seu primeiro balanço anual no vermelho em mais de 20 anos.

A Mitsubishi tem 30.000 funcionários e vende um milhão de veículos por ano em todo o mundo. Na quarta-feira, a empresa deve apresentar os resultados para o ano fiscal encerrado em março, mas provavelmente não divulgará projeções para o atual exercício.

A empresa já havia advertido que o impacto do escândalo será grande. De acordo com analistas, as consequências serão piores que as sofridas pela Volkswagen.

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