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Uma pesquisa de opinião do Instituto DataSenado aponta a influência crescente das redes sociais como fonte de informação para o eleitor, o que pode em parte explicar as escolhas dos cidadãos nas eleições de 2018. Quase metade dos entrevistados (45%) afirmaram ter decidido o voto levando em consideração informações vistas em alguma rede social. E a principal fonte de informação do brasileiro hoje é o aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, segundo o levantamento. Das 2,4 mil pessoas entrevistadas, 79% disseram sempre utilizar essa rede social para se informar.

Os dados são da pesquisa nacional Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internet, realizada pelo DataSenado em parceria com as Ouvidorias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O estudo, divulgado nesta semana, também abordou a privacidade de dados na internet e o comportamento dos brasileiros em relação às notícias falsas.

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Os resultados indicam que os brasileiros acreditam que os conteúdos nas redes sociais têm grande influência sobre a opinião das pessoas. Cerca de 80% dos participantes do levantamento compartilham essa percepção. Mas o percentual varia conforme a escolaridade: é de 76% entre cidadãos que têm ensino fundamental e chega a 90% entre os que têm escolaridade superior.

Quanto à frequência com que meios de comunicação e redes sociais são usados como fonte de informação, 79% dos entrevistados responderam que sempre utilizam o WhatsApp, enquanto 50% indicaram que sempre recorrem à televisão e 49% sempre se informam pelo YouTube. Quanto mais alta a faixa de idade, maior o percentual de entrevistados que respondem utilizar sempre televisão como fonte de informação. Por outro lado, para o Instagram e YouTube, o padrão é inverso: quanto mais baixa a faixa de idade, maior o percentual de entrevistados que dizem usar sempre essas redes sociais como fonte de informação, segundo o DataSenado.

Com relação às eleições, as redes sociais que tiveram maior impacto nas eleições foram o Facebook (31%), o WhatsApp (29%), o YouTube (26%), o Instagram (19%) e o Twitter (10%).   

O público jovem usa mais as redes sociais e também dá mais valor a informações nesses meios para sua decisão de voto. O percentual de entrevistados que responderam que decidiram algum voto com base em informações vistas em alguma rede social é maior entre pessoas na faixa dos 16 a 29 anos; 51% dos entrevistados desse grupo responderam que levaram as redes sociais em consideração na hora de escolher seu candidato.

O impacto das mídias sociais também é maior entre eleitores que se consideram de direita, pessoas com escolaridade mais alta e pessoas com renda familiar mais alta.

Fake news

Apesar de mais gente usar as redes sociais para se informar, o brasileiro está atento ao problema das notícias falsas, as chamadas fake news, mas quase metade dos entrevistados (47%) considera ser difícil identificar a veracidade das informações recebidas.

Por outro lado, aproximadamente oito em cada dez entrevistados já identificou notícia falsa em rede social. E a maioria (82%) também diz verificar se uma notícia é verdadeira antes de compartilhá-la.

Para quase três em cada quatro entrevistados (73%), o mais importante para considerar uma notícia confiável é a fonte que a publicou. Já 24% consideram que a pessoa que enviou a notícia é que dá credibilidade à informação compartilhada.

Entre os entrevistados que afirmaram ter identificado uma notícia falsa, 58% relataram que isso prejudicou a confiança deles nas redes sociais. Três em cada quatro entrevistados (77%) acreditam que, nas redes sociais, notícias falsas têm mais visibilidade do que notícias verdadeiras.

Além disso, 62% dos entrevistados discordam que informações publicadas em redes sociais são mais confiáveis do que informações publicadas na mídia tradicional como TV e jornal.

A maior parte dos brasileiros com acesso à internet (90%) acha que as redes sociais deixam as pessoas mais à vontade para expressar opiniões preconceituosas, de acordo com o levantamento.

A maioria dos entrevistados admite que conteúdos que estão de acordo com a própria opinião podem ser falsos (74%) e concordam que conteúdos que são contrários a sua própria opinião podem ser verdadeiros (81%). 

Quase a totalidade dos entrevistados (96%) acredita que quem compartilha conteúdo falso em redes sociais deve ser punido. A maioria (69%) também acredita que quem criou o conteúdo falso deve ser punido. Além disso, para 68% dos entrevistados, a punição deve abranger a rede social.

Nove em cada dez entrevistados (90%) acreditam que o governo deve fazer campanhas de conscientização sobre notícias falsas. Também para nove em cada dez  (91%), as redes sociais devem colocar avisos sobre o risco de compartilhamento de notícias falsas.

Privacidade

Para a maioria dos entrevistados (59%), devem ser públicas as regras usadas pelos sites de busca e redes sociais para escolher os conteúdos exibidos para os usuários, como anúncios, vídeos e notícias relacionadas. Mas as opiniões são divididas quanto às redes sociais priorizarem a exibição de conteúdos pagos ou patrocinados: 52% afirmaram que essa prática incomoda, enquanto 46% consideram que não é um problema.

Metodologia

Foram entrevistados 2,4 mil cidadãos que têm acesso à internet, em todas as unidades da Federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, no período de 17 a 31 de outubro. A amostra é estratificada, totalmente probabilística, com alocação proporcional à população, segundo o IBGE. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Algumas questões foram respondidas por grupos específicos da amostra. Para essas questões, a margem de erro é superior a dois pontos percentuais.

*Da Agência Senado

 

O Instituto DataSenado apresentou, em audiência pública, esta semana, na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM), a oitava edição da Pesquisa Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. O levantamento mostrou que o percentual de mulheres agredidas por ex-companheiros subiu de 13% para 37% entre 2011 e 2019. Segundo a pesquisa, 27% das entrevistadas já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar. Considerando a margem de erro do estudo, o índice permanece estável em relação ao último estudo, em 2017, quando o indicador alcançou o maior nível em toda a série histórica: 29%.

Segundo a pesquisa, feita em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, 82% das mulheres ouvidas acreditam que a violência aumentou. A cada dez mulheres, sete foram agredidas antes dos 29 anos e 60% das entrevistadas conhecem alguém que sofreu algum tipo de violência e o tipo de agressão mais comum, relatada por 66% das entrevistadas, foi a física.

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A diretora da Secretaria de Transparência, Elga Lopes, explicou que a Pesquisa Nacional sobre Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher é feita pelo DataSenado a cada dois anos desde 2005, antes mesmo da aprovação da Lei Maria da Penha. Neste ano, a sondagem integra o conjunto de iniciativas do Senado Federal no contexto da campanha da ONU “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.

A intenção da pesquisa é verificar o impacto da lei sobre a realidade de violência e se a violência diminuiu ou aumentou. Somos o único instituto que investiga esse assunto e fazemos de uma forma peculiar: só mulheres entrevistam mulheres. Foram ouvidas, neste ano, 2,4 mil mulheres.

Combate ao assédio no Senado

Presente no debate, a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, agradeceu a oportunidade de participar da audiência e ressaltou que, desde 2015, a Casa tem investido em ações em prol da equidade de gênero e raça. Exemplo disso, afirma, foi a iniciativa do Senado que destina uma cota de 2% nos contratos de terceirização para colaboradoras em situação de vulnerabilidade econômica em decorrência de violência doméstica e familiar.

“Ao trazer essas mulheres, percebemos que era necessário trabalhar um ambiente saudável, e descobrimos que queríamos que o Senado fosse um ambiente livre de qualquer tipo de assédio. Em 2019, desenvolvemos uma campanha contra assédio moral e sexual no trabalho”.

A diretora-geral também falou sobre as três fases da campanha: a primeira contou com informativos, como cartilhas e cartazes, com conceitos e exemplos de assédio; a segunda com totens, em tamanho real, espalhados pela Casa com frases de alerta sobre o tema; e a terceira com vídeos de senadores e servidores falando sobre a importância do combate ao problema.

Segundo Ilana, a ideia é estimular outras organizações a adotar campanhas similares.

“Entendemos que o Senado não é uma ilha. Por isso, é importante este espaço para que outras instituições que queiram trabalhar esse tema saibam que o Senado é uma instituição parceira, que podemos ajudar, a partir do nosso exemplo, a construir ou ceder peças da campanha, e que, por levarmos a sério esse trabalho, deixamos que os colegas sintam no Senado um parceiro verdadeiro para a construção de um ambiente sem nenhum tipo de assédio”, afirmou.

Mulheres fortes

Representando o Observatório da Violência contra a Mulher, Henrique Marcos Ribeiro falou sobre a satisfação de participar do debate e ressaltou que a luta contra a violência às mulheres também é uma causa dos homens.

“E o fato de ter homens trabalhando com esse tema serve de exemplo de que pode haver uma relação de igualdade e de respeito mútuo entre homens e mulheres”.

A pesquisa

Foram entrevistadas 2,4 mil mulheres de todas as unidades da federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, no período de 25 de setembro a 4 de outubro. A amostra é estratificada, totalmente probabilística, com alocação proporcional à população segundo dados mais recentes do IBGE. A margem de erro é de dois pontos percentuais com nível de confiança de 95%. Nas questões respondidas por subgrupos específicos da amostra, ou nas análises de dados segmentados, a margem de erro é superior a dois pontos percentuais.

Mais informações sobre a pesquisa estão disponíveis no site do Senado

*Da Agência Senado

 

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